Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q1883186 Português

Para responder à questão, considere o fragmento de texto abaixo.



Os vocábulos ‘Atreladas’ (linha 01) e ‘em vão’ (linha 04), sem provocar alteração na estrutura ou no sentido do texto, poderiam ser substituídos, respectivamente, por: 
Alternativas
Q1882841 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

Nesta quinta-feira, dia 9, ____14h, a Secretaria da Família (Pró-família) faz a doação de mais de 50 produtos, entre bonecas de panos e naninhas (travesseirinhos), ____ integrantes do Clube de Mãe da Hermann Barthel, na Associação de Moradores da Rua Hermann Barthel, no bairro Velha Central.

O objetivo é de contemplar as crianças em situação de vulnerabilidade social e que residem na região com os produtos doados. De acordo com a Pró-família, o próprio Clube de Mãe do local fará a entrega ____ população, em um evento programado para ser realizado já no sábado, dia 11, ____ 16h.

A confecção das bonecas de pano contou com a participação de idosas assistidas pela Pró-família, incluindo integrantes de Clubes de Mães e voluntárias da comunidade. Além de ajudar quem precisa de atenção, tem como objetivo também de resgatar ____ tradição cultural da confecção de bonecas de pano, que foram feitas totalmente com materiais recicláveis doados por empresas parceiras. [...]

Disponível em: https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-pro-familia/ pro-familia/secretaria-da-famailia-faz-doaacaao-de-bonecas-de-pano-ao-clubede-maae-da-hermann-barthel17 Acesso em: 07/dez/2021. [adaptado]
É um antônimo possível de "assistidas":
Alternativas
Q1882701 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Nas primeiras décadas da Colônia Blumenau, as construções tinham características comuns as encontradas em determinadas regiões da atual Alemanha. A tipologia feita com estrutura de madeira encaixada com fechamento de tijolos aparentes não significa que não existia mais capital para "rebocar" a edificação. Os tijolos são os mesmos usados nas construções ou arquitetura Backstein Expressionimus, que, traduzindo do alemão, significa "Arquitetura Expressionista", feita com tijolos, ou expressionismo em ladrilho - arquitetura características do Norte da Alemanha, de onde é oriunda essa forma de construir. Os novos ricos da região do Vale do Itajaí, do início do século XX, e que já adotavam o novo estilo internacional Art Deco e o eclético, rebocavam suas casas urbanas (em enxaimel) e alguns no interior da colônia, criando a falsa afirmativa de que essas edificações eram tipicamente rurais e não urbanas. A Colônia Blumenau teve, em todo o seu território, a presença de edificações construídas com a técnica enxaimel trazida pelos primeiros imigrantes no final do século XIX e início do século XX.


(Fonte: Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Acervo iconográfico - Fundo Memória da Cidade - Blumenau - Arquitetura - cla: 5.7.49b / Wittmann, Angelina, Revista História Catarina, p.22-4). Disponível em: 0 ttps://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-cultural/fcblu/memaoria-digital-enxaimel10. Acesso em 06/dez/2021.[adaptado]
Sobre o trecho "Nas primeiras décadas da Colônia Blumenau, as construções tinham características comuns as encontradas em determinadas regiões da atual Alemanha.", analise:

I-A vírgula em "Nas primeiras décadas da Colônia Blumenau," está marcando a antecipação de um adjunto adverbial de lugar deslocado.
II-A palavra "décadas" pode ter como sinônimo "decênios".
III-No trecho "...as construções tinham características comuns às encontradas em determinadas regiões da atual Alemanha.", é obrigatório o uso do sinal indicativo de crase no segundo 'as'.

É CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q1882217 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.



As lições das árvores que perdem as folhas no outono





(Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colunistas/lira-neto/ – texto adaptado especialmente para esta prova). 


Assinale a alternativa que NÃO apresenta uma possibilidade de reescrita do trecho a seguir por desviar-se do sentido original proposto no texto: “Hora de deleite e, ao mesmo tempo, de introspecção.” (l. 24-25).
Alternativas
Q1882215 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.



As lições das árvores que perdem as folhas no outono





(Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/opiniao/colunistas/lira-neto/ – texto adaptado especialmente para esta prova). 


Assinale a alternativa que indica palavra que poderia substituir o vocábulo “envergar” (l.04) sem alteração do sentido original do texto:
Alternativas
Q1881381 Português
Nas primeiras décadas da Colônia Blumenau, as construções tinham características comuns as encontradas em determinadas regiões da atual Alemanha. A tipologia feita com estrutura de madeira encaixada com fechamento de tijolos aparentes não significa que não existia mais capital para "rebocar" a edificação. Os tijolos são os mesmos usados nas construções ou arquitetura Backstein Expressionimus, que, traduzindo do alemão, significa "Arquitetura Expressionista", feita com tijolos, ou expressionismo em ladrilho - arquitetura características do Norte da Alemanha, de onde é oriunda essa forma de construir. Os novos ricos da região do Vale do Itajaí, do início do século XX, e que já adotavam o novo estilo internacional Art Deco e o eclético, rebocavam suas casas urbanas (em enxaimel) e alguns no interior da colônia, criando a falsa afirmativa de que essas edificações eram tipicamente rurais e não urbanas. A Colônia Blumenau teve, em todo o seu território, a presença de edificações construídas com a técnica enxaimel trazida pelos primeiros imigrantes no final do século XIX e início do século XX.


(Fonte: Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Acervo iconográfico - Fundo Memória da Cidade - Blumenau - Arquitetura - cla: 5.7.49b / Wittmann, Angelina, Revista História Catarina, p.22-4). Disponível em: 0 ttps://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/fundacao-cultural/fcblu/memaoria-digital-enxaimel10. Acesso em 06/dez/2021.[adaptado]
Sobre o trecho "Nas primeiras décadas da Colônia Blumenau, as construções tinham características comuns as encontradas em determinadas regiões da atual Alemanha.", analise:

I-A vírgula em "Nas primeiras décadas da Colônia Blumenau," está marcando a antecipação de um adjunto adverbial de lugar deslocado.
II-A palavra "décadas" pode ter como sinônimo "decênios".
III-No trecho "...as construções tinham características comuns às encontradas em determinadas regiões da atual Alemanha.", é obrigatório o uso do sinal indicativo de crase no segundo 'as'.

É CORRETO o que se afirma em:
Alternativas
Q1881145 Português
“Maior fronteira agrícola do mundo
está no bioma amazônico”,
diz pesquisador da Embrapa


POPOV, Daniel. Canal Rural. Disponível em: https://www.canalrural.com.br/projeto-soja-brasil/noticia/maior-fronteira-agricola-
-mundo-amazonia-embrapa/. 19 set. 2019. Acesso em: 30 nov.
2021. Adaptado.
No trecho “Portanto, a responsabilidade do agricultor brasileiro é muito grande.” (parágrafo 1), a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido, por
Alternativas
Q1881047 Português
TEXTO I

A resistência (trecho)

   Isto não é uma história. Isto é história.
   Isto é história e, no entanto, quase tudo o que tenho ao meu dispor é a memória, noções fugazes de dias tão remotos, impressões anteriores à consciência e à linguagem, resquícios indigentes que eu insisto em malversar em palavras. Não se trata aqui de uma preocupação abstrata, embora de abstrações eu tanto me valha: procurei meu irmão no pouco que escrevi até o momento e não o encontrei em parte alguma. Alguma ideia talvez lhe seja justa, alguma descrição porventura o evoque, dissipei em parágrafos sinuosos uns poucos dados ditos verídicos, mais nada. Não se depreenda desta observação desnecessária, ao menos por enquanto, a minha ingenuidade: sei bem que nenhum livro jamais poderá contemplar ser humano nenhum, jamais constituirá em papel e tinta sua existência feita de sangue e de carne. Mas o que digo aqui é algo mais grave, não é um formalismo literário: falei do temor de perder meu irmão e sinto que o perco a cada frase.
   Por um instante me confundo, esqueço que também as coisas precedem as palavras, que tratar de acessá-las implicará sempre novas falácias, e, como antes pelo texto, parto por este apartamento à procura de rastros do meu irmão, atrás de algo que me restitua sua realidade. Não estou em sua casa, a casa dos meus pais onde o imagino fechado no quarto, não posso bater à sua porta. Milhares de quilômetros nos separam, um país inteiro nos separa, mas tenho a meu favor o estranho hábito de nossa mãe de ir deixando, pelas casas da família, objetos que nos mantenham em contato. Neste apartamento de Buenos Aires ninguém mora. Desde a morte dos meus avós ele é só uma estância de passagem, encruzilhada de familiares distantes, distraídos, apressados, esquecidos da existência dos outros. Encontro um álbum de fotos cruzado na estante, largado no ângulo exato que o faça casual. Tenho que virar algumas páginas para que enfim me assalte o rosto do meu irmão, para que enfim me surpreenda o que eu já esperava.

Julián Fuks
(Extraído de: A resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2015)
No segundo parágrafo, a palavra “malversar” pode ser substituída, mantendo o sentido global da frase, por:
Alternativas
Q1880689 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


(Disponível em: https://frotas.unidas.com.br/blog/entenda-os-grandes-riscos-de-usar-o-celular-no-transito/ – texto adaptado especialmente para esta prova)
Assinale a alternativa que contém uma palavra de sentido oposto à palavra “fundamental” (linha 11), levando em consideração o contexto.
Alternativas
Q1880688 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


(Disponível em: https://frotas.unidas.com.br/blog/entenda-os-grandes-riscos-de-usar-o-celular-no-transito/ – texto adaptado especialmente para esta prova)
A expressão “De acordo com” (linha 05) poderia ser substituída, sem alterar o sentido do texto, por:
Alternativas
Q1880687 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


(Disponível em: https://frotas.unidas.com.br/blog/entenda-os-grandes-riscos-de-usar-o-celular-no-transito/ – texto adaptado especialmente para esta prova)
Qual das alternativas abaixo apresenta palavra de sentido sinônimo à “diversos” (linha 02), considerando o contexto?
Alternativas
Q1880563 Português
    As bibliotecas escolares, em seus diversos modos de ser e de se manifestar, geralmente são foco de muitas das atividades e experiências vinculadas ao conceito de “promoção de leitura”. A partir da segunda metade do século XX, com distintos desdobramentos conforme as circunstâncias em que a escolarização se desenvolvia, começaram a conviver, de forma tensa, dois discursos sobre a leitura nos períodos da infância e da adolescência: o discurso da leitura para o estudo, quase sempre relacionada à obrigatoriedade, e aquele voltado à leitura livre, à qual logo foi associada a ideia bastante difusa de prazer.
    A confluência de ambos os discursos foi possível graças ao pacto entre a escola e outras experiências externas a ela, principalmente, embora não de maneira exclusiva, por parte das bibliotecas públicas.

BAJOUR, Cecilia. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. São Paulo: Editora Pulo do Gato, 2012. p. 77. (Fragmento).

Assinale a alternativa que apresenta o trecho que NÃO pode substituir o fragmento negritado no texto, por não manter adequação semântica.
Alternativas
Q1880560 Português
O texto abaixo refere-se à questão.


COP26 fracassa

    
    A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) foi encerrada oficialmente ontem em Glasgow (Escócia). Os primeiros rascunhos de um acordo global ficaram muito aquém das expectativas da Organização das Nações Unidas (ONU) e da maioria dos cidadãos dos 193 países participantes.

