Questões de Concurso Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português

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Q2445872 Português
Como designers estão mudando o conceito de vaso sanitário ao redor do mundo

        Consideremos o vaso sanitário – aquele humilde objeto de porcelana que armazena nossos resíduos várias vezes ao dia. Não é uma peça de tecnologia que muitas vezes recebe atualizações chamativas (embora descarga dupla, aquecimento de assento e recursos de bidê eletrônico possam certamente elevá-la), nem é uma queridinha do mundo do design.

        Mas os banheiros necessitam desesperadamente de uma atualização – tal como toda a nossa abordagem ao esgoto, de acordo com muitos projetistas, engenheiros ambientais e especialistas em saneamento que esperam provocar uma mudança de paradigma.

        Descartar nossos resíduos é, de certa forma, um desperdício, sendo responsável por quase um terço do uso interno de água nas residências dos EUA, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental (EPA).

        Em muitas partes do mundo, a utilização de instalações sanitárias com água tornou-se cada vez mais preocupante à medida que as alterações climáticas provocam secas extremas e inundações, que obstruem os esgotos e transbordam fossas sépticas. Em zonas de catástrofe ou em locais sem acesso a água corrente, a necessidade de inovação é ainda mais urgente. 

        Repensar a forma como lidamos com os resíduos também pode representar uma oportunidade: os nossos excrementos podem ser convertidos em calor renovável, eletricidade e fertilizantes. “Resíduo não é desperdício, é um recurso”, disse Arja Renell, uma artista e arquiteta finlandesa que trouxe o tema para a Bienal de Arquitetura de Veneza do ano passado como curadora do pavilhão do seu país. Ela não era uma especialista na área, mas ficou alarmada ao saber que algumas das águas residuais de Veneza são descarregadas diretamente nos seus canais e queria demonstrar uma abordagem circular ao saneamento: o banheiro “seco”.

        Conhecido como “Huussi” em finlandês, o banheiro seco separa a urina das fezes e é ventilado para impedir a entrada de odores – Na Finlândia, os banheiros secos são particularmente prevalentes em casas rurais de verão, disse Renell à CNN em uma videochamada.
    
        Os usuários cobrem o conteúdo da lixeira com turfa ou serragem após seus “afazeres”; uma vez cheios, eles movem os excrementos para um recipiente maior e hermético ao longo de vários meses, para que todos os microrganismos morram.

        O restante material, rico em nitrogênio e fósforo, pode ser usado como fertilizante natural, em vez do habitual tipo sintético, que emite gases de efeito estufa.

        O método de compostagem a seco será familiar para quem tem casas fora da rede. Nos EUA, os sanitários de compostagem seca têm sido construídos há muito tempo como alternativas aos autoclismos em casas rurais que não estão ligadas a um sistema de esgotos, ou por pessoas que não têm dinheiro para instalar uma fossa séptica neutralizante, que pode custar milhares de dólares. Kelsey McWilliams, uma engenheira ambiental que constrói sistemas circulares de saneamento em todo o país com a sua empresa Point of Shift, disse que a necessidade de soluções sustentáveis só aumentará em áreas atingidas por secas ou inundações.

Fonte: Como designers estão mudando o conceito de vaso sanitário ao redor do mundo | CNN Brasil 
Assinale a alternativa que apresente a circunstância estabelecida pelo termo em destaque no período: Resíduo não é desperdício, é um recurso. 
Alternativas
Q2445484 Português


Internet: <www.paho.org>  (com adaptações).

Em relação à estrutura linguística, ao vocabulário e aos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue o item.


A correção do texto seria mantida caso se substituísse a expressão “foram citados” (linha 13) por foi citada.

Alternativas
Q2445482 Português


Internet: <www.paho.org>  (com adaptações).

Em relação à estrutura linguística, ao vocabulário e aos mecanismos de coesão empregados no texto, julgue o item.


A substituição da expressão “sem precedentes” (linha 6) pela palavra desconhecido manteria o sentido do texto. 

