Questões de Concurso
Sobre significação contextual de palavras e expressões. sinônimos e antônimos. em português
Foram encontradas 18.993 questões
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões:
ECO LÓGICO.
Se aos pássaros perguntares,
Quem poluí os nossos ares,
Onde os pulmões se consomem,
o eco, lógico, responde:
... o homern ... homem ... homem ...
E o húmus de nosso chão.
Que resta pro nosso pão
logo após uma queimada
o eco, lógico, responde: ...
quase nada .. ,quase nada ...
O que era o Saara?
A Amazônia o que será?
Um futuro multo Incerto?
O eco, lógico, responde:
... só deserto ... só deserto.
O que resta desmatando.
O que sobra devastando
ao homem depredador?
O eco, lógico, responde:
... só a dor ... a dor ... a dor
Que precisa a natureza
pra manter sua beleza
e amainar a sua dor?
O eco, lógico, responde:
... mais amor ... amor ... amor.
(Autor desconhecido)
Assinale a alternativa em que o vocábulo não pertence ao mesmo campo semântico:
Leia o texto e responda o que for pedido no comando das questões.
Arrumação mental
A relação entre a bagunça nos espaços e a depressão é mais relevante do que se imaginava e faz crescer a procura por métodos que ajudem a pôr tudo em seu lugar.
Diego Alejandro
Não é preciso ser obcecado por arrumação para sentir uma certa aflição ao olhar para os detalhes de um espaço desarrumado. A imagem de um quarto bagunçado provoca angústia e desânimo. A sensação é exatamente a oposta quando os olhos vislumbram esse arrumado. A tranquilidade se instala ao enxergar um cômodo limpo, organizado, convidando para o descanso e a serenidade. O estado de arrumação dos ambientes, diz a ciência há algum tempo, é um fator determinante para o que sentimos. Bagunça transmite insegurança e ansiedade. Organização, proteção e paz.
Esses achados até poderiam estar na categoria de constatações científicas curiosas, mas sem maiores implicações. Assim eram considerados, de fato, até que estudiosos de doenças psiquiátricas como a depressão começaram a notar que a relação entre a condição dos espaços e o humor dos pacientes é muito mais relevante do que se imaginava. Ela é ao mesmo tempo uma das causas e reflexos da desorganização e angústia que atormentam os indivíduos. No caso da depressão, trata-se de um processo de retroalimentação: a apatia que caracteriza a enfermidade mina a disposição para manter tudo limpo e no lugar certo, enquanto resultado disso, o cenário caótico que se instala, dificulta a resposta e agrava a prostração. E assim o ciclo se cristaliza, mantendo o paciente em uma engrenagem da qual não consegue escapar.
A compreensão desse mecanismo está adicionando ao tratamento da doença outro caminho terapêutico além da clássica combinação medicamentos e terapia. Seu foco é auxiliar o indivíduo a quebrar a roda perniciosa agindo de fora para dentro. Ou seja, oferecendo ao paciente métodos de arrumação que lhe permitam mexer no ambiente externo de forma a levar um pouco de ordem e paz ao interno.
A demanda surpreende. Nas redes sociais, a procura por orientações explodiu e a expressão "depression room" (sala de depressão em tradução livre) que remete ao tema, é uma das mais buscadas. Muitas das respostas são encontradas nas páginas digitais de pacientes que desenvolveram seus métodos de arrumação ou de terapeutas como a americana K.C. Davis, que travou sua própria batalha contra a depressão depois do nascimento de seu segundo filho. Embora se considere uma pessoa organizada, tentativas de manter a casa arrumada caíram abaixo com a chegada do bebê e do corona vírus, em 2020, que obrigou a família a viver no mesmo espaço meses a fio. Os pratos ficavam na pia por dias, a pilha de roupas atingia alturas impressionantes e muitas vezes não havia um caminho para andar", descreve a especialista no livro How to Keep House Whlle Drowing (Como manter a casa enquanto se alonga"). A técnica da americana parte a premissa de que todo plano de organização deve ser feito segundo as prioridades e o ritmo de cada um. Caso contrário, o fracasso é certo. Ela recomenda ainda que a meta deve ser chegar a um espaço habitável e não perfeito.
A ciência ainda não mediu o impado que a arrumação física tem sobre o rearranjo mental. Empiricamente, intui-se que deve ser relevante e positiva. "O ser humano responde com prazer depois de tomar um banho e repousar num cômodo organizado", afirma o psiquiatra Alaor Carlos de Oliveira Neto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "Um ambiente caótico desmotiva e não deixa que a gente viva na nossa melhor forma completa. A harmonia dos espaços, portanto, é o bálsamo de onde se pode tirar ao menos parte da serenidade da mente. Que tal dar uma organizada?
De fora para dentro: Seis passos para uma boa organização.
1) Faça o básico: Sair da cama pode ser difícil para quem sofre com doenças mentais. Portanto, tirar o pijama e escovar os dentes a são um grande passo.
2) Tome cuidado: Veja antes as questões de segurança e sanitárias, como riscos de tropeçar ou comida estragada largada no ambiente.
3) Comece pelo lixo: Separe ludo em quatro categorias de prioridades -dispensáveis, roupa suja, coisas que têm lugar e outras que precisam de um. Seguir essa sequência em ordem decrescente faz a diferença.
4) Torne uma brincadeira: Defina um cronômetro para cinco minutos e limpe o máximo que puder.
5) Complete o que puder. Não se frustre se fizer pouco e aprecie seu trabalho: A motivação vem devagar, porém de forma exponencia. Quanto mais se propuser a atingir mais inspirado se sentirá.
6) Transforme em rotina: Imagine um período como uma hora, e uma meta, arrumar dez objetos em desordem, por exemplo. Tente, ao máximo, cumpri-la, todos os dias, até virar um hábito.
Fonte: VEJA, 25/01/23
Não ocorre relação antonímica em:
A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fez trinta anos em 2020. Por definição, encarregou as famílias, a comunidade, a sociedade e o Estado de assegurar a proteção integral a todas as crianças e adolescentes no Brasil, de forma articulada e interdependente. Tal articulação foi alcunhada, mais tarde, de Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA).
