Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
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Como a história da dengue e da febre amarela, a do chicungunha é indissociável do comportamento humano. (5º parágrafo)
O chicungunha já é uma ameaça para nós, como demonstra a velocidade de disseminação na Bahia e no Amapá. (7º parágrafo)
As expressões em destaque estabelecem, correta e respectivamente, relação de
“Nós, adultos, sabemos; as crianças não sabem.” (1°§)
Ao empregar o vocábulo “adultos” entre vírgulas no trecho acima, o autor pretende:
Alarmante! A dificuldade para interpretar textos e contextos, articular ideias e escrever está presente em seletos ambientes do mundo corporativo e da academia.
por Thomaz Wood Jr.
A condição de analfabeto funcional aplica-se a indivíduos que, mesmo capazes de identificar letras e números, não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas mais elaboradas. Tal condição limita severamente o desenvolvimento pessoal e pro fissional. O quadro brasileiro é preocupante, embora alguns indicadores mostrem uma evolução positiva nos últimos anos.
Uma variação do analfabetismo funcional parece estar presente no topo da pirâmide corporativa e na academia. Em uma longa série de entrevistas realizadas por este escriba, nos últimos cinco anos, com diretores de grandes empresas locais, uma queixa revelou-se rotineira: falta a muitos profissionais da média gerência a capacidade de interpretar de forma sistemática situações de trabalho, relacionar devidamente causas e efeitos, encontrar soluções e comunicá-las de forma estruturada. Não se trata apenas de usar corretamente o vernáculo, mas de saber tratar informações e dados de maneira lógica e expressar ideias e proposições de forma inteligível, com começo, meio e fim.
Na academia, o cenário não é menos preocupante. Colegas professores, com atuação em administração de empresas, frequentemente reclamam de pupilos incapazes de criar parágrafos coerentes e expressar suas ideias com clareza. A dificuldade afeta alunos de MBAs, mestrandos e mesmo doutorandos. Editores de periódicos científicos da mesma área frequentemente deploram a enorme quantidade de manuscritos vazios, herméticos e incoerentes recebidos para publicação. E frequentemente seus autores são pós-doutores!
O problema não é exclusivamente tropical. Michael Skapinker registrou recentemente em sua coluna no jornal inglês Financial Times a história de um professor de uma renomada universidade norte-americana. O tal mestre acreditava que escrever com clareza constitui habilidade relevante para seus alunos, futuros administradores e advogados. Passava -lhes, semanalmente, a tarefa de escrever um texto curto, o qual corrigia, avaliando a capacidade analítica dos autores. Pois a atividade causou tal revolta que o diretor da instituição solicitou ao professor torná-la facultativa. Os alunos parecem acreditar que, em um mundo no qual a comunicação se dá por mensagens eletrônicas e tuítes, escrever com clareza não é mais importante.
O mesmo Skapinker lembra uma emblemática matéria de capa da revista norte-americana Newsweek, intitulada “Why Johnny can't write". Merrill Sheils, autora do texto, revelou à época um quadro preocupante do declínio da linguagem escrita nos Estados Unidos. Para Sheils, o sistema educacional, da escola fundamental à faculdade, desovava na sociedade uma geração de semianalfabetos. Com o tempo, explicou a autora, as habilidades de leitura pioraram, as habilidades verbais se deterioraram e os norte-americanos tornaram-se capazes de usar apenas as mais simples estruturas e o mais rudimentar vocabulário ao escrever, próprios da tevê.
Entre as diversas faixas etárias, os adolescentes eram os que mais sofriam para produzir um texto minimamente coerente e organizado. E o mundo corporativo também acusou o golpe, pois parte de sua comunicação formal exige precisão e clareza, características cada vez mais difíceis de encontrar. Educadores mencionados no artigo observaram: um estudante que não consegue ler e compreender textos jamais será capaz de escrever bem. Importante: a matéria da Newsweek é de 1975!
