Questões de Português - Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva para Concurso

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Q2880473 Português

Texto 2 para responder as questões de 5 a 8.


1--------Quando arquiteto e morador encontram-se para

discutir um projeto de habitação, tem-se, por um lado, uma

dimensão de liberdade e de escolha a partir da possibilidade

4 de pensar e imaginar a casa que se quer e se sonha, baseada

em uma construção cultural, histórica, ideológica e

antropológica. Por outro, há a dimensão da necessidade e da

7 urgência, quando se trata de população de baixa renda e de

habitação social, traduzida nas ideias da casa como abrigo e

da habitação mínima com sua respectiva solução técnica.

10-------A relação entre essas dimensões revela a

complexidade que caracteriza o diálogo entre arquiteto e

morador e se expressa pelos vínculos e dilemas entre

13 carência, liberdade, ideologia, gestão, política, técnica e

autonomia. Não me refiro a uma análise dessas categorias em

si, mas às ambiguidades que elas imprimem na produção do

16 objeto arquitetônico, problematizando o seu processo de

concepção e de construção.

Nesse espaço de diálogos e interlocuções entre

19 indivíduos e grupos carregados de experiências que ora os

diferenciam, ora os agrupam, efetivam-se as dimensões

participativas, que considero como uma esfera micro da

22 participação, baseadas no falar e no ouvir o outro a fim de se

conceber e se construir algo coletivamente.

A análise das questões colocadas nessa esfera da

25 participação pode contribuir para o debate sobre o conceito

de sustentabilidade, aplicado na produção do ambiente

construído, na medida em que pode indicar as limitações e as

28 potencialidades de um projeto que procura integrar, na

prática, as suas múltiplas dimensões, na perspectiva de se

evitar as categorizações socialmente vazias que são

31 encontradas em muitas noções sobre sustentabilidade que não

contemplam a diversidade social e suas formas de

apropriação e de uso dos recursos e do ambiente. Além disso,

34 na discussão sobre princípios e estratégias gerais sobre a

sustentabilidade, há o destaque para a dimensão política por

meio da criação de mecanismos que incrementam a

37 participação da sociedade nas tomadas de decisão.

v

SHIMBO, Lúcia Zanin; INO, Akemi. Questões, conflitos e

potencialidades do diálogo entre moradores e arquitetos

sobre materiais construtivos sustentáveis para habitação.

Disponível em: <http://www.habitare.org.br/doc/docs_

revista/artigo_lucia_shimbo.pdf>. Acesso em:

1º/11/2013, com adaptações.

Acerca da oração “muitas noções sobre sustentabilidade que não contemplam a diversidade social e suas formas de apropriação e de uso dos recursos e do ambiente.”, (linhas de 31 a 33), assinale a alternativa correta.
Alternativas
Q2875498 Português

As questões de 01 a 10 referem-se ao texto a seguir.


Vergonha à brasileira

Matheus Pichonelli


Veio de um usuário do Twitter um dos “melhores” comentários feitos até agora sobre a gritaria

em torno da vinda dos médicos estrangeiros (leia-se cubanos) ao Brasil. “Médico estrangeiro é

3 populismo. Tem que voltar a política de deixar morrer”.

Populismo, oportunismo, escravidão (?). Enquanto médicos