A ideia de proteção integral anotada no referido estatuto encontra lastro na concepção de que todas as pessoas com idade inferior a 18 anos ascendem à condição de sujeito de direitos, rompendo com a doutrina sociojurídica em voga até a sua promulgação, que destinava tal grupo à intervenção do mundo adulto. Desse novo modo, coloca-o como titular de direitos comuns a toda e qualquer pessoa humana, bem como de direitos especiais decorrentes da condição peculiar de pessoas em processo de desenvolvimento.
O Ministério Público é essencial à proteção pretendida e, por isso, o capítulo quinto do ECA é reservado a esse “sujeito”, que age na composição do SGDCA, atribuindo-lhe competências administrativas para assegurar os direitos infantoadolescentes. De maneira geral, sua atuação volta-se à guarda dos interesses sociais, ou seja, à proteção dos direitos difusos e coletivos, todos os ligados à coletividade e, também, na defesa dos interesses individuais, desde que indisponíveis, caracterizados como direitos fundamentais, pois são inerentes à pessoa humana, tais como o direito à vida, à liberdade, à integridade física e psíquica, à igualdade perante a lei, à saúde, à educação, entre outros alcançáveis por sua tutela.
Nesse contexto, a sua intervenção não se resume à via jurisdicional, mas atua em diversas frentes com a finalidade de garantir que os direitos anunciados se tornem realidade na vida das crianças e dos adolescentes. Age para atenuar as distorções existentes entre os protocolos consignados nas convenções internacionais de direitos humanos, na Constituição e nas legislações infraconstitucionais, e para exigir dos poderes públicos as medidas adequadas para que os seus objetivos sejam efetivados. Especificamente no campo dos direitos sociais, o Ministério Público tem a obrigação de monitorá-los em seu desdobramento, enquanto políticas públicas, entre estas, a política de educação com adjetivação de qualidade.
José Almir do Nascimento; Luciana Rosa Marques. A efetivação do direito
à educação de qualidade como ação do Ministério Público de Pernambuco.
Internet:
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item seguinte.
A expressão “sua atuação”, empregada no segundo período
do terceiro parágrafo, faz referência a “infantoadolescentes”,
no período anterior.
A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fez trinta anos em 2020. Por definição, encarregou as famílias, a comunidade, a sociedade e o Estado de assegurar a proteção integral a todas as crianças e adolescentes no Brasil, de forma articulada e interdependente. Tal articulação foi alcunhada, mais tarde, de Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA).
A ideia de proteção integral anotada no referido estatuto encontra lastro na concepção de que todas as pessoas com idade inferior a 18 anos ascendem à condição de sujeito de direitos, rompendo com a doutrina sociojurídica em voga até a sua promulgação, que destinava tal grupo à intervenção do mundo adulto. Desse novo modo, coloca-o como titular de direitos comuns a toda e qualquer pessoa humana, bem como de direitos especiais decorrentes da condição peculiar de pessoas em processo de desenvolvimento.
O Ministério Público é essencial à proteção pretendida e, por isso, o capítulo quinto do ECA é reservado a esse “sujeito”, que age na composição do SGDCA, atribuindo-lhe competências administrativas para assegurar os direitos infantoadolescentes. De maneira geral, sua atuação volta-se à guarda dos interesses sociais, ou seja, à proteção dos direitos difusos e coletivos, todos os ligados à coletividade e, também, na defesa dos interesses individuais, desde que indisponíveis, caracterizados como direitos fundamentais, pois são inerentes à pessoa humana, tais como o direito à vida, à liberdade, à integridade física e psíquica, à igualdade perante a lei, à saúde, à educação, entre outros alcançáveis por sua tutela.
Nesse contexto, a sua intervenção não se resume à via jurisdicional, mas atua em diversas frentes com a finalidade de garantir que os direitos anunciados se tornem realidade na vida das crianças e dos adolescentes. Age para atenuar as distorções existentes entre os protocolos consignados nas convenções internacionais de direitos humanos, na Constituição e nas legislações infraconstitucionais, e para exigir dos poderes públicos as medidas adequadas para que os seus objetivos sejam efetivados. Especificamente no campo dos direitos sociais, o Ministério Público tem a obrigação de monitorá-los em seu desdobramento, enquanto políticas públicas, entre estas, a política de educação com adjetivação de qualidade.
José Almir do Nascimento; Luciana Rosa Marques. A efetivação do direito
à educação de qualidade como ação do Ministério Público de Pernambuco.
Internet:
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item seguinte.
A locução “por isso” (primeiro período do terceiro
parágrafo) poderia, sem prejuízo do sentido original do texto,
ser substituída por portanto.
A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fez trinta anos em 2020. Por definição, encarregou as famílias, a comunidade, a sociedade e o Estado de assegurar a proteção integral a todas as crianças e adolescentes no Brasil, de forma articulada e interdependente. Tal articulação foi alcunhada, mais tarde, de Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA).
A ideia de proteção integral anotada no referido estatuto encontra lastro na concepção de que todas as pessoas com idade inferior a 18 anos ascendem à condição de sujeito de direitos, rompendo com a doutrina sociojurídica em voga até a sua promulgação, que destinava tal grupo à intervenção do mundo adulto. Desse novo modo, coloca-o como titular de direitos comuns a toda e qualquer pessoa humana, bem como de direitos especiais decorrentes da condição peculiar de pessoas em processo de desenvolvimento.
O Ministério Público é essencial à proteção pretendida e, por isso, o capítulo quinto do ECA é reservado a esse “sujeito”, que age na composição do SGDCA, atribuindo-lhe competências administrativas para assegurar os direitos infantoadolescentes. De maneira geral, sua atuação volta-se à guarda dos interesses sociais, ou seja, à proteção dos direitos difusos e coletivos, todos os ligados à coletividade e, também, na defesa dos interesses individuais, desde que indisponíveis, caracterizados como direitos fundamentais, pois são inerentes à pessoa humana, tais como o direito à vida, à liberdade, à integridade física e psíquica, à igualdade perante a lei, à saúde, à educação, entre outros alcançáveis por sua tutela.
