Questões de Concurso Sobre termos integrantes da oração: objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva em português

Foram encontradas 2.144 questões

Q3207128 Português

TEXTO


    Cientistas dos Estados Unidos mediram como assistir a um filme altera a capacidade de entender as emoções e suas posições morais sobre o sistema criminal de Justiça.

    O novo estudo, publicado dia 21 de outubro de 2024 na revista PNAS, constatou que assistir a um documentário sobre os esforços para libertar um homem condenado injustamente ao corredor da morte aumentou a empatia em relação aos encarcerados e o apoio às reformas do sistema de Justiça dos EUA. 

    O estudo sugere que “o filme tornou os participantes mais dispostos ou mais capazes de compreender outro ser humano, apesar dos estigmas sociais contra ele. É mais do que um sentimento passageiro, e sim uma habilidade”, diz Marianne Reddan, cientista cognitiva da Universidade de Stanford, nos EUA, que co-liderou o estudo.

    “Isso nos diz que expor alguém a experiências pessoais de quem vive vidas muito diferentes da sua é essencial para o desenvolvimento de comunidades saudáveis e estruturas políticas saudáveis.”

    Em 1986, Walter McMillian, um madeireiro negro de 45 anos que vivia no Alabama, foi preso por assassinato. Ele era inocente: quando o crime ocorreu, estava em outro lugar, numa reunião de família –, porém foi condenado com base no depoimento falso de uma testemunha ocular. Ele passou seis anos no corredor da morte, até que um tribunal anulasse sua condenação.

    Essa história real foi transformada no filme biográfico Luta por justiça, lançado em 2019 e estrelado pelo vencedor do Oscar Jamie Foxx como McMillan.

    Depois de assistirem ao longa, os participantes do estudo obtiveram maiores pontuações no teste de empatia em relação a homens que haviam estado na prisão. Esses efeitos foram encontrados tanto em participantes de esquerda quanto de direita.

    “Este estudo mediu mais do que o sentimento de empatia, mas também a capacidade dos participantes de entenderem as emoções de alguém que já esteve preso, e que eles nunca chegaram a conhecer”, sublinha Reddan. 

    Assistir ao filme também aumentou o apoio a reformas judiciais, como a ideia de usar dinheiro dos impostos para financiar programas educacionais nas prisões ou aumentar a oposição à pena de morte.

    Os pesquisadores também descobriram que aqueles que assistiram a Luta por justiça tinham 7,7% mais chances de assinar uma petição de apoio à reforma penal do que os participantes do grupo de controle.  

    “Esse estudo ressalta a influência do audiovisual na formação da opinião pública e na possível motivação de ações coletivas. Luta por justiça mudou a percepção das pessoas e também o seu comportamento”, afirma Jose Cañas Bajo, pesquisador de ciência cognitiva e estudos cinematográficos da Universidade de Jyvaskyla, na Finlândia, que não participou do estudo.

    Cañas Bajo avalia que a novidade desse estudo está no método de quantificar como os filmes podem mudar a percepção e o comportamento dos espectadores, especialmente como “um filme como Luta por justiça pode funcionar como um chamado à ação”.

    Mas a ideia de que uma obra de ficção pode mudar mentes não é nova. “Os cineastas são como mágicos. Eles vêm pesquisando como influenciar as percepções e emoções dos espectadores com truques de edição desde os primórdios do cinema”, ressalta.

    Alfred Hitchcock demonstrou esse efeito ao filmar uma cena de uma mulher com uma criança, que depois corta para um homem sorrindo, aparentemente expressando ternura. Mas se a cena de uma mulher e seu filho for substituída por uma mulher de biquíni, segundo Hitchcock, o sorriso do homem parecerá lascivo. É o “efeito Kuleshov”, técnica de montagem desenvolvida no início do século 20 pelo cineasta e teórico russo Lev Kuleshov. 

    O pesquisador explica que os cineastas muitas vezes jogam com o conhecimento de que um filme é um espaço seguro onde os espectadores podem experimentar emoções que normalmente não sentem. “Por esse motivo, os cineastas têm responsabilidades para com seus espectadores ao contar histórias.”

   Os realizadores de Luta por justiça usaram suas habilidades para influenciar a empatia dos espectadores em relação a um homem preso por um assassinato que nunca cometeu. O filme foi usado como uma ferramenta para a mudança social progressiva no sistema penal.

    No entanto, cineastas podem usar os mesmos truques para criar antipatia em relação a quem retratam de forma negativa. Há muito tempo, filmes de propaganda são usados para desumanizar e justificar a violência ou a guerra, ou para promover narrativas falsas ou pseudociência.

    “Alguns documentários sobre crimes provocam antipatia em relação aos criminosos, o que pode alimentar as demandas por medidas mais punitivas, inclusive pela pena capital”, afirma Cañas Bajo.

    Uma pergunta em aberto desse estudo é quanto tempo duram os sentimentos de empatia: assistir a um filme basta para criar mudanças duradouras em opiniões políticas ou morais? A equipe de Reddan está realizando atualmente um novo estudo sobre a durabilidade desses efeitos num período de três meses.

    “Indícios preliminares sugerem que alguns desses efeitos persistem por pelo menos três meses. No momento, também estamos coletando dados de neuroimagem desse paradigma para entender como o filme influencia o processamento empático no nível cerebral”, afirma a cientista cognitiva. 

    Mas a dificuldade é desvendar o efeito de um filme por si só, ressalta Cañas Bajo. Pois o espectador está sempre comparando-o com nossas próprias lembranças e com outros filmes já vistos. Eles não precisam ser feitos pelo mesmo autor para ser emocionalmente interligados: isso acontece na cabeça dos espectadores.

    Segundo Reddan, por isso se deve estar atento ao tipo de mídia consumida, a qual, apesar de ser “em grande parte para entretenimento, tem um impacto significativo sobre como nos relacionamos uns com os outros”. 


Fonte: Schwaller, Fred. Como filmes podem influenciar opiniões políticas. Artigo publicado na página da Deutsche Welle Brasil. Disponível em: . Último acesso no dia 26 de outubro de 2024. (Texto adaptado).

Em “Assistir ao filme também aumentou o apoio a reformas judiciais”, o termo destacado exerce a função sintática de:
Alternativas
Q3207032 Português


(Disponível em: cronicabrasileira.org.br/cronicas/20236/o-morador – texto adaptado especialmente para esta prova)
No trecho “Sei, por experiência, que tudo isso que parece tão estabelecido em minha vida se diluirá com facilidade e até o número da casa e do telefone serão esquecidos, e toda essa gente e todas essas coisas se apagarão em lembranças remotas.” (l. 29-31), qual é a função sintática da oração subordinada em destaque?
Alternativas
Q3206235 Português
        Sentimos a dor, mas não a ausência da dor; sentimos a inquietação, mas não a ausência da inquietação; o temor, mas não a segurança. Sentimos o desejo e o anelo, como sentimos a fome e a sede; mas, uma vez satisfeitos, tudo acaba, assim como o bocado que, uma vez engolido, deixa de existir para a nossa sensação. Enquanto possuímos os três maiores bens da vida, saúde, mocidade e liberdade, não temos consciência deles, e só os apreciamos depois de os havermos perdido, porque esses também são bens negativos. Só notamos os dias felizes da nossa vida passada depois de darem lugar aos dias de tristeza. À medida que os nossos prazeres aumentam, tornam-nos cada vez mais insensíveis; o hábito já não é um prazer. Por isso mesmo, a nossa faculdade de sofrer é mais viva; todo hábito suprimido causa um sentimento doloroso. As horas correm tanto mais rápidas quanto mais agradáveis são, tanto mais demoradas quanto mais tristes, porque o gozo não é positivo, diferentemente da dor, cuja presença se faz sentir. O aborrecimento dá-nos a noção do tempo; a distração tira-a. Não se poderia absolutamente imaginar uma grande e viva alegria se esta não sucedesse a uma grande miséria, porque nada há que possa atingir um estado de alegria serena e durável; o mais que se consegue fazer é distrair, satisfazer a vaidade. É por este motivo que todos os poetas são obrigados a colocar os seus heróis em situações cheias de ansiedades e de tormentos, a fim de os livrarem delas: drama e poesia épica só nos mostram homens que lutam, que sofrem mil torturas, e cada romance oferece-nos em espetáculo os espasmos e as convulsões do pobre coração humano. Voltaire, o feliz Voltaire, que tão favorecido foi pela natureza, pensa como eu, quando diz: “A felicidade não passa de um sonho; só a dor é real”. E acrescenta: “Há oitenta anos que o experimento; não sei fazer outra coisa senão resignar-me e dizer a mim mesmo que as moscas nasceram para serem comidas pelas aranhas, e os homens, para serem devorados pelos pesares”.

Arthur Schopenhauer. Dores do mundo. Rio de Janeiro:
Edições de Ouro – Coleção Universidade (com adaptações). 

Julgue o item a seguir, referente às ideias e a aspectos linguísticos do texto precedente. 


No excerto “porque nada há que possa atingir um estado de alegria serena e durável” (nono período), o vocábulo “nada” integra o complemento direto da forma verbal que lhe é subsequente.

Alternativas
Q3205588 Português
“Grande surpresa da noite”: como a imprensa internacional reagiu ao Globo de Ouro de Fernanda Torres


Por BBC News Brasil







(Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/czen47g00k2o – texto adaptado especialmente para esta prova).
No trecho “Os cineastas de Ainda Estou Aqui disseram que a história do filme ressoa de forma diferente após os tumultos de 2023 no Brasil” (l. 27-28), a oração sublinhada exerce a função sintática de: 
Alternativas
Q3204020 Português
No trecho “— Trabalhei a vida inteira no setor (i) — lastimava-se — e almejava legar a meus filhos (ii) a tradição das abotoaduras de punho (iii), como requinte terminal de uma camisa digna desse nome. (linhas 07-10)”, os termos em destaque classificam-se sintaticamente como
Alternativas
Q3199054 Português
Leia o texto a seguir:


Inteligência artificial consegue decifrar o que dizem textos de papiros históricos


Com uma nova técnica, a inteligência artificial ajudou a decifrar papiros e mais textos antigos.


     Para que uma inteligência artificial (IA) seja usada para determinada função, ela é treinada, por meio de experiências, para que as máquinas adquiram conhecimentos e possam se adaptar às condições e desempenhar tarefas como os seres humanos. Seu uso pode ser infinito e nos mais variados campos. Como por exemplo, essa inteligência artificial que conseguiu decifrar o que dizem os textos de papiros históricos.

    Isso é algo que revoluciona todo o setor e traz vários dados inéditos sobre o passado. Com essa inteligência artificial, os especialistas foram capazes de decifrar os papiros de Herculano que foram queimados durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C.

    Além desse feito, outras coisas que puderam ser decifradas por essa tecnologia foram o grande arquivo a respeito dos reinados de 27 reis coreanos, que viveram entre os séculos XIV e XX, e as tabuinhas de Creta, esculpidas com uma escrita complexa chamada “Linear B”.

     No caso dos papiros de Herculano, uma técnica de desenrolamento virtual foi criada. Ela consegue escanear os papiros, através de uma tomografia de raios X, e mapear cada camada. Depois que isso é feito, essa técnica o desenrola em uma imagem plana.

     A IA vem para fazer a distinção da tinta com a base de carbono, que é invisível nas digitalizações porque tem a mesma densidade do papiro. É assim que a inteligência artificial ajuda a decifrar essas folhas.

    Conseguir fazer isso é um grande passo no estudo da história da humanidade. Tanto que, no começo de 2024, três pesquisadores foram premiados com 700 mil dólares por terem conseguido produzir 16 colunas de texto claramente legíveis. Também existiu uma competição internacional nesse tema que foi capaz de desvendar letras, palavras e sentenças inteiras dos textos que foram carbonizados.

    “Nesse momento você realmente pensa: ‘Agora estou vivenciando algo que constituirá um momento histórico para minha área'”, afirmou Federica Nicolardi, papirologista da Universidade Federico II de Nápoles.
      A inteligência artificial ter ajudado a decifrar os papiros é uma nova porta para que a leitura de outros textos, antes inacessíveis, também possa acontecer. Alguns exemplos são os que estão escondidos nas encadernações de livros medievais ou nas bandagens envolvendo múmias antigas.


Fonte:https://www.fatosdesconhecidos.com.br/inteligencia-artificial-consegue-decifrar- o-que-dizem-textos-de-papiros-historicos/?fbclid=IwY2xjawHrhCxleHRuA2FlbQIxM QABHQzDWydLSnLeth9FB7XB-xjaek38BWgtmEE2d3uZbFDpn9AxXKWmHkg
“Além desse feito, outras coisas que puderam ser decifradas por essa tecnologia foram o grande arquivo a respeito dos reinados de 27 reis coreanos [...]” (3º parágrafo). O termo em destaque classifica-se sintaticamente como:
Alternativas
Q3199010 Português

Leia o texto a seguir:


A corretora


Rubem Braga


    A mulher entrou no meu escritório com um sorriso muito amável e os olhos muito azuis. Desenrolou um mapa e começou a falar com uma certa velocidade, como é uso dos chilenos. Gosto de ver mapas, e me ergui para olhar aquele. 


    Quando percebi que se tratava de um loteamento, e a mulher queria me vender uma “parcela”, me coloquei na defensiva; disse que no momento suspendi meus negócios imobiliários, e até estava pensando em vender meus imensos territórios no Brasil; que além disso o Chile é um país muito estreito e sua terra deveria ser dividida entre seu povo; até ficaria mal a um estrangeiro querer especular com um trecho de “faja angosta”, que é como os chilenos chamam sua tira estreita de terra, que por sinal costumam dizer que é “larguísima”, para assombro do brasileiro, recém-chegado que não sabe que isso em castelhano quer dizer “compridíssima”.


    Os olhos azuis fixaram-se nos meus, a mão ágil mergulhou numa pasta, extraiu de lá a fotografia de um terreno plantado de pinheirinhos de dois ou três anos; não se tratava de especulação imobiliária; dentro de poucos anos eu seria um madeireiro, poderia cortar meus pinheiros... Ponderei que tenho uma pena imensa de cortar árvores.


    — A senhora não tem? 


    Ela também tinha. E então baixou a voz, sombreou os olhos de poesia, e me disse que ela mesma, corretora, também comprara duas parcelas naquele terreno. E tinha certeza — confessava — que também não teria coragem de mandar cortar seus pinheiros; também adorava árvores e passarinhos, cortaria apenas os pinheiros necessários para fazer uma casinha de madeira; o lugar é lindo, em um pequeno planalto, dá para uns penedos junto ao mar; as árvores choram e cantam com as ondas quando sopra o vento do oceano...


    Confesso que paguei a primeira prestação; ela passou o recibo, sorriu, me disse muchas gracias, e hasta lueguito e partiu com seus olhos azuis, me deixando meio tonto, com a vaga impressão de ter comprado o oceano Pacífico.


Fonte: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/11250/a-corretora. Acesso em 08/01/2025 

Em “Gosto de ver mapas, e me ergui para olhar aquele” (1º parágrafo), os termos destacados são classificados, respectivamente, como:
Alternativas
Q3198374 Português
 Dentista é presa tentando entrar em penitenciária
com celulares escondidos no jaleco em MT


Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).


De acordo com o texto, julgue o item a seguir.


Na linha 21, o termo “ao crime organizado” funciona, sintaticamente, como objeto indireto.

Alternativas
Q3198010 Português
Ferrari cobra R$ 42 mil de dentista acusado por plágio após fabricar réplica no interior de SP


Internet: <www.g1.globo.com> (com adaptações).

Com base no texto, julgue o item a seguir.


 Na linha 7, em “a deixar de fabricar ou anunciar a venda de modelos”, “modelos” é o objeto indireto tanto de “fabricar” quanto de “anunciar”.

Alternativas
Q3195062 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO.


Escolhendo times na escola

         Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
          Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
        Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
          Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
        Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
       Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
        Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
       Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
       Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
      Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
        — Pode ficar, jogamos com um a menos.
        — Ele não, é muito ruim.
        — Nem colocando de goleiro.
        — Ele não presta nem como poste.
       Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
         Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
       Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
      A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
     Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
       Já começávamos a aula derrotados moralmente.


Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
Na oração “Lamento a minha passividade”, o sujeito e os termos sublinhados são classificados, respectivamente, como:
Alternativas
Q3194912 Português

Leia o texto para responder à questão.



Escolhendo times na escola


  Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
  Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
  Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
   Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
  Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
  Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
  Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
  Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
  Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
  Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
   — Pode ficar, jogamos com um a menos.
   — Ele não, é muito ruim.
   — Nem colocando de goleiro.
   — Ele não presta nem como poste.
  Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
  Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
  Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
  A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
  Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
  Já começávamos a aula derrotados moralmente.
Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado). 
Na oração “Lamento a minha passividade”, o sujeito e os termos sublinhados são classificados, respectivamente, como:
Alternativas
Q3194223 Português
Na frase: “Entreguei o relatório ao meu chefe”, pode-se afirmar que o termo sublinhado é:
Alternativas
Q3193471 Português
Nas sentenças a seguir, as preposições destacadas introduzem objetos indiretos, exceto em: 
Alternativas
Q3185038 Português
Texto para o item.

Captura_de tela 2025-02-06 132331.png (428×750)

Internet: <www.sescsp.org.br> (com adaptações).
Com base na estrutura linguística e no vocabulário empregados no texto, julgue o item seguinte.

Na linha 7, a oração iniciada por “que” funciona como objeto direto da forma verbal “revela”.
Alternativas
Q3183148 Português

Leia o texto a seguir para responder à questão.


Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

– dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.


(PRADO, Adélia. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1995, p.11.)
No verso “vai carregar bandeira.” (L3), o termo “bandeira” exerce a função de:
Alternativas
Q3181322 Português

Leia o texto abaixo para responder à próxima questão:


O apanhador de desperdícios


Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras

fatigadas de informar.

Dou mais respeito

às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas

Dou respeito às coisas desimportantes

e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões.

Prezo a velocidade

das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim um atraso de nascença.

Eu fui aparelhado

para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios:

Amo os restos

como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato

de canto.

Porque eu não sou da informática:

eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.


Manoel de Barros

O uso do acento indicativo de crase é motivado pela junção de um artigo definido (a) e de uma preposição (a), havendo a obrigação da presença de ambos para a presença de dito acento. Seu uso abaixo se deve ao fato de que o trecho sublinhado exerce a função sintática de:
Dou respeito às coisas desimportantes
Alternativas:
Alternativas
Q3180597 Português
Leia o texto abaixo para responder à questão.


- Você é escritora?
- Sou sim.
- Então fala: "Comi um miojo"
- Aproximei meu corpo à mesa para ficar mais perto da tigela
fumegante. A noite estava fria, nada cairia melhor do que
aquela saborosa massa com ervas e especiarias.
Dei a primeira garfada. Senti meu corpo ir ao céu com aquele
maravilhoso carnaval de sabores em minha boca.
- Você é o Drummond?
- Sou sim
- Então fala: "comi um miojo"
- No meio da cozinha tinha um miojo
Tinha um miojo no meio da cozinha
Tinha um miojo
No meio da cozinha tinha um miojo
Nunca me esquecerei desse
acontecimento
Na vida de minha barriga tão esvaziada
Nunca me esquecerei que no meio da
cozinha
Tinha um miojo
Tinha um miojo no meio da cozinha
No meio da cozinha tinha um miojo
Tinha um miojo no meio do caminho

@sebastiao.salgados
Observe a frase abaixo retirada dos textos acima e assinale a alternativa que apresente explicação INCORRETA levando em consideração as estruturas sintáticas e morfológicas que compõem o excerto:
Aproximei meu corpo à mesa para ficar mais perto da tigela fumegante.
Alternativas: 
Alternativas
Q3179783 Português
Primeira paixão


      O amor, nas crianças, é um estado de alma absorvente, pastoso e imenso que, embora não seja uma coisa muito definida, leva o menino apaixonado a uma série de sonhos, de medos, de renúncias, de tramas secretas e, principalmente, de ânsia heroica – quando a gente tem vontade que a amada comece a morrer afogada para a gente salvar.

       Eu me lembro de que o meu primeiro e grande amor aconteceu aos seis anos de idade. Apaixonei-me perdidamente por uma moça de 30, por quem me cortaria, me queimaria, me desonraria e morreria, se preciso fosse. Só eu e eu sabíamos daquele caso de bem-querer, embora todo mundo houvesse descoberto nos meus olhos e na minha carinha de crime secreto. Ela era linda – achava eu que a amava – e tudo era perfeito. E só muitos anos mais tarde fui ver que aquilo que os outros diziam era verdade: ela era horrível.

       Hoje ela vive ainda, vejo-a de vez em quando, velhinha gasta em tudo, muito mais feia do que quando era horrível; mas sinto pela sua fealdade uma especial ternura, uma imensa gratidão. Foi ela – e isto é importante – a chave que abriu meu coração para o amor e, pelos caminhos do amor, andei o mais que pude, sem queixas e sem arrependimentos.

      Hoje, minha filha entrou na sala onde escrevo e veio andando de olhos baixos. Quis pedir que me deixasse em paz, mas seu jeito era tão solene e, ao mesmo tempo, tão humilde, tão vitorioso e tão vencido, que senti solidariedade. Abracei-a antes que começasse a falar. Abraçamo-nos. E ela começou a dizer: “Meu pai, estou noiva”. Perguntei de quem e ela disse o nome de um dos meninos da vizinhança.

     Olhei para sua carinha de oito anos, deu vontade de rir, mas seria estragar a festa, quebrar a alegria de um dia de noivado. E falei, com o jeito mais sério que pude: “Meus parabéns, minha filha, espero que vocês sejam muito felizes... E, em 1965, quero entrar com você, de braços dados, na Candelária ou no Outeiro da Glória”. Olhei bem para ela e, em seus olhos da cor de abacate maduro, havia acordes da “Marcha nupcial”, do alemão Felix Mendelssohn.



MARIA, A. Primeira paixão. In: TAUIL, G. (Org.) Vento vadio: as crônicas de Antônio Maria, 2021, p. 277- 278. (Adaptado).
Em “leva o menino apaixonado a uma série de sonhos, de medos, de renúncias [...]”, o verbo “levar” ocorre: 
Alternativas
Q3178595 Português
Tendo em vista o fragmento retirado do texto “Recebo muitos comentários desagradáveis”, o termo “Recebo” é classificado como um verbo
Alternativas
Q3177263 Português

Texto para a questão.


“Maior qualidade que Ronaldo tinha era o pai que ele era”, diz amiga de representante comercial que estava em avião que caiu em Vinhedo 




Internet: <g1.globo.com> (com adaptações)

Na linha 16, o termo “ao representante comercial” funciona, sintaticamente, como um 
Alternativas
Respostas
61: C
62: A
63: C
64: C
65: B
66: D
67: D
68: E
69: E
70: A
71: A
72: A
73: B
74: C
75: A
76: E
77: A
78: D
79: B
80: D