Questões de Concurso Comentadas sobre português

Foram encontradas 59.421 questões

Q2696690 Português

TEXTO


Os Estados Unidos desenvolveram-se bastante

durante boa parte da década de 1920. Carros

lustrosos corriam pelas estradas, e bairros

residenciais com casas novas financiadas por

uma grande quantidade de bancos se

espalhavam por toda parte. A bolsa de valores

fervilhava, uma vez que era absurdamente fácil

tomar dinheiro emprestado para comprar

ações. Na quinta-feira de 24 de outubro de

1929, a bolsa de valores de Nova Iorque abriu

movimentada, com poucos sinais de

instabilidade. Então, por algum motivo real ou

não, uma histeria pessimista se instalou,

aumentando a cada hora que passava. Quase

todos queriam vender e, quando os preços

caíram bruscamente, apareceram os caçadores

de pechinchas, os quais descobriram, uma hora

mais tarde, que tais pechinchas não existiam

mais. Naquele dia, o número total de ações

vendidas superou em mais de 50% as vendas

em qualquer outro dia na história da bolsa. No

período de algumas semanas, as ações norte-

americanas se valorizaram um pouco e logo

caíram mais do que haviam subido. Com essa

queda, os valores dos imóveis também

diminuíram. Em outros países, os preços de

praticamente todas as principais

“commodities”, com exceção do ouro,

sofreram queda. Era bastante normal que um

“boom” econômico fosse seguido por uma

recessão, mas aquela era assustadoramente

grave. O medo deu lugar ao pânico. Nove mil

estabelecimentos bancários cerraram as portas

apenas nos Estados Unidos, além de terem sido

fechados os principais bancos da Áustria, da

Alemanha, da Tchecoslováquia e de outras

nações prósperas. Na França, a política

monetária, com o intuito de acumular reservas

de ouro, aumentou o massacre internacional. A

maioria das pessoas parou de comprar

produtos que não considerava essenciais.

Novos carros não eram facilmente vendidos e

a indústria automobilística em Detroit e em

Turim passou a comprar menos aço e borracha.


(BLAINEY, Geoffrey. Uma Breve História do

Século XX. 2 ed. São Paulo: Fundamento,

2011, p. 103).

A palavra “absurdamente”, utilizada pelo autor na linha 7 do texto, possui a seguinte classe gramatical:

Alternativas
Q2696565 Português

Olha que coisa mais linda

Mais cheia de graça

É ela menina

Que vem e que passa

Num doce balanço

A caminho do mar


Moça do corpo dourado

Do sol de lpanema

O seu balançado é mais que um poema

É a coisa mais linda que eu já vi passar Tom Jobim


(https://www.pensador.com/poemas_mulheres/)


Em qual alternativa está um substantivo próprio retirado do texto?

Alternativas
Q2696562 Português

Depois que a Polícia recolheu as partes do avião para investigação do acidente que matou o sertanejo Gabriel Diniz, os destroços foram devolvidos ao Aeroclube de Alagoas. E a decisão do grupo foi encaminhar os restos do avião a um ferro velho de Sergipe.

Gabriel estava indo se encontrar com a namorada e a família em Maceió quando aconteceu o acidente. Documentos dele foram encontrados na região do acidente. A aeronave não tinha autorização para fazer táxi aéreo.


(https://www.folhape.com.br/diversao/diversao/celebridades/2019/06/26/NWS, 108873,71,675,DIVERSAO,2330-DESTROCOS-AVIAO-ACIDENTE-QUEMATOU-GABRIEL-DINIZ-FORAM-VENDIDOS-FERRO-VELHO.aspx)

Assinale a alternativa que tem palavras que dão nome a objetos:

Alternativas
Q2696415 Português

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

E triste, e triste e fatigado eu vinha.

Tinhas a alma de sonhos povoada,

E a alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada

Da vida: longos anos, presa à minha

A tua mão, a vista deslumbrada

Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo... Na partida

Nem o pranto os teus olhos umedece,

Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,

Vendo o teu vulto que desaparece

Na extrema curva do caminho extremo.


(Poesias, Sarças de fogo, 1888.)

São substantivos do mesmo gênero:

Alternativas
Q2696412 Português

Qual das alternativas abaixo contém a variação correta de grau do adjetivo.

Alternativas
Q2696299 Português
São considerados advérbios de dúvida, EXCETO:
Alternativas
Q2696289 Português
São considerados tipos de advérbio, EXCETO:
Alternativas
Q2696236 Português

Leia atentamente o seguinte poema, de autoria de Luís de Camões, para responder às questões a seguir.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades


Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria

E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía

No penúltimo verso do poema, afirma-se que “outra mudança faz de mor espanto”. Em relação à palavra “mor”, nesse contexto, pode-se afirmar que é um:

Alternativas
Q2696234 Português

Leia atentamente o seguinte poema, de autoria de Luís de Camões, para responder às questões a seguir.


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades


Continuamente vemos novidades,

Diferentes em tudo da esperança;

Do mal ficam as mágoas na lembrança,

E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,

Que já coberto foi de neve fria

E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,

Outra mudança faz de mor espanto:

Que não se muda já como soía

Na oração “continuamente vemos novidades”, a palavra “continuamente” é classificada gramaticalmente como um:

Alternativas
Q2696171 Português

Sobre os processos de formação de palavras, observe exemplos de derivação:

I. Amanhecer / soterrar / engatinhar.

II. Encarecer / marítimo / infelicidade.

III. Portuguesa / marítimo / poliglota.

IV. Desrespeitoso / infelizmente / enraizar.

De acordo com as normas da Língua Portuguesa, temos somente exemplos de Derivação Parassintética:

Alternativas
Q2696121 Português

Analise o trecho a seguir, extraído do romance A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água, de Jorge Amado, para responder às próximas questões.


“E memória de morto, como se sabe, é coisa sagrada, não é para estar na boca pouco limpa de cachaceiros, jogadores e contrabandistas de maconha. Nem para servir de rima pobre a cantadores populares. Quando um homem morre, ele se reintegra em sua respeitabilidade a mais autêntica, mesmo tendo cometido loucuras em sua vida. A morte apaga, com sua mão de ausência, as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante”.


(Trecho com adaptações)

Em relação à fonologia da palavra “respeitabilidade”, marque a opção INCORRETA.

Alternativas
Q2696119 Português

Analise o trecho a seguir, extraído do romance A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água, de Jorge Amado, para responder às próximas questões.


“E memória de morto, como se sabe, é coisa sagrada, não é para estar na boca pouco limpa de cachaceiros, jogadores e contrabandistas de maconha. Nem para servir de rima pobre a cantadores populares. Quando um homem morre, ele se reintegra em sua respeitabilidade a mais autêntica, mesmo tendo cometido loucuras em sua vida. A morte apaga, com sua mão de ausência, as manchas do passado e a memória do morto fulge como diamante”.


(Trecho com adaptações)

Analise as alternativas a seguir e marque a que indica APENAS adjetivos que aparecem no texto.

Alternativas
Q2696094 Português

Leia a crônica a seguir, escrita por Rubem Alves, para responder às próximas questões.


“Era uma vez um jovem que amava xadrez. Sua vocação era o xadrez. Jogar xadrez lhe dava grande prazer. Queria passar a vida jogando xadrez. Nada mais lhe interessava. Só conversava sobre xadrez. Quando era apresentado a uma pessoa sua primeira pergunta era: Você joga xadrez? Se a pessoa dizia que não ele imediatamente se despedia. Não conseguia ter namoradas porque seu único assunto era xadrez. Na verdade ele não queria namoradas. Queria adversárias no xadrez. Jogava o tal jogo de maneira fantástica. Especializou-se. De fato, sabia tudo sobre o mundo do xadrez. Mas o preço que pagou é que perdeu tudo sobre o mundo da vida”.


(Com adaptações)

Considere as alternativas a seguir e marque a que contém uma palavra, utilizada do texto, que seja do gênero feminino.

Alternativas
Q2696092 Português

Leia a crônica a seguir, escrita por Rubem Alves, para responder às próximas questões.


“Era uma vez um jovem que amava xadrez. Sua vocação era o xadrez. Jogar xadrez lhe dava grande prazer. Queria passar a vida jogando xadrez. Nada mais lhe interessava. Só conversava sobre xadrez. Quando era apresentado a uma pessoa sua primeira pergunta era: Você joga xadrez? Se a pessoa dizia que não ele imediatamente se despedia. Não conseguia ter namoradas porque seu único assunto era xadrez. Na verdade ele não queria namoradas. Queria adversárias no xadrez. Jogava o tal jogo de maneira fantástica. Especializou-se. De fato, sabia tudo sobre o mundo do xadrez. Mas o preço que pagou é que perdeu tudo sobre o mundo da vida”.


(Com adaptações)

Analise as frases a seguir, retiradas e adaptadas do texto, e marque a que apresenta uso CORRETO dos sinais de pontuação.

Alternativas
Q2696087 Português

Leia atentamente o poema a seguir, escrito por Jorge Amado, para responder às próximas questões.


“O mundo só vai prestar

Para nele se viver

No dia em que a gente ver

Um gato maltês casar

Com uma alegre andorinha

Saindo os dois a voar

O noivo e sua noivinha

Dom Gato e Dona Andorinha”

Examine as alternativas a seguir e marque a que contém APENAS palavras do gênero feminino que aparecem no poema.

Alternativas
Q2695739 Português

Leia com atenção o texto e responda o que se pede no comando das questões.

O ninho não mais vazio

Há dias, escrevi sobre uma amiga cujos filhos tinham acabado de sair de casa e que estava experimentando o que os psicólogos chamam de “síndrome do ninho vazio”. Aproveitei para contar que eu próprio entre o Natal e o Réveillon, vivera algo parecido, só que ao pé da letra. Uma rolinha — Lola, a rola — fizeram seu ninho no meu terraço e passara uma semana sentada sobre um ovo, do qual saiu Lolita, a Rolita. E, antes que eu tivesse o prazer de ver mãe e filha em ação, voando para lá e para cá, foram embora sem se despedir. Ali entendi a síndrome do ninho vazio.

Outro amigo, cujo conhecimento sobre os pássaros aprendi a admirar, me garantiu que Lola, a Rola não podia estar muito longe. "Ela gostou daqui”, ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho”. E, para que eu não me jactasse de minhas virtudes como anfitrião, explicou-me que isso é instintivo nos pássaros. Se se sentem seguros em algum lugar, elegem-no para se aninhar. Com isso, retomei meu posto de observação — e não é que meu amigo tinha razão?

Lola, a Rola reapareceu e logo começou os trabalhos. Reconheci-a pelo estilo de gravetos que recolhe — secos, fininhos e compridos. Em poucos dias o novo ninho ficou pronto, não muito distante do ninho original, este já em escombros. Só que, agora, com uma importante colaboração: a de seu marido Rollo, o Rola, talvez como mestre de obras. O fato é que, ao contrário da primeira vez, tive várias oportunidades de ver o casal empenhado na construção.

E assim, com duas semanas de intervalo, eis-me avô de mais um ovo. Que, pela lei das probabilidades, deverá produzir um macho. E, sendo filho de Lola, a Rola e Rollo, o Rola, só poderá se chamar — claro — Rolezinho.

Não vou dizer o nome de meu amigo amador de ornitologia. Só as iniciais: Janio de Freitas.

(CASTRO, Ruy. A arte de querer bem. 1, ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. p. 21/ 22)

"Ela gostou daqui", ele disse. "Vai voltar para fazer outro ninho.''. As aspas foram empregadas para:

Alternativas
Q2695694 Português

A SEREIA DOS PENSADORES


O fascínio pelo poder é uma armadilha para os intelectuais.


Platão, na República, imaginou como seria um Estado governado exclusivamente pelos sábios: somente os iluminados pela Razão poderiam adentrar os círculos do poder, e o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual. Nessa obra exuberante, a utopia da intelligentsia conduz o gênero humano à prosperidade eterna: o mundo real, no entanto, foi menos gentil com o platonismo.

No século V a.C., Dionísio I, governante de Siracusa, convidou o filósofo ateniense a tornar-se seu conselheiro Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (não foi o primeiro nem o último tirano a cultivar mascotes eruditas). Platão, contudo, insistiu em aplicar suas ideias ao governo da cidade-Estado. Segundo o historiador Diogénes Laércio, Dionísio acabou se irritando com suas censuras e ordenou que Platão fosse vendido como escravo. O grande pensador foi parar em um mercado na Ilha de Egina, é entre prisioneiros de guerra. Por sorte, um benfeitor o reconheceu, comprou-o e o mandou de volta a Atenas. Diógenes Laércio calcula que o preço da transação tenha sido uns 200 dracmas.

Embora Platão tivesse inclinações autoritárias (como bem demonstra a leitura da República), sua aproximação ao poder não se deu por ambição pessoal, mas por uma espécie de pudor. Em uma carta, assim justificou seu envolvimento com o governo de Siracusa: “Eu o fiz, principalmente, por um sentimento de vergonha em relação a mim mesmo; não queria que a humanidade me considerasse um homem somente dedicado às palavras e incapaz de agir.”.

Eu detestaria viver na República de Platão — lugar onde poetas e escultores seriam banidos, e onde a única música permitida seriam canções de ninar e marchinha militares. Mesmo assim, há algo de admirável na tentativa de aprimorar o mundo coma força das ideias.

Ao longo dos tempos, contudo, a relação dos grandes intelectuais com o poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres. À vaidade ilustrada levou muitas mentes agudas a se associarem a regimes nefastos: a sensação de moldar a história em tempo real exerce efeito tóxico sobre mentes acostumadas à abstração.

Esse ópio não age apenas sob governos totalitários: mesmo em sociedades democráticas o fascínio pelo poder é uma armadilha que pode arrastar ou embotar os mais argutos intelectos.

Antípoda de Platão, Heráclito (540-470 a.c.) foi o protótipo do intelectual desengajado. Quando os habitantes de Corinto o convidaram a redigir as leis da cidade, respondeu: ''Prefiro brincar com crianças a ajudar esses perversos a governar a república''. Não proponho que Heráclito nos sirva de modelo, e espero que um dia os sábios governem o mundo. Mas quem traçará a linha precisa entre os sábios e os tolos? Antes a sereia do poder, é salutar que os seres ''dedicados ás palavras'' nem fujam nem se deslumbrem; que mantenham uma certa rabugice, uma certa desconfiança, um certo pudor, enfim. Pois, como diz o adágio, o poder corrompe - e a corrupção da sabedoria não é inatividade, mas a loucura.


(BOTELHO, José Francisco. Revista Veja: 3 de julho de 2019. p. 95)

Assinale a única alternativa correta quanto à concordância:

Alternativas
Q2695688 Português

A SEREIA DOS PENSADORES


O fascínio pelo poder é uma armadilha para os intelectuais.


Platão, na República, imaginou como seria um Estado governado exclusivamente pelos sábios: somente os iluminados pela Razão poderiam adentrar os círculos do poder, e o resto da sociedade deveria obedecer à aristocracia intelectual. Nessa obra exuberante, a utopia da intelligentsia conduz o gênero humano à prosperidade eterna: o mundo real, no entanto, foi menos gentil com o platonismo.

No século V a.C., Dionísio I, governante de Siracusa, convidou o filósofo ateniense a tornar-se seu conselheiro Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (não foi o primeiro nem o último tirano a cultivar mascotes eruditas). Platão, contudo, insistiu em aplicar suas ideias ao governo da cidade-Estado. Segundo o historiador Diogénes Laércio, Dionísio acabou se irritando com suas censuras e ordenou que Platão fosse vendido como escravo. O grande pensador foi parar em um mercado na Ilha de Egina, é entre prisioneiros de guerra. Por sorte, um benfeitor o reconheceu, comprou-o e o mandou de volta a Atenas. Diógenes Laércio calcula que o preço da transação tenha sido uns 200 dracmas.

Embora Platão tivesse inclinações autoritárias (como bem demonstra a leitura da República), sua aproximação ao poder não se deu por ambição pessoal, mas por uma espécie de pudor. Em uma carta, assim justificou seu envolvimento com o governo de Siracusa: “Eu o fiz, principalmente, por um sentimento de vergonha em relação a mim mesmo; não queria que a humanidade me considerasse um homem somente dedicado às palavras e incapaz de agir.”.

Eu detestaria viver na República de Platão — lugar onde poetas e escultores seriam banidos, e onde a única música permitida seriam canções de ninar e marchinha militares. Mesmo assim, há algo de admirável na tentativa de aprimorar o mundo coma força das ideias.

Ao longo dos tempos, contudo, a relação dos grandes intelectuais com o poder político nem sempre obedeceu a motivos tão nobres. À vaidade ilustrada levou muitas mentes agudas a se associarem a regimes nefastos: a sensação de moldar a história em tempo real exerce efeito tóxico sobre mentes acostumadas à abstração.

Esse ópio não age apenas sob governos totalitários: mesmo em sociedades democráticas o fascínio pelo poder é uma armadilha que pode arrastar ou embotar os mais argutos intelectos.

Antípoda de Platão, Heráclito (540-470 a.c.) foi o protótipo do intelectual desengajado. Quando os habitantes de Corinto o convidaram a redigir as leis da cidade, respondeu: ''Prefiro brincar com crianças a ajudar esses perversos a governar a república''. Não proponho que Heráclito nos sirva de modelo, e espero que um dia os sábios governem o mundo. Mas quem traçará a linha precisa entre os sábios e os tolos? Antes a sereia do poder, é salutar que os seres ''dedicados ás palavras'' nem fujam nem se deslumbrem; que mantenham uma certa rabugice, uma certa desconfiança, um certo pudor, enfim. Pois, como diz o adágio, o poder corrompe - e a corrupção da sabedoria não é inatividade, mas a loucura.


(BOTELHO, José Francisco. Revista Veja: 3 de julho de 2019. p. 95)

“Déspota refinado, Dionísio apreciava cercar-se de poetas e pensadores (...)", o uso da vírgula justifica-se:

Alternativas
Q2695674 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


A POESIA QUE MORA DENTRO DA GENTE


1 Há sentimentos que fazem morada em nós, mas é preciso que sejam despertados do sono da rotina para que

assim, também nós, estejamos acordados para o que a vida nos oferece. Um acordo entre poesia e liberdade de

pensamento, essa é a fórmula utilizada por Rubem Alves que permanece ao alcance de mentes que ousam se abrir

para a beleza e a sensibilidade.

5 Todas as tardes, após sair do trabalho, passo por uma avenida repleta de árvores, entre elas, um grande ipê

carregado de flores amarelas. Hoje, sei bem sobre os detalhes desse monumento natural porque me permiti olhar

para ele com o reparo merecido. Sei também sobre o ninho de passarinhos no seu mais alto galho e sobre o sorriso

da criança que se encanta com a pequena flor que cai no chão, misturando-se às outras num verdadeiro tapete de

cor. Sei da moça que, delicadamente, procura desviar-se dessas pétalas que tomam conta da calçada com pena de

10 esmagá-las. Posso falar sobre quem, sempre tão ocupado em seu celular, passa e não vê, sobre quem olha, sorri e

segue seu caminho e sobre quem não se cansa de olhar, mas devo confessar que só me dei conta da grandiosidade

do ipê quando, um dia, que parecia ser igual a todos os outros, minha pequena irmã diminuiu o passo, tocou

docemente meu ombro e disse:

– Olha que coisa mais linda essa árvore!

15 Foi então que a observei sem pressa e, finalmente, passei a entender o que Rubem Alves pretendia quando disse

que “os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma”. Compreendi que o modo de ver das crianças é

realmente mais eficaz na percepção do belo e que ele estava completamente lúcido quando escreveu que desejava

conservar nos olhos o fascínio e a capacidade de se assombrar diante do banal, características típicas da infância,

mas que são essenciais aos adultos que desejam tornar-se sábios. Foi preciso que um ser que, aparentemente, não

20 sabe nada sobre a vida, me despertasse para a beleza que estava bem a minha frente. Assim são as mensagens de

Rubem, leves toques no ombro do leitor, despertando sentimentos que já habitam em nós, mas que estavam

adormecidos, instigando a inteligência e a percepção do simples como uma dádiva, uma maneira de provocar a vida.

Distribuídas em mais de 146 obras sustentadas por uma linguagem simples e poética, são uma combinação de

frases colhidas de um coração que acreditava que as palavras só têm sentido quando podem ajudar a ver o mundo

25 melhor.

Adentrando o universo de simplicidade do escritor, passei a ter a certeza de que é no coração disposto e

apaixonado que está a verdadeira graça e, quando usadas como alimento para a alma, as boas palavras tocam,

instruem e nos ajudam a construir o que queremos ser. Ter a paixão em seu âmago não significa somente ser

apaixonado por alguém, mas ter paixão por viver, essa é a poesia que está dentro da gente e é ela quem reconhece

30 o belo. No mundo em que vivemos, o óbvio precisa ser dito porque muitos ainda estão cegos e surdos para o viver e

ocupados demais para olhar para dentro de si e para o outro. Muitas vezes, é preciso que alguém nos aponte a

direção ou que algo aconteça para que enxerguemos o encanto e a magia de estarmos vivos. Tornando-se mestre

na arte de perceber as maravilhas ao nosso redor, Rubem deixou um imenso legado que faz do amor ingrediente

principal das relações verdadeiras e da alegria um agente transformador.

35 Como ele mesmo diria, “encantou-se” em 19 de julho de 2014 e, em respeito ao seu desejo, suas cinzas foram

colocadas junto à muda de um ipê amarelo, tão citado em seus escritos, permanecendo vivo não somente por meio

das muitas sementes lançadas no canteiro de tantas mentes dispostas à evolução, como também entre as raízes de

sua árvore preferida. Sua maior e mais valiosa herança é a consciência de que o que realmente importa está em

nós, já que ele sempre soube, e fez questão de nos dizer: “é preciso que a gente escute a própria música, é nessa

40 música que está a imagem da nossa felicidade”.

Quanto a mim, desde o dia em que encarei verdadeiramente aquela manifestação da natureza de todas as

tardes, fiquei mais atenta não só para o olhar que lanço sobre as coisas, mas agucei também os ouvidos, ouço a

minha música e me permito ouvir a do meu semelhante. Prestar atenção no que aparenta ser singelo tornou-se

minha magia e desafio diários, uma maneira de manter acesa a chama da poesia que mora em mim.



BERTELLI, Camila. A poesia que mora dentro da gente. Disponível em: <https://vidasimples.co/leitores/a-poesia-que-mora-dentro-da-gente./ >. Acesso em: 2 de set. 2019. Adaptado.

Assinale a alternativa em que o uso do pronome oblíquo átono em posição proclítica é facultativo.

Alternativas
Q2695673 Português

INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para responder às questões que a ele se referem.


Texto 01


A POESIA QUE MORA DENTRO DA GENTE


1 Há sentimentos que fazem morada em nós, mas é preciso que sejam despertados do sono da rotina para que

assim, também nós, estejamos acordados para o que a vida nos oferece. Um acordo entre poesia e liberdade de

pensamento, essa é a fórmula utilizada por Rubem Alves que permanece ao alcance de mentes que ousam se abrir

para a beleza e a sensibilidade.

5 Todas as tardes, após sair do trabalho, passo por uma avenida repleta de árvores, entre elas, um grande ipê

carregado de flores amarelas. Hoje, sei bem sobre os detalhes desse monumento natural porque me permiti olhar

para ele com o reparo merecido. Sei também sobre o ninho de passarinhos no seu mais alto galho e sobre o sorriso

da criança que se encanta com a pequena flor que cai no chão, misturando-se às outras num verdadeiro tapete de

cor. Sei da moça que, delicadamente, procura desviar-se dessas pétalas que tomam conta da calçada com pena de

10 esmagá-las. Posso falar sobre quem, sempre tão ocupado em seu celular, passa e não vê, sobre quem olha, sorri e

segue seu caminho e sobre quem não se cansa de olhar, mas devo confessar que só me dei conta da grandiosidade

do ipê quando, um dia, que parecia ser igual a todos os outros, minha pequena irmã diminuiu o passo, tocou

docemente meu ombro e disse:

– Olha que coisa mais linda essa árvore!

15 Foi então que a observei sem pressa e, finalmente, passei a entender o que Rubem Alves pretendia quando disse

que “os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma”. Compreendi que o modo de ver das crianças é

realmente mais eficaz na percepção do belo e que ele estava completamente lúcido quando escreveu que desejava

conservar nos olhos o fascínio e a capacidade de se assombrar diante do banal, características típicas da infância,

mas que são essenciais aos adultos que desejam tornar-se sábios. Foi preciso que um ser que, aparentemente, não

20 sabe nada sobre a vida, me despertasse para a beleza que estava bem a minha frente. Assim são as mensagens de

Rubem, leves toques no ombro do leitor, despertando sentimentos que já habitam em nós, mas que estavam

adormecidos, instigando a inteligência e a percepção do simples como uma dádiva, uma maneira de provocar a vida.

Distribuídas em mais de 146 obras sustentadas por uma linguagem simples e poética, são uma combinação de

frases colhidas de um coração que acreditava que as palavras só têm sentido quando podem ajudar a ver o mundo

25 melhor.

Adentrando o universo de simplicidade do escritor, passei a ter a certeza de que é no coração disposto e

apaixonado que está a verdadeira graça e, quando usadas como alimento para a alma, as boas palavras tocam,

instruem e nos ajudam a construir o que queremos ser. Ter a paixão em seu âmago não significa somente ser

apaixonado por alguém, mas ter paixão por viver, essa é a poesia que está dentro da gente e é ela quem reconhece

30 o belo. No mundo em que vivemos, o óbvio precisa ser dito porque muitos ainda estão cegos e surdos para o viver e

ocupados demais para olhar para dentro de si e para o outro. Muitas vezes, é preciso que alguém nos aponte a

direção ou que algo aconteça para que enxerguemos o encanto e a magia de estarmos vivos. Tornando-se mestre

na arte de perceber as maravilhas ao nosso redor, Rubem deixou um imenso legado que faz do amor ingrediente

principal das relações verdadeiras e da alegria um agente transformador.

35 Como ele mesmo diria, “encantou-se” em 19 de julho de 2014 e, em respeito ao seu desejo, suas cinzas foram

colocadas junto à muda de um ipê amarelo, tão citado em seus escritos, permanecendo vivo não somente por meio

das muitas sementes lançadas no canteiro de tantas mentes dispostas à evolução, como também entre as raízes de

sua árvore preferida. Sua maior e mais valiosa herança é a consciência de que o que realmente importa está em

nós, já que ele sempre soube, e fez questão de nos dizer: “é preciso que a gente escute a própria música, é nessa

40 música que está a imagem da nossa felicidade”.

Quanto a mim, desde o dia em que encarei verdadeiramente aquela manifestação da natureza de todas as

tardes, fiquei mais atenta não só para o olhar que lanço sobre as coisas, mas agucei também os ouvidos, ouço a

minha música e me permito ouvir a do meu semelhante. Prestar atenção no que aparenta ser singelo tornou-se

minha magia e desafio diários, uma maneira de manter acesa a chama da poesia que mora em mim.



BERTELLI, Camila. A poesia que mora dentro da gente. Disponível em: <https://vidasimples.co/leitores/a-poesia-que-mora-dentro-da-gente./ >. Acesso em: 2 de set. 2019. Adaptado.

Considerando o trecho “Há sentimentos que fazem morada em nós [...]’ (linha 1), pode-se afirmar:

Alternativas
Respostas
2681: D
2682: D
2683: E
2684: B
2685: A
2686: A
2687: D
2688: A
2689: C
2690: C
2691: B
2692: B
2693: C
2694: C
2695: D
2696: C
2697: A
2698: A
2699: B
2700: C