Nesse contexto, a sua intervenção não se resume à via jurisdicional, mas atua em diversas frentes com a finalidade de garantir que os direitos anunciados se tornem realidade na vida das crianças e dos adolescentes. Age para atenuar as distorções existentes entre os protocolos consignados nas convenções internacionais de direitos humanos, na Constituição e nas legislações infraconstitucionais, e para exigir dos poderes públicos as medidas adequadas para que os seus objetivos sejam efetivados. Especificamente no campo dos direitos sociais, o Ministério Público tem a obrigação de monitorá-los em seu desdobramento, enquanto políticas públicas, entre estas, a política de educação com adjetivação de qualidade.
José Almir do Nascimento; Luciana Rosa Marques. A efetivação do direito
à educação de qualidade como ação do Ministério Público de Pernambuco.
Internet:
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item seguinte.
No primeiro período do terceiro parágrafo, a forma
pronominal “lhe”, em “atribuindo-lhe”, faz referência ao
“capítulo quinto do ECA”.
A promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) fez trinta anos em 2020. Por definição, encarregou as famílias, a comunidade, a sociedade e o Estado de assegurar a proteção integral a todas as crianças e adolescentes no Brasil, de forma articulada e interdependente. Tal articulação foi alcunhada, mais tarde, de Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA).
A ideia de proteção integral anotada no referido estatuto encontra lastro na concepção de que todas as pessoas com idade inferior a 18 anos ascendem à condição de sujeito de direitos, rompendo com a doutrina sociojurídica em voga até a sua promulgação, que destinava tal grupo à intervenção do mundo adulto. Desse novo modo, coloca-o como titular de direitos comuns a toda e qualquer pessoa humana, bem como de direitos especiais decorrentes da condição peculiar de pessoas em processo de desenvolvimento.
O Ministério Público é essencial à proteção pretendida e, por isso, o capítulo quinto do ECA é reservado a esse “sujeito”, que age na composição do SGDCA, atribuindo-lhe competências administrativas para assegurar os direitos infantoadolescentes. De maneira geral, sua atuação volta-se à guarda dos interesses sociais, ou seja, à proteção dos direitos difusos e coletivos, todos os ligados à coletividade e, também, na defesa dos interesses individuais, desde que indisponíveis, caracterizados como direitos fundamentais, pois são inerentes à pessoa humana, tais como o direito à vida, à liberdade, à integridade física e psíquica, à igualdade perante a lei, à saúde, à educação, entre outros alcançáveis por sua tutela.
Nesse contexto, a sua intervenção não se resume à via jurisdicional, mas atua em diversas frentes com a finalidade de garantir que os direitos anunciados se tornem realidade na vida das crianças e dos adolescentes. Age para atenuar as distorções existentes entre os protocolos consignados nas convenções internacionais de direitos humanos, na Constituição e nas legislações infraconstitucionais, e para exigir dos poderes públicos as medidas adequadas para que os seus objetivos sejam efetivados. Especificamente no campo dos direitos sociais, o Ministério Público tem a obrigação de monitorá-los em seu desdobramento, enquanto políticas públicas, entre estas, a política de educação com adjetivação de qualidade.
José Almir do Nascimento; Luciana Rosa Marques. A efetivação do direito
à educação de qualidade como ação do Ministério Público de Pernambuco.
Internet:
Considerando os sentidos e aspectos linguísticos do texto anteriormente apresentado, julgue o item seguinte.
A correção gramatical e a coerência das ideias do texto
seriam preservadas caso se substituísse “volta-se” (segundo
período do terceiro parágrafo) por visa.
Em abril de 1968, um grupo de cientistas de dez países se juntou para estudar o futuro da humanidade. O grande assunto da época era o crescimento populacional: naquela década, a taxa média de natalidade havia ultrapassado a marca de cinco filhos por mulher, a maior já registrada.
O grupo, que ficou conhecido como clube de Roma (a primeira reunião ocorreu na capital italiana), passou quatro anos debruçado sobre essa e outras questões, e, em 1972, transformou as conclusões em livro: Os limites do crescimento. A obra usava dados históricos e modelos matemáticos para mostrar como, além de aumentar as emissões de CO2 e esquentar a atmosfera, o forte crescimento da população — que acontecia devido à alta natalidade combinada à “redução, muito bem-sucedida, na taxa de mortalidade global” — poderia ter outras consequências catastróficas, como o esgotamento dos recursos naturais. E apresentava duas possíveis soluções: ou a humanidade diminuía voluntariamente seu ritmo de crescimento, ou o próprio planeta acabaria fazendo isso, reduzindo a população por meio de um colapso ambiental.
Os limites do crescimento tiveram enorme repercussão — foi traduzido para dezenas de idiomas e vendeu mais de 30 milhões de exemplares pelo mundo —, mas suas advertências não foram ouvidas. A população global, que, em 1972, era de 3,8 bilhões, mais que dobrou: em 2022, a Terra cruzou a marca de 8 bilhões de habitantes.
Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes e urgentes. Todo ano, a organização americana Global Footprint Network calcula o chamado dia da sobrecarga da Terra, a data em que ultrapassamos a capacidade do planeta de reequilibrar seus sistemas ecológicos e regenerar recursos naturais.
Esse indicador é calculado desde 1971; naquele ano, a humanidade atravessou o limite em dezembro. Já em 2023, isso aconteceu em 2 de agosto. Isso significa que, no ano de 2022, usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar.
Ao mesmo tempo, há algo diferente acontecendo. Nada menos que 124 países estão com natalidade inferior a 2,1 filhos por mulher. Essa é a chamada “taxa de reposição”, que, segundo a ONU, é necessária para manter a população estável (2 pessoas novas substituem os pais, e o 0,1 adicional compensa o número de indivíduos que não geram descendentes).
Internet: <super.abril.com.br> (com adaptações).
Julgue o item a seguir, relativos a aspectos linguísticos do texto anterior.
