Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Missa do Galo (excertos)
Nunca pude esquecer a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem, quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
(ASSIS, Machado de. Missa do Galo. In Contos Consagrados – Rio de Janeiro: Ediouro; São Paulo: Publifolha, 1997. P. 75)
Alguém paga
Trinta anos após a Declaração de Alma-Ata, aprovada na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, cuja meta era levar “Saúde para Todos no Ano 2000”, um terço da população mundial continua sem acesso a serviços básicos de saúde. Em todo o mundo, centenas de milhões de pessoas sofrem com a falta de alimentos, água potável, moradia, saneamento básico e educação.
A situação persiste e desafia a liderança e a capacidade de ação de autoridades e especialistas porque lida com uma complexa conjunção de fatores políticos, sociais, econômicos e científico-tecnológicos. Problemas globais demandam soluções globais. Nesta categoria está a ampliação do acesso das populações aos medicamentos.
E o ponto central quando se aborda a questão da oferta de medicamentos a “preços acessíveis” são as fontes de financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de substâncias para o tratamento de doenças de larga incidência em países pobres e ricos.
Pois os custos envolvidos nas diversas etapas de P&D de um medicamento são estimados em centenas de milhões de dólares. E o dinheiro precisa vir de algum lugar: Poder Público (isto é, a população), empresas (acionistas e investidores), etc.
Recentemente, um laboratório público anunciou a venda de um novo medicamento a “preço de custo”. Na verdade, a pesquisa do produto foi paga por um consórcio de países e organizações não-governamentais. O tal preço de custo referia-se apenas aos gastos de fabricação. Se o medicamento tivesse de ser desenvolvido integralmente – da pesquisa básica à última fase da pesquisa clínica –, seu preço seria muito maior.
Para o economista Jeffrey Sachs, assessor especial do secretário-geral da ONU para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, doenças como a malária poderiam ser superadas por meio de investimentos coordenados mundialmente. Ele reconhece, no entanto, que faltam fundos globais para que este objetivo seja alcançado.
Enquanto a comunidade internacional não chega a um consenso sobre um grande pacto que defina fontes de financiamento, a indústria farmacêutica realiza os elevados investimentos necessários ao desenvolvimento de moléculas inovadoras, que serão mais tarde recuperados no preço de venda desses produtos.
Sem a decisiva contribuição da indústria, a mobilização para o controle da epidemia de Aids não teria tido o sucesso que alcançou, no bojo de um processo que levou à criação de 88 medicamentos e atualmente financia o teste de 92 novas substâncias.
Em 2006, a indústria farmacêutica mundial investiu mais de US$ 75 bilhões na pesquisa de moléculas para o tratamento de milhares de doenças, como tuberculose (19 substâncias), malária (20), doenças materno-infantis (219), doenças predominantes entre as mulheres (mais de 700), etc.
Para além da retórica e de projetos ainda incipientes, o fato é que os principais avanços das últimas décadas na síntese de medicamentos resultaram da iniciativa da indústria farmacêutica e não de governos, organismos internacionais ou ONGs.
(Ciro Mortella, O Globo, 25/08/2008)
Julgue os seguintes itens, a respeito de idéias e estruturas lingüísticas do texto:
I. O texto faz uma crítica à comunidade internacional que não define fontes de financiamento para a produção de medicamentos.
II. “Problemas globais demandam soluções globais” – “demandam”, na frase, pode ser substituído por “exigem”, mantendo o mesmo sentido.
III. Pode-se inferir do 1° parágrafo que dois terços da população têm acesso a serviços básicos de saúde.
IV. As palavras “saúde” e “países” obedecem à mesma regra de acentuação.
Estão corretas apenas as afirmativas:
Alguém paga
Trinta anos após a Declaração de Alma-Ata, aprovada na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, cuja meta era levar “Saúde para Todos no Ano 2000”, um terço da população mundial continua sem acesso a serviços básicos de saúde. Em todo o mundo, centenas de milhões de pessoas sofrem com a falta de alimentos, água potável, moradia, saneamento básico e educação.
