Questões de Concurso Sobre regência em português

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Q1036071 Português
Assinale a alternativa em que a regência do verbo está na forma transitiva direta.
Alternativas
Q1035787 Português

                                      Víamos os nossos pés


      Não sou uma pessoa tropical. Minha terra preferida é o outono em qualquer lugar. No outono as coisas se abrandam e absorvem a luz em vez de refleti-la. É como se a Natureza etc., etc. (O verão não é uma boa estação para literatura descritiva. Me peça o resto da frase no outono.)

      Sempre digo que a praia seria um lugar ótimo se não fossem a areia, o sol e a água fria. É só uma frase. Gosto do mar. O diabo é que a gente sempre tem na cabeça um banho de mar perfeito que nunca se repete. O meu aconteceu em Torres, Rio Grande do Sul, em algum ano da década de 50. Sim, crianças, em 50 já existiam Torres, o oceano Atlântico e este cronista, todos bem mais jovens. O mar de Torres estava verde como nunca mais esteve. Via-se o fundo?

      Via-se o fundo.

      Víamos os nossos pés, embora a água estivesse pelo nosso pescoço, e como eram jovens os nossos pés. Havia algas no mar? Iodo, mães-d’água, siris, dejetos, náufragos, sereias? Não, a água estava límpida como nunca mais esteve. Os únicos objetos estranhos no mar eram os nossos pés, e como isso faz tempo. Até que horas ficamos na água? Alguns anoiteceram dentro d’água e estariam lá até agora se não tivessem que voltar para a cidade, se formar, fazer carreira, casar, envelhecer, essas coisas.

      Como o cronista explica sua aversão ao verão depois de tais lembranças? É que eu não gostava do verão. Gostava de ser mais moço.

(Luis Fernado Verissimo. Em algum lugar do paraíso. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)

A expressão destacada está empregada em conformidade com a regência da norma-padrão da língua na seguinte frase:
Alternativas
Q1035728 Português

                                   Estado de coma


      1902 – Subitamente – nenhuma doença antes, nenhuma febre, nenhum golpe na cabeça, nenhum desgosto – o menino Jorge Henrique Kuntz, de treze anos, residente no bairro da Floresta, em Porto Alegre, entra em coma. Ao menos este é o diagnóstico que formula o Doutor Schultz, médico da família, perplexo diante do estranho caso desse rapazinho que, nunca tendo tido uma doença grave, deitou-se e não mais acordou, apesar dos gritos, das súplicas, das cautelosas picadas de alfinete. É coma, diz o médico, e a família recusa-se a acreditar: o rosto rubicundo, o leve sorriso, a respiração tranquila – isto é coma? Isto é coma, doutor? – pergunta indignado Ignacio José Kuntz, marceneiro e faz-tudo, pai do menino. A mãe, Augusta Joaquina Kuntz, não pergunta nada, não diz nada; chora, abraçada aos outros filhos: as gêmeas, Suzana e Marlene, dois anos mais velhas que Jorge Henrique; e Ernesto Carlos, o caçula. O médico, confuso, apanha a maleta e se retira.

      1938 – Morre o Doutor Schultz. Encontram entre seus papéis um caderno contendo uma descrição detalhada do caso de Jorge Henrique. As inúmeras interrogações dão prova da angústia do velho médico: até o fim, pesquisou, sem êxito, um diagnóstico.

      1944 – Augusta Joaquina completa setenta e cinco anos. As vizinhas querem homenageá-la com uma festa, que ela recusa: não vê motivos para celebrações. Prefere ficar só, com seu filho. É que vê a morte se aproximar.

      Vê a morte se aproximar e nada pode fazer. Mas não se preocupa: há meses vê, junto à cama de Jorge Henrique, um vulto de contornos indistintos, envolto numa aura de suave esplendor. É a este ser, ao anjo da guarda, que confiará o seu filho quando enfim partir.

      Uma madrugada acorda sufocada, estertorando; é, reconhece, o velho coração que fraqueja. Soergue-se no catre, volta os olhos arregalados para o filho.

      – Filho!

      Não consegue levantar-se. Pega os cabelos dele com as mãos, trêmulas, leva-os ao rosto. Filho, murmura, vou para o céu, vou pedir por ti...

      Morre.

      Não fosse isto – a morte – teria visto Jorge Henrique abrir os olhos, sorrir, espreguiçar-se, dizer numa vozinha fraca de nenê: ai, gente, dormi um bocado.

                                                     (Moacyr Scliar, Os melhores contos. Adaptado)

Assinale a alternativa em que a regência verbal está em conformidade com a norma-padrão, nas frases reescritas do texto.
Alternativas
Q1035722 Português

Leia a charge para responder a questão.



Em conformidade com a norma-padrão, o médico também poderia ter informado o resultado ao paciente com o seguinte enunciado:
Alternativas
Q1035483 Português

                               Poucas letras e números


      A ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização) aplicada em 2016 aos terceiranistas de ensino fundamental confirma que a rede pública ainda padece de anemia crônica. Não houve avanço em relação à edição anterior, de 2014. O Ministério da Educação usa quatro níveis para categorizar os alunos – elementar, básico, adequado e desejável – e considera os dois primeiros como insuficientes.

      Mais da metade tem desempenho em leitura e matemática classificado como insuficiente. No primeiro caso, 55% dos alunos carecem da capacidade de identificar, por exemplo, informação explícita no texto de uma lenda ou de uma cantiga folclórica.

      Na ANA anterior, eram 56%. A diferença de apenas um ponto percentual indica que há estagnação, em patamar inadmissível. A situação só se mostra ligeiramente melhor no campo da escrita, com 58% no nível adequado. Na matemática, contudo, a taxa de insuficiência de 55% se repete. Nossos estudantes são fracos nas letras e também nos números.

      Os números gerais ocultam uma disparidade regional duplamente acabrunhante. Primeiro, porque há Estados com 75% de insuficiência ou mais, como Sergipe, Amapá, Maranhão, Pará e Alagoas. Depois, porque os relativamente desenvolvidos Sul e Sudeste exibem níveis baixíssimos de desempenho desejável – 12% em escrita, basta mencionar.

      A educação pública, pois, continua péssima nos Estados mais pobres e muito ruim nos mais ricos. Não há aí surpresa, pois em dois anos não se pode fazer uma revolução do ensino; desaponta, porém, nem sequer notar melhora incremental.

                                                          (Editorial. Folha de S.Paulo, 30.10.2017. Adaptado)

Assinale a alternativa correta quanto à regência e ao emprego de pronomes, de acordo com a norma-padrão.
Alternativas
Q1035139 Português

      Um estudo publicado em junho de 2018 analisa as transformações ocorridas em Hong Kong ao longo de duas décadas, dos anos 1980 aos 2000, com foco em como a mudança de status das mulheres na sociedade e de atitude delas em relação ao casamento impactou o mercado imobiliário da cidade.

      Descobriu-se que as mulheres solteiras tiveram um papel “surpreendente e pouco estudado” na gentrificação de Hong Kong.

      O termo vem do inglês “gentrification”, cunhado nos anos 1960 pela socióloga Ruth Glass para descrever mudanças no perfil de bairros da Zona Norte de Londres e se refere a um processo no qual investimentos que promovem a renovação de um bairro ou região atraem frequentadores e moradores de classes mais altas e provocam a saída de seus habitantes originais, de uma faixa de renda mais baixa.

      Ainda que as mulheres tenham tido papel de agente nesse processo, o estudo ressalta que elas são as principais vítimas da gentrificação, “em decorrência da feminização da pobreza, fenômeno global e onipresente”.

      O conceito de feminização da pobreza corresponde ao aumento absoluto ou relativo da pobreza entre mulheres ou entre famílias chefiadas por mulheres.

(Juliana Domingos de Lima. O papel de mulheres solteiras na gentrificação de Hong Kong. www.nexojornal.com.br, 08.04.2019. Adaptado)

Está em conformidade com a norma-padrão de regência verbal e nominal a frase:
Alternativas
Q1035098 Português
Leia o texto para responder a questão.

Nunca Mais

     Em 1987, ao elaborarmos a nova Constituição, o espírito de época estava associado à expressão “nunca mais”. Que nunca mais houvesse censura, as pessoas pudessem expressar livremente suas ideias, que amarras legais evitassem corrupção e clientelismo e que os mais pobres não fossem mais excluídos do acesso à saúde ou à educação.
     Ao longo dos anos, a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais de flexibilidade e controle social sobre a Administração Pública, mas ainda temos uma máquina pouco azeitada e com enormes dificuldades para uma gestão eficiente. A corrupção, no entanto, parece ter se profissionalizado: quanto mais difícil a operação dados os entraves normativos, mais ela prospera.
      Preparamo-nos para uma nova eleição e parece que novamente olhamos para trás, para o “nunca mais”. Nunca mais corrupção, nunca mais fisiologismo ou acertos na calada da noite. Sim, precisamos promover ética e transparência na política, mas isso é precondição, não realização de governo. É fundamental saber que políticas públicas cada candidato a cargo executivo ou legislativo propõe para o País.
     No caso brasileiro, será decisivo saber o que pensam os candidatos sobre a urgência de melhorar a qualidade da educação brasileira, de garantir maior competitividade para a economia, apoiar a pesquisa aplicada, diminuir a desigualdade social e, finalmente, permitir que entremos todos (sem exclusões) no século 21. Olhar para a frente, afinal temos um país a construir!
(Claudia Costin. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudia-costin/2018/01/1949821-nunca-mais.shtml?loggedpaywall. Acesso em: 04.02.2018)
Reescrevendo-se as frases:
“...a Constituição foi sendo emendada, para permitir pouco mais de flexibilidade e controle social sobre a Administração Pública.” “...será decisivo saber o que pensam os candidatos sobre a urgência de melhorar a qualidade da educação brasileira...”
Obtém-se versão correta, quanto ao padrão de regência nominal e verbal, em:
Alternativas
Q1035041 Português
Leia o texto, para responder a questão.

           Achei que estava bem na foto. Magro, olhar vivo, rindo com os amigos na praia. Quase não havia cabelos brancos entre os poucos que sobreviviam. Comparada ao homem de hoje, era a fotografia de um jovem.
          Tinha cinquenta anos naquela época, entretanto, idade em que me considerava bem distante da juventude. Se me for dado o privilégio de chegar aos noventa em pleno domínio da razão, é possível que uma imagem de agora me cause impressão semelhante.
          O envelhecimento é sombra que nos acompanha desde a concepção. Lidar com a inexorabilidade desse processo exige uma habilidade na qual somos inigualáveis: a adaptação. Não há animal capaz de criar soluções diante da adversidade como nós, de sobreviver em nichos ecológicos que vão do calor tropical às geleiras do Ártico.
          Da mesma forma que ensaiamos os primeiros passos por imitação, temos que aprender a ser adolescentes, adultos e a ficar cada vez mais velhos.
        A ideia de envelhecer aflige mulheres e homens modernos, muito mais do que afligia nossos antepassados. Sócrates tomou cicuta aos 70 anos, Cícero foi assassinado aos 63, Matusalém, sabe-se lá quantos anos teve, mas seus contemporâneos gregos, romanos ou judeus viviam em média 30 anos. No início do século 20, a expectativa de vida ao nascer, nos países da Europa mais desenvolvida, não passava dos 40 anos.
           Os que estão vivos agora têm boa chance de passar dos oitenta. Se assim for, é preciso sabedoria para aceitar que nossos atributos se modificam com o passar dos anos. Que nenhuma cirurgia devolverá, aos 60, o rosto que tínhamos aos dezoito, mas que envelhecer não é sinônimo de decadência física para aqueles que se movimentam, não fumam, comem com parcimônia, exercitam a cognição e continuam atentos às transformações do mundo.
           Considerar a vida um vale de lágrimas, no qual submergimos de corpo e alma ao deixar a juventude, é torná-la experiência medíocre. Julgar, aos 80 anos, que os melhores foram aqueles dos 15 aos 25 é não se dar conta de que a memória é editora autoritária, capaz de suprimir por conta própria as experiências traumáticas e relegar ao esquecimento as inseguranças, medos, desilusões afetivas, riscos desnecessários e as burradas que fizemos nessa época.
             Nada mais ofensivo para o velho do que dizer que ele tem “cabeça de jovem”. É considerá-lo mais inadequado do que o rapaz de 20 anos que se comporta como criança de dez.
         Ainda que maldigamos o envelhecimento, é ele que nos traz a aceitação das ambiguidades, das diferenças, do contraditório e abre espaço para uma diversidade de experiências com as quais nem sonhávamos anteriormente.
(Drauzio Varela, A arte de envelhecer. https://drauziovarella.com.br. Adaptado)
A alternativa em que a frase entre parênteses substitui o trecho destacado observando a norma-padrão de regência é:
Alternativas
Q1034946 Português
Leia o texto para responder a questão.

      A consultoria norte-americana McKinsey lançou em 2016 um relatório sobre mobilidade urbana prevendo que o futuro das grandes cidades será definido por tendências tecnológicas.
      O estudo, feito em parceria com a consultoria Bloomberg New Energy Finance, aposta que, nos próximos 10 a 15 anos, graças à integração de fenômenos como a internet das coisas (conexão via internet entre objetos e equipamentos) e a eletrificação do transporte, a locomoção ficará mais rápida, barata,limpa e eficiente. Para sustentar a previsão, são citados fatos como o barateamento das baterias, o surgimento de serviços de compartilhamento de carros e o crescimento do investimento em tecnologias de carros autônomos. Segundo a pesquisa, existem três modelos de mobilidade urbana avançada que podem ser alcançados até 2030.
     O primeiro modelo, chamado de “limpo e compartilhado”, é mais provável de acontecer em regiões metropolitanas densas e que se encontram em estágio de desenvolvimento, como Nova Deli, Mumbai e Cidade do México. Como essas cidades não se adaptariam facilmente ao uso de carros autônomos, por causa da falta de infraestrutura, a alternativa seria chegar a um transporte mais limpo, com a adoção de veículos elétricos, a otimização da mobilidade compartilhada e a limitação do número de carros próprios nas ruas.
        Para cidades já desenvolvidas e com uma grande região suburbana, como Los Angeles, o modelo seria o de “autonomia privada”. Nesses lugares, o uso de carros continuaria essencial, mas as pessoas adotariam tecnologias como carros autônomos e elétricos. A conectividade pode facilitar a cobrança de taxas e multas em situações de mais congestionamento. O compartilhamento de carros também pode ser uma opção, mas sem substituir os carros próprios em grande escala.
        O modelo mais radical é o de “mobilidade integrada”, com potencial para ser alcançado em cidades muito povoadas e de renda alta, como Chicago, Hong Kong, Cingapura e Londres. Nesse sistema, a mobilidade seria predominantemente feita sob demanda, com opções limpas, baratas e flexíveis – como carros autônomos, carros compartilhados e transporte público de altíssima qualidade. O uso de veículos elétricos seria mais comum, motivado por incentivos econômicos, e tudo seria facilitado pelo uso de plataformas de software que controlam os fluxos de tráfego e promovem a mobilidade como um serviço.
       O relatório não cita nenhuma cidade brasileira.
(“Estudo aponta que locomoção será mais rápida e barata em até 15 anos”. www.folha.uol.com.br. Adaptado)
Considerando as regras de concordância e de regência da norma-padrão da língua, assinale a alternativa em que a expressão destacada está corretamente substituída pelo pronome.
Alternativas
Q1034885 Português

Leia o texto para responder a questão.


Na Finlândia, alunos agora ensinam tecnologia para professores e idosos

     No pouco ortodoxo modelo de ensino que levou a Finlândia ao topo dos rankings globais de educação, uma inovadora inversão de papéis começa a tomar corpo: alunos estão dando aulas aos professores, para ensinar os mestres a otimizar o uso de tecnologias de informação e comunicação nas escolas.

    O projeto OppilasAgentti (“Agentes Escolares”, em tradução livre) está sendo conduzido em cerca de cem escolas finlandesas, e a ideia é levar a nova experiência a um número cada vez maior do universo de 3.450 instituições de ensino do país.

     Trata-se de um modelo para desenvolver as competências tecnológicas não apenas dos professores, mas de toda a comunidade escolar — e também do seu entorno: os alunos da escola Hämeenkylä, por exemplo, também estão dando aulas aos idosos de um asilo local sobre como usar redes sociais, iPads e outros dispositivos eletrônicos.

    “Acreditamos que é importante ensinar nossas crianças a descobrir seus potenciais e a desenvolver seus valores, e mostrar a elas o impacto positivo que cada indivíduo pode exercer na sociedade”, observa Pasi Majasaari, diretor da escola Hämeenkylä, na cidade de Vantaa, próxima à capital Helsinki.

   Os alunos do projeto têm entre 10 e 16 anos de idade. Pelo sistema, os estudantes interessados em participar se apresentam como voluntários e relatam suas competências e habilidades em determinadas áreas. As escolas também oferecem treinamento aos alunos, em aulas ministradas por especialistas de diferentes empresas finlandesas que revendem soluções tecnológicas para o sistema de ensino do país.

    A partir daí, os estudantes produzem um mapeamento das necessidades digitais da escola, sob a orientação de um professor. Eles fazem então um planejamento das atividades necessárias e passam a atuar em três frentes. Na sala dos professores, os alunos dão aulas ocasionais sobre como usar diferentes dispositivos e aplicativos. Professores também podem contatar os estudantes para pedir assistência individual, a fim de solucionar pequenos problemas. E os alunos-mestres também atuam como professores assistentes nas salas de aula, para prestar ajuda tanto aos professores quanto a outros colegas de classe quando determinada lição envolve o uso de tecnologia.

   Inverter o papel tradicional dos alunos nas escolas é mais um pensamento fora da caixa do celebrado sistema finlandês, que conquistou resultados invejáveis nos rankings mundiais de educação com um receituário que inclui menos horas de aulas, poucas lições de casa, férias mais longas e uma baixa frequência de provas.

(Claudia Wallin. www.bbc.com. Adaptado)

O pronome que substitui a expressão destacada em conformidade com a regência padrão da língua está indicado entre colchetes em:
Alternativas
Q1034705 Português

      De cedo, aprendi a subir ladeira e a pegar bonde andando. Posso dizer, com humildade orgulhosa, que tive morros e bondes no meu tempo de menino.

      Nossa pobreza não era envergonhada. Ainda não fora substituída pela miséria nos morros pobres, como o da Geada. Que tinha esse nome a propósito: lá pelos altos do Jaguaré, quando fazia muito frio, no morro costumava gear. Tínhamos um par de sapatos para o domingo. Só. A semana tocada de tamancos ou de pés no chão.

      Não há lembrança que me chegue sem os gostos. Será difícil esquecer, lá no morro, o gosto de fel de chá para os rins, chá de carqueja empurrado goela abaixo pelas mãos de minha bisavó Júlia. Havia pobreza, marcada. Mas se o chá de carqueja me descia brabo pela goela, como me é difícil esquecer o gosto bom do leite quente na caneca esmaltada estirada, amorosamente, também no morro da Geada, pelas mãos de minha avó Nair.

      A miséria não substituíra a pobreza. E lá no morro da Geada, além do futebol e do jogo de malha, a gente criava de um tudo. Havia galinha, cabrito, porco, marreco, passarinho, e a natureza criava rolinha, corruíra, papa-capim, andorinha, quanto. Tudo ali nos Jaguarés, no morro da Geada, sem água encanada, com luz só recente, sem televisão, sem aparelho de som e sem inflação.

      Nenhum de nós sabia dizer a palavra solidariedade. Mas, na casa do tio Otacílio, criavam-se até filhos dos outros, e estou certo que o nosso coração era simples, espichado e melhor. Não desandávamos a reclamar da vida, não nos hostilizávamos feito possessos, tocávamos a pé pra baixo e pra cima e, quando um se encontrava com o outro, a gente não dizia: “Oi!”. A gente se saudava, largo e profundo: − Ô, batuta*!

*batuta: amigo, camarada.

(Texto adaptado. João Antônio. Meus tempos de menino. In: WERNEK, Humberto (org.). Boa companhia: crônicas. São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 141-143) 

Os verbos e o sinal indicativo de crase estão empregados corretamente na seguinte frase, redigida a partir do texto:
Alternativas
Q1034369 Português

Leia as assertivas a seguir:


I. Ela ameaçou com denunciá-lo, caso ele continuasse a assediá-la.

II. Aquela gente carecia de cuidados básicos de higiene e saúde.

III. Ele sempre se sai da sua e acaba não sendo punido por suas calúnias.

IV. Os pais ansiavam em vê-la recebendo seu diploma, afinal!


Assinale a alternativa que se aplica quanto à regência dos verbos acima:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Enfermeiro | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Auditor Fiscal - SF | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Assistente Social – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Analista de Tecnologia da Informação – SAI | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Biólogo - SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Enfermeiro – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Farmacêutico Bioquímico – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Fonoaudiólogo – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Pedagogo – SAS SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Professor de Educação Física – SEL | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Psicólogo – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Terapeuta Ocupacional – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro de Alimentos – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro Ambiental – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro Agrônomo – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Cirurgião-Dentista (20 horas) – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Cirurgião Bucomaxilofacial – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Contador – SF | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro de Segurança do Trabalho – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Fisioterapeuta – SS |
Q1034199 Português

Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a seguir, de acordo com a norma-padrão de regência e de crase.


Consultorias fazem fortunas ensinando ________como manejar___________ digitais protagonizadas pelos membros da geração Y. O que vem inquietando muitos executivos, agora, é ____________ críticas públicas dos próprios funcionários.

(Veja, 01.05.2019. Adaptado)

Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Valinhos - SP Provas: VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Enfermeiro | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Auditor Fiscal - SF | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Assistente Social – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Analista de Tecnologia da Informação – SAI | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Biólogo - SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Enfermeiro – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Farmacêutico Bioquímico – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Fonoaudiólogo – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Pedagogo – SAS SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Professor de Educação Física – SEL | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Psicólogo – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Terapeuta Ocupacional – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro de Alimentos – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro Ambiental – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro Agrônomo – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Cirurgião-Dentista (20 horas) – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Cirurgião Bucomaxilofacial – SS | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Contador – SF | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Engenheiro de Segurança do Trabalho – GP | VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Fisioterapeuta – SS |
Q1034197 Português

      Os millennials – pessoas que têm, hoje, entre 18 e 35 anos –, também conhecidos por Geração Y, têm impactado a forma de a sociedade consumir. Esse grupo, cuja maioria trabalha ou estuda, além de ser engajada em causas sociais e ambientais, segundo levantamento da startup de pesquisas MindMiners, deve atingir seu auge em 2020.

      Os objetos de desejo desses indivíduos variam de acordo com a classe social. Segundo a socióloga e pesquisadora da Antenna Consultoria e Pesquisa, Marilene Pottes, enquanto as mais baixas priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos pais – valorizam vivências.

      Embora os especialistas concordem que esse público é exigente e autêntico, há divergências sobre o recorte exato das idades. Uma pesquisa do Statista, portal alemão líder de estatísticas internacionais na internet, por exemplo, considera consumidores que eram adolescentes na virada do milênio. Já a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel abrange pessoas nascidas de 1979 a 1996. Outro contorno engloba nascidos no início dos anos 80 até meados de 90: nesse caso, teriam recebido a denominação de millennials por atingirem idade de discernimento a partir dos anos 2000, ou se tornarem consumidores na época. Esses jovens se reconhecem como trabalhadores e ambiciosos. Apesar disso, uma grande parte ainda mora com os pais ou outros parentes, dependendo financeiramente da família.

      – É uma geração que pôde estudar mais e ingressar no mercado de trabalho mais tarde. Alguns os consideram mimados, mas, na verdade, eles apenas não querem aceitar qualquer tipo de trabalho – explica a gerente de marketing da MindMiners, Danielle Almeida.

      A Bridge Research também fez um estudo sobre os hábitos desses jovens adultos:

      – Essas pessoas são multitarefas, conseguem trabalhar olhando para o celular, por exemplo. Também são menos leais a marcas do que pessoas de outras idades – destaca Renato Trindade, diretor da empresa de pesquisa. Para o professor da FGV, Roberto Kanter, a principal razão de agradar à geração Y é seu inédito poder de influência:

      – Devido às mídias sociais, os consumidores, e não mais os meios de comunicação, têm sido a principal fonte de informação sobre produtos e serviços.

(Disponível em:<https://oglobo.globo.com/economia>. Acesso em 01.05.2019. Adaptado)

Para estar de acordo com a norma-padrão de regência e de emprego de pronome, a passagem – ... enquanto as [classes] mais baixas priorizam bens duráveis e conforto, as mais altas – que contam com maior suporte financeiro dos pais – valorizam vivências ... – deverá ter como sequência:
Alternativas
Q1033824 Português

Texto para  questão.


Julgue o item no que se refere à correção gramatical e à coerência da proposta de reescrita para cada um dos trechos destacados do texto.


“Além disso, amplia a capacidade de atendimento do estabelecimento.” (linhas 26 e 27): Além do mais, amplia‐se à capacidade de atenção do estabelecimento.

Alternativas
Q1032613 Português
Assinale a alternativa na qual ao menos um verbo apresenta ERRO de flexão ou regência:
Alternativas
Q1032258 Português
Leia as assertivas a seguir:
I. Anseio em voltar a ver minha antiga casa! II. Desrespeitar as leis implica problemas com a justiça. III. A encarregada não nos permite em ficar dentro do escritório no horário de almoço.
Assinale a alternativa que se aplica quanto à regência verbal das orações acima:
Alternativas
Q1032257 Português
Pensando nas normas de regência nominal, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q1031355 Português
Mantendo-se os sentidos e a correção gramatical do texto 1A2-I, o vocábulo “onde”, no trecho “o lugar onde nós vivemos juntos” (. 42 e 43), poderia ser substituído por
Alternativas
Q1031058 Português

      Ao se referir às pessoas com limitações física, intelectual, auditiva, visual ou sensorial, é necessário utilizar termos adequados e atuais, para não corrermos o risco da escolha de expressões que, mesmo involuntariamente, possam denotar algum tipo de discriminação.

      Até o início da década de 1980, quando se falava de diferenças físicas, se utilizavam os termos: “aleijado”, “incapacitado”, “inválido”. Desde o Ano internacional da Pessoa com Deficiência, em 1981, passamos a adotar a expressão “pessoa deficiente”, enfatizando-se, com isso, a pessoa com uma limitação. Passou-se então para “pessoa portadora de deficiência”, que logo caiu em desuso, por se entender que só se porta aquilo que se pode deixar de portar, fato que não costuma ocorrer com uma deficiência. Na década de 1990, a expressão “pessoa com deficiência” foi estabelecida como a mais adequada e permanece até hoje.

      Formas de falar como “ceguinho”, “doente mental”, “ele sofre de paraplegia”, “doente de lepra” embutem sentido discriminatório, tornam a pessoa com deficiência uma vítima ou transformam a deficiência em doença. O mais apropriado é: “pessoa cega” ou “pessoa com deficiência visual”, “pessoa com deficiência mental”, “pessoa com deficiência física”. Deve-se dizer: “pessoa com hanseníase” – a Lei Federal n° 9.010, de 23.03.1995, proíbe a utilização do termo “lepra” e seus derivados.

(Renato D’Ávila. “Expressões não adequadas para tratar das pessoas com deficiência”. http://observatoriodaimprensa.com.br. 18.07.2017. Adaptado)

No que se refere à regência verbal da norma-padrão, duas expressões que substituem corretamente a destacada em – Ao se referir às pessoas... –, sem que qualquer outra alteração seja feita no trecho, são:
Alternativas
Respostas
2921: C
2922: A
2923: D
2924: B
2925: E
2926: E
2927: D
2928: A
2929: A
2930: B
2931: C
2932: D
2933: B
2934: D
2935: E
2936: A
2937: A
2938: C
2939: B
2940: A