A expressão “naquele ano” (primeiro período do quinto
parágrafo) faz referência a “1971”.
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
Vou embora deste planeta sem medo
Primeira a denunciar o ex-médico Roger Abdelmassih, Vana Lopes, com câncer, diz que completou sua missão.
Quando procurei o ex-médico Roger Abdelmassih, em 1993, há exatos trinta anos, obviamente não vi nele um criminoso. Na época, era um especialista em reprodução humana assistida bem conhecido no país. Meu ex-marido e eu desejávamos muito ter um filho e já havíamos procurado outros médicos até que chegamos a sua clínica, em São Paulo. Nunca me esquecerei dele, vestido de jaleco branco e com muita lábia, me garantindo que eu engravidaria. Na primeira consulta, Abdelmassih me perguntou se tínhamos reserva financeira. Respondi que havíamos guardado um dinheirinho porque planejávamos comprar um apartamento na praia para ver o mar. Ele falou: "Você prefere ver o mar todo dia ou o sorriso do seu filho?" Aquilo me desmoronou. Na sequência, fomos ao banco e tiramos o dinheiro. Naquele momento, deveria ter percebido que se tratava de um charlatão. Até hoje, digo que superei alguns traumas, mas outros, não. Sinto-me uma idiota por não ter visto que ele não era um médico, mas um mercenário e estuprador.
Fui violentada por ele dentro do seu consultório. Na terceira tentativa de inseminação artificial (o sêmen é injetado na cavidade uterina no período fértil da mulher), acordei do procedimento com Abdelmassih ejaculando sobre meu corpo. Dali em diante, minha vida virou um inferno. A solidão de uma vítima é a pior coisa que existe. Você acha que é a única, que nunca ocorreu com outra pessoa e foi a azarada. Acha que foi violentada por acaso, estava na hora errada, no lugar errado, com a roupa errada, durante anos, me senti assim. Junto à solidão, sentia uma tristeza profunda. Perdi a alegria de viver. Era estilista. Irradiava alegria e procurava fazer peças que deixassem as mulheres mais bonitas. Infelizmente, depois de tudo, me amputei, meu dom foi completamente anulado.
Separei-me do meu marido e cheguei a tentar o suicídio. Depois de muita dor, decidi denunciá-lo. Fui a primeira a fazer isso e ajudei a polícia a encontrá-lo no Paraguai, para onde fugiu depois que a justiça determinou sua prisão. Mas vi que precisava ampliar minha ação e fundei o grupo Vítimas Unidas. Minha intenção era e ainda é encorajar outras vítimas a não se calarem e lutar para que as leis sejam aplicadas aos criminosos. A minha ideia é fazer do estupro um crime contra a humanidade porque o nosso primeiro território é o nosso corpo. Você diz que é brasileira, portuguesa, americana, mas apenas nasceu em um lugar. O seu corpo é a sua nacionalidade.
Acabei reconstruindo minha vida. Casei-me novamente e moro em Portugal com meu novo marido. Tenho 62 anos, uma filha adotiva de 37, uma neta de 18 e uma bisneta que vai fazer 1 ano. Não sou mãe de sangue, mas elas são filhas do ventre da minha alma. O amor não é consanguíneo. O amor é a memória. Para mim, é isso que importa. Não é o sangue, mas a história que minha filha, neta e bisneta vão contar, não por vaidade, mas por lembranças. Plantei amor e estou colhendo amor.
Há dois anos, fui diagnosticada com câncer de mama. A doença se espalhou e chegou aos ossos. Por isso, a tendência é que eu tenha uma vida curta a partir de agora. Mas não pareço doente porque tento ser otimista e tenho planos. Tenho ideias para juristas, médicos e a rede de especialistas que contribui com o grupo Vítimas Unidas, que trabalha para a prevenção da violência sexual. Lutamos para que as pessoas sejam atendidas com respeito porque seus corpos já sofreram muito. O meu legado não será a prisão de Abdelmassih, na cadeia desde 2014. Ele não tem essa importância. Estou indo embora deste planeta sem medo. Não tenho temor de morrer porque minha missão foi cumprida.
Depoimento dado a Paula Félix. REVISTA VEJA, n. 2825, 25/01/23.
Ao atribuir ao ex-médico "muita lábia", a depoente quis taxá-lo de:
Em abril de 1968, um grupo de cientistas de dez países se juntou para estudar o futuro da humanidade. O grande assunto da época era o crescimento populacional: naquela década, a taxa média de natalidade havia ultrapassado a marca de cinco filhos por mulher, a maior já registrada.
O grupo, que ficou conhecido como clube de Roma (a primeira reunião ocorreu na capital italiana), passou quatro anos debruçado sobre essa e outras questões, e, em 1972, transformou as conclusões em livro: Os limites do crescimento. A obra usava dados históricos e modelos matemáticos para mostrar como, além de aumentar as emissões de CO2 e esquentar a atmosfera, o forte crescimento da população — que acontecia devido à alta natalidade combinada à “redução, muito bem-sucedida, na taxa de mortalidade global” — poderia ter outras consequências catastróficas, como o esgotamento dos recursos naturais. E apresentava duas possíveis soluções: ou a humanidade diminuía voluntariamente seu ritmo de crescimento, ou o próprio planeta acabaria fazendo isso, reduzindo a população por meio de um colapso ambiental.
Os limites do crescimento tiveram enorme repercussão — foi traduzido para dezenas de idiomas e vendeu mais de 30 milhões de exemplares pelo mundo —, mas suas advertências não foram ouvidas. A população global, que, em 1972, era de 3,8 bilhões, mais que dobrou: em 2022, a Terra cruzou a marca de 8 bilhões de habitantes.
Hoje, o aquecimento global e outros problemas ambientais são temas dominantes e urgentes. Todo ano, a organização americana Global Footprint Network calcula o chamado dia da sobrecarga da Terra, a data em que ultrapassamos a capacidade do planeta de reequilibrar seus sistemas ecológicos e regenerar recursos naturais.