A situação persiste e desafia a liderança e a capacidade de ação de autoridades e especialistas porque lida com uma complexa conjunção de fatores políticos, sociais, econômicos e científico-tecnológicos. Problemas globais demandam soluções globais. Nesta categoria está a ampliação do acesso das populações aos medicamentos.
E o ponto central quando se aborda a questão da oferta de medicamentos a “preços acessíveis” são as fontes de financiamento para a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) de substâncias para o tratamento de doenças de larga incidência em países pobres e ricos.
Pois os custos envolvidos nas diversas etapas de P&D de um medicamento são estimados em centenas de milhões de dólares. E o dinheiro precisa vir de algum lugar: Poder Público (isto é, a população), empresas (acionistas e investidores), etc.
Recentemente, um laboratório público anunciou a venda de um novo medicamento a “preço de custo”. Na verdade, a pesquisa do produto foi paga por um consórcio de países e organizações não-governamentais. O tal preço de custo referia-se apenas aos gastos de fabricação. Se o medicamento tivesse de ser desenvolvido integralmente – da pesquisa básica à última fase da pesquisa clínica –, seu preço seria muito maior.
Para o economista Jeffrey Sachs, assessor especial do secretário-geral da ONU para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, doenças como a malária poderiam ser superadas por meio de investimentos coordenados mundialmente. Ele reconhece, no entanto, que faltam fundos globais para que este objetivo seja alcançado.
Enquanto a comunidade internacional não chega a um consenso sobre um grande pacto que defina fontes de financiamento, a indústria farmacêutica realiza os elevados investimentos necessários ao desenvolvimento de moléculas inovadoras, que serão mais tarde recuperados no preço de venda desses produtos.
Sem a decisiva contribuição da indústria, a mobilização para o controle da epidemia de Aids não teria tido o sucesso que alcançou, no bojo de um processo que levou à criação de 88 medicamentos e atualmente financia o teste de 92 novas substâncias.
Em 2006, a indústria farmacêutica mundial investiu mais de US$ 75 bilhões na pesquisa de moléculas para o tratamento de milhares de doenças, como tuberculose (19 substâncias), malária (20), doenças materno-infantis (219), doenças predominantes entre as mulheres (mais de 700), etc.
Para além da retórica e de projetos ainda incipientes, o fato é que os principais avanços das últimas décadas na síntese de medicamentos resultaram da iniciativa da indústria farmacêutica e não de governos, organismos internacionais ou ONGs.
(Ciro Mortella, O Globo, 25/08/2008)
Leia o texto a seguir, para responder às questão.
O direito à tristeza
Contardo Calligaris
As crianças têm dois deveres. Um, salutar, é o dever de crescer e parar de ser crianças. O outro, mais complicado, é o de ser felizes, ou melhor, de encenar a felicidade para os adultos. Esses dois deveres são um pouco contraditórios, pois, crescendo e saindo da infância, a gente descobre, por exemplo, que os picolés não são de graça. Portanto, torna-se mais difícil saltitar sorrindo pelos parques à espera de que a máquina fotográfica do papai imortalize o momento. Em suma, se obedeço ao dever de crescer, desobedeço ao dever de ser feliz. A descoberta dessa contradição pode levar uma criança a desistir de crescer. E pode fazer a tristeza (às vezes o desespero) de outra criança, incomodada pela tarefa de ser, para a família inteira, a representante da felicidade que os adultos perderam (por serem adultos, porque a vida é dura, porque doem as costas, porque o casamento é tenso, porque não sabemos direito o que desejamos).
A ideia da infância como um tempo específico, bem distinto da vida adulta, sem as atrapalhações dos desejos sexuais, sem os apertos da necessidade de ganhar a vida, é recente. Tem pouco mais de 200 anos. Idealizar a infância como tempo feliz é uma peça central do sentimento e da ideologia da modernidade. É crucial lembrar-se disso na hora em que somos convidados a espreitar índices e sinais de depressão nas nossas crianças.
O convite é irresistível, pois a criança deprimida contraria nossa vontade de vê-la feliz. Um menino ou uma menina tristes nos privam de um espetáculo ao qual achamos que temos direito: o espetáculo da felicidade à qual aspiramos, da qual somos frustrados e que sobra para as crianças como uma tarefa. “Meu filho, minha filha, seja feliz por mim.” É só escutar os adultos falando de suas crianças tristes para constatar que a vida da criança é sistematicamente desconhecida por aqueles que parecem se preocupar com a felicidade do rebento. “Como pode, com tudo que fazemos e fizemos por ela?” ou “Como pode, ele que não tem preocupação nenhuma, ele que é criança?”. A criança triste é uma espécie de desertor: abandonou seu lugar na peça da vida dos adultos, tirou sua fantasia de palhaço.
Conselho aos adultos (pais, terapeutas etc.): quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente não é reconhecer os “sinais” de uma doença e inventar jeitos de lhe devolver uma caricatura de sorriso. O mais urgente, para seu bem, é reconhecer que uma criança tem o DIREITO de estar triste, porque ela não é apenas um boneco cuja euforia deve nos consolar das perdas e danos de nossa existência; ela tem vida própria.
Mais uma observação para evitar a precipitação. Aparentemente, nas últimas décadas, a depressão se tornou uma doença muito comum. Será que somos mais tristes que nossos pais e antepassados próximos? Acredito que não. As más línguas dizem que a depressão foi promovida como doença pelas indústrias farmacêuticas, quando encontraram um remédio que podiam comercializar para “curá-la”. Mas isso seria o de menos. É mais importante notar que a depressão se tornou uma doença tão relevante (pelo número de doentes e pela gravidade do sofrimento), porque ela é um pecado contra o espírito do tempo. Quem se deprime não pega peixes e ainda menos sobe no bonde andando.
Será que vamos conseguir transformar também a tristeza infantil num pecado? Claro que sim. Aliás, amanhã, quando seu filho voltar da escola, além de verificar se ele não está com frieiras, veja também se ele não pegou uma deprê. E, se for o caso, dê um castigo, pois, afinal, como é que ele ousa fazer cara feia quando acabamos de lhe comprar um gameboy? Ora! E, se o castigo não bastar, pílulas e terapia nele. Qualquer coisa para evitar de admitir que a infância não é nenhum paraíso.
Disponível em: <https://laboratoriodesensibilidades.wordpress.com/2012/08/08/o-direito-a-tristeza-contardo-calligari-2/> Acesso em: 20 nov. 2018.
( ) A palavra em destaque, em “... encenar a felicidade para os adultos.” (1° parágrafo) está empregada em sentido denotativo, significando “simular, fingir”. ( ) O particípio “convidados” (2° parágrafo) e o substantivo “convite” (3° parágrafo) são empregados com sentido irônico, uma vez que o contexto comunicativo não admite a ideia literal de invitação. ( ) A sentença “... tirou sua fantasia de palhaço.” (3° parágrafo) é empregada figurativamente, aproximando a conduta da criança e a atitude do palhaço por meio da ideia de representação. ( ) A sentença “Quem se deprime não pega peixes e ainda menos sobe no bonde andando.” (5° parágrafo) é construída a partir de duas frases feitas, a fim de que sejam compreendidas literalmente.
A sequência correta, de cima para baixo, é
Leia o texto a seguir, para responder às questão.
O direito à tristeza
Contardo Calligaris
As crianças têm dois deveres. Um, salutar, é o dever de crescer e parar de ser crianças. O outro, mais complicado, é o de ser felizes, ou melhor, de encenar a felicidade para os adultos. Esses dois deveres são um pouco contraditórios, pois, crescendo e saindo da infância, a gente descobre, por exemplo, que os picolés não são de graça. Portanto, torna-se mais difícil saltitar sorrindo pelos parques à espera de que a máquina fotográfica do papai imortalize o momento. Em suma, se obedeço ao dever de crescer, desobedeço ao dever de ser feliz. A descoberta dessa contradição pode levar uma criança a desistir de crescer. E pode fazer a tristeza (às vezes o desespero) de outra criança, incomodada pela tarefa de ser, para a família inteira, a representante da felicidade que os adultos perderam (por serem adultos, porque a vida é dura, porque doem as costas, porque o casamento é tenso, porque não sabemos direito o que desejamos).
A ideia da infância como um tempo específico, bem distinto da vida adulta, sem as atrapalhações dos desejos sexuais, sem os apertos da necessidade de ganhar a vida, é recente. Tem pouco mais de 200 anos. Idealizar a infância como tempo feliz é uma peça central do sentimento e da ideologia da modernidade. É crucial lembrar-se disso na hora em que somos convidados a espreitar índices e sinais de depressão nas nossas crianças.
O convite é irresistível, pois a criança deprimida contraria nossa vontade de vê-la feliz. Um menino ou uma menina tristes nos privam de um espetáculo ao qual achamos que temos direito: o espetáculo da felicidade à qual aspiramos, da qual somos frustrados e que sobra para as crianças como uma tarefa. “Meu filho, minha filha, seja feliz por mim.” É só escutar os adultos falando de suas crianças tristes para constatar que a vida da criança é sistematicamente desconhecida por aqueles que parecem se preocupar com a felicidade do rebento. “Como pode, com tudo que fazemos e fizemos por ela?” ou “Como pode, ele que não tem preocupação nenhuma, ele que é criança?”. A criança triste é uma espécie de desertor: abandonou seu lugar na peça da vida dos adultos, tirou sua fantasia de palhaço.
Conselho aos adultos (pais, terapeutas etc.): quando uma criança parece estar deprimida, o mais urgente não é reconhecer os “sinais” de uma doença e inventar jeitos de lhe devolver uma caricatura de sorriso. O mais urgente, para seu bem, é reconhecer que uma criança tem o DIREITO de estar triste, porque ela não é apenas um boneco cuja euforia deve nos consolar das perdas e danos de nossa existência; ela tem vida própria.
Mais uma observação para evitar a precipitação. Aparentemente, nas últimas décadas, a depressão se tornou uma doença muito comum. Será que somos mais tristes que nossos pais e antepassados próximos? Acredito que não. As más línguas dizem que a depressão foi promovida como doença pelas indústrias farmacêuticas, quando encontraram um remédio que podiam comercializar para “curá-la”. Mas isso seria o de menos. É mais importante notar que a depressão se tornou uma doença tão relevante (pelo número de doentes e pela gravidade do sofrimento), porque ela é um pecado contra o espírito do tempo. Quem se deprime não pega peixes e ainda menos sobe no bonde andando.
Será que vamos conseguir transformar também a tristeza infantil num pecado? Claro que sim. Aliás, amanhã, quando seu filho voltar da escola, além de verificar se ele não está com frieiras, veja também se ele não pegou uma deprê. E, se for o caso, dê um castigo, pois, afinal, como é que ele ousa fazer cara feia quando acabamos de lhe comprar um gameboy? Ora! E, se o castigo não bastar, pílulas e terapia nele. Qualquer coisa para evitar de admitir que a infância não é nenhum paraíso.
Disponível em: <https://laboratoriodesensibilidades.wordpress.com/2012/08/08/o-direito-a-tristeza-contardo-calligari-2/> Acesso em: 20 nov. 2018.
( ) O verbo virar possui diversas regências, variando-as conforme o sentido que ele é empregado. No período “o dia virou noite” (linhas 1 e 2), foi empregado na acepção de transformar-se em, portanto, é um verbo de ligação e o substantivo noite tem a função sintática de predicativo do sujeito.
( ) A pontuação, na Língua Portuguesa, tem, entre muitas, a finalidade de assinalar pausas, esclarecer períodos, separar palavras. Em: “o dia virou noite: as luminárias das ruas se acenderam automaticamente” (linhas 1 e 2) os dois pontos foram usados para interromper a ideia expressa anteriormente.
( ) É correto afirmar que o autor do texto mantém distância em relação aos fatos narrados, porque não há comprovação de que os “rios voadores” fazem parte do território nacional.
( ) Da leitura do texto, subentende-se que as queimadas e o desmatamento da Amazônia prejudicam a formação dos “rios voadores” que jorram suas águas por todo o território nacional.
( ) Nos segmentos “fenômeno com ares apocalípticos” (linha 4) e “Mais do que a difusa ideia” (linha 7), se as palavras destacadas forem substituídas, na sequência, por obscuros e disseminada, a coerência e o sentido, no texto, são mantidos.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
( ) A estrutura “Flávio Lima, coordenador geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade Estadual de Rio Grande do Norte (UERN)” (linhas 3 a 5), reforçada pela palavra destacada, justifica porque eles se preocupam em salvar apenas os animais que fazem parte da ordem dos mamíferos aquáticos.
( ) No período “há muitos navios cruzando a área onde teria ocorrido o vazamento” (linha 18) o verbo destacado está flexionado no presente do indicativo e sendo usado como sinônimo de existir, logo é classificado como verbo impessoal, portanto só pode ser flexionado na terceira pessoa do singular, seja qual for o tempo e o modo verbal.
( ) Na estrutura “são muito remotas as possibilidades de exsudação de petróleo” (linhas 13 e 14) se as palavras destacadas forem substituídas por longínquas e expunção, sequencialmente, ainda assim, mantém-se o sentido e a coerência no texto.
( ) No período “o que é negado pelo país vizinho” (linha 9) observa-se a construção da voz passiva analítica, com um agente da passiva indeterminado, isso se justifica porque o próprio texto também não determina o responsável pelo derramamento de óleo, assim comprova-se a coerência semântica textual e gramatical.
( ) O sintagma “As investigações sobre a origem do óleo ainda não avançaram” (linha 1) revela que, mesmo apesar de todo o empenho das empresas estatais brasileiras e venezuelanas para as pesquisas, a situação permanece estagnada quanto à grande massa oleosa em toda a costa marítima brasileira.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Fonte: Evanildo da Silveira. Um rio que corre no céu, in Revista Galileu, ed.339, outubro de 2019,
pp.8 e 9. Adaptado.
Analise as proposições em relação ao Texto , e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) O verbo virar possui diversas regências, variando-as conforme o sentido que ele é empregado. No período “o dia virou noite” (linhas 1 e 2), foi empregado na acepção de transformar-se em, portanto, é um verbo de ligação e o substantivo noite tem a função sintática de predicativo do sujeito.
( ) A pontuação, na Língua Portuguesa, tem, entre muitas, a finalidade de assinalar pausas, esclarecer períodos, separar palavras. Em: “o dia virou noite: as luminárias das ruas se acenderam automaticamente” (linhas 1 e 2) os dois pontos foram usados para interromper a ideia expressa anteriormente.
( ) É correto afirmar que o autor do texto mantém distância em relação aos fatos narrados, porque não há comprovação de que os “rios voadores” fazem parte do território nacional.
( ) Da leitura do texto, subentende-se que as queimadas e o desmatamento da Amazônia prejudicam a formação dos “rios voadores” que jorram suas águas por todo o território nacional.
( ) Nos segmentos “fenômeno com ares apocalípticos” (linha 4) e “Mais do que a difusa ideia” (linha 7), se as palavras destacadas forem substituídas, na sequência, por obscuros e disseminada, a coerência e o sentido, no texto, são mantidos.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/10/14/semdetalhes-investigacao-sobre-oleo-no-mar-esbarra-em-limites-tecnicos.htm, acesso em outubro 2019.
Analise as proposições em relação ao Texto , e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa.
( ) A estrutura “Flávio Lima, coordenador geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade Estadual de Rio Grande do Norte (UERN)” (linhas 3 a 5), reforçada pela palavra destacada, justifica porque eles se preocupam em salvar apenas os animais que fazem parte da ordem dos mamíferos aquáticos.
( ) No período “há muitos navios cruzando a área onde teria ocorrido o vazamento” (linha 18) o verbo destacado está flexionado no presente do indicativo e sendo usado como sinônimo de existir, logo é classificado como verbo impessoal, portanto só pode ser flexionado na terceira pessoa do singular, seja qual for o tempo e o modo verbal.
( ) Na estrutura “são muito remotas as possibilidades de exsudação de petróleo” (linhas 13 e 14) se as palavras destacadas forem substituídas por longínquas e expunção, sequencialmente, ainda assim, mantém-se o sentido e a coerência no texto.
( ) No período “o que é negado pelo país vizinho” (linha 9) observa-se a construção da voz passiva analítica, com um agente da passiva indeterminado, isso se justifica porque o próprio texto também não determina o responsável pelo derramamento de óleo, assim comprova-se a coerência semântica textual e gramatical.
( ) O sintagma “As investigações sobre a origem do óleo ainda não avançaram” (linha 1) revela que, mesmo apesar de todo o empenho das empresas estatais brasileiras e venezuelanas para as pesquisas, a situação permanece estagnada quanto à grande massa oleosa em toda a costa marítima brasileira.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2019/10/14/semdetalhes-investigacao-sobre-oleo-no-mar-esbarra-em-limites-tecnicos.htm, acesso em outubro 2019.
Analise as proposições em relação ao Texto.
I. Na estrutura “Sem dúvida é o maior desastre ambiental” (linhas 2 e 3) a palavra destacada, quanto à morfologia, classifica-se adjetivo e, quanto à flexão de grau, está na forma analítica, pois segue padrões especiais, por se tratar de um vocábulo cuja origem é latina.
II. A expressão “petróleo cru” (linha 7) refere-se ao petróleo que ainda não foi refinado, ou seja, “in natura”, por não ter ainda a sua origem definida, ser uma incógnita o seu surgimento nas praias do Nordeste.
III. No período “Ele e sua equipe estão envolvidos” (linha 5), quanto à sintaxe, as palavras destacadas são, sequencialmente, sujeito composto e predicativo do sujeito.
IV. A estrutura “O caso é muito complexo e inédito na história do Brasil” (linhas 11 e 12) afirma que, por ter sido um fato ocorrido pela primeira vez em águas brasileiras, a situação tornou-se alarmante e catastrófica, pois provocou a contaminação, também, em águas estrangeiras.
V. As aspas (“ ”) representam um recurso gráfico empregado, além de outras situações, também, para abrir ou fechar o discurso, logo um sinal de pontuação utilizado na produção de textos, em especial nos narrativos. Nos exemplos do texto, elas foram usadas para a citação direta, representando a fala, no discurso, de entrevistados.
Assinale a alternativa correta.
“A beleza, no fim”, de Marina Colasanti
Você folheia um livro, uma revista, e de repente, como se cruzasse uma esquina, um fato pelo qual não esperava está à sua frente. Como a foto em que esbarrei ao virar uma página 7.
Ali estava uma cena de museu absolutamente incomum. Diante de um auto retrato de Rembrandt, moldura dourada sobre parede cinzenta, uma mulher cujo rosto não se vê porque voltado para o quadro, olha. Não está de pé. Está deitada em uma maca hospitalar conectada a aparelhos. Quatro assistentes estão com ela. Todos olham o quadro, menos a jovem mulher que controla os aparelhos.
O fotógrafo é Roel Foppen, militar aposentado, acompanhante voluntário da Stichting Ambulance Wens, uma associação holandesa cuja finalidade é a realização de desejos de doentes em fase terminal. De ambulância, a associação leva pessoas próximas à morte para rever algum país, cidade, obra, parente ou amigo que lhe seja especialmente caro e cuja visão queira ter consigo na última viagem.
“No dia 3 de março – diz o autor da foto – levamos três doentes de mobilidade reduzida ao Rijksmuseum. Eram 17 horas. Tínhamos o museu somente para nós.” A luz que incidia sobre o quadro, iluminando o olhar quase amoroso com que o velho pintor parecia dialogar com a mulher, chamou sua atenção. Afastou-se e fotografou.
Nada disse à mulher, uma senhora de 78 anos, portadora de esclerose lateral amiotrófica. O rosto dela não aparece, a discrição é absoluta, e ele não quis interromper o seu momento de contemplação. Mais tarde, postou a foto nas redes sociais – é possível que você que agora me lê a tenha visto – não para exibir sua foto, mas para chamar a atenção do mundo para a atividade da associação.
Certamente chamou a minha. Parei como todos os que estão na foto. Porém, não para olhar o “Auto retrato com dois círculos”, obra do final da vida de Rembrandt da qual todos nos sentimos íntimos, e sim para permitir que a visão daquele gesto de amor ao próximo e de busca da beleza afagasse minha alma diariamente maltratada pelo noticiário.
A associação de ideias recolheu na memória um filme visto no início da década de 70, “Soylent Green”. Definido como ficção científica é, na verdade, uma ficção profética que retrata Nova Iorque no ano de 2022, com 40 milhões de habitantes. A ciência conseguiu vencer as doenças, mas o calor é sufocante, a água é só para beber, no planeta poluído e super povoado os recursos naturais se esgotaram, a população pobre suada e suja se alimenta de tabletes fornecidos pela indústria Soylent. O último lançamento de tabletes é verde.
Não foi pelos tabletes que me lembrei do filme. Foi pela cena final, quando o velho companheiro do detetive Thorn (Charlton Heston) decide que chegou a hora de morrer e se encaminha para a Casa, espaço destinado aos que querem receber o fim através de um medicamento. Ali, deitado numa maca diante de imensa tela, verá projetadas durante vinte minutos cenas de como o planeta era antes, rico e verdejante, com seus campos e bosques, seus rios claros, suas geleiras e desertos, seus imensos oceanos. Acompanhando as cenas, ouve a Patética, de Tchaikovsky e a Pastoral, de Beethoven. E morre levando consigo a harmonia da criação.
Não foi só a personagem Sol, que levou atrás dos olhos essa visão. Seu intérprete, o ator Edward G. Robinson estava doente de câncer, terminal. A cena foi uma dupla despedida que fez chorar Charlton Heston. Edward G. Robinson morreu 10 dias após o término das filmagens.
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O turista pode começar a escalada por dois países: Nepal ou China. Cada nação é responsável por estabelecer suas regras e conceder as autorizações. No lado chinês, as coisas são bem mais sérias: já se exige a comprovação de que o alpinista tenha escalado outras montanhas antes de encarar o maior pico do mundo.
O Nepal procura seguir o mesmo caminho. As novas regras exigem que o turista já tenha escalado uma montanha de pelo menos 6.500 metros. A inexperiência dos alpinistas que entraram pelo Nepal, até então, era visível: dos 11 mortos no Everest este ano, 9 estavam do lado nepalês.
Devido à flexibilidade nas regras do país, algumas companhias de baixa qualidade têm oferecido o serviço de assistência na escalada por um preço menor. Por isso, as novas regras também exigem que o turista tenha pago pelo menos 35 mil dólares pelo serviço. Além disso, a companhia precisa ter ao menos três anos de experiência em guiar expedições de grandes altitudes. O preço pode parecer alto, mas ainda está abaixo da média cobrada pelas companhias nepalesas. Segundo a Outside, os turistas, no geral, costumam pagar pelo menos 40 mil dólares – valor que pode chegar até 130 mil.
As regras foram atualizadas por uma comissão de oficiais do governo, experts em escalada e agências que representam a comunidade de alpinistas. Todos fizeram recomendações para ajudar a regular melhor o processo.
O governo pretende colocar as regras em prática antes da temporada de escalada do ano que vem — e, possivelmente, evitar tragédias futuras.
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida.
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Vinicius de Moraes.
( ) “Guiará” denota uma ação simultânea ao momento da escrita do texto. ( ) “Chocou” e “deixou” denotam ações ocorridas durante um período definido.
( ) “Está” poderia ser substituído por “estava”, sem alteração de sentido.
Assinale a alternativa com a ordem CORRETA, de cima para baixo: