Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Atenção: Nesta prova, considera-se uso correto da Língua Portuguesa o que está de acordo com a norma padrão escrita.
Leia o texto a seguir para responder a questão sobre seu conteúdo.
EXISTEM PESSOAS CRUÉIS DISFARÇADAS DE BOAS PESSOAS
Adaptado de: http://www.resilienciamag.com/existem-pessoas-crueis-disfarcadas-de-boas-pessoas/ Acesso em 26 jan 2017.
Existem pessoas cruéis disfarçadas de boas pessoas. São seres que machucam, que agridem por intermédio de uma chantagem emocional maquiavélica baseada no medo, na agressão e na culpa. Aparentam ser pessoas altruístas, mas na verdade escondem interesses ocultos e frustrações profundas.
Muitas vezes ouve-se dizer que “quem machuca o faz porque em algum momento da vida também já foi machucado”. Que quem foi magoado, magoa. No entanto, ainda que por trás destas ideias exista uma base verídica, existe outro aspecto que sempre nos custa admitir: A maldade existe. As pessoas cruéis, por vezes, dispõem de certos componentes biológicos que as empurram em direção a determinados comportamentos agressivos.
O cientista e divulgador Marcelino Cereijudo nos assinala algo interessante. “Não existe o gene da maldade, porém há certos aspectos biológicos e culturais que a podem propiciar”. A parte mais complexa deste tema é que muito frequentemente tendemos a buscar rótulos e patologias em comportamentos que simplesmente não entram dentro dos manuais de psicodiagnóstico.
Os atos maliciosos podem ocorrer sem que exista
necessariamente uma doença psicológica subjacente.
Todos nós, em algum momento da nossa vida, já
conhecemos uma pessoa com este tipo de perfil. Seres
que nos presenteiam com bajulação e atenção. Pessoas
agradáveis, com êxito social, mas que em privado
delineiam uma sombra obscura e alargada. Na profundeza
dos seus corações, respira a crueldade, a falta de empatia,
e até mesmo a agressividade.
Fiz um regime árduo durante um ano e perdi 23 quilos. Sem operação. Descobri o sabor de salmão ao vapor. Peixe grelhado sem aquela deliciosa crosta de farinha. Feijoada, eliminei. Acarajé, nem pensar. Enfim, boa parte das delícias da culinária nacional saiu de meu cardápio. Francesa também. Americana? Nem por decreto, embora tenha delírios pensando num cheeseburger. Coxinhas, empadinhas e pastéis, só em momentos especiais.
Pois é. Fiz o regime com dedicação absoluta. Pulei do número 58/60 para o 52 e, glorioso, refiz meu guarda-roupa. Meu rosto emagrece fácil. Alguns homens emagrecem e ficam com cara de buldogue. Eu não. Fico mais próximo de uma imagem tradicional do Drácula, magro, de rosto comprido e olhos ávidos. Não por sangue, mas por qualquer pacotinho de batatas fritas. Existe algo melhor que batatas fritas?
Se emagreço primeiro o rosto, engordo a barriga. A barriga masculina é teimosa. Todos sofrem disso. Barriguinha de tanque, só para jovens. Ou para os que comparecem à academia como beatas na igreja. A barriga não só teima, mas é perigosa. A partir de 100 centímetros, induz à chamada síndrome metabólica. Ou seja, à diabetes, problemas cardíacos, gordura no fígado. Um rol de doenças. Em todo o meu processo de emagrecimento, a barriga permaneceu, ai de mim! Não semelhante à de um Buda, como antes. Mas ficou.
Quando o regime foi considerado vitorioso, aos poucos voltei aos carboidratos. A uma delícia aqui, outra ali. Adivinhem o que cresceu primeiro? Ela, a barriga. Para todo homem é assim. Barriga das boas aproveita a primeira oportunidade para se expandir. Fui comprar um paletó, adivinhem? O 54 serve apertadinho. O 56 cai melhor, mas folga nos ombros. O cinto que comprei, em comemoração, não fecha mais. Voltei aos antigos.
Não há parte do corpo mais teimosa para o homem que a barriga. Posso fazer esteira duas horas. Basta comer um cheeseburger, e a barriga vence! É insistente. Tanto que muita gente já diz que a barriguinha em um homem é charmosa. Criou-se um padrão estético a favor de barrigudo! É uma luta inglória. Um homem depois dos 30 passa a vida lutando contra a barriga. Mais dia, menos dia, a vitória sempre será dela.
(Walcyr Carrasco. Barriga teimosa.
Disponível em: http://epoca.globo.com. Adaptado)
Os Incríveis Poderes de Odin
O maior dos deuses vikings ajudou a criar o mundo, era capaz de
mudar de aparência e tinha uma lança que nunca errava o alvo.
Por Da Redação 30 set 2006, 22h00 - Atualizado em 31 out 2016, 18h23
Odin está para a mitologia nórdica assim como Zeus para o panteão grego – e, por que não, como Deus para o cristianismo moderno. Cultuado como entidade suprema por antigas tribos do norte da Germânia (atual Alemanha) e toda a população escandinava medieval (sobretudo onde hoje estão Noruega, Suécia e Dinamarca, incluindo também os povos que se estabeleceram na Islândia), possuía o dom da onisciência, tendo o conhecimento de tudo o que acontecia tanto no mundo dos vivos quanto dos mortos, além de dominar a arte das magias.
Segundo a crença pré-cristã dos escandinavos, no início havia somente o mundo do gelo (Niflheim) e o mundo do fogo (Musphelhein). Entre eles, uma abertura completamente vazia, chamada Ginungagap, onde nada havia e nada vivia. E foi justamente ali, no vácuo, que, num belo dia, se encontraram o fogo e o gelo. O fogo lambeu o gelo até este tomar a forma de um gigante, batizado de Ymir, e de uma enorme vaca, Audumbla, cujo leite alimentava Ymir. A vaca também lambeu o gelo e criou o primeiro deus, Buri, que foi pai de Bor, que por sua vez gerou Odin e seus dois irmãos, Vili e Vé.
Ymir era hermafrodita e procriou sozinho a raça dos gigantes. Mas foi morto por Odin e seus irmãos. Da carne do gigante, o trio formou a terra. De seu sangue, o mar. Dos ossos, as montanhas. Dos cabelos, as árvores, e de seu crânio, a abóbada celeste. Fizeram, ainda, de dois troncos de árvores, o primeiro par de humanos: Ak e Embla.
Fonte de Sabedoria
Além de criar o mundo, Odin era venerado como
deus da sabedoria. O que nem sempre foi assim. Reza a
lenda que ele, ávido por conhecer todas as coisas da
vida, feriu-se com a própria lança e suspendeu-se de cabeça para baixo na árvore Igdrasil, um freixo gigante que se eleva por cima dos nove mundos da mitologia
nórdica, estendendo suas raízes por todos eles. Foi
assim, oferecendo a si mesmo como sacrifício, que Odin
recebeu a sabedoria das runas, símbolos mágicos do
antigo alfabeto germânico, com os quais os homens podem prever o futuro. Depois, quis beber da “fonte da
sabedoria”, mas houve um novo preço a pagar: seu tio
Mimir, guardião da fonte, exigiu que Odin atirasse um
de seus olhos no poço para ter direito a um gole. Feito
isso, ele obteve tanto conhecimento que trouxe Mimir de volta à vida, após este ser morto na guerra entre os Aesir
e os Vanir, duas famílias rivais dentro do panteão
nórdico. Mas somente a cabeça de Mimir foi revivida.
Embalsamada, ela continuou na fonte do conhecimento,
sendo capaz de responder a qualquer pergunta que lhe
fizessem.
Odin mantinha-se informado dos acontecimentos graças aos dois corvos que levava nos ombros, Hugin (pensamento) e Munin (memória), que viajavam por toda a parte e lhe sussurravam o que se passava no mundo. Tornou-se deus da poesia, após ter roubado o hidromel, bebida favorita dos deuses, feito de mel e do sangue do sábio Kvasir. Seu cavalo de pêlo cinza, Sleipnir, tem oito pata e anda pela terra, pelo ar e pelos infernos.
Dependendo do dialeto, Odin pode aparecer com diferentes nomes, sendo o principal deles Wotan. Sua esposa, a deusa Friga, algumas vezes é confundida com Freia, deusa guerreira, a primeira das Valquírias - que significa, nas primitivas línguas germânicas, as que escolhem os mortos. Na mitologia, eram virgens armadas e formosas. Seu número habitual era três. Escolhiam os mortos em combate e levavam suas almas ao épico paraíso de Odin, chamado Valhala, cujo teto era de ouro e iluminado não por lâmpadas, mas espadas. Sob a crescente influência do cristianismo, o nome Valquíria degenerou. Um juiz na Inglaterra medieval mandou queimar uma pobre mulher acusada de ser uma Valquíria; ou seja, uma bruxa.
Embora possuísse a lança Gungnir, que jamais errava o alvo e em cujo cabo havia runas que ditavam a preservação da lei, a figura de Odin não era exatamente a de um guerreiro, mas inspirava combatentes a se lançarem freneticamente na batalha, sem nenhum sentimento ou temor. Nos últimos séculos pagãos, os vikings, povos nórdicos dados a luta e guerras, foram os derradeiros a combater invocando o nome de Odin. Os abatidos nesses confrontos, chamados de einherjars (mortos gloriosos), eram reunidos no salão da Valhala, a grande fortaleza do deus. Os rituais de enforcamento também faziam parte da veneração a Odin, sendo que o suicídio por essa prática era considerado um atalho para Valhala. Loucura? Não se fizermos um paralelo com a atual Jihad islâmica e seus homens-bomba...
Disponível em http://super.abril.com.br/historia/os-incriveis-poderes-de-odin/. Texto
adaptado para uso nesta avaliação.
“Sua esposa, a deusa Friga, algumas vezes é confundida com Freia, deusa guerreira, a primeira das Valquírias – que significa, nas primitivas línguas germânicas, as que escolhem os mortos.”.
A palavra primitivas pode ser substituída, sem prejuízo de sentido para o contexto, pelo termo:
Releia a seguinte passagem do texto:
“O Ministério da Saúde estuda fracionar as doses da vacina da febre amarela para imunizar um número maior de pessoas(...)”.
Para que mantenha o mesmo sentido, dentro do contexto, a palavra fracionar pode ser substituída por:
Leia atentamente o texto a seguir.
Leia o texto a seguir, sobre o qual versam a questão.
Todas as alternativas a seguir trazem alterados trechos do editorial Profissionais domésticos.
Assinale a alternativa cuja modificação provocou sentido diferente daquele original.
O programa Escola Sem Partido, também conhecido como Lei da Mordaça, é uma proposta de lei que pretende impedir os professores do ensino fundamental e médio de expor e discutir, em sala de aula, suas opiniões e convicções a respeito de temas como religião, sexualidade e política.
Ele prevê a fixação, em todas as salas, de um cartaz intitulado “Deveres do Professor”, entre os quais figura o de “não fazer propaganda político-partidária nem incitar seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas”.
Para os apoiadores dessa ideia, como pastores evangélicos e políticos e organizações conservadores, o ensino estaria contaminado por “ideologias de esquerda e de gênero”.
Maria Cristina Miranda da Silva, diretora e professora de Artes Visuais do Colégio de Aplicação (CAp) da UFRJ e participante ativa da “Frente Nacional Escola sem Mordaça”, classifica o programa como um retrocesso.
“Na UFRJ, consideramos inadmissível a postura do MEC e do governo, que, antes de receber as entidades acadêmicas e sindicais da educação, recebeu um pretenso ator junto com um grupo que propugna o cerceamento da liberdade de cátedra e difunde valores de ódio na sociedade. É preciso que os educadores e educadoras se posicionem publicamente sobre tamanho retrocesso” afirma.
Texto adaptado de Professores reagem ao “cala a boca” do
Escola sem Partido, publicado no Boletim CONEXÃO UFRJ,
Edição 2 | setembro de 2016. https://conexao.ufrj.br/node/34
“...junto com um grupo que propugna o cerceamento da liberdade...”
Marque a alternativa com a palavra que substitui o termo propugna, em destaque, sem alterar o sentido da frase.
Uma estranha descoberta
Lá dentro viu dependurados compridos casacos de peles. Lúcia gostava muito do cheiro e do contato das peles. Pulou para dentro e se meteu entre os casacos, deixando que eles lhe afagassem o rosto. Não fechou a porta, naturalmente: sabia muito bem que seria uma tolice fechar-se dentro de um guarda roupa. Foi avançando cada vez mais e descobriu que havia uma segunda fila de casacos pendurada atrás da primeira. Ali já estava meio escuro, e ela estendia os braços, para não bater com a cara no fundo do móvel. Deu mais uns passos, esperando sempre tocar no fundo com as pontas dos dedos. Mas nada encontrava.
“Deve ser um guarda-roupa colossal!”, pensou Lúcia, avançando ainda mais. De repente notou que estava pisando qualquer coisa que se desfazia debaixo de seus pés. Seriam outras bolinhas de naftalina? Abaixou-se para examinar com as mãos. Em vez de achar o fundo liso e duro do guarda roupa, encontrou uma coisa macia e fria, que se esfarelava nos dedos. “É muito estranho”, pensou, e deu mais um ou dois passos.
O que agora lhe roçava o rosto e as mãos não eram mais as peles macias, mas algo duro, áspero e que espetava.
– Ora essa! Parecem ramos de árvores!
Só então viu que havia uma luz em frente, não a dois palmos do nariz, onde deveria estar o fundo do guarda-roupa, mas lá longe. Caía-lhe em cima uma coisa leve e macia. Um minuto depois, percebeu que estava num bosque, à noite, e que havia neve sob os seus pés, enquanto outros flocos tombavam do ar. Sentiu-se um pouco assustada, mas, ao mesmo tempo, excitada e cheia de curiosidade. Olhando para trás, lá no fundo, por entre os troncos sombrios das árvores, viu ainda a porta aberta do guarda-roupa e também distinguiu a sala vazia de onde havia saído. Naturalmente, deixara a porta aberta, porque bem sabia que é uma estupidez uma pessoa fechar-se num guarda-roupa. Lá longe ainda parecia divisar a luz do dia.
- Se alguma coisa não correr bem, posso perfeitamente voltar.
E ela começou a avançar devagar sobre a neve, na direção da luz distante.
Dez minutos depois, chegou lá e viu que se tratava de um lampião. O que estaria fazendo um lampião no meio de um bosque? Lúcia pensava no que deveria fazer, quando ouviu uns pulinhos ligeiros e leves que vinham na sua direção. De repente, à luz do lampião, surgiu um tipo muito estranho.
Era um pouquinho mais alto do que Lúcia e levava uma sombrinha branca. Da cintura para cima parecia um homem, mas as pernas eram de bode (com pelos pretos e acetinados) e, em vez de pés, tinha cascos de bode. Tinha também cauda, mas a princípio Lúcia não notou, pois ela descansava elegantemente sobre o braço que segurava a sombrinha, para não se arrastar pela neve.
Trazia um cachecol vermelho de lã enrolado no pescoço. Sua pele também era meio avermelhada. A cara era estranha, mas simpática, com uma barbicha pontuda e cabelos frisados, de onde lhe saíam dois chifres, um de cada lado da testa. Na outra mão carregava vários embrulhos de papel pardo. Com todos aqueles pacotes e coberto de neve, parecia que acabava de fazer suas compras de Natal.
Era um fauno. Quando viu Lúcia, ficou tão espantado que deixou cair os embrulhos.
– Ora bolas! - exclamou o fauno.
[...]
LEWIS, C.S.Uma estranha descoberta.In: As Crônicas de
Nárnia.Tradução de Paulo Mendes Campos. São Paulo: Martins
Fontes, 2005. p.105-6. Volume único.
“'Deve ser um guarda-roupa colossal!', pensou Lúcia, avançando ainda mais” A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.
I. Os verbos usados são de ligação.
II. De acordo com a nova ortografia, o hífen não é mais usado em guarda-roupa.
III. A palavra COLOSSAL pode ser substituída por EXCEPCIONAL.
Está correto apenas o que se afirma em:
“Indubitavelmente, o governo está falhando muito no quesito direitos da população.”
A palavra em destaque pode ser substituída, sem alteração de significado por:
Aviso aos náufragos
Esta página, por exemplo,
não nasceu para ser lida.
Nasceu para ser pálida,
um mero plágio da Ilíada,
alguma coisa que cala,
folha que volta pro galho,
muito depois de caída.
Nasceu para ser praia,
quem sabe Andrômeda, Antártida
Himalaia, sílaba sentida,
nasceu para ser última
a que não nasceu ainda.
Palavras trazidas de longe
pelas águas do Nilo,
um dia, esta página, papiro,
vai ter que ser traduzida,
para o símbolo, para o sânscrito,
para todos os dialetos da Índia,
vai ter que dizer bom-dia
ao que só se diz ao pé do ouvido,
vai ter que ser a brusca pedra
onde alguém deixou cair o vidro.
Não é assim que é a vida?
E já que estamos tratando de ‘inversões’, marque a alternativa que apresenta um antônimo da palavra em destaque nestes versos do poema:
“vai ter que ser a brusca pedra
onde alguém deixou cair o vidro.”
Cientista ensina como ter sucesso no trabalho ao controlar distração digital
Quem afirma isso é o americano Cal Newport, cientista que estuda o impacto da tecnologia no trabalho. Seguindo a tendência das chamadas filosofias “deep”, de tentar isolar as distrações da vida moderna, ele criou o “deep work” (trabalho profundo, em tradução livre). […]
Newport afirma que as redes sociais e a tendência geral à hiperconectividade estão prejudicando carreiras e impedindo o sucesso e a excelência profissional.
De modo geral, o cientista da computação diz que atividades superficiais na internet, como checar e-mails constantemente ou ver as atualizações na timeline de uma das inúmeras redes sociais existentes, tomam um tempo excessivamente grande em troca de muito pouco.
Segundo Newport, a tentativa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo leva a um trabalho com menor valor agregado e facilmente replicável. Ele chama isso de “shallow work” (trabalho superficial).
Do outro lado, o “deep work” seria a realização de atividades profissionais em estado de concentração, o que levaria as capacidades cognitivas ao limite e, consequentemente, produziria conhecimento, valor e resultados dificilmente replicáveis.
Uma das bases do pensamento de Newport é a questão da atenção residual. Segundo ele, à medida que alternamos entre atividades, uma parcela de nossa atenção permanece na tarefa original.
A ideia é partilhada por Dora Góes, psicóloga do Programa de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP. “Essa história de cérebro multitarefa não existe. Se estou fazendo várias coisas, haverá foco maior em uma delas e as outras ficarão deficitárias. Mas achamos que damos conta”.
O resultado disso, tanto para a psicóloga quanto para Newport, é uma menor capacidade para aprender novas coisas. “Isso interfere na nossa memória a longo prazo, na nossa concentração”, afirma Góes. “A mente que está agitada entre um aplicativo e outro é muito diferente de uma que está concentrada lendo um texto mais profundo”. […]
(Folha de S. Paulo, 10 jan. 2017. Adaptado)
O vírus da Zika
Zika, na língua luganda falada por 3 milhões de ugandenses, geralmente traduz-se como matagal. É um nome apropriado para a floresta nos arredores da cidade de Entebbe, que mais parece um bosque ralo e tem apenas um décimo (150 mil m²) da área do parque paulistano do Ibirapuera.
Como local de batismo científico do vírus que sucedeu o ebola como o mais temido do mundo, a floresta Zika parece insignificante. Bem mais adequada soa uma segunda interpretação para o termo zika dada pelo entomologista (especialista em insetos) Louis Mukwaya, 76, do Instituto Ugandense de Pesquisa sobre Vírus (UVRI, na sigla em inglês): lugar onde muitas pessoas morreram.
A não ser essa explicação sobre seu nome, nada há de assustador na floresta Zika. Percorrem-se 11 km de ruas de terra e algum asfalto para chegar ali desde o UVRI, na área urbana de Entebbe. O instituto foi fundado por ingleses em 1936 para estudar febre amarela, quando Uganda ainda fazia parte do Império Britânico.
Não há cerca nem portão, só duas cabanas de concreto e um casebre de madeira com telhas de zinco ocupados por dois vigias. Do lado da entrada da floresta, ouve-se apenas a algazarra de crianças jogando futebol e o ruído ocasional de motosserra. Do lado de lá, impera o silêncio do pântano que margeia o lago Vitória.
Cinco minutos de caminhada levam à torre de aço, com cerca de 35 m de altura, erguida pelos ingleses em 1962, mesmo ano da independência de Uganda. Dela, projetam-se plataformas para jaulas que, no passado, eram ocupadas por macacos, presos à espera de picadas das mais de 40 espécies de “nsiri” (mosquitos) presentes na floresta Zika.
Antes da década de 60, as plataformas eram de madeira. Numa delas viveu o macaco reso (o de pelagem castanhoavermelhada) número 766. Em abril de 1947, o animal teve febre de 39,7 ºC. Seguindo um procedimento padrão, amostras do sangue dele foram injetadas no crânio de camundongos, que também adoeceram.
Nos cérebros dos roedores, pesquisadores descobriram partículas de um “agente transmissível” novo para a ciência. No ano
seguinte, em janeiro, o mesmo agente foi encontrado em mosquitos da espécie Aedes africanus, primo do Aedes aegypti, que tanto
inferniza brasileiros.
Fogo e Madeira
Não foi pouco para um único dia de fiscalização. Dois caminhões, um trator, uma camionete e uma pá carregadeira foram inutilizados pelo Ibama*, por servirem à extração ilegal de madeira na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
Embora os agentes do instituto tivessem o que comemorar, seria incorreto qualificar como êxito o que ocorreu – pelo menos de uma perspectiva mais alongada no tempo.
A facilidade com que se encontraram sinais flagrantes de desmatamento nada mais revela do que o extremo de sem- -cerimônia dos madeireiros ilegais na Amazônia.
Autorizada por decreto de 2008, a destruição dos equipamentos empregados nessa atividade predatória parece ser uma das poucas punições efetivamente ressentidas pelos infratores. Levada a cabo por meio de helicópteros, a ação do Ibama afugenta, pelo mero estardalhaço de sua aproximação, os responsáveis diretos pelo crime.
Porém, mal os helicópteros levantam voo novamente, o desmatamento prossegue. Operações dessa monta se fazem de raro em raro, e os madeireiros não chegam a abalar-se da área protegida.
Além da óbvia extensão da floresta, outros fatores tornam complexa a fiscalização. Madeireiros possuem, por exemplo, licença para a exploração sustentável do recurso natural, mas a utilizam para enveredar em áreas protegidas.
Iniciativas mais extensas e difíceis, mas de maior alcance, envolveriam o engajamento da população em outras atividades atraentes do ponto de vista econômico. A falta de alternativas de trabalho sem dúvida explica por que madeireiros ilegais encontram algum apoio entre os habitantes da região.
Ainda que fulgurante, a ação de poucos fiscais será incapaz de interromper o desmatamento.
* Ibama: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Folha de S.Paulo, 24.12.2016. Adaptado)
Friburgo 1919
Amado Pae
5ª feira recebi vossa carta-bilhete do dia 29, que me alegrou, pois por ela fui informado que tudo, graças a Deus, vai na forma costumeira, sem novidades.
Por aqui, a cousa é a mesma. Eu já estou restabelecido de todo e não é sem tempo, pois fiquei quatro dias tomando apenas canja, em virtude de prescrição médica. Ora, quatro dias de canja não é nenhuma brincadeira... Enfim, estou são, graças a Deus.
Estou muito e muito saudoso, mas o que me consola muito é a certeza de que falta pouco tempo. Estamos quase no fim do ano ginasial. Deus permita que isso passe depressa! Por hoje basta. Envio-vos saudosíssimos e respeitosos abraços. Beijando-vos a mão, peço a vossa bênção.
O filho muito amoroso.
Carlos
Disponível em:<www.rio.rj.gov.br/sme/downloads/coordenadoriaEducacao/2caderno/6anoLPAluno2caderno.pdf>. Acesso em: 23 set. 2016.
Em relação à estrutura e classificação das palavras destacadas no texto, assinale a alternativa correta.
Pode-se compreender da imagem que há, de forma implícita, uma
relação de sentido entre a palavra “bibliotecário” e a expressão
“buscador original”, porque são
Dadas as afirmativas sobre o vocábulo saia no texto,
I. Pode ser classificado como “saia” = substantivo; “saia” = verbo.
II. É chamado de homônimo perfeito, pois apresenta uma mesma grafia e uma mesma pronúncia.
III. Possui polissemia.
verifica-se que está(ão) correta(s)