Esse indicador é calculado desde 1971; naquele ano, a humanidade atravessou o limite em dezembro. Já em 2023, isso aconteceu em 2 de agosto. Isso significa que, no ano de 2022, usamos 75% mais recursos do que o planeta pode suportar.
Ao mesmo tempo, há algo diferente acontecendo. Nada menos que 124 países estão com natalidade inferior a 2,1 filhos por mulher. Essa é a chamada “taxa de reposição”, que, segundo a ONU, é necessária para manter a população estável (2 pessoas novas substituem os pais, e o 0,1 adicional compensa o número de indivíduos que não geram descendentes).
Internet: <super.abril.com.br> (com adaptações).
Julgue o item a seguir, relativos a aspectos linguísticos do texto anterior.
A oração “mas suas advertências não foram ouvidas”
(primeiro período do terceiro parágrafo) expressa, em
relação à primeira oração do período, sentido de oposição.
Texto 11A05
Não negueis jamais ao erário, à administração, à União os seus direitos. São tão invioláveis, como quaisquer outros. O direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que o do mais alto dos poderes. Antes, com os mais miseráveis é que a justiça deve ser mais atenta, e redobrar-se de escrúpulo, porque são os mais mal defendidos, os que suscitam menos interesse, e os contra cujo direito conspiram a inferioridade na condição com a míngua nos recursos.
Preservai, juízes de amanhã, preservai vossas almas juvenis desses baixos e abomináveis sofismas. A ninguém importa mais do que à magistratura fugir do medo, esquivar-se de humilhações, e não conhecer covardia. Todo bom magistrado tem muito de heroico em si mesmo, na pureza imaculada e na plácida rigidez, que a nada se dobre, e de nada se tenha medo, senão da outra justiça, assente, cá embaixo, na consciência das nações, e culminante, lá em cima, no juízo divino.
Não tergiverseis com as vossas responsabilidades, por mais atribulações que vos imponham, e mais perigos a que vos exponham. Nem receeis soberanias da terra: nem a do povo, nem a do poder. O povo é uma torrente, que rara vez se não deixa conter pelas ações magnânimas. A intrepidez do juiz, como a bravura do soldado, arrebata-o e o fascina.
Os poderosos que investem contra a justiça, provocam e desrespeitam tribunais, por mais que lhes espumem contra as sentenças, quando justas, não terão, por muito tempo, a cabeça erguida em ameaça ou desobediência diante dos magistrados, que os enfrentam com dignidade e firmeza.
Na missão do advogado também se desenvolve uma espécie de magistratura. As duas se entrelaçam, diversas nas funções, mas idênticas no objeto e na resultante: a justiça. Com o advogado, justiça militante. Justiça imperante, no magistrado.
Rui Barbosa. Oração aos moços. Brasília: Senado Federal,
Conselho Editorial, 2019, p. 61-63 (com adaptações).
No que diz respeito à estrutura da frase e à significação dos vocábulos no texto 11A05, julgue o item subsecutivo.
Sem prejuízo dos sentidos do texto, a palavra “intrepidez”
(último período do terceiro parágrafo), cujo sentido se opõe
ao da palavra “covardia” (segundo período do segundo
parágrafo), poderia ser substituída pelo vocábulo coragem.
Texto 11A05
Não negueis jamais ao erário, à administração, à União os seus direitos. São tão invioláveis, como quaisquer outros. O direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que o do mais alto dos poderes. Antes, com os mais miseráveis é que a justiça deve ser mais atenta, e redobrar-se de escrúpulo, porque são os mais mal defendidos, os que suscitam menos interesse, e os contra cujo direito conspiram a inferioridade na condição com a míngua nos recursos.
Preservai, juízes de amanhã, preservai vossas almas juvenis desses baixos e abomináveis sofismas. A ninguém importa mais do que à magistratura fugir do medo, esquivar-se de humilhações, e não conhecer covardia. Todo bom magistrado tem muito de heroico em si mesmo, na pureza imaculada e na plácida rigidez, que a nada se dobre, e de nada se tenha medo, senão da outra justiça, assente, cá embaixo, na consciência das nações, e culminante, lá em cima, no juízo divino.
Não tergiverseis com as vossas responsabilidades, por mais atribulações que vos imponham, e mais perigos a que vos exponham. Nem receeis soberanias da terra: nem a do povo, nem a do poder. O povo é uma torrente, que rara vez se não deixa conter pelas ações magnânimas. A intrepidez do juiz, como a bravura do soldado, arrebata-o e o fascina.
Os poderosos que investem contra a justiça, provocam e desrespeitam tribunais, por mais que lhes espumem contra as sentenças, quando justas, não terão, por muito tempo, a cabeça erguida em ameaça ou desobediência diante dos magistrados, que os enfrentam com dignidade e firmeza.
Na missão do advogado também se desenvolve uma espécie de magistratura. As duas se entrelaçam, diversas nas funções, mas idênticas no objeto e na resultante: a justiça. Com o advogado, justiça militante. Justiça imperante, no magistrado.
Rui Barbosa. Oração aos moços. Brasília: Senado Federal,
Conselho Editorial, 2019, p. 61-63 (com adaptações).
Considerando os recursos estilísticos e estruturais e os mecanismos de coesão e coerência do texto 11A05, julgue o item seguinte.
No último período do segundo parágrafo, as expressões “cá
embaixo” e “lá em cima” referem-se, respectivamente, em
sentido geral, à justiça terrena e à divina.
Há um pressuposto ideológico que informa o direito e suas instituições, concretizado na utopia da dogmática jurídica, de que os conflitos sociais devam ser “resolvidos” na esfera do Judiciário, dentro dos estritos limites da lei, diante da qual “todos são iguais”.
Não resta dúvida de que, apesar dessa “certeza”, grande parte dos conflitos que envolvem violência sequer chegam ao conhecimento do Estado, e, quando nele aportam, não são necessariamente “resolvidos”. Assim, o ideal de uma sociedade que “equilibre” e “harmonize” os interesses entre os indivíduos, entre gêneros, raças, grupos, classes, ou entre cidadãos e o Estado atua ideologicamente diante da impossibilidade de se concretizar na dinâmica real da sociedade.
A questão da desigualdade de tratamento dos conflitos e de seus agentes pela justiça, remete-nos às questões das desigualdades sociais e da seletividade do enquadramento punitivo. Dentro de uma perspectiva histórica, observamos a existência de uma seletividade no que se refere à legitimidade dos eventos que devam ser tratados como “conflito social”, passíveis de julgamento pelo Poder Judiciário. Até o surgimento das leis trabalhistas, no Brasil, na década de 40 do século XX, e mesmo depois, os conflitos oriundos das relações de trabalho eram considerados “casos de polícia”, da mesma forma que foram tratados, durante boa parte da nossa história republicana, os conflitos políticos. Conflitos de vizinhança e outros de pequena repercussão social são remetidos à esfera da solução policial. Estudos da área da sociologia e da antropologia do direito têm revelado formas alternativas à polícia e ao Judiciário para a intermediação e a “solução” de certos conflitos sociais, em particular na área da violência, incluindo a atuação das famílias e amigos, de igrejas, de associações de moradores.
Jacqueline HERMANN; Leila. A. L. BARSTED. O judiciário e a violência contra a mulher: a ordem legal
e a (des)ordem familiar. In: F. SEVERI; E. W. V. CATILHO; M. C. MATOS. (orgs.) Tecendo fios das
críticas feministas ao direito no Brasil II, volume 1. Ribeirão Preto: FDRP/USP, 2020 (com adaptações).
Julgue o item que se segue, relativos ao texto precedente.
No primeiro parágrafo, a expressão “dogmática jurídica”
poderia ser corretamente substituída por hermenêutica
jurídica, sem que isso alterasse os sentidos do texto, já que
os vocábulos dogmática e hermenêutica são sinônimos.
O que é ter direito à felicidade? Estado de espírito, sonho humano, sentido de realização pessoal, garantia de paz, a felicidade é a concretude ideal da pessoa humana em sua existência. Intrínseca e imutável à própria dignidade das pessoas, a felicidade também é um valor social e uma questão política de educação pública.
O direito à felicidade tem suas raízes na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948. O artigo 3.º da declaração estabelece que “todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”. E o que é a felicidade senão um estado de plenitude e satisfação pessoal?
Em termos práticos, o direito à felicidade implica garantir condições para que as pessoas possam buscar a realização pessoal e o bem-estar. Isso inclui o acesso à educação de qualidade, a oportunidades de emprego digno, a serviços de saúde, a um ambiente seguro e saudável, entre outros.
No entanto, é importante ressaltar que a felicidade é subjetiva e que não é um estado permanente. A busca pela felicidade envolve altos e baixos, desafios e aprendizados. O importante é ter a liberdade e o direito de buscar a felicidade, mesmo diante dos obstáculos.
Em resumo, o direito à felicidade é um conceito que reconhece a importância da busca pela realização pessoal e do bem-estar emocional. Ele não garante a felicidade em si, mas sim a liberdade e as oportunidades para que cada indivíduo possa buscar a sua própria felicidade. É uma lembrança de que todos têm o direito de viver uma vida plena e satisfatória, de acordo com suas próprias escolhas e valores.
Benigno Núñez Novo. Do direito à felicidade. Internet:
Julgue o item que se segue, referentes ao texto apresentado.
A subjetividade envolvida na noção de felicidade é
evidenciada no texto pelo uso, no primeiro parágrafo, das
expressões “Estado de espírito”, “sonho humano”, “sentido
de realização pessoal”, “garantia de paz”, as quais não
acolhem definições objetivas nem compartilhadas por todas
as pessoas.
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões:
IRACEMA VOOU (1998)
Chico Buarque
Iracema voou
Para América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pia polícia
Se pude, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita,
Me liga a cobrar.
- É Iracema da América.
Expressão equivalente a “(...) de quando em vez(...)" consta em:
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões:
IRACEMA VOOU (1998)
Chico Buarque
Iracema voou
Para América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saído ao luar
Com um mímico
Ambiciona estudar
Canto lírico
Não dá mole pia polícia
Se pude, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita,
Me liga a cobrar.
- É Iracema da América.
Substitui o adjetivo em: "E anda lépida (...)” sem mudar o sentido;
Leia a crônica e responda o que se pede no comando da questão.
A foto
Luís Fernando Veríssimo
Foi uma festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre não morre, decidiram tirar uma fotografia de toda família reunida, talvez pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão, Castelo, o dono da câmara, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmara a quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia? -Tira você mesmo, ué.
-Ah, é? Eu não saio na foto?
O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na fotografia.
Tiro eu - disse o marido da Bitinha - Você fica aqui - comandou a Bitinha. Havia uma certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. "Não deixa eles te humilharem, Mário César, dizia sempre. O Mário César ficou firme onde estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa: -Acho que quem deve tirar é o Dudu ...
O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que não fosse o filho do Luiz Olavo. O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas Andradina segurou o filho.
- Só faltava essa, o Dudu não sair.
E agora?
- Pô, Castelo. Você disse que essa câmara só faltava falar. E não tem nem timer!
O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque compra a câmara num duty free da Europa. Aliás, o apelido dele entre os outros era "Dutifri", mas ele não sabia.
Revezamento - sugeriu alguém - Cada genro bate uma foto em que ele não aparece e ...
A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda família reunida em volta do bisa. Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente até o Castelo e arrancou a câmara da sua mão.
- Dá aqui.
- Mas seu Comício.
- Vai pra lá e fica quieto.
- Papai, o senhor tem de sair na foto. Senão não tem sentido!
- Eu fico implícito, disse o velho já com o olho no visor.
E antes que houvesse mais protestos, acionou a câmara, tirou a foto e foi dormir.
Fonte: Comédias para se Ler na Escola.
Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta sobre o excerto:
"- Papai, o senhor tem de sair na foto. Senão não tem sentido!"
I- "Papai", sintaticamente, é sujeito da oração.
II- "de" é uma preposição.
III- "Senão" pode ser substituído por "caso contrário".
IV- Há dois adjuntos adverbiais no excerto.
Leia o texto e responda o que se pede nos comandos das questões.
PAGAR PARA DORMIR.
Em um mundo com bilhões de insones cresce o número de hotéis onde o objetivo principal dos hóspedes é reaprender a ter uma boa e merecida noite de sono.
Diego Alejandro
“Um conceito de estilo de vida projetado para promover o descanso, a saúde positiva e o bem-estar.” É assim que o Zedwell, um hotel londrino, define sua estadia. As portas, paredes e pisos dos quartos têm isolamento acústico, o ar é purificado, não há TV, os cartões eletrônicos de acesso não emitem sinal sonoro e a iluminação é suave. Os elementos são um pouco peculiares, mas são o único do estabelecimento inglês. Eles são a base de um novo tipo de turismo que se expande neste mundo que aos poucos sai de uma pandemia sedento por usufruir novamente de um dos maiores prazeres e necessidade da vida: dormir. Em lugares como Zedwell, paga-se para reaprender a desfrutar das delícias do sono.
Parece estranho pensar em reservar um hotel com a finalidade de nele cair nos braços de Morfeu. No entanto, quando se sabe que bilhões de pessoas lutam todas as noites para descansar ao menos algumas horas, a proposta faz sentido. No Brasil, são pelo menos 73 milhões de insones, segundo a Associação Brasileira do Sono, padecendo das consequências de não pregar os olhos adequadamente: alteração de humor, baixa na capacidade cognitiva, pouca disposição física e maior riscos a doenças graves como obesidade e diabetes.
A emergência de um turismo do sono, portanto, não soa assim tão despropositada. E o nicho vai muito bem, obrigado. A maioria dos hotéis abriu depois de 2020, como o inglês Zedwell e o Hastens Sleep Spa, inaugurado em Coimbra, Portugal. Com 15 quartos e pacotes a partir de 3000 reais a diária, o local pertence à marca homônima de camas listadas entre as melhores do mundo. Elas são feitas por artesãos que usam métodos tradicionais e materiais naturais desde 1852, com cada móvel levando mais de 300 horas para ser produzido. O processo gera “condições perfeitas para que o corpo relaxe ergonomicamente, apoiado e sem pontos de pressão”, garante a fabricante.
O foco dado à cama é esperado. Os hóspedes que reservam a Sleep Suite do Park Hyatt, em Nova York, pagam a partir de 4000 reais de diária para aproveitar, principalmente a restorative bad (em tradução livre do inglês), invenção da empresa Bryte, que usa inteligência artificial para acomodar o corpo do hóspede com perfeição. Outros resorts levaram o turismo do sono a um patamar acima. Em Ibiza, na Espanha, o Six Senses possui estadias com direito a exames e consultas de saúde e monitoramento do sono, além de sessões de relaxamento na praia. O Hotel Mandarim Oriental, em Genebra, uniu-se ao Senas, clínica privada suíça, para criar um programa de três dias - e 19.000 reais - que inclui diagnóstico de distúrbios do sono. Estadias em lugares assim, contudo, não devem ser encaradas como a redenção da insônia. “O sono perdido não é recuperado em poucos dias de hospedagem”, afirma a neurologista Márcia Assis, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono. Por outro lado, a experiência gera informações valiosas. “À vivência pode ensinar novos hábitos a ser levados para rotina diária”, avalia a especialista. Na bagagem de volta, portanto, em vez de objetos locais, estará a matéria-prima para o merecido, sagrado e saudável descanso.
Fonte: REVISTA VEJA, n. 2826, 01/02/2023.
Identifique a frase onde ocorre antonímia:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
O bebê infrator.
Otto Lara Resende.
Não quer fazer julgamento precipitado nem falar de cadeira, isto é, sentado com todo o conforto e longe da tragédia. Mas me pergunto em que é que mudou esse problema que já nem sei como chamar. Sei que foi massificado com a legião dos meninos de rua. Botar uma etiqueta num problema ajuda a esquecê-lo.
Menor, inicialmente, era menor de idade. Daí apareceu a palavra "demenor" pronunciada "dimenor" pelos próprios meninos. "Sou dimenor" é um prévio perdão.
São cada vez mais precoces, os meninos. Aos 14 anos, um garoto dirige como gente grande. O videogame não tem segredo para uma criança de sete anos. A idade da razão é hoje a idade do computador. Se é assim para os que têm videogame e carro, não é diferente para os que não têm. Ou têm caco de vidro e estilete, faca e pedaço de pau. São também precoces os chamados "despossuídos". Um antigo relatório dos anos 50 falava em "desvalidos". Da sorte acrescentava.
Era o tempo do SAM, uma abjeção. Uma denúncia dramática liquidou a sigla e o respectivo Serviço de Assistência ao Menor. No lugar veio a Funabem. Outra sigla, outra torpeza. Agora é a Febem. Duas sílabas. "Fe" de felicidade e "bem" de bem-estar. Ou de bem aventurança. Era isto, presumo, o que estava na cabeça dos que bolaram o Estatuto da Criança e do Adolescente. Absoluta prioridade para a criança, garante a Constituição.
Aí a gente vê o que vê na televisão. Tatuapé é um filme de horror. Ao vivo e real. O drinque desce redondo, como se diz. E o jantar está na mesa. Ainda bem que é fácil apagar das nossas retinas fatigadas aquele trecho do inferno. Tatuapé mancha, nódoa social, se desmancha. Não será um tatu a pé que vai atrapalhar nossa digestão. Viva o trocadilho. Mais um pouco e um grupo de extermínio é apenas um esportivo grupo de caça. Ao tatu, por exemplo.
Quando a República foi proclamada, há 102 anos já estava no ar o discurso. Podem checar. Uma bela retórica. A república ía alfabetizar e pôr na linha todos os brasileirinhos, livres enfim do atraso. E começou o enxurro de exposição de motivos, discursos, leis e códigos. Hoje é difícil saber o que é maior. Se o papelório ou se o problema. Aí vem a ideia luminosa: por que não baixar a idade? Aos 16 anos, o menor pode, sim, ser responsável.
Criminalmente responsável. Deixa de ser menor. Por que não aos 14 anos? Ou aos sete? Por que não ao nascer? É isto mesmo: todo bebê é um criminoso. E nato!
Folha de São Paulo. 10 abr. 1992. Acervo Instituto Moreira Salles.
Marque o excerto em que não há ironia, sentido oposto para enfatizar o discurso.
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
O bebê infrator.
Otto Lara Resende.
Não quer fazer julgamento precipitado nem falar de cadeira, isto é, sentado com todo o conforto e longe da tragédia. Mas me pergunto em que é que mudou esse problema que já nem sei como chamar. Sei que foi massificado com a legião dos meninos de rua. Botar uma etiqueta num problema ajuda a esquecê-lo.
Menor, inicialmente, era menor de idade. Daí apareceu a palavra "demenor" pronunciada "dimenor" pelos próprios meninos. "Sou dimenor" é um prévio perdão.
São cada vez mais precoces, os meninos. Aos 14 anos, um garoto dirige como gente grande. O videogame não tem segredo para uma criança de sete anos. A idade da razão é hoje a idade do computador. Se é assim para os que têm videogame e carro, não é diferente para os que não têm. Ou têm caco de vidro e estilete, faca e pedaço de pau. São também precoces os chamados "despossuídos". Um antigo relatório dos anos 50 falava em "desvalidos". Da sorte acrescentava.
Era o tempo do SAM, uma abjeção. Uma denúncia dramática liquidou a sigla e o respectivo Serviço de Assistência ao Menor. No lugar veio a Funabem. Outra sigla, outra torpeza. Agora é a Febem. Duas sílabas. "Fe" de felicidade e "bem" de bem-estar. Ou de bem aventurança. Era isto, presumo, o que estava na cabeça dos que bolaram o Estatuto da Criança e do Adolescente. Absoluta prioridade para a criança, garante a Constituição.
Aí a gente vê o que vê na televisão. Tatuapé é um filme de horror. Ao vivo e real. O drinque desce redondo, como se diz. E o jantar está na mesa. Ainda bem que é fácil apagar das nossas retinas fatigadas aquele trecho do inferno. Tatuapé mancha, nódoa social, se desmancha. Não será um tatu a pé que vai atrapalhar nossa digestão. Viva o trocadilho. Mais um pouco e um grupo de extermínio é apenas um esportivo grupo de caça. Ao tatu, por exemplo.
Quando a República foi proclamada, há 102 anos já estava no ar o discurso. Podem checar. Uma bela retórica. A república ía alfabetizar e pôr na linha todos os brasileirinhos, livres enfim do atraso. E começou o enxurro de exposição de motivos, discursos, leis e códigos. Hoje é difícil saber o que é maior. Se o papelório ou se o problema. Aí vem a ideia luminosa: por que não baixar a idade? Aos 16 anos, o menor pode, sim, ser responsável.
Criminalmente responsável. Deixa de ser menor. Por que não aos 14 anos? Ou aos sete? Por que não ao nascer? É isto mesmo: todo bebê é um criminoso. E nato!
Folha de São Paulo. 10 abr. 1992. Acervo Instituto Moreira Salles.
A expressão "Sou dimenor", ao ser verbalizada, tem como objetivo:
O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 10.
A violência e o efeito contágio.
Recentemente fomos surpreendidos com a notícia de um ataque a uma creche em Blumenau, onde um homem, em um ato de barbárie, vitimou quatro crianças deixando todos nós atônitos, amedrontados e, ao mesmo tempo, tentando buscar respostas, mesmo que não há nada que justifique este horror.
Contudo, uma das razões que pode levar a tal violência é um fenômeno psicológico conhecido como efeito contágio, onde uma emoção, comportamento ou ideia se propaga de forma rápida e ampla, funcionando como um estímulo para aquela que estão propensas a reproduzir o mesmo comportamento.
O efeito contágio pode ser positivo, como, por exemplo, quando somos influenciados por hábitos saudáveis, por ideias otimistas, atitudes de solidariedade, etc; ou pode ter efeito negativo, através da influência dos comportamentos agressivos, de riscos, comportamentos alimentares inadequados, dentre outros.
No caso de um crime violento ou de um ataque, como o que aconteceu na escola, a ação pode servir de inspiração para outras pessoas, com características psicológicas e/ou motivações similares a do agressor para realizar o mesmo ato ou algo semelhante. Esta influência pode ser amplificada pela tecnologia, através do compartilhamento de informações, fotos, imagens, vídeos nas redes sociais ou aplicativos de conversa uma vez que a propagação ocorre num curto espaço de tempo e para muitas pessoas.
Tudo isso pode gerar aumento dos níveis de estresse, ansiedade e medo, principalmente em pessoas que já passaram por expenencias traumáticas. Somado a isso, há o sentimento de impotência pela falta de controle da situação e que conduz a sentimentos negativos sobre si, como a baixa autoestima, além de outros impactos psicológicos como insoma, dificuldade de concentração, perda da confiança nas pessoas, desenvolvimento de doenças, depressão, etc. Evidentemente que a divulgação da notícia é importante, mas o alerta é para que em casos de violência, como o ataque ocorrido na escola, não ganhe tamanha notoriedade a ponto de inspirar outras pessoas a cometer o mesmo ato.
Embora o efeito contágio seja um fenômeno complexo, precisamos refletir sobre a banalização da violência e a nossa postura diante dela. Associar a violência como algo de natureza humana ou reduzi-la simplesmente ao resultado da vida em sociedade, é uma forma de terceirizar a responsabilidade.
A passividade corrobora para o avanço da violência. Esse conformismo social dificulta a percepção do movimento de ação-reação e a nossa responsabilidade, mesmo que indireta. Como dito acima, uma vez que o efeito contágio pode também ter efeitos positivos, que sejamos então influenciados por comportamentos de solidariedade e de respeito ao próximo.
Joselene L. Alvim-psicóloga. 10/04/2023
Não há relação correta entre significado e o vocábulo em: