Questões de Português para Concurso
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BRB é eleito o melhor banco de financiamento imobiliário do Brasil
O Banco de Brasília foi eleito o melhor banco do Brasil na categoria “Financiamento imobiliário” pelo Banking Awards, premiação internacional concedida pela publicação International Banker, voltada para o segmento de finanças. Pelo quarto ano consecutivo, o BRB também recebeu o prêmio na categoria “Melhor Inovação em Varejo”.
Disponível em: <https://novo.brb.com.br/imprensa>. Acesso em: 24 abr. 2024, com adaptações.
Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas no processo de construção da mensagem do texto, assinale a alternativa correta.
BRB chega aos 57 anos na melhor forma
Em setembro de 2023, o BRB completou 57 anos de existência, com a melhor performance da história, alcançando números expressivos, como R$ 45 bilhões de ativos totais e R$ 33 bilhões em carteira de crédito. Presente em 93% do território nacional, o banco chegou aos 7,5 milhões de clientes. Atualmente, o banco oferece um portfólio completo, com produtos líderes, serviços únicos e experiências exclusivas aos clientes, apoiando a cultura, o esporte e o entretenimento, realizando sonhos, transformando vidas e gerando emprego e renda.
Disponível em: <https://www.metropoles.com>. Acesso em: 25 abr. 2024, com adaptações.
Considerando a significação contextual das palavras, assinale a alternativa que reproduz integralmente a mensagem do trecho “o BRB completou 57 anos de existência, com a melhor performance da história, alcançando números expressivos”.
Sustentabilidade é estratégica para bancos
Em todo o mundo, 94% das instituições financeiras já reconhecem a sustentabilidade como uma prioridade estratégica. O dado consta no relatório de progresso mais recente do programa “Princípios da ONU para Bancos Responsáveis”, que reúne mais de 300 signatários. Essa percepção também tem se fortalecido no mercado brasileiro – tanto no setor público como no privado. Não há futuro e sucesso econômico sem observarmos as questões socioambientais e climáticas. Os bancos são peças-chave nessa caminhada, têm um papel fundamental em direcionar capital aproveitando as melhores oportunidades em impacto positivo.
COUTINHO, Cláudio. Disponível em: <https://exame.com/esg/ sustentabilidade-e-estrategica-para-bancos-em-2023/>. Acesso em: 25 abr. 2024, com adaptações.
Do ponto de vista da tipologia, o texto deve ser classificado como, predominantemente,
Quando se fala no bioma Amazônia, referimo-nos diretamente à maior floresta tropical do mundo: a Floresta Amazônica. Aproximadamente, 22% das espécies nativas do mundo encontram-se nesse bioma e especificamente na floresta, que abrange uma área de cerca de cinco milhões de quilômetros quadrados. Além da densa Floresta Amazônica, o bioma também conta com muitos outros ecossistemas, como as várzeas (florestas alagadas) e as savanas, e com um complexo sistema hidrográfico.
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/>. Acesso em: 21 abr. 2024, com adaptações.
Assinale a alternativa em que o período apresenta vírgula(s) facultativa(s).
Marque a alternativa com erro de pontuação:
Assinale a alternativa que não contém um exemplo de vício de linguagem:
“Meu pai viu um Da Vinci em sua última visita”. Nesta frase, temos a seguinte figura de linguagem:
Em "O gato pulou rapidamente sobre a mesa.", a palavra "rapidamente" é um:
No trecho "Maria gosta de frutas. Ela as come todos os dias.", os pronomes "Ela" e "as" são exemplos de:
Qual dos seguintes gêneros textuais é caracterizado por uma linguagem objetiva e prática, geralmente utilizado em ambientes oficiais?
Qual das alternativas a seguir melhor descreve o gênero textual "crônica"?
Assinale a alternativa isenta de erros ortográficos:
Texto 02:
Nós, os ridículos
Todos nós consideramos algumas profissões menores: gari, pedreiro, faxineira...olhamos facilmente com sobranceria para aquelas pessoas que todo o dia ralam muito para, literalmente, transformar a nossa vida em algo melhor. Essa manhã, um bando de pedreiro entrou em minha casa para fazer uma obra super necessária. Enquanto ouvia os seus movimentos, para cá e para lá, cobrindo paredes, abrindo caminho pelo chão que protegeram antes sequer de o pisar, pegando todo o material de que vão precisar, pensava precisamente nisso. Por que raio achamos que ser pedreiro é uma profissão menor? Lembro dos olhares na escola para os meninos cujos pais eram pedreiros ou caminhoneiros, como se não fossem trabalhos de que tanto precisamos.
A gente passa dois dias com os garis fazendo greve e sair na rua fica um inferno. Se não houvesse pedreiros...bom, adeus casas, né? Se não houvesse caminhoneiros não sei bem como a gente transportaria bens mais ou menos essenciais entre lugares vários. Se não houvesse faxineiras...e por aí vai.
Fazendo umas contas rápidas, uma faxineira em Lisboa - que cobra em média 7 euros por hora - pode tirar, no final do mês, 1.400 euros ou mais de salário. Em termos nacionais, a média salarial não chega a mil euros [no setor privado é um pouco mais elevada]. Isso significa que uma faxineira, que faz - lá está - o trabalho que ninguém quer fazer, é bem paga por isso. Melhor até do que a maioria dos jornalistas, por exemplo. Ou que um quadro médio. Um pedreiro que seja chefe de uma equipa ganhava, em 2013, uma média de 1.028 euros por mês, segundo os dados da Pordata. Hoje estará ganhando mais.
Para além de fazerem um trabalho super exigente e importante - pedreiro que erre pode fazer, na verdade, sua casa virar um inferno, um prédio ser uma obra perdida e por aí vai; faxineira que falte deixa sua vida uma confusão... - essas pessoas não ganham mal e na maioria das vezes não odeiam o que fazem. Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores? Por que raio nossa profissão deve ser mais bem vista, mais bem paga e mais considerada que a deles?
Que sociedade igualitária é essa que a gente quer que acredita que trabalhador só é válido se tiver diploma na mão e doutorado em filosofia? Penso muitas vezes nisso e em como somos ridículos, nós, o que achamos que somos mais do que o gari que trabalha para manter minha rua limpa.
(Margarida Vaqueiro Lopes. Disponível em https://www.estadao.com.br/viagem/sambando-em-lisboa/nos-os-ridiculos/)
No trecho "Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores?", qual é o principal recurso estilístico utilizado pela autora para reforçar sua crítica?
Texto 02:
Nós, os ridículos
Todos nós consideramos algumas profissões menores: gari, pedreiro, faxineira...olhamos facilmente com sobranceria para aquelas pessoas que todo o dia ralam muito para, literalmente, transformar a nossa vida em algo melhor. Essa manhã, um bando de pedreiro entrou em minha casa para fazer uma obra super necessária. Enquanto ouvia os seus movimentos, para cá e para lá, cobrindo paredes, abrindo caminho pelo chão que protegeram antes sequer de o pisar, pegando todo o material de que vão precisar, pensava precisamente nisso. Por que raio achamos que ser pedreiro é uma profissão menor? Lembro dos olhares na escola para os meninos cujos pais eram pedreiros ou caminhoneiros, como se não fossem trabalhos de que tanto precisamos.
A gente passa dois dias com os garis fazendo greve e sair na rua fica um inferno. Se não houvesse pedreiros...bom, adeus casas, né? Se não houvesse caminhoneiros não sei bem como a gente transportaria bens mais ou menos essenciais entre lugares vários. Se não houvesse faxineiras...e por aí vai.
Fazendo umas contas rápidas, uma faxineira em Lisboa - que cobra em média 7 euros por hora - pode tirar, no final do mês, 1.400 euros ou mais de salário. Em termos nacionais, a média salarial não chega a mil euros [no setor privado é um pouco mais elevada]. Isso significa que uma faxineira, que faz - lá está - o trabalho que ninguém quer fazer, é bem paga por isso. Melhor até do que a maioria dos jornalistas, por exemplo. Ou que um quadro médio. Um pedreiro que seja chefe de uma equipa ganhava, em 2013, uma média de 1.028 euros por mês, segundo os dados da Pordata. Hoje estará ganhando mais.
Para além de fazerem um trabalho super exigente e importante - pedreiro que erre pode fazer, na verdade, sua casa virar um inferno, um prédio ser uma obra perdida e por aí vai; faxineira que falte deixa sua vida uma confusão... - essas pessoas não ganham mal e na maioria das vezes não odeiam o que fazem. Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores? Por que raio nossa profissão deve ser mais bem vista, mais bem paga e mais considerada que a deles?
Que sociedade igualitária é essa que a gente quer que acredita que trabalhador só é válido se tiver diploma na mão e doutorado em filosofia? Penso muitas vezes nisso e em como somos ridículos, nós, o que achamos que somos mais do que o gari que trabalha para manter minha rua limpa.
(Margarida Vaqueiro Lopes. Disponível em https://www.estadao.com.br/viagem/sambando-em-lisboa/nos-os-ridiculos/)
Qual é um dos argumentos que a autora utiliza para demonstrar a importância das profissões desvalorizadas socialmente?
Texto 02:
Nós, os ridículos
Todos nós consideramos algumas profissões menores: gari, pedreiro, faxineira...olhamos facilmente com sobranceria para aquelas pessoas que todo o dia ralam muito para, literalmente, transformar a nossa vida em algo melhor. Essa manhã, um bando de pedreiro entrou em minha casa para fazer uma obra super necessária. Enquanto ouvia os seus movimentos, para cá e para lá, cobrindo paredes, abrindo caminho pelo chão que protegeram antes sequer de o pisar, pegando todo o material de que vão precisar, pensava precisamente nisso. Por que raio achamos que ser pedreiro é uma profissão menor? Lembro dos olhares na escola para os meninos cujos pais eram pedreiros ou caminhoneiros, como se não fossem trabalhos de que tanto precisamos.
A gente passa dois dias com os garis fazendo greve e sair na rua fica um inferno. Se não houvesse pedreiros...bom, adeus casas, né? Se não houvesse caminhoneiros não sei bem como a gente transportaria bens mais ou menos essenciais entre lugares vários. Se não houvesse faxineiras...e por aí vai.
Fazendo umas contas rápidas, uma faxineira em Lisboa - que cobra em média 7 euros por hora - pode tirar, no final do mês, 1.400 euros ou mais de salário. Em termos nacionais, a média salarial não chega a mil euros [no setor privado é um pouco mais elevada]. Isso significa que uma faxineira, que faz - lá está - o trabalho que ninguém quer fazer, é bem paga por isso. Melhor até do que a maioria dos jornalistas, por exemplo. Ou que um quadro médio. Um pedreiro que seja chefe de uma equipa ganhava, em 2013, uma média de 1.028 euros por mês, segundo os dados da Pordata. Hoje estará ganhando mais.
Para além de fazerem um trabalho super exigente e importante - pedreiro que erre pode fazer, na verdade, sua casa virar um inferno, um prédio ser uma obra perdida e por aí vai; faxineira que falte deixa sua vida uma confusão... - essas pessoas não ganham mal e na maioria das vezes não odeiam o que fazem. Então por quê o nosso preconceito? Por que nos achamos superiores? Por que raio nossa profissão deve ser mais bem vista, mais bem paga e mais considerada que a deles?
Que sociedade igualitária é essa que a gente quer que acredita que trabalhador só é válido se tiver diploma na mão e doutorado em filosofia? Penso muitas vezes nisso e em como somos ridículos, nós, o que achamos que somos mais do que o gari que trabalha para manter minha rua limpa.
(Margarida Vaqueiro Lopes. Disponível em https://www.estadao.com.br/viagem/sambando-em-lisboa/nos-os-ridiculos/)
Segundo o texto, qual é a principal crítica da autora em relação à percepção social sobre determinadas profissões?
Texto 01:
“Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos, não há plateia”.
(Machado de Assis, no livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”)
A franqueza mencionada pelo narrador é descrita como a primeira virtude de um defunto. O que essa franqueza permite ao narrador, conforme expresso no texto?
Texto 01:
“Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! que desabafo! que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lentejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos, não há plateia”.
(Machado de Assis, no livro “Memórias póstumas de Brás Cubas”)
No trecho transcrito acima, o narrador atribui à morte uma série de vantagens em comparação à vida. Qual das opções abaixo melhor sintetiza essas vantagens?
Texto I
Os desafios das mulheres que começam em casa e se consolidam na política
Somados à dupla/tripla jornada, há a desigualdade de gênero e o assédio, em todos os ambientes
1 Todos os anos fazemos pesquisas sobre as mulheres para monitorar o avanço ou o retrocesso nesse
tema relevante.
Há mudanças? Há! Mas numa escala e velocidade tão menores do que é necessário que, não raro, temos
que lutar contra o desânimo. Como mudar? Os processos são lentos, mas reside nos programas e
5 políticas públicas o caminho mais eficiente para a universalização de mudanças.
E elas, as políticas, têm acontecido? Sim, mas os mecanismos de dissuasão e as malandragens têm sido
mais eficientes. O ditado do crime que compensa muitas vezes se materializa nesses casos. Com isso
levamos mais tempo — ou perdemos mais tempo — para transformações inexoráveis. Por exemplo: os
partidos políticos são obrigados a ter 30% de candidatas mulheres e investir a mesma proporção do fundo
10 partidário em candidatas. Na última eleição, várias artimanhas foram constatadas para burlar a regra, com
candidaturas laranja para, na realidade, canalizar recursos para o partido e candidaturas masculinas.
Resultado das eleições municipais de 2020: em números redondos, dos 56 mil vereadores eleitos,
somente 9.000 (16%) são mulheres e 47 mil (84%), homens. A sub-representação das mulheres atrasa a
definição de políticas que promovem equidade de gênero.
15 Na pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis/Rede Nossa São Paulo, realizada pelo Ipec na cidade de
São Paulo, duas em cada três mulheres declaram ter sofrido algum tipo de assédio: gestos, olhares
incômodos e comentários invasivos. O lugar onde mais ocorrem é no transporte coletivo, seguido do
ambiente de trabalho. O fato de sabermos que há assédio e onde ocorre contribui para a construção de
soluções. A partir daí é questão de conscientização e decisão política.
20 Os registros de violência contra mulheres aumentaram 700% de 2016 para 2023. Eram 1.276 casos e,
agora, são 9.150. Os números não garantem que os casos aumentaram porque podem indicar a enorme
subnotificação de um passado regido pelo medo e que, paulatinamente, se altera devido ao encorajamento
proporcionado pelo ganho de consciência.
Quando a pergunta é como enfrentar a violência, quase a metade responde: aumentar a punição. Em
25 seguida vêm as medidas protetivas e as campanhas de comunicação. Idealmente, os políticos deveriam
criar políticas para causas comuns e de interesse público, pois representam a população como um todo.
Mas uma maior representação feminina na Câmara de Vereadores ajudaria muito nessas mudanças. Hoje,
a câmara de São Paulo tem 23% de mulheres. Das capitais, Porto Alegre é a que apresenta o maior
percentual de vereadoras, 30%, e Campo Grande, o menor (3%).
30 No mundo da política, as mulheres estão sub-representadas, lembrando que são 51,5% da população
brasileira. No governo Bolsonaro, eram 13% do ministério e, no atual governo Lula, 29%. Na alta liderança
do poder público, elas são 34%.
No mundo empresarial não é diferente — as mulheres também são sub-representadas: 38% ocupam
cargos de liderança, sendo que somente 6% são mulheres negras e 17% são CEOs. No que diz respeito a
35 salários, elas recebem 22% a menos do que homens na mesma função.
A divisão de tarefas domésticas segue desigual. Quatro em cada dez lares de São Paulo têm mulheres
como totalmente responsáveis pela maior parte dos afazeres: limpar a casa, preparar refeições e lavar a
louça são as tarefas mais citadas. Aos homens cabem a manutenção da casa e a retirada do lixo. A
diferença de percepção sobre a divisão de tarefas merece registro: para 32% das mulheres, os serviços
40 são divididos igualmente, mas entre os homens esse percentual sobe para 50%. Aparece aqui o
machismo ainda latente de nossa sociedade.
Dados da União Interparlamentar mostram que o Brasil ocupa a posição 143 entre 188 países no que diz
respeito à quantidade de deputadas no parlamento nacional (18%), o que dá a medida do quão atrasados
estamos se comparados a outros países.
45 Em 2024 temos eleições municipais, momento de olhar as propostas de candidatas e candidatos. Temos
hoje 658 prefeitas (12%) nas 5.570 cidades brasileiras. Diante dessa desigualdade, saber o que propõem
para reduzir a violência e o assédio, aumentar as oportunidades para as mulheres e avançar na equidade
de gênero nas cidades pode ser, sim, parâmetro para a definição do voto.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jorge-abrahao/2024/03/os-desafios-das-mulheres-que-comecam-em-casa-e-se-consolidam-na-politica.shtml. Texto adaptado.
De acordo com o Texto I, responda às questões de números 1 a 8.
A coesão por elipse acontece pela omissão de um termo sem que se comprometa a clareza da oração, pois ele pode ser facilmente subentendido. Em “Diante dessa desigualdade, saber o que propõem...” (l. 46), a elipse do sujeito da forma verbal “propõem” retoma:
Texto I
Os desafios das mulheres que começam em casa e se consolidam na política
Somados à dupla/tripla jornada, há a desigualdade de gênero e o assédio, em todos os ambientes
1 Todos os anos fazemos pesquisas sobre as mulheres para monitorar o avanço ou o retrocesso nesse
tema relevante.
Há mudanças? Há! Mas numa escala e velocidade tão menores do que é necessário que, não raro, temos
que lutar contra o desânimo. Como mudar? Os processos são lentos, mas reside nos programas e
5 políticas públicas o caminho mais eficiente para a universalização de mudanças.
E elas, as políticas, têm acontecido? Sim, mas os mecanismos de dissuasão e as malandragens têm sido
mais eficientes. O ditado do crime que compensa muitas vezes se materializa nesses casos. Com isso
levamos mais tempo — ou perdemos mais tempo — para transformações inexoráveis. Por exemplo: os
partidos políticos são obrigados a ter 30% de candidatas mulheres e investir a mesma proporção do fundo
10 partidário em candidatas. Na última eleição, várias artimanhas foram constatadas para burlar a regra, com
candidaturas laranja para, na realidade, canalizar recursos para o partido e candidaturas masculinas.
Resultado das eleições municipais de 2020: em números redondos, dos 56 mil vereadores eleitos,
somente 9.000 (16%) são mulheres e 47 mil (84%), homens. A sub-representação das mulheres atrasa a
definição de políticas que promovem equidade de gênero.
15 Na pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis/Rede Nossa São Paulo, realizada pelo Ipec na cidade de
São Paulo, duas em cada três mulheres declaram ter sofrido algum tipo de assédio: gestos, olhares
incômodos e comentários invasivos. O lugar onde mais ocorrem é no transporte coletivo, seguido do
ambiente de trabalho. O fato de sabermos que há assédio e onde ocorre contribui para a construção de
soluções. A partir daí é questão de conscientização e decisão política.