Quase 40 anos depois, os iletrados trópicos parecem sofrer do mesmo flagelo. Por aqui, vivemos uma situação curiosa: de um lado, cresce a demanda por análises e raciocínios sofisticados e complexos. E, de outro, faltam competências básicas relacionadas ao pensamento analítico e à articulação de ideias. O resultado é ora constrangedor, ora cômico. Nas empresas, muitos profissionais parecem tentar tapar o sol com uma peneira de powerpoints, abarrotados de informação e vazios de sentido.
Na academia, multiplicam-se textos caudalosos, impenetráveis e ocos. Se aprender a escrever é aprender a pensar, e escrever for mesmo uma atividade em declínio, então talvez estejamos rumando céleres à condição de invertebrados intelectuais.
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br>. Acesso em 25 ago. 2014.
GLOSSÁRIO
MBAs: Master in Business Administration (Mestrado em Administração de Negócios). É um grau acadêmico de pós-graduação destinado a administradores e executores na área de gestão de empresas.
Se aprender a escrever é aprender a pensar, e escrever for mesmo uma atividade em declínio, então talvez estejamos rumando céleres à condição de invertebrados intelectuais.
No que se refere a esse trecho, é correto afirmar que se trata de
Alarmante! A dificuldade para interpretar textos e contextos, articular ideias e escrever está presente em seletos ambientes do mundo corporativo e da academia.
por Thomaz Wood Jr.
A condição de analfabeto funcional aplica-se a indivíduos que, mesmo capazes de identificar letras e números, não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas mais elaboradas. Tal condição limita severamente o desenvolvimento pessoal e pro fissional. O quadro brasileiro é preocupante, embora alguns indicadores mostrem uma evolução positiva nos últimos anos.
Uma variação do analfabetismo funcional parece estar presente no topo da pirâmide corporativa e na academia. Em uma longa série de entrevistas realizadas por este escriba, nos últimos cinco anos, com diretores de grandes empresas locais, uma queixa revelou-se rotineira: falta a muitos profissionais da média gerência a capacidade de interpretar de forma sistemática situações de trabalho, relacionar devidamente causas e efeitos, encontrar soluções e comunicá-las de forma estruturada. Não se trata apenas de usar corretamente o vernáculo, mas de saber tratar informações e dados de maneira lógica e expressar ideias e proposições de forma inteligível, com começo, meio e fim.
Na academia, o cenário não é menos preocupante. Colegas professores, com atuação em administração de empresas, frequentemente reclamam de pupilos incapazes de criar parágrafos coerentes e expressar suas ideias com clareza. A dificuldade afeta alunos de MBAs, mestrandos e mesmo doutorandos. Editores de periódicos científicos da mesma área frequentemente deploram a enorme quantidade de manuscritos vazios, herméticos e incoerentes recebidos para publicação. E frequentemente seus autores são pós-doutores!
O problema não é exclusivamente tropical. Michael Skapinker registrou recentemente em sua coluna no jornal inglês Financial Times a história de um professor de uma renomada universidade norte-americana. O tal mestre acreditava que escrever com clareza constitui habilidade relevante para seus alunos, futuros administradores e advogados. Passava -lhes, semanalmente, a tarefa de escrever um texto curto, o qual corrigia, avaliando a capacidade analítica dos autores. Pois a atividade causou tal revolta que o diretor da instituição solicitou ao professor torná-la facultativa. Os alunos parecem acreditar que, em um mundo no qual a comunicação se dá por mensagens eletrônicas e tuítes, escrever com clareza não é mais importante.
O mesmo Skapinker lembra uma emblemática matéria de capa da revista norte-americana Newsweek, intitulada “Why Johnny can't write". Merrill Sheils, autora do texto, revelou à época um quadro preocupante do declínio da linguagem escrita nos Estados Unidos. Para Sheils, o sistema educacional, da escola fundamental à faculdade, desovava na sociedade uma geração de semianalfabetos. Com o tempo, explicou a autora, as habilidades de leitura pioraram, as habilidades verbais se deterioraram e os norte-americanos tornaram-se capazes de usar apenas as mais simples estruturas e o mais rudimentar vocabulário ao escrever, próprios da tevê.
Entre as diversas faixas etárias, os adolescentes eram os que mais sofriam para produzir um texto minimamente coerente e organizado. E o mundo corporativo também acusou o golpe, pois parte de sua comunicação formal exige precisão e clareza, características cada vez mais difíceis de encontrar. Educadores mencionados no artigo observaram: um estudante que não consegue ler e compreender textos jamais será capaz de escrever bem. Importante: a matéria da Newsweek é de 1975!
Quase 40 anos depois, os iletrados trópicos parecem sofrer do mesmo flagelo. Por aqui, vivemos uma situação curiosa: de um lado, cresce a demanda por análises e raciocínios sofisticados e complexos. E, de outro, faltam competências básicas relacionadas ao pensamento analítico e à articulação de ideias. O resultado é ora constrangedor, ora cômico. Nas empresas, muitos profissionais parecem tentar tapar o sol com uma peneira de powerpoints, abarrotados de informação e vazios de sentido.
Na academia, multiplicam-se textos caudalosos, impenetráveis e ocos. Se aprender a escrever é aprender a pensar, e escrever for mesmo uma atividade em declínio, então talvez estejamos rumando céleres à condição de invertebrados intelectuais.
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br>. Acesso em 25 ago. 2014.
GLOSSÁRIO
MBAs: Master in Business Administration (Mestrado em Administração de Negócios). É um grau acadêmico de pós-graduação destinado a administradores e executores na área de gestão de empresas.
O modelo ainda dominante nas discussões ecológicas privilegia, em escala, o Estado e o mundo; em economia, a exploração predatória da natureza e a competição; em política, a centralização e a hierarquização; na cultura, o quantitativo sobre o qualitativo, a uniformização dos costumes, o consumismo e o individualismo.
Esse paradigma subjaz, em grande parte, à atual crise da Terra, pois considera esta como um todo uniforme, sem valorizar a singularidade de seus muitos ecossistemas e a diversidade das culturas.
Hoje está se impondo uma outra vertente, mais amiga da natureza e com possibilidades de nos tirar da crise atual: o “biorregionalismo". A biorregião se circunscreve numa área, normalmente, definida pelos rios e pelo maciço de montanhas. Possui certo tipo de vegetação, geografia do terreno, de fauna e de flora e mostra uma cultura local própria, com seus hábitos e tradições.
A tarefa básica do biorregionalismo é fazer os habitantes valorizarem o lugar onde vivem. Importa fazê-los conhecer o tipo de solos, de florestas, de animais, as fontes de água, o rumo dos ventos, os climas e microclimas, os ciclos das estações, o que a natureza pode oferecer em termos de paisagens, alimentação, bens e serviços para nós e para toda a comunidade de vida.
É na biorregião que a sustentabilidade se faz real e não retórica a serviço do marketing; pode se transformar num processo dinâmico, que aproveita racionalmente as capacidades oferecidas pelo ecossistema local, criando mais igualdade e diminuindo em níveis razoáveis a pobreza.
Mesmo sendo a comunidade local a unidade básica, isso não invalida a importância das unidades sistêmicas maiores (inter-regionais, nacionais e internacionais) que afetam a todos (por exemplo, o aquecimento global). A ideia do “glocal" nos ajuda a articular essas diferentes dimensões. Sempre é necessário informar-se sobre as experiências de outras regiões e sobre como está o estado geral do planeta Terra.
O biorregionalismo possibilita que as mercadorias circulem no local, evitando as grandes distâncias; favorece o surgimento de cooperativas comunitárias; nele, persiste a economia de mercado, mas composta primariamente, embora não exclusivamente, de empresas familiares.
O biorregionalismo permite, assim, deixar para trás o objetivo de “viver melhor", de acordo com a ética da acumulação ilimitada, para dar lugar ao “bem viver e conviver", segundo a ética da suficiência, que implica o bem-estar para toda a comunidade. (Adaptado de: BOFF, Leonardo,
Disponível em: www.folhadoestado.com.br/opiniao/id305952/o_bioregionalismo_como_alternativa_ecologica. Acesso em: 07.12.2015)
As famílias brasileiras financiam a maior parte das despesas de saúde no país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total gasto em 2007, cerca de 128 bilhões de reais (57,4%) vieram dos bolsos dos cidadãos, ante 93 bilhões de reais (41,6%) provenientes do setor público.
O problema é que tanto o serviço público quanto o privado desafiam a saúde e o fôlego dos brasileiros. O maior estorvo, é claro, está no atendimento oferecido pelo governo. De acordo com levantamento realizado junto a secretarias de saúde de sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba), ao menos 171.600 pessoas estão na fila para fazer uma cirurgia eletiva - procedimento agendado, que não possui característica de urgência. A demora para a realização de um procedimento ortopédico, por exemplo, pode levar até cinco anos.
A qualidade do serviço também é influenciada pela insatisfação dos médicos que trabalham para o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Saúde, em média, a remuneração dos profissionais da área pública é metade da paga pela privada. Em alguns casos, a diferença é exorbitante: uma equipe de seis profissionais recebe 940 reais do SUS por cirurgia, enquanto receberia até 13.500 reais dos planos de saúde.
Diante do caótico quadro da saúde pública, os brasileiros se esforçam para manter planos privados. Atualmente, 26,3% da população - ou 49,1 milhões de pessoas - compromete parte da renda para ficar longe dos hospitais públicos. O desafio é manter as contas em dia à medida que envelhecem. Aos 60 anos, um assegurado pode ter que desembolsar mais de 700 reais para manter um plano básico, suficiente apenas para ocupar um leito de enfermaria ao lado de outros pacientes, em caso de internação.
E as perspectivas não são boas. De acordo com estimativa realizada pelo IDEC e pelo PROCON, se mantidas as atuais condições de reajustes, nos próximos 30 anos, os planos de saúde deverão sofrer reajustes 126,67% acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outras palavras, esse serviço se tornará proibitivo para boa parcela da população que hoje o possui.
Frente a esse quadro, cresce ainda mais a importância da discussão acerca do sistema público de saúde - alimentado com o dinheiro que sai do bolso do contribuinte. Mas que, em geral, não trata bem esse cidadão."
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/como-curar-o-sistema-publico-de-saude
( ) No quarto parágrafo lê-se “Diante do caótico quadro da saúde pública, os brasileiros se esforçam para manter planos privados.", neste caso caótico poderia ser substituído por confuso.
( ) O Governo Brasileiro deveria cobrar mais impostos para estruturar a Saúde Pública tendo em vista que “Do total gasto em 2007, cerca de 128 bilhões de reais (57,4%) vieram dos bolsos dos cidadãos".
( ) No segundo parágrafo lê-se que “O problema é que tanto o serviço público quanto o privado desafiam a saúde e o fôlego dos brasileiros.", neste contexto, o fôlego dos brasileiros é desafiado devido ao grande número de doenças respiratórias existentes na população e que não são tratadas pelo SUS.
( ) Ao final do quinto parágrafo o texto afirma que “esse serviço se tornará proibitivo para boa parcela da população que hoje o possui." Logo, pode-se entender que em poucos anos no Brasil as pessoas serão proibidas de adquirirem planos de saúde.
A seqüência correta de cima para baixo é:
Não há espaço melhor para averiguarmos as informações acima do que os principais centros urbanos. Na opinião do geógrafo Milton Santos, um marxista romântico, “a cidade é o lugar em que o mundo se move mais; e os homens também. A co-presença ensina aos homens a diferença. Por isso, a cidade é o lugar da educação e da reeducação. Quanto maior a cidade, mais numeroso e significativo o movimento, mais vasta e densa a co-presença e também maiores as lições de aprendizado".
Essa linha de pensamento, contudo, não é seguida por nós, os realistas, entre os quais se inclui o narrador de O silenceiro, escrito pelo argentino Antonio di Benedetto. Para nós, o progresso transformou as cidades em confusas aglomerações, nas quais a opressão viceja. O narrador-personagem do romance de Di Benedetto anseia desesperadamente pelo silêncio. Os barulhos, elementos inextricáveis da cidade, intrometem-se no cotidiano desse homem, ganhando existência própria. E a própria espera do barulho, sua antevisão, a certeza de que ele se repetirá, despedaça o narrador. À medida que o barulho deixa de ser exceção para se tornar a norma irrevogável, fracassam todas as soluções possíveis.
A cidade conspira contra o homem. As derivações da tecnologia fugiram, há muito, do nosso controle.
(Adaptado de: GURGEL, Rodrigo. Crítica, literatura e narratofobia. Campinas, Vide Editorial, 2015, p. 121-125)
I. A substituição de utilizavam (l. 8) por se valiam não acarretaria outra alteração na frase.
II. A substituição de opondo-se (l. 14) por contestando acarretaria uma mudança na frase.
III. A substituição de aprovou (l. 15) por deu aprovação acarretaria uma mudança na frase.
Quais estão corretas?
TEXTO
O Brasil vai acolher o Mundial-2014. A menos de meio ano do arranque da prova, tudo faria supor que o clima dominante nos estádios fosse de festa.
Mas não é isso que tem acontecido. A crua realidade é que o Brasil lidera uma lista negra: é o país com mais mortos nos estádios de futebol (seguem-se Argentina e Itália).
2013 foi um ano sangrento nos estádios brasileiros, com 30 mortes decorrentes de confrontos.
Este saldo negro coloca o número de vítimas mortais nos recintos de futebol no Brasil nos últimos 25 anos muito perto das duas centenas.
No ano passado, o sinal de alarme já tinha sido dado, com os 23 mortos ocorridos. Entre 1999 e 2008 houve 42 mortes. A tendência de agravamento parece evidente.
Os distúrbios entre claques têm sido cada vez mais violentos e a utilização de armas de fogo explica a ocorrência de vítimas mortais. Mais de metade das mortes ocorridas nos últimos 25 anos decorreram de disparos de armas de fogo; cerca de meia centena por agressões e o resto por facadas, atropelamentos ou bombas.
Outro dado especialmente preocupante: perto de dois terços das mortes nos últimos 25 anos nos estádios brasileiros foram de jovens até aos 30 anos.
Estes números são tão assustadores que a
primeira pergunta a coloca é mesmo: por quê?
A correção gramatical e o sentido original da frase “a forma de ser e de pensar de cada pessoa não acompanha obrigatoriamente a nossa" (l. 6 e 7) seriam preservados caso se substituísse o termo “obrigatoriamente" por consequentemente.
Essa responsabilidade não é só da União e dos Estados, mas
também, e sobretudo, dos municípios.
A maior preocupação da população brasileira na atualidade é, inegavelmente, a segurança pública e por motivos plenamente justificáveis. Invariavelmente, todo cidadão, independente de raça, cor, condição social ou credo religioso, tem sido atormentado de forma tão violenta por esse tema que a questão se transformou em problema de saúde pública nos últimos anos, tais os reflexos no comportamento dos brasileiros. No lar, no trabalho, na escola, nos campos de futebol, seja quem for, esteja onde estiver, lá está ela, ou melhor, a ausência dela, a nos atormentar, como assombração impiedosa a nos perseguir. Nesse ponto, não podemos nos esquecer de que a segurança pública está elencada entre as necessidades essenciais de todo ser humano.
O tema adquiriu tamanha relevância que, hoje, se fala de segurança pública com tanta propriedade que surgiram, nos últimos anos, vários especialistas na matéria, tal como os milhares de técnicos de futebol, a maioria com diagnósticos elaborados, muitas das vezes, sem qualquer base científica ou fonte segura para os números que são apresentados. Cite‐se, como exemplo, o índice de reincidência criminal no Brasil, enunciado categoricamente pelo honrado Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, na semana passada, para a mídia nacional e internacional, como sendo de setenta por cento, percentual repetido por tagarelas de plantão, sem que, na verdade, jamais tenha sido elaborada qualquer pesquisa nesse sentido, fato que, além de servir de base falsa para a formulação de políticas públicas para o setor, constitui‐se em forma perversa de discriminação daqueles que passaram pelo cárcere.
Mas se, de um lado, a (in) segurança pública causa fascínio no público e na mídia em geral, com discussões amplas e apaixonadas, do outro, os tais “especialistas" na matéria entraram em um círculo vicioso de repetição de velhas fórmulas ultrapassadas, obsoletas e inadequadas no enfrentamento de tão grave questão. “O crime evoluiu, o seu combate regrediu" é o que mais se ouve em qualquer esquina. Afinal, é preciso mudar essa antiga cultura, questionando‐se, em primeiro lugar, qual o papel do Estado e qual o da polícia.
Não se pode olvidar: pior que a existência do crime organizado é o seu combate com instituições arcaicas, viciadas e corrompidas, orientadas por modelos equivocados de repressão, importados, muitas vezes, de países que, antes de adotá‐los, promoveram mudanças significativas no seu sistema criminal, fato lamentavelmente esquecido por muitas das pessoas envolvidas.
Acreditamos, portanto, que só há uma forma de salvar o sistema de segurança da chaga da corrupção e do fracasso: a reforma das instituições, com seleção e controle rigorosos dos seus membros.
Mas isso, como já comentamos, é apenas o começo! Muito mais ainda precisa e deve ser feito.
(Lélio Lauria. Disponível em: http://acritica.uol.com.br/blogs/blog_do_lelio_lauria/seguranca‐publica‐Brasil_7_551414854.html. Acesso em: 01/12/2015. Adaptado.)
Essa responsabilidade não é só da União e dos Estados, mas
também, e sobretudo, dos municípios.
A maior preocupação da população brasileira na atualidade é, inegavelmente, a segurança pública e por motivos plenamente justificáveis. Invariavelmente, todo cidadão, independente de raça, cor, condição social ou credo religioso, tem sido atormentado de forma tão violenta por esse tema que a questão se transformou em problema de saúde pública nos últimos anos, tais os reflexos no comportamento dos brasileiros. No lar, no trabalho, na escola, nos campos de futebol, seja quem for, esteja onde estiver, lá está ela, ou melhor, a ausência dela, a nos atormentar, como assombração impiedosa a nos perseguir. Nesse ponto, não podemos nos esquecer de que a segurança pública está elencada entre as necessidades essenciais de todo ser humano.
O tema adquiriu tamanha relevância que, hoje, se fala de segurança pública com tanta propriedade que surgiram, nos últimos anos, vários especialistas na matéria, tal como os milhares de técnicos de futebol, a maioria com diagnósticos elaborados, muitas das vezes, sem qualquer base científica ou fonte segura para os números que são apresentados. Cite‐se, como exemplo, o índice de reincidência criminal no Brasil, enunciado categoricamente pelo honrado Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, na semana passada, para a mídia nacional e internacional, como sendo de setenta por cento, percentual repetido por tagarelas de plantão, sem que, na verdade, jamais tenha sido elaborada qualquer pesquisa nesse sentido, fato que, além de servir de base falsa para a formulação de políticas públicas para o setor, constitui‐se em forma perversa de discriminação daqueles que passaram pelo cárcere.
Mas se, de um lado, a (in) segurança pública causa fascínio no público e na mídia em geral, com discussões amplas e apaixonadas, do outro, os tais “especialistas" na matéria entraram em um círculo vicioso de repetição de velhas fórmulas ultrapassadas, obsoletas e inadequadas no enfrentamento de tão grave questão. “O crime evoluiu, o seu combate regrediu" é o que mais se ouve em qualquer esquina. Afinal, é preciso mudar essa antiga cultura, questionando‐se, em primeiro lugar, qual o papel do Estado e qual o da polícia.
Não se pode olvidar: pior que a existência do crime organizado é o seu combate com instituições arcaicas, viciadas e corrompidas, orientadas por modelos equivocados de repressão, importados, muitas vezes, de países que, antes de adotá‐los, promoveram mudanças significativas no seu sistema criminal, fato lamentavelmente esquecido por muitas das pessoas envolvidas.
Acreditamos, portanto, que só há uma forma de salvar o sistema de segurança da chaga da corrupção e do fracasso: a reforma das instituições, com seleção e controle rigorosos dos seus membros.
Mas isso, como já comentamos, é apenas o começo! Muito mais ainda precisa e deve ser feito.
(Lélio Lauria. Disponível em: http://acritica.uol.com.br/blogs/blog_do_lelio_lauria/seguranca‐publica‐Brasil_7_551414854.html. Acesso em: 01/12/2015. Adaptado.)