Questões de Concurso Sobre regência em português

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Q931219 Português
Leia o texto.

Dança da chuva

Você acredita na dança da chuva? Em 1998, o estado de Roraima teve quase ¼ de seu território queimado por causa de uma seca que já durava três meses. Depois de frustradas tentativa de apagar o fogo, o governo decidiu recorrer à crendice popular. Dois índios caipós, Kucrit e Mantii, foram levados do Mato Grosso até Boa Vista para executar a dança da chuva. As passagens e o hotel foram pagos pela Funai. Os pajés dançaram durante quarenta minutos, às margens do rio Curupira, pedindo chuva ao espírito de um antepassado. Para surpresa geral, a chuva veio e apagou a maior parte dos focos de incêndio.

Marcelo Duarte. O guia dos curiosos.
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) sobre o texto.
( ) O texto corrobora a crendice popular. ( ) A pergunta que inicia o texto é um período simples e o verbo é transitivo direto, já que o termo “dança” não está antecedido de preposição.
( ) Em “recorrer à crendice popular”, o verbo é transitivo indireto o que justifica a presença da crase diante do substantivo feminino. ( ) O termo “às margens do rio” equivale, em sentido, a “nas margens do rio” e a crase está correta. ( ) A última frase do texto apresenta um adjunto adverbial deslocado e essa estrutura frasal justifica a existência da vírgula ali posta. ( ) A regência do verbo “implicar” na frase: “Dança da chuva implica destruição de focos de incêndio na mata”, está correta.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: PROMUN Órgão: Funcabes Prova: PROMUN - 2018 - Funcabes - Escriturário |
Q931170 Português
Assinale a alternativa em que a regência do verbo proceder contraria a norma culta da língua:
Alternativas
Q931035 Português

      Às vezes, quando vejo uma pessoa que nunca vi, e tenho algum tempo para observá-la, eu me encarno nela e assim dou um grande passo para conhecê-la. E essa intrusão numa pessoa, qualquer que seja ela, nunca termina pela sua própria autoacusação: ao nela me encarnar, compreendo-lhe os motivos e perdoo. Preciso é prestar atenção para não me encarnar numa vida perigosa e atraente, e que por isso mesmo eu não queira o retorno a mim mesmo.

      Um dia, no avião... ah, meu Deus – implorei – isso não, não quero ser essa missionária!.

      Mas era inútil. Eu sabia que, por causa de três horas de sua presença, eu por vários dias seria missionária. A magreza e a delicadeza extremamente polida de missionária já me haviam tomado. É com curiosidade, algum deslumbramento e cansaço prévio que sucumbo à vida que vou experimentar por uns dias viver. E com alguma apreensão, do ponto de vista prático: ando agora muito ocupada demais com os meus deveres e prazeres para poder arcar com o peso dessa vida que não conheço – mas cuja tensão evangelical já começo a sentir. No avião mesmo percebo que já comecei a andar com esse passo de santa leiga: então compreendo como a missionária é paciente, como se apaga com esse passo que mal quer tocar o chão, como se pisar mais forte viesse prejudicar os outros. Agora sou pálida, sem nenhuma pintura nos lábios, tenho o rosto fino e uso aquela espécie de chapéu de missionária.

                (Clarice Lispector, Encarnação involuntária. Felicidade clandestina.)

Assinale a alternativa que reescreve os trechos destacados nas passagens – ao nela me encarnar, compreendo-lhe os motivos / com o peso dessa vida que não conheço – mas cuja tensão evangelical já começo a sentir – em conformidade com a norma-padrão e expressando corretamente o sentido do texto.
Alternativas
Q931034 Português

      Às vezes, quando vejo uma pessoa que nunca vi, e tenho algum tempo para observá-la, eu me encarno nela e assim dou um grande passo para conhecê-la. E essa intrusão numa pessoa, qualquer que seja ela, nunca termina pela sua própria autoacusação: ao nela me encarnar, compreendo-lhe os motivos e perdoo. Preciso é prestar atenção para não me encarnar numa vida perigosa e atraente, e que por isso mesmo eu não queira o retorno a mim mesmo.

      Um dia, no avião... ah, meu Deus – implorei – isso não, não quero ser essa missionária!.

      Mas era inútil. Eu sabia que, por causa de três horas de sua presença, eu por vários dias seria missionária. A magreza e a delicadeza extremamente polida de missionária já me haviam tomado. É com curiosidade, algum deslumbramento e cansaço prévio que sucumbo à vida que vou experimentar por uns dias viver. E com alguma apreensão, do ponto de vista prático: ando agora muito ocupada demais com os meus deveres e prazeres para poder arcar com o peso dessa vida que não conheço – mas cuja tensão evangelical já começo a sentir. No avião mesmo percebo que já comecei a andar com esse passo de santa leiga: então compreendo como a missionária é paciente, como se apaga com esse passo que mal quer tocar o chão, como se pisar mais forte viesse prejudicar os outros. Agora sou pálida, sem nenhuma pintura nos lábios, tenho o rosto fino e uso aquela espécie de chapéu de missionária.

                (Clarice Lispector, Encarnação involuntária. Felicidade clandestina.)

Assinale a alternativa em que a substituição das expressões destacadas nas passagens – ... tenho algum tempo para observá-la / ... sucumbo à vida que vou experimentar / ... como se pisar mais forte viesse prejudicar os outros – obedece à norma-padrão de regência e emprego do sinal indicativo de crase.
Alternativas
Q930979 Português

Atenção: Considere o texto a seguir para responder à questão.


A influência da cultura na formação do cidadão

    

    Os costumes, a música, a arte e, principalmente, o modo de pensar e agir fazem parte da cultura de um povo e devem ser preservados para que nunca se perca a singularidade do coletivo.

    Durante muito tempo, o termo cultura foi estudado e acabou sendo dividido em algumas categorias. Cultura segundo a filosofia: conjunto de manifestações humanas, de interpretação pessoal, que condizem com a realidade. Cultura segundo a antropologia: soma dos padrões aprendidos, e que foram desenvolvidos pelo ser humano.

    Por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um povo se caracteriza como um modelo comportamental, integrando segmentos sociais e gerações à medida que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades.


(Adaptado de: ALMEIDA, Heraldo. www.diariodoamapa.com.br)

Atendendo às regras de regência e preservando-se o sentido do texto, em linhas gerais, os dois-pontos, no segundo parágrafo, estarão corretamente substituídos por
Alternativas
Q930877 Português

Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


Um século de cinema*



    Os cem anos do cinema parecem ter a forma de um ciclo de vida: um nascimento inevitável, o contínuo acúmulo de glórias, na última década, o início de um declínio irreversível e degradante. Isso não significa que não haverá filmes novos dignos de se admirar. Mas tais filmes serão mais que exceções: eles terão de ser heroicas violações das normas e dos procedimentos que hoje regem a produção cinematográfica em toda parte no mundo capitalista e em vias de se tornar capitalista – vale dizer, em toda parte.
    Filmes comuns, feitos tão somente para fins de entretenimento (ou seja, comerciais), continuarão a ser espantosamente tolos; a vasta maioria já não consegue deixar de apelar de forma clamorosa para o seu público, cinicamente visado. Enquanto a finalidade de um grande filme é, hoje, mais que nunca, ser uma proeza única, o cinema comercial instituiu para si uma política de produção cinematográfica inchada, derivativa, uma descarada arte combinatória, na esperança de reproduzir sucessos do passado. Todo filme que espera alcançar o maior público possível é planejado como uma forma de reprodução. O cinema, outrora anunciado como a arte do século XX, parece hoje uma arte decadente.

*Excerto de ensaio escrito pela pensadora norte-americana em 1983.

(SONTAG, Susan. Questão de ênfase. Trad. de Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 115 e p. 161)
A regência verbal e o emprego dos pronomes estão plenamente adequados na frase:
Alternativas
Q930350 Português
Das alternativas a seguir, qual obedece a norma culta quanto à regência verbal?
Alternativas
Q926503 Português

                                  O fim do artigo científico


Um pilar da ciência transformou-se em zumbi à espera de um verdugo que abrevie sua agonia e da troca por algo melhor


      Um teste para o leitor: quais destes títulos correspondem a artigos verdadeiros? 1. Desenvolvendo redes ativas usando algoritmos randomizados; 2. Re-representação (sic) como projeto de trabalho em terceirização: uma visão semiótica; 3. As dinâmicas de intersubjetividade e os imperativos monológicos em Dick e Jane: um estudo sobre modos de gêneros transrelacionais; 4. Atalhos e jornadas interiores: construindo identidades portáteis para carreiras contemporâneas.

      Parabéns a quem respondeu 2 e 4. O artigo 2 foi publicado em MIS Quarterly, um dos principais periódicos da área de Gestão da Informação; e o 4 saiu na prestigiosa revista Administrative Science Quarterly. Os demais são falsos. O título 1 foi obra de um software criado por estudantes do MIT, que gera artigos completos, totalmente falsos e absurdos; e o 3 foi retirado de um cartoon de Calvin, no qual o personagem, depois de criá-lo, exclama: “Academia, aqui vou eu!”

      De fato, não falta ironia contra a linguagem adotada em textos científicos. Alguns parecem ter sido criados para inflar achados menores e intimidar leitores com uma linguagem empolada e turva.

      Ocorre que o artigo científico é um dos pilares de desenvolvimento da ciência. Antes de seu surgimento, os resultados de experimentos e novos conhecimentos eram informados em apresentações e por meio de cartas. O artigo científico facilitou a comunicação e acelerou a evolução do conhecimento.

      Hoje, o sistema de publicações científicas compreende milhares de revistas e está estruturado em castas. Grandes grupos editoriais estão por detrás do lucrativo negócio. No topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados. Publicar nesses veículos requer passar pelo duro escrutínio de exigentes avaliadores. Provê status e reconhecimento dos pares. Facilita o acesso a financiamentos e pode acelerar a carreira acadêmica.

      Nos últimos anos, o sistema passou a ser criticado. As universidades, preocupadas com rankings e sob pressão para justificar gastos, passaram a pressionar pesquisadores a publicar mais. Muitos deles mudaram de rumo: em lugar de gerar novo conhecimento, passaram a orientar seus esforços para gerar mais publicações.

      Assim, o foco na ciência foi trocado pelo foco nos indicadores de desempenho e na própria carreira. Do outro lado do balcão, a própria comunidade científica multiplicou o número de periódicos, ampliando o espaço para textos de qualidade duvidosa.

      Mesmo no topo, a situação é preocupante. Textos científicos de eras anteriores eram menos especializados e formais. Eram também mais curtos e diretos. E não havia ainda o fetiche da estatística. A superespecialização da ciência tornou os artigos mais longos, herméticos e cheios de jargão.

      O modelo tornou-se anacrônico e precisa de reformas. Artigos científicos deveriam ser mais simples de escrever e mais rápidos de ler. A forma deveria ceder espaço ao conteúdo. Escapar da forma papel (ou pdf) é o primeiro passo. Em seu lugar, poderíamos ter módulos de conhecimento, curtos e objetivos, especializados e rigorosos, porém também atraentes e interessantes.

      Este sucedâneo deveria se distanciar do hermetismo estatístico tanto quanto das caudalosas digressões textuais. Hiperlinks e recursos interativos poderiam prover acesso direto a bases de dados, textos de apoio, imagens, simulações e outros recursos de interesse dos leitores. Entretanto, mudar somente a forma não é suficiente. Em muitos campos a superespecialização levou à fragmentação, com a multiplicação de pequenos grupos de pesquisa orientados por interesses próprios e pouco dispostos a esforços cooperativos. É preciso reverter essa tendência e fomentar pesquisa em torno de temas aglutinadores, convergentes com as necessidades e demandas da sociedade.

      Recentemente, o editor do periódico Academy of Management Journal, um dos principais do campo da Administração, exortou a comunidade científica a orientar esforços de pesquisa na busca de soluções para problemas críticos que afetam o planeta: pobreza, desigualdade, crise ambiental e muitos outros. Não há escassez de problemas e não temos um planeta de reserva. A ciência deveria fazer mais.

Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/revista/1002/o-fim-do-artigo-cientifico. Acesso em: 21/05/18

Assinale a alternativa cuja justificativa está correta quanto à transitividade verbal.
Alternativas
Q926365 Português


Antônio Vieira. Sermão vigésimo sétimo do rosário. In: Essencial padre Antônio Vieira. Organização e introdução de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que segue.


A correção gramatical do texto seria mantida caso fosse suprimido o vocábulo “esta” no trecho “que da África continuamente estão passando a esta América” (ℓ. 3 e 4), embora o sentido desse trecho fosse alterado.

Alternativas
Q926329 Português

Texto CB2A1BBB




Vanessa Fernandes Correa e Mauro Sérgio Procópio Calliari. As transformações da cidade contemporânea. In: Preservando o patrimônio histórico – um manual para gestores municipais. São Paulo (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1BBB, julgue o próximo item.


No trecho “à análise de cenários alternativos e à inclusão da sociedade na formulação das políticas” (ℓ. 26 a 28), o emprego do sinal indicativo de crase é obrigatório em ambas as ocorrências.

Alternativas
Q925245 Português
Assinale a opção que apresenta uma transgressão de regência verbal.
Alternativas
Q924723 Português
Protestos contra a redução da maioridade penal marcam os 25 anos do ECA
    
    Movimentos sociais e entidades ligadas à defesa dos direitos da criança e do adolescente fizeram hoje (13), em todo o país, uma série de atos contra a redução da maioridade penal. O protestos foram organizados pela Frente Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal. A defesa do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que completa 25 anos hoje (13), também esteve na pauta das manifestações.
    Em São Paulo, o protesto ocorreu em frente à Catedral da Sé, no centro da cidade. O ato foi marcado por discursos e apresentações culturais. “Temos que cobrar a implementação de vários artigos, que são só na teoria, para garantir os direitos totais das crianças e dos adolescentes, e ter menos violência”, disse Katerina Volcov, uma das coordenadoras do protesto em São Paulo.
    No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu na Candelária, no centro da capital fluminense. Além de lembrar os 25 anos do ECA, a presidenta do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro, Mônica Alkmim, disse que os protestos são para mostrar que muita gente é contra a redução da maioridade penal. “A gente quer mostrar para a população que temos argumentos para ser contra, que é preciso, primeiro, efetivar o ECA, com todos tendo acesso a direitos”, afirmou.
    Em Brasília, o protesto ocorreu na Rodoviária do Plano Piloto, onde manifestantes distribuíram panfletos com mensagens contra a redução da maioridade penal às pessoas que passavam pelo local.
    A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 1º deste mês, proposta de emenda à Constituição (PEC) reduzindo a maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos. Ela ainda precisa passar por um segundo turno de votações na Câmara para então ser analisada pelo Senado, também em dois turnos.

Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2015/07/13/interna_brasil,586419/protestoscontra-a-reducao-da-maioridade-penal-marcam-os-25-anos-do-eca.shtm (adaptado para esta prova).
O verbo distribuir, no quarto parágrafo, pode ser classificado como:
Alternativas
Q922074 Português
Está de acordo com as regras de regência verbal da gramática normativa a frase do item:
Alternativas
Q922018 Português

Texto 3


Imagem associada para resolução da questão


Do ponto de vista da regência dos verbos e dos nomes empregados no texto, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q921964 Português

Texto 1 para responder à questão.




ENTSCHEV, Bernt. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br>. Acesso em: 17 maio 2018, com adaptações.
Considerando a norma-padrão e as estruturas linguísticas do texto, assinale a alternativa correta.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2018 - MPE-GO - Secretário Auxiliar |
Q921108 Português
Elas estavam ____ cansadas quando chegaram ____ dormitório. Assinale a alternativa que completa esse enunciado de acordo com a norma culta.
Alternativas
Q920248 Português
Estão empregadas de acordo com a norma-padrão as expressões sublinhadas em:
Alternativas
Q919982 Português
Atenção: A questão refere-se ao que segue.
Na primeira audiência, ele se esforçou em manter-se calado. Indignado com tudo, rejeitava e respondia a qualquer gesto que considerasse suspeito, de quem quer que fosse. Via no banco quem o acusava do que não fizera. Era coisa que levaria tempo para digerir. Ou então, seria motivo de vingança, até mesmo de crime.
A alternativa que deve ser desprezada, por conter comentário INAPROPRIADO, é:
Alternativas
Q919981 Português

Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.


    A vida privada não é uma realidade natural, dada desde a origem dos tempos: é uma realidade histórica. A história da vida privada é, em primeiro lugar, a história de sua definição: como evoluiu sua distinção na sociedade francesa do século XX? Como o domínio da vida privada variou em seu conteúdo e abrangência?

    A questão é tanto mais importante na medida em que não é certo que seu contorno tenha o mesmo sentido em todos os meios sociais. Para a burguesia da Belle Époque1, não há nenhuma dúvida: o “muro da vida privada” separa claramente os domínios. Por trás desse muro protetor, a vida privada e a família coincidem com bastante exatidão. Esse domínio abrange as fortunas, a saúde, os costumes, a religião: se os pais que querem casar os filhos consultam o notário ou o pároco para “tomar informações” sobre a família de um eventual pretendente, é porque a família oculta cuidadosamente ao público o tio fracassado, o irmão de costumes dissolutos e o montante das rendas. E Jaurès2, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.

    Essa separação era organizada por uma densa teia de prescrições. A baronesa Staffe3, por exemplo, cita: “Quanto menos relações mantemos com a vizinhança, mais merecemos a estima e consideração dos que nos cercam”, “não devemos falar de assuntos íntimos com os parentes ou amigos que viajam conosco na presença de desconhecidos”. O apartamento ou a casa burguesa, aliás, se caracterizam por uma nítida diferença entre as salas para as visitas e os demais aposentos. O lugar da família propriamente dita não é o salão: as crianças não entram no aposento quando há visitas e, como explica a baronesa, as fotos de família ficariam deslocadas nesse recinto. Ademais, as salas de visitas não são abertas a todos. Se toda dama da boa sociedade tem seu “dia” de receber − em 1907, são 178 em Nevers4 −, a visita à esposa de um figurão supõe uma apresentação prévia. As salas de recepção estabelecem, portanto, um espaço de transição para a vida privada propriamente dita.


(Adaptado de: PROST, Antoine. Fronteiras e espaços do privado. In: PROST, Antoine; VINCENT, Gérard (orgs.). História da vida privada 5: Da Primeira Guerra a nossos dias. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 14 e 15.)

Obs.: 1 Período de cultura cosmopolita na história da Europa que vai de fins do século XIX até a eclosão da Primeira Guerra Mundial.

2 Jean Léon Jaurès (1859-1914): político socialista francês.

3 Pseudônimo de Blanche-Augustine-Angèle Soyer (1843-1911), autora francesa, célebre em seu tempo pela obra Uso do mundo, sobre como saber viver na sociedade moderna.

4 Região da França, ao sul-sudeste de Paris.

E Jaurès, respondendo a um deputado socialista que lhe censurava a comunhão solene da filha: “Meu caro colega, você sem dúvida faz o que quer de sua mulher, eu não”, marcava com grande precisão a fronteira entre sua existência de político e sua vida privada.
Sobre o que se tem no trecho acima transcrito, comenta-se com propriedade
Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Agente Policial |
Q919335 Português
Assinale a alternativa correta no que se refere ao emprego dos elementos destacados.
Alternativas
Respostas
3261: C
3262: A
3263: A
3264: B
3265: A
3266: B
3267: D
3268: A
3269: E
3270: C
3271: C
3272: D
3273: B
3274: A
3275: C
3276: C
3277: A
3278: A
3279: A
3280: D