20 Os registros de violência contra mulheres aumentaram 700% de 2016 para 2023. Eram 1.276 casos e,
agora, são 9.150. Os números não garantem que os casos aumentaram porque podem indicar a enorme
subnotificação de um passado regido pelo medo e que, paulatinamente, se altera devido ao encorajamento
proporcionado pelo ganho de consciência.
Quando a pergunta é como enfrentar a violência, quase a metade responde: aumentar a punição. Em
25 seguida vêm as medidas protetivas e as campanhas de comunicação. Idealmente, os políticos deveriam
criar políticas para causas comuns e de interesse público, pois representam a população como um todo.
Mas uma maior representação feminina na Câmara de Vereadores ajudaria muito nessas mudanças. Hoje,
a câmara de São Paulo tem 23% de mulheres. Das capitais, Porto Alegre é a que apresenta o maior
percentual de vereadoras, 30%, e Campo Grande, o menor (3%).
30 No mundo da política, as mulheres estão sub-representadas, lembrando que são 51,5% da população
brasileira. No governo Bolsonaro, eram 13% do ministério e, no atual governo Lula, 29%. Na alta liderança
do poder público, elas são 34%.
No mundo empresarial não é diferente — as mulheres também são sub-representadas: 38% ocupam
cargos de liderança, sendo que somente 6% são mulheres negras e 17% são CEOs. No que diz respeito a
35 salários, elas recebem 22% a menos do que homens na mesma função.
A divisão de tarefas domésticas segue desigual. Quatro em cada dez lares de São Paulo têm mulheres
como totalmente responsáveis pela maior parte dos afazeres: limpar a casa, preparar refeições e lavar a
louça são as tarefas mais citadas. Aos homens cabem a manutenção da casa e a retirada do lixo. A
diferença de percepção sobre a divisão de tarefas merece registro: para 32% das mulheres, os serviços
40 são divididos igualmente, mas entre os homens esse percentual sobe para 50%. Aparece aqui o
machismo ainda latente de nossa sociedade.
Dados da União Interparlamentar mostram que o Brasil ocupa a posição 143 entre 188 países no que diz
respeito à quantidade de deputadas no parlamento nacional (18%), o que dá a medida do quão atrasados
estamos se comparados a outros países.
45 Em 2024 temos eleições municipais, momento de olhar as propostas de candidatas e candidatos. Temos
hoje 658 prefeitas (12%) nas 5.570 cidades brasileiras. Diante dessa desigualdade, saber o que propõem
para reduzir a violência e o assédio, aumentar as oportunidades para as mulheres e avançar na equidade
de gênero nas cidades pode ser, sim, parâmetro para a definição do voto.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jorge-abrahao/2024/03/os-desafios-das-mulheres-que-comecam-em-casa-e-se-consolidam-na-politica.shtml. Texto adaptado.
De acordo com o Texto I, responda às questões de números 1 a 8.
“Com isso levamos mais tempo — ou perdemos mais tempo — para transformações inexoráveis.” (l. 7 e 8). No texto, a palavra “inexoráveis” apresenta o significado de:
Texto I
Os desafios das mulheres que começam em casa e se consolidam na política
Somados à dupla/tripla jornada, há a desigualdade de gênero e o assédio, em todos os ambientes
1 Todos os anos fazemos pesquisas sobre as mulheres para monitorar o avanço ou o retrocesso nesse
tema relevante.
Há mudanças? Há! Mas numa escala e velocidade tão menores do que é necessário que, não raro, temos
que lutar contra o desânimo. Como mudar? Os processos são lentos, mas reside nos programas e
5 políticas públicas o caminho mais eficiente para a universalização de mudanças.
E elas, as políticas, têm acontecido? Sim, mas os mecanismos de dissuasão e as malandragens têm sido
mais eficientes. O ditado do crime que compensa muitas vezes se materializa nesses casos. Com isso
levamos mais tempo — ou perdemos mais tempo — para transformações inexoráveis. Por exemplo: os
partidos políticos são obrigados a ter 30% de candidatas mulheres e investir a mesma proporção do fundo
10 partidário em candidatas. Na última eleição, várias artimanhas foram constatadas para burlar a regra, com
candidaturas laranja para, na realidade, canalizar recursos para o partido e candidaturas masculinas.
Resultado das eleições municipais de 2020: em números redondos, dos 56 mil vereadores eleitos,
somente 9.000 (16%) são mulheres e 47 mil (84%), homens. A sub-representação das mulheres atrasa a
definição de políticas que promovem equidade de gênero.
15 Na pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis/Rede Nossa São Paulo, realizada pelo Ipec na cidade de
São Paulo, duas em cada três mulheres declaram ter sofrido algum tipo de assédio: gestos, olhares
incômodos e comentários invasivos. O lugar onde mais ocorrem é no transporte coletivo, seguido do
ambiente de trabalho. O fato de sabermos que há assédio e onde ocorre contribui para a construção de
soluções. A partir daí é questão de conscientização e decisão política.
20 Os registros de violência contra mulheres aumentaram 700% de 2016 para 2023. Eram 1.276 casos e,
agora, são 9.150. Os números não garantem que os casos aumentaram porque podem indicar a enorme
subnotificação de um passado regido pelo medo e que, paulatinamente, se altera devido ao encorajamento
proporcionado pelo ganho de consciência.
Quando a pergunta é como enfrentar a violência, quase a metade responde: aumentar a punição. Em
25 seguida vêm as medidas protetivas e as campanhas de comunicação. Idealmente, os políticos deveriam
criar políticas para causas comuns e de interesse público, pois representam a população como um todo.
Mas uma maior representação feminina na Câmara de Vereadores ajudaria muito nessas mudanças. Hoje,
a câmara de São Paulo tem 23% de mulheres. Das capitais, Porto Alegre é a que apresenta o maior
percentual de vereadoras, 30%, e Campo Grande, o menor (3%).
30 No mundo da política, as mulheres estão sub-representadas, lembrando que são 51,5% da população
brasileira. No governo Bolsonaro, eram 13% do ministério e, no atual governo Lula, 29%. Na alta liderança
do poder público, elas são 34%.
No mundo empresarial não é diferente — as mulheres também são sub-representadas: 38% ocupam
cargos de liderança, sendo que somente 6% são mulheres negras e 17% são CEOs. No que diz respeito a
35 salários, elas recebem 22% a menos do que homens na mesma função.
A divisão de tarefas domésticas segue desigual. Quatro em cada dez lares de São Paulo têm mulheres
como totalmente responsáveis pela maior parte dos afazeres: limpar a casa, preparar refeições e lavar a
louça são as tarefas mais citadas. Aos homens cabem a manutenção da casa e a retirada do lixo. A
diferença de percepção sobre a divisão de tarefas merece registro: para 32% das mulheres, os serviços
40 são divididos igualmente, mas entre os homens esse percentual sobe para 50%. Aparece aqui o
machismo ainda latente de nossa sociedade.
Dados da União Interparlamentar mostram que o Brasil ocupa a posição 143 entre 188 países no que diz
respeito à quantidade de deputadas no parlamento nacional (18%), o que dá a medida do quão atrasados
estamos se comparados a outros países.
45 Em 2024 temos eleições municipais, momento de olhar as propostas de candidatas e candidatos. Temos
hoje 658 prefeitas (12%) nas 5.570 cidades brasileiras. Diante dessa desigualdade, saber o que propõem
para reduzir a violência e o assédio, aumentar as oportunidades para as mulheres e avançar na equidade
de gênero nas cidades pode ser, sim, parâmetro para a definição do voto.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/jorge-abrahao/2024/03/os-desafios-das-mulheres-que-comecam-em-casa-e-se-consolidam-na-politica.shtml. Texto adaptado.
De acordo com o Texto I, responda às questões de números 1 a 8.
“No mundo da política, as mulheres estão sub-representadas, lembrando que são 51,5% da população brasileira.” (l. 30 e 31) Reescrevendo essa frase, o significado que ela tem no texto fica preservado em: