Questões de Concurso
Comentadas sobre sintaxe em português
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Aquele carro que invadiu um supermercado arrastando até a esposa do motorista me lembrou a minha, cada vez mais distante, infância. Morei naquela área quando era menino. Na época chamávamos o Largo do Marrão, em Niterói, de “Largo do Marrom”. Nunca conheci um sujeito marrom que fosse dono do largo, mas era assim que as crianças chamavam o largo. Bem no lugar daquele mercado tinha um cinema decadente chamado Mandaro. Para atrair fregueses, passava dois filmes de segunda a quarta e mais dois de quinta a domingo. O sujeito entrava às duas e só saía às seis da tarde. Eu e meus irmãos vivíamos lá. Bastava economizar no lanche e voltar a pé da escola pra juntar o suficiente pro ingresso. Tinha semana em que assistíamos a quatro filmes. Tudo lixo. O mais trash de todos foi “A volta do espadachim de um braço só”. Juro que alguém filmou isso. E eu assisti!
(PAIVA, Cláudio. Revista O Globo, 15/06/2008. Fragmento.)
Texto 1 para responder às questões de 1 a 3.
A importância de se ter amigos
.
1__Sim, ter amigos é fundamental para viver uma vida
mais saudável e até mais longa — e há inúmeros estudos a
respeito disso. Por exemplo, uma revisão de 148 estudos,
4 feita nos Estados Unidos por especialistas da Brigham
Young University e da University of North Carolina,
mostrou que pessoas com amizades sólidas tinham 50%
7 mais chances de sobrevivência.
____Mais que isso: os autores concluíram que os efeitos
da falta de amigos são comparáveis aos problemas
10 provocados pela obesidade, pelo abuso de álcool e pelo
consumo de 15 cigarros por dia.
____Mais recentemente, um estudo da American Cancer
13 Society concluiu, após analisar dados de mais de 500 mil
adultos, que o isolamento social aumentava os riscos de
15 morte prematura por qualquer causa.
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SANCHES, Danielle. Disponível em: <https://www.uol.com.br/
vivabem/noticias/redacao/2019/11/01/a-importancia-de-se-ter-amigos-e-como-mante-los-sempre-perto.htm>. Acesso em: 24 set. 2022.
Considerando as construções do texto e as regras de concordância, assinale a alternativa correta.
Texto 2 para responder às questões 7 e 8.
-
1--------No Brasil, a partir da década de 1970, sob um forte
discurso de democratização da escola, determinante da
ampliação do número de vagas, começam as preocupações
4-_com o fracasso escolar, principalmente de grupos
minoritários, o que gerou o aumento da oferta de serviços
diferenciados para atender às diferentes demandas. Os
7--vários enfoques pedagógicos buscam então reduzir a
distância funcional na utilização conjunta dos recursos
educacionais.
10-------Nesse período, segundo especialistas na área, e sob a
influência desse modelo, surgiu uma resposta mais
contundente do poder público à questão das deficiências.
13--Em decorrência da ampliação do acesso à escola para a
população em geral, e mesmo diante das críticas
direcionadas à análise dos processos de produção do
16--fracasso escolar, assistiremos à consequente implantação
das classes especiais nas escolas básicas públicas.
------Hoje, a inclusão no sistema de ensino regular é uma
19--diretriz constitucional, e os documentos direcionam-se
especificamente para a ênfase em uma mudança de
paradigma – da integração à inclusão – e para a construção
22--de uma escola inclusiva para os diferentes níveis.
-
PAN, Miriam. O direito à diferença: uma reflexão sobre deficiência intelectual e
educação inclusiva. Curitiba: InterSaberes, 2013, com adaptações.
Com base na análise morfológica dos termos sublinhados no trecho “No Brasil, a partir da década de 1970, sob um forte discurso de democratização da escola, determinante da ampliação do número de vagas, começam as preocupações com o fracasso escolar, principalmente de grupos minoritários, o que gerou o aumento da oferta de serviços diferenciados para atender às diferentes demandas.” (linhas de 1 a 6), assinale a alternativa que indica a classificação correta.
Muito da tensão entre ciência e fé vem da suposição de que existem duas realidades mutuamente incompatíveis, uma dentro deste mundo (e, portanto, “conhecível” através da aplicação diligente do método científico) e outro fora dele (e, portanto, “desconhecível', relacionada tradicionalmente à crença religiosa).
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
IDEIAS E LIBERDADE
Dias atrás me chamou a atenção um texto do amigo e filósofo Luiz Felipe Pondé. Sua provocação era: “O capitalismo estaria apodrecendo?”. Estaria chegando ao fim sem nenhuma utopia viável para pôr no lugar? Achei interessante aquilo. Existe agora o “modelo chinês”, desafiando a democracia liberal. Há muita instabilidade política e um debate imenso sobre os males do mercado. Estariamos à beira de algum precipício?
Uma das razões para a decadência seria o impacto das novas tecnologias - como a automação, a internet das coisas e a inteligência artificial - na destruição dos empregos. O raciocinio é intuitivo. Quando chegarem os carros autônomos, o que os motoristas do Uber vão fazer? E o pessoal do telemarketing, quando tudo for automatizado? Foi assim com os cubeiros, lá em Porto Alegre, chamados de “tigres”, que carregavam aqueles cilindros com dejetos humanos, antes das redes sanitárias. E com as telefonistas inglesas, que eram 120.000, em 1970, e hoje não passam de 20.000.
Muitos postos de trabalho desaparecerão e outros serão criados. Estudo da OCDE mostrou que, em vinte anos, o emprego industrial declinou 20% mas cresceu 27% no setor de serviços. E o feijão com arroz da economia de mercado. Schumpeter já havia teorizado sobre isso com sua tese da “destruição criadora”. Ainda recentemente, três pesquisadores da Consultoria Deloitte, lan Stewart, Debapratim De a Alex Cole, apresentaram uma pesquisa com dados do censo inglês desde 1871 e foram taxativos: “A tecnologia criou mais empregos do que destruiu nos últimos 144 anos”.
Outra razão do abismo seria a desigualdade. Se tornou comum dizer que a má distribuição de renda vai corroer o sistema. Falta demonstrar qual o padrão “certo” de distribuição econômica que se deve buscar. Como bem observou John Rawls, tendemos a comparar nossa situação com a de pessoas mais próximas a nós, nas comunidades em que convivemos e em relação às posições a que aspiramos. Não na “grande sociedade”. Ninguém acorda todos os dias enfurecido com a fortuna de Jeff Bezos. Mas, com razão nos indignamos se fomos discriminados, no trabalho ou na vida social.
Nos temas que realmente importam há avanços relevantes em nosso tempo. A drástica redução da pobreza talvez seja o mais crucial deles. Apenas no período da malafamada globalização, a pobreza global caiu de 36% para 10% entre 1990 e 2015. Outro aspecto: a convergência das famílias americanas com alimentação caiu de 4,2 dos padrões básicos de vida. O US Bureau of Labor Statistic mostrou que, entre 1901 e 2002 0 gasto das famílias americanas com alimentação caiu de 42% para 13% de sua renda. Na Inglaterra, o gasto caiu de 35%, em 1050, para pouco mais de 11% em 2014.Não só a renda cresceu, como o custo relativo dos produtos básicos caiu significativamente.
Há um tema muito mais amplo ai que se refere à igualdade de direitos. Lembro quando Obama, no aniversário dos cinquenta anos na Marcha de Selma, provocou a imensa multidão que refazia o projeto de Martin Luther King, na luta pelos direitos civis, dizendo que “se você acha que nada mudou nos últimos cinquenta anos, pergunta a alguém que viveu em Selma ou Chicago nos anos 50. Pergunte à mulher que hoje é CEO, e não mais restrita a ser secretária, se nada mudou. Pergunte ao seu amigo gay se é mais fácil ter orgulho na América hoje do que há 30 anos”. E concluiu: “Negar este progresso é roubar nosso próprio poder de transformar.”
No mundo da economia, poucas pessoas expressam melhor um tipo de otimismo realista do que Deirdre Mc-Closkey, autora da monumental trilogia sobre a igualdade, a dignidade e as virtudes burguesas, Deirdre não gosta da palavra capitalismo. Prefere e ideia do “inovismo”. Seu ponto é que não foi o capital, mas, sim as ideias ou a inovação que fizeram a diferença no surgimento da moderna economia do mercado. Em algum momento entre os séculos XVIl e XIX, o homem comum ganhou dignidade. O padeiro, o comerciante, o inventor de coisas. Primeiro timidamente, mas em um processo continuo a pari passu à afirmação das sociedades de direito. Dai o casamento moderno entre a economia de mercado e a democracia liberal.
Fonte: Veja, ed. 2775. Fernando Schuler é cientista político e professor do Insper.
Analise as afirmativas sobre o excerto a seguir e marque a alternativa correta:
“(...) com a de pessoas mais próximas a nós, nas comunidades em que convivemos e em relação às posições a que aspiramos.”
I- Os dois “quês” apresentam funções sintáticas diferentes.
Il- A preposição anteposta ao pronome relativo é exigida pelo termo regente “aspirar”.
IlI- O verbo “aspirar” tem sentido de “sorver”.
IV- O termo regente de “posições” é um substantivo abstrato.
I. O termo “Esses” é classificado como núcleo do sujeito. II. O sujeito apresenta apenas um núcleo. III. O fragmento apresenta adjunto adverbial.
Quais estão corretas?