Alternativas
Q2445474 Português



Internet:<www.drauziovarella.uol.com.br>  (com adaptações).

Quanto à estrutura linguística e ao vocabulário empregado no texto, julgue o item.


Antes do trecho “é comum” (linha 17), está implícita a ideia veiculada pela expressão “a ansiedade” (linhas 14 e 15).

Alternativas
Q2445187 Português
População em situação de rua é tema de redação do Enem


      O tema da redação da reaplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, realizada em dezembro para os candidatos que perderam a prova em novembro, foi "Desafios para a (re)inserção socioeconômica da população em situação de rua no Brasil".

        Para especialistas da educação, o tema segue o perfil do Enem de trazer um problema social que acontece em todo o Brasil. De acordo com eles, "A população em situação de rua representa um segmento significativo e frequentemente é marginalizado. É muito importante o Enem ter abordado esse tema porque traz um processo para se pensar a respeito da reintegração socioeconômica dessa população de rua".

       Também ressaltam que é um desafio que exige uma abordagem holística, empática. É necessário reconhecer a dignidade e o potencial de cada indivíduo, assim como é possível avançar em direção a uma sociedade mais inclusiva e mais justa.

       Assim, segundo os especialistas, os alunos poderiam ter abordado temas como:


· programas de primeiro emprego e incentivos para contratação;

· apoio à saúde mental e combate à dependência;

· programas de capacitação e qualificação profissional;

· campanhas de conscientização para a mudança de percepção social dessa inclusão ativa.


         A reaplicação do Enem ocorreu nos dias 12 e 13 de dezembro, mesmas datas da aplicação do Enem PPL, para pessoas privadas de liberdade, em todos os estados e no Distrito Federal. Participaram da reaplicação os candidatos que precisaram faltar porque estavam com alguma doença infecciosa prevista no edital ou tiveram algum problema de logística ou foram alocados para fazer o exame em locais distantes por um erro da organização.


(Fonte: G1 — adaptado.)
Sem prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto, os termos “Assim, segundo” (4º parágrafo) podem ser substituídos por: 
Alternativas
Q2444967 Português
Curiosidades sobre a chuva


          Nem toda chuva é igual. A garoa sur____e de nuvens baixas e cin____entas e é formada por gotas pequenas e redondas, que caem unidas e parecem flutuar. Quando as nuvens estão bem cheias de água, acontece a chuva comum, com pingos grandes. E, se as nuvens estão supercarregadas, caem temporais, com muitas gotas grandes de água e raios.
          Você sabia que o cheiro que a chuva deixa quando vai embora é causado por uma bactéria? As gotas que caem no chão fazem subir minúsculos grãos de terra onde essas bactérias vivem. O contato com a água faz com que elas se multipliquem e, quando isso acontece, soltam esse “cheirinho de chuva”.
           Quando sapos, pererecas e rãs saem de suas tocas para pa_____ear, é sinal de que vem chuva por aí. Eles têm a pele sensível ao calor e gostam do tempo úmido.
        Quando as nuvens atingem temperaturas abaixo de zero grau Celsius, as gotas de água congelam e caem em forma de chuva. Se não derreterem no caminho, acontece uma chuva de granizo.
         No passado, alguns povos cantavam e dançavam para pedir aos deuses que mandassem chuva. Até hoje há crenças sobre isso. Dizem, por exemplo, que sair na rua com o guarda-chuva aberto atrai chuva.


(Fonte: Editora Abril — adaptado.)
Em “Quando as nuvens estão bem cheias de água, acontece a chuva comum, com pingos grandes.”, a palavra sublinhada pode ser substituída por: 
Alternativas
Q2444477 Português
O Sol influencia as mudanças climáticas?


          O Sol é a estrela que mantém o Sistema Solar unido graças à sua gravidade. Sem sua presença, a vida na Terra como a conhecemos não seria possível.

            A conexão e as interações entre a estrela e este planeta determinam as estações do ano, as correntes oceânicas, o tempo e o clima, entre outras coisas, de acordo com a Nasa — agência espacial norte-americana.

          O Sol tem um impacto importante sobre o clima da Terra: ele é considerado um garantidor da vida, pois ajuda a manter o planeta quente o suficiente para que ela exista.

         No entanto, a estrela mais próxima da Terra não é responsável pela tendência de aquecimento global registrada nas últimas décadas.

          De acordo com a agência espacial dos Estados Unidos, o aquecimento global em evidência nas últimas décadas é um evento muito precoce para ser vinculado às mudanças na órbita da Terra e grande demais para ser causado pela atividade solar, diz a agência espacial.

          A Nasa vem estudando a estrela do Sistema Solar há bastante tempo e, segundo a agência, há duas evidências que refutam a crença de que o Sol é a causa do aquecimento global.

            Por um lado, observa a agência, a quantidade de energia solar que atinge a atmosfera superior tem sido monitorada desde 1978, e os cientistas conseguiram determinar que não houve tendência de aumento na quantidade de energia solar que atinge o planeta.

          “Uma segunda evidência irrefutável é que, se o Sol fosse responsável pelo aquecimento global, esperaríamos ver um aumento nas temperaturas em todas as camadas da atmosfera, desde a superfície até a atmosfera superior (estratosfera). Mas, na realidade, o que se observa é um aquecimento na superfície e um resfriamento na estratosfera. Isso é consistente com o fato de esse fenômeno ser devido a um acúmulo de gases que retêm o calor perto da superfície da Terra”, informa a Nasa.

        Como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU aponta, há um amplo consenso científico de que as variações de longo e curto prazo na atividade solar desempenham apenas um papel muito pequeno no clima da Terra.

       De fato, o aquecimento causado pelo aumento dos gases de efeito estufa induzido pelo homem é muito maior do que os efeitos decorrentes das variações recentes da atividade solar.

        Os satélites observaram os níveis de emissão solar por mais de 40 anos e descobriram que eles aumentaram ou diminuíram em menos de 0,1% nesse período. Em contraste, desde 1750 o aquecimento causado pelos gases de efeito estufa provenientes da combustão de combustíveis fósseis é mais de 270 vezes maior do que o leve aumento nas temperaturas do próprio sol no mesmo intervalo de tempo.


(Fonte: National Geographic Brasil — adaptado.)
Em relação à conjugação dos verbos “medir” e "mediar", considerando-se seus significados, aplicados ao contexto, assinalar a alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:

• Neste momento, o professor ________ o debate sobre mudança climática.
• Eu espero que você ________ a nossa conversa, porque o meu nível de inglês é mediano e o cliente não entende português.
• Educado, ele sempre_________ suas palavras quando conversava com a avó. 
Alternativas
Q2444233 Português
Este item de cozinha pode estar causando estragos à sua saúde








(Disponível em: www.catracalivre.com.br/saude-bem-estar/este-item-de-cozinha-pode-estar-causandoestragos-a-sua-saude/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Qual alternativa indica um antônimo (palavra de sentido contrário) de “importante” (l. 07)? 
Alternativas
Q2444232 Português
Este item de cozinha pode estar causando estragos à sua saúde








(Disponível em: www.catracalivre.com.br/saude-bem-estar/este-item-de-cozinha-pode-estar-causandoestragos-a-sua-saude/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
A palavra “estragos” (l. 01) poderia ser substituída, sem alterar o sentido do texto, por: 
Alternativas
Q2443983 Português

Mito ou verdade: Vitamina B previne a picada do mosquito da dengue?



Por Tayna Farias









(Disponível em: www.vitat.com.br/vitamina-b-e-dengue/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Qual alternativa apresenta um antônimo (palavra de sentido oposto) da palavra “ineficazes” (l. 11)?
Alternativas
Q2443982 Português

Mito ou verdade: Vitamina B previne a picada do mosquito da dengue?