    Após 12 dias de conversações, faltaram entendimentos e acertos para evitar que haja uma alta de 1,5ºC na temperatura do planeta até 2030 — 10 anos antes da previsão inicial.

      [...]

    Mantido o atual ritmo de aquecimento, o mundo estará entre 2,4% e 2,7% mais quente no fim do século. Conter o avanço do aquecimento global implica revisão dos modelos econômicos de produção e consumo, com rápida migração para uma economia verde.

    A indústria automobilística teria que acelerar uma profunda alteração na linha de produção, substituindo os combustíveis fósseis por outras fontes de energia para a movimentação dos veículos.

    As políticas ambientais, por sua vez, deveriam se voltar à preservação e recomposição das florestas, sobretudo as tropicais, que têm capacidade de absorção de gás carbônico (CO2), um dos grandes vilões do aquecimento, ao lado da queima de carvão e dos gases lançados pelos veículos na atmosfera.

    Embora, no discurso, os líderes mundiais concordem com a necessidade de conter o aquecimento global, os aspectos econômicos e financeiros pesam na tomada de decisões. Os países em desenvolvimento cobram promessas de financiamento das nações mais ricas. Por sua vez, os desenvolvidos não cumprem o que foi acordado. O impasse está estabelecido.

    Países, como o Brasil, com grandes reservas de petróleo evitam os debates sobre a eliminação do combustível fóssil. Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo, têm sérias divergências no campo comercial e resistem quanto à revisão dos meios de produção.

    Enquanto os chefes de Estado se distanciam do que deveria ser ponto de convergência — a defesa do planeta e de todas as vidas que nele habitam —, a natureza segue em seus desarranjos que, na avaliação dos cientistas, são catastróficos e ameaças concretas à perenidade da humanidade. A falta de consenso pode, e os sinais são claros, levar o mundo para uma caminho sem retorno.


Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2021/11/4962895-cop26-fracassa.html. Acesso em: 30 nov. 2021. (Texto modificado).
A expressão “por sua vez” é um recurso de articulação entre os parágrafos 5 e 4, que apresentam algumas medidas necessárias para conter o aquecimento global.

A indústria automobilística teria que acelerar uma profunda alteração na linha de produção, substituindo os combustíveis fósseis por outras fontes de energia para a movimentação dos veículos.
As políticas ambientais, por sua vez, deveriam se voltar à preservação e recomposição das florestas, sobretudo as tropicais[...]

Em seu lugar, outros articuladores poderiam ser usados sem prejuízo do sentido, EXCETO:
Alternativas
Q1880437 Português

Leia o texto, para responder à questão.



      O escritor argentino Jorge Luis Borges, que não era muito simpático à etimologia, apontou a inutilidade de saber que a palavra cálculo veio do latim “calculus”, pedrinha, em referência aos pedregulhos usados antigamente para fazer contas.


      Tal conhecimento, argumentou o genial autor de “A Biblioteca de Babel”, não nos permite “dominar os arcanos da álgebra”. Verdade: ninguém aprende a calcular estudando etimologia.


      O que Borges não disse é que o estudo da história das palavras abre janelas para como a linguagem funciona, como produz seus sentidos, que de outro modo permaneceriam trancadas. É pouco?


      Exemplo: a história de “calculus” não ensina ninguém a fazer contas, mas a do vírus ilustra muito bem o mecanismo infeccioso que opera dentro dos – e entre os – idiomas.


      O latim clássico “virus”, empregado por Cícero e Virgílio, é a origem óbvia da palavra sob a qual se abriga a apavorante covid-19. Ao mesmo tempo, é uma pista falsa.


      Cícero e Virgílio não faziam ideia da existência de um troço chamado vírus. Este só seria descoberto no século 19, quando o avanço das ciências e da tecnologia já tinha tornado moda recorrer a elementos gregos e latinos para cunhar novas expressões para novos fatos.


      Contudo, a não ser pelo código genético rastreável em palavras como visgo, viscoso e virulento, fazia séculos que o “virus” latino hibernava. Foi como metáfora venenosa que, já às portas do século 20, saiu do frigorífico clássico para voltar ao quentinho das línguas.


      Em 1898, o microbiologista holandês Martinus Beijerink decidiu batizar assim certo grupo de agentes infecciosos invisíveis aos microscópios de então, com o qual o francês Louis Pasteur tinha esbarrado primeiro ao estudar a raiva.


      O vírus nasceu na linguagem científica, mas era altamente contagioso. Acabou se tornando epidêmico no vocabulário comum de diversas línguas. O vírus da palavra penetrou no vocabulário da computação em 1972, como nome de programas maliciosos que se infiltram num sistema para, reproduzindo-se, colonizá-lo e infectar outros.


      No século 21, com o mundo integrado em rede, deu até num verbo novo, viralizar. Foi a primeira vez que um membro da família ganhou sentido positivo, invejável: fazer sucesso na internet, ser replicado em larga escala nas redes sociais. 


      Mesmo essa acepção, como vimos, tinha seu lado escuro, parente de um uso metafórico bastante popular que a palavra carrega há décadas. No século passado, tornou-se possível falar em “vírus do fascismo”, por exemplo. Ou “vírus da burrice”.


      Antigamente, quando se ignorava tudo sobre os vírus, uma receita comum que as pessoas usavam para se proteger do risco de contrair as doenças provocadas por eles era rezar. Está valendo. 


(Sérgio Rodrigues. O vírus da linguagem. Folha de S.Paulo, 12.03.2020. Adaptado)

Considere a passagem:

      Mesmo essa acepção, como vimos, tinha seu lado escuro, parente de um uso metafórico bastante popular que a palavra carrega décadas. No século passado, tornou-se possível falar em “vírus do fascismo”, por exemplo. Ou “vírus da burrice”. 

Os termos destacados na passagem transcrita podem ser corretamente substituídos por:
Alternativas
Q1880436 Português

Leia o texto, para responder à questão.



      O escritor argentino Jorge Luis Borges, que não era muito simpático à etimologia, apontou a inutilidade de saber que a palavra cálculo veio do latim “calculus”, pedrinha, em referência aos pedregulhos usados antigamente para fazer contas.


      Tal conhecimento, argumentou o genial autor de “A Biblioteca de Babel”, não nos permite “dominar os arcanos da álgebra”. Verdade: ninguém aprende a calcular estudando etimologia.


      O que Borges não disse é que o estudo da história das palavras abre janelas para como a linguagem funciona, como produz seus sentidos, que de outro modo permaneceriam trancadas. É pouco?


      Exemplo: a história de “calculus” não ensina ninguém a fazer contas, mas a do vírus ilustra muito bem o mecanismo infeccioso que opera dentro dos – e entre os – idiomas.


      O latim clássico “virus”, empregado por Cícero e Virgílio, é a origem óbvia da palavra sob a qual se abriga a apavorante covid-19. Ao mesmo tempo, é uma pista falsa.


      Cícero e Virgílio não faziam ideia da existência de um troço chamado vírus. Este só seria descoberto no século 19, quando o avanço das ciências e da tecnologia já tinha tornado moda recorrer a elementos gregos e latinos para cunhar novas expressões para novos fatos.


      Contudo, a não ser pelo código genético rastreável em palavras como visgo, viscoso e virulento, fazia séculos que o “virus” latino hibernava. Foi como metáfora venenosa que, já às portas do século 20, saiu do frigorífico clássico para voltar ao quentinho das línguas.


      Em 1898, o microbiologista holandês Martinus Beijerink decidiu batizar assim certo grupo de agentes infecciosos invisíveis aos microscópios de então, com o qual o francês Louis Pasteur tinha esbarrado primeiro ao estudar a raiva.


      O vírus nasceu na linguagem científica, mas era altamente contagioso. Acabou se tornando epidêmico no vocabulário comum de diversas línguas. O vírus da palavra penetrou no vocabulário da computação em 1972, como nome de programas maliciosos que se infiltram num sistema para, reproduzindo-se, colonizá-lo e infectar outros.


      No século 21, com o mundo integrado em rede, deu até num verbo novo, viralizar. Foi a primeira vez que um membro da família ganhou sentido positivo, invejável: fazer sucesso na internet, ser replicado em larga escala nas redes sociais. 


      Mesmo essa acepção, como vimos, tinha seu lado escuro, parente de um uso metafórico bastante popular que a palavra carrega há décadas. No século passado, tornou-se possível falar em “vírus do fascismo”, por exemplo. Ou “vírus da burrice”.


      Antigamente, quando se ignorava tudo sobre os vírus, uma receita comum que as pessoas usavam para se proteger do risco de contrair as doenças provocadas por eles era rezar. Está valendo. 


(Sérgio Rodrigues. O vírus da linguagem. Folha de S.Paulo, 12.03.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o autor emprega exclusivamente palavras em sentido próprio.
Alternativas
Q1880161 Português

Considerando a correção gramatical e a coerência das propostas de substituições no texto, julgue o item.


“precisam de” (linha 14) por requerem 

Alternativas
Q1880121 Português

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

A respeito dos pronomes destacados em “Para com esse barulho” (texto 1) e “Esta noite mesmo” (texto 2), assinale a afirmativa correta. 
Alternativas
Q1880114 Português

FUGA


De repente você resolve: fugir.

Não sabe para onde nem como

nem por quê (no fundo você sabe

a razão de fugir; nasce com a gente).

É preciso FUGIR.

Sem dinheiro sem roupa sem destino.

Esta noite mesmo. Quando os outros

estiverem dormindo.

Ir a pé, de pés nus.

Calçar botina era acordar os gritos

que dormem na textura do soalho.


Levar pão e rosca; para o dia.

Comida sobra em árvores

infinitas, do outro lado do projeto:

um verdor eterno,

frutescente (deve ser).

Tem à beira da estrada, numa venda.

O dono viu passar muitos meninos

que tinham necessidade de fugir

e compreende.

Toda estrada, uma venda

para a fuga.


Fugir rumo da fuga

que não se sabe onde acaba

mas começa em você, ponta dos dedos.

Cabe pouco em duas algibeiras

e você não tem mais do que duas.

Canivete, lenço, figurinhas

de que não vai se separar

(custou tanto a juntar).

As mãos devem ser livres

para pessoas, trabalhos, onças

que virão.


Fugir agora ou nunca. Vão chorar,

vão esquecer você? ou vão lembrar-se?

(lembrar é que é preciso,

compensa toda fuga.)

Ou vão amaldiçoá-lo, pais da Bíblia?

Você não vai saber. Você não volta nunca.

(Essa palavra nunca, deliciosa.)

Se irão sofrer, tanto melhor.

Você não volta nunca nunca nunca.

E será esta noite, meia-noite

Em ponto.


Você dormindo à meia-noite.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Fuga. In: Menino antigo.

Rio de Janeiro: José Olympio, 1973. p. 155-156.

Em “(...) no fundo você sabe a razão de fugir (...)” (versos 3 e 4), a expressão destacada significa:
Alternativas
Q1879943 Português
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


(Disponível em: https://exame.com/blog/sofia-esteves/volta-pandemia-comunicacao-nao-verbal/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta palavra ou expressão de mesmo valor semântico ao da locução conjuntiva “à medida que” (l. 29).
Alternativas
Respostas
4321: A
4322: C
4323: B
4324: C
4325: D
4326: E
4327: D
4328: B
4329: D
4330: E
4331: B
4332: A
4333: A
4334: A
4335: C
4336: E
4337: C
4338: E
4339: D
4340: C