Por Tayna Farias









(Disponível em: www.vitat.com.br/vitamina-b-e-dengue/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Qual alternativa apresenta um sinônimo (palavra de sentido similar) da palavra “vulnerável” (l. 09)?
Alternativas
Q2443914 Português

O golpe quase perfeito da avó em seus netos


Por Fabrício Carpinejar








(Disponível em: www.gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carpinejar/noticia/2024/02/o-golpe-quase-perfeitoda-avo-em-seus-netos-clsw7zw4c000201ewxgmo1gam.html – texto adaptado especialmente para esta prova).

Em relação à palavra “comum” (l. 01), analise as assertivas abaixo:

I. Tem como sinônimos os termos “normal”, “habitual” e “usual”.
II. É antônima do termo “atípico”.
III. Pode ser substituída por “diferente” sem alteração de sentido no trecho em que se encontra.

Quais estão corretas?
Alternativas
Q2443530 Português
Nas atividades de limpeza, alvejar significa:  .
Alternativas
Q2443077 Português
Estamos ligadas para sempre: Maria Claudete e eu

Por Claudia Tajes





(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/claudia-tajes/noticia/2024/02/estamos-ligadas-parasempre-maria-claudete-e-eu – texto adaptado especialmente para esta prova).
Na frase “agora estamos aí, Maria Claudete e eu, dividindo o mesmo e-mail, já que não conseguimos crescer juntas”, retirada do texto, a expressão “já que” foi empregada com sentido de introduzir uma:
Alternativas
Q2443076 Português
Estamos ligadas para sempre: Maria Claudete e eu

Por Claudia Tajes





(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/claudia-tajes/noticia/2024/02/estamos-ligadas-parasempre-maria-claudete-e-eu – texto adaptado especialmente para esta prova).
Considerando o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir a respeito do trecho “Olha lá o que vai aprontar pela cidade” (l. 37):

I. A expressão “Olha lá o que vai aprontar” pode ser substituída por “Veja bem o que vai fazer”, sem causar alteração significativa ao trecho.
II. A autora está preocupada com a segurança de Maria Claudete na cidade onde mora, pois é um lugar violento.
III. A autora emprega a expressão “Olha lá” em sentido figurado, pois não pede que Maria Claudete olhe para algo concreto.

Quais estão corretas?
Alternativas
Q2443074 Português
Estamos ligadas para sempre: Maria Claudete e eu

Por Claudia Tajes





(Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.br/donna/colunistas/claudia-tajes/noticia/2024/02/estamos-ligadas-parasempre-maria-claudete-e-eu – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que apresenta uma palavra que poderia substituir corretamente o vocábulo “expediente” (l. 16) sem causar alteração significativa ao sentido do trecho em que ocorre.
Alternativas
Q2442831 Português

Frutas da estação



     As frutas da estação costumam ser mais baratas, saborosas e nutritivas. Por quê? Porque respeitam o ciclo natural de amadurecimento, e a maior oferta na época natural da colheita reduz o preço final. 


     Sabemos que a importação e a tecnologia agrícola permitem que frutas sejam oferecidas em épocas diferentes das tradicionais. É por isso que algumas espécies estão disponíveis no mercado quase o ano inteiro! Mas pode reparar: a variação de preço ao longo dos meses é nítida! 


     Alguns produtores utilizam técnicas e adubos orgânicos que permitem ampliar o período de produção sem alterar a qualidade final do alimento. Porém, o mais comum é que a produção seja ampliada com o uso de fertilizantes químicos. 


     O problema é que esse processo artificial aumenta o teor de água dos alimentos, reduz o valor nutritivo e parte do sabor. Além disso, no longo prazo, provoca o empobrecimento do solo. 


     Quando respeitada a sazonalidade da produção, o agricultor pode alternar a produção conforme o clima, o que oferece uma variedade de nutrientes ao solo. Com isso, as frutas da estação podem ser produzidas na própria região, com clima apropriado. 


     Não é difícil identificar as frutas da estação: normalmente são aquelas que estão em grandes quantidades nas feiras e hortifrútis, com preços mais em conta que o usual.



Ypê – “Frutas da estação: descubra quais são e como conservar”. Adaptado.

No trecho do penúltimo parágrafo do texto “Quando respeitada a sazonalidade da produção [...]”, a palavra sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por: 
Alternativas
Q2442677 Português
Como reescrever o passado? Como refazer um passado que pode estar perdido? É isto que tenta fazer Vinicius Calderoni em sua dramaturgia Museu Nacional [Todas as vozes do fogo]. Texto teatral narrado por Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado na América Latina, conta a História do Brasil a partir da tragédia de grandes proporções que atingiu o Museu Nacional, instituição bicentenária que abrigava mais de 20 milhões de itens de diversas áreas de pesquisa.

Em setembro de 2018, o Brasil acompanhou com estupor o incêndio do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, sede do Museu Nacional, instituição científica e museológica que abrigava mais de 20 milhões de itens das áreas de antropologia, zoologia, geologia, etnologia, paleontologia e arqueologia.Entre eles, Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado na América Latina, um dos únicos remanescentes do fogo.

Pela voz de Luzia e outros personagens componentes do acervo, que interpretam quinze canções inéditas, compostas com a Companhia Barca dos Corações Partidos para o espetáculo, o musical percorre o imenso edifício imperial e, transitando entre passado, presente e futuro, flagra histórias que foram e que poderiam ser, de personagens históricos e de gente comum, de seres animados e inanimados, de objetos materiais e imateriais.



Adaptado de: https://jornalnota.com.br/2024/02/01/museu-nacionaldramaturgia-musical-parte-do-acervo-que-sobreviveu-ao-incendio-paranarrar-o-brasil/. 
Considere a seguinte frase: o Brasil acompanhou com estupor o incêndio. Qual das seguintes alternativas melhor caracteriza o vocábulo estupor
Alternativas
Ano: 2024 Banca: SUSTENTE Órgão: COREN-PE Prova: SUSTENTE - 2024 - COREN-PE - Motorista |
Q2442194 Português
Fúria no trânsito


Existe uma forma simples de avaliar o grau de evolução do ser humano. Basta observar dois sujeitos após uma batida. Saem dos veículos arrebentando as portas. Olhares ferozes. Torsos inclinados para a frente. Mãos crispadas. Batem boca. Bastaria mudar o cenário, trocar os ternos por peles e entregar um porrete para cada um. Estaríamos de volta à pré-história. Poucas atividades humanas despertam tanto o espírito selvagem como a guerra no trânsito.

Tenho um amigo de fala mansa, calmo e sensato. Outro dia estávamos no carro. Chuviscava. O suficiente para que os carros entrassem numa luta desenfreada no asfalto. Cortadas súbitas. Buzinas. Ele passou a costurar por todos os lados. Fomos ao Morumbi Shopping. Havia uma fila para o estacionamento vip (quem almoça em alguns restaurantes de lá tem direito à manobrista gratuito).

- Um idiota está parado lá na frente - ele anunciou.

- Por que idiota? Você não sabe o motivo ... - comecei a dizer.

Não pude terminar a frase. Agarrei-me ao banco. Ele atirou o carro para a direita. O da frente fez o mesmo. Para não bater, meu amigo jogou o seu sobre o canteiro. Veio a pancada. O pneu arrebentou. O veículo parado mexeu-se, vagarosamente, e partiu. Meu amigo esbravejou. Trocou o pneu. Depois foi a uma borracharia, onde acabou brigando também. Passou o resto do dia num humor de cão. Telefonou:

- Tudo por culpa daquele imbecil!

Argumentei:

- Você não sabia o motivo de o carro estar parado. A pessoa podia estar se sentindo mal. Pense. Por causa de alguém que não conhece, você quase amassou o carro, arrebentou seu pneu e está furioso. Como permite que um desconhecido faça tudo isso com você?

Silêncio sepulcral. Depois, ouvi um clique do telefone sendo desligado.

Costumo dirigir devagar. Quando vou para o Litoral Norte é uma tortura. A estrada só tem uma pista, com muitos locais de ultrapassagem proibida. Tento me manter na velocidade exigida pelas placas. Adianta? Alguém sempre gruda em mim. Volta e meia, quando ultrapassam, ouço me xingarem.

Nestes tempos politicamente corretos, já não se ouvem tantos gritos do tipo:

- Ô dona Maria, vá pilotar fogão! [...]

Soube de um rapaz que certa vez foi fechado numa grande avenida. Gritou:

- Safado, você vai ver!

Seguiu atrás, buzinando. O outro tentava fugir, ele perseguia. Deu uma superfechada, obrigando o carro a parar. Saiu furioso, pronto para a briga. Aproximou-se. No banco do motorista estava uma senhora idosa, tremendo de medo. Ele caiu em si.

- Parecia que eu estava em um filme, me assistindo.

Gaguejou. Pediu desculpa. Partiu.

No dia seguinte, vendeu o carro.

- Não confio em mim mesmo ao volante. Eu me torno outra pessoa. Prefiro não dirigir.

Claro que não é uma receita para todo mundo. Para ele, funcionou. Anda de ônibus, táxi ou metrô. Sentese feliz. Como se tivesse abandonado a pré-história e, finalmente, ingressado na civilização.


Walcyr Carrasco
Na frase “Cortadas súbitas.”, no 2º parágrafo, a palavra sublinhada tem o seguinte sinônimo:
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Q2442143 Português
Entrevista: virologista destaca desafios e avanços no combate à dengue.

27/02/2024
Fonte: ICC/Fiocruz Paraná


O aumento do número de casos de dengue em diferentes regiões do país em 2024 mobiliza gestores públicos, pesquisadores e profissionais de saúde para a implantação de ações de combate ao mosquito transmissor e ao enfrentamento do vírus em todo o território nacional. Segundo dados do Ministério da Saúde, são mais meio milhão de casos desde o início de 2024. [...]


Durante sua visita ao Brasil no mês de fevereiro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou que o surto de dengue no país é parte de um alarmante aumento global de casos. Ao longo de 2023, mais de 500 milhões de casos e 5 mil mortes foram registrados em cerca de 80 países. Tedros atribuiu esses números ao fenômeno El Niño e ao aumento das temperaturas globais.


Em entrevista para o portal da Fiocruz Paraná, a pesquisadora e chefe do Laboratório de Virologia da unidade, Claudia Nunes Duarte dos Santos, corrobora com as observações do diretor da OMS sobre o impacto do desequilíbrio ambiental na proliferação dos mosquitos vetores e alerta que a incorporação da vacina no Programa Nacional de Imunização é um recurso valioso, mas deve ser complementada por ações integradas de prevenção, vigilância e uma maciça participação da população e do poder público para eliminar o vetor. A cientista coordena o serviço de referência para o Ministério da Saúde em vírus emergentes e reemergentes.


A dengue persiste como um considerável desafio para a saúde pública brasileira ao longo dos anos. Indo direto ao ponto, qual a forma eficaz para combatê-la?


O combate a essa doença demanda um esforço coletivo, envolvendo intervenção efetiva do poder público e a participação ativa da população na eliminação dos focos do Aedes aegypti, vetor da doença, em áreas de residências e quintais, além de parques e praças, pois se trata de um mosquito que coabita com humanos. Existem estratégias alternativas importantes como o uso de mosquitos geneticamente modificados e a aplicação da técnica de Wolbachia e agora, mais recentemente a incorporação da vacina no Programa Nacional de Imunizações. É importante ressaltar que a dengue nos traz um viés social, evidenciado pela presença de mais casos em regiões com menos acesso a recursos, em populações mais vulneráveis e por isso de medidas educativas aliadas a práticas preventivas são fundamentais.


O combate ao Aedes aegypti ainda é caminho mais eficaz para a prevenção?


A proliferação de mosquitos impacta diretamente na frequência e magnitude de surtos não apenas de dengue, mas de também outros vírus transmitidos por mosquitos como chikungunya e zika, mas o panorama atual apresenta desafios adicionais. O aquecimento global e a destruição da biodiversidade alteram o ciclo destes vetores e a dinâmica de transmissão do vírus, essas mudanças afetam diretamente o ciclo biológico dos mosquitos, que depende fortemente de fatores como pluviosidade (disponibilidade de pontos com água para a postura dos ovos) e temperaturas mais altas para a eclosão dos ovos e geração de mosquitos adultos. Estes fatores culminaram com a dispersão de mosquitos vetores e consequentemente da doença para áreas antes consideradas livres por apresentarem condições adversas ao mosquito com temperaturas mais baixas e maiores altitudes. [...]


A vacina é mais uma aliada nessa luta…


Realmente, mas não existe no momento uma bala de prata para a erradicação da dengue. Trata-se de uma doença complexa causada por quatro vírus relacionados entre si mas diferentes (dengue 1,2 3 e 4), que podem co-circular em uma mesma região. Ademais é uma imunopatologia, isto é, os sinais clínicos estão relacionados à resposta do hospedeiro à infecção, aumentando ainda mais os desafios. A vacina é um recurso valioso, mas devido ao número de doses que a empresa é capaz de produzir, foi direcionada a um dos grupos mais vulnerável, e para áreas mais afetadas. Desta forma, as ações de combate ao mosquito vetor, medidas educativas sobre a eliminação de criadouros, uso de barreiras físicas como repelentes, aliados a intervenções contínuas do poder público, são ferramentas fundamentais para o enfrentamento da dengue e outras arboviroses (vírus transmitidos por artrópodes). [...]


E sobre o vírus, quais os aspectos mais desafiadores?


Diferente de outros arbovírus que causam doenças como zika, febre amarela e chikungunya, o vírus da dengue apresenta quatro sorotipos denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 e cada um apresenta diferentes variações genéticas. Por essa complexidade é que levamos algumas décadas para desenvolver esse imunizante que será oferecido pelo SUS agora. [...]


Como todos os vírus que possuem o material genético composto por uma molécula de RNA polaridade positiva, o vírus da dengue apresenta alta capacidade de mutação devido à ausência de mecanismos que permitem “consertar erros” durante a replicação do RNA viral. Essas mutações podem tornar o vírus mais competente e mais adaptado, influenciando aspectos do perfil clínico e da transmissão da doença. Nesse sentido, o sequenciamento genômico e a vigilância ativa, realizados por redes laboratoriais de referência, são cruciais para identificar novos vírus, potenciais marcadores de gravidade a novas áreas de circulação, podendo expor populações mais suscetíveis.


O Paraná está entre os quatro estados brasileiros com maior número de casos. Antigamente existia a ideia de que, em regiões mais frias, a dengue não chegava. Isso não tem mais validade, correto?


Correto. Esse dado só reforça a influência das mudanças climáticas na disseminação do vírus. Com o aumento da temperatura nessas localidades onde o frio predominava e, com as chuvas mais intensas, todas as regiões do país têm potencial para o registro do aumento de casos, já que o vírus circula em todo o território brasileiro e atualmente em outros países da América do Sul como Uruguai, por exemplo, que durante muito tempo foi considerado área livre de dengue. [...]


https://portal.fiocruz.br/noticia/2024/02/entrevista-virologista-destaca-desafios-e-avancos-no-combate-dengue
“A cientista coordena o serviço de referência para o Ministério da Saúde em vírus emergentes e reemergentes.”

A palavra em destaque tem seu sentido alterado em:
Alternativas
Respostas
1441: D
1442: E
1443: E
1444: C
1445: C
1446: D
1447: B
1448: C
1449: E
1450: E
1451: A
1452: D
1453: E
1454: A
1455: D
1456: E
1457: A
1458: A
1459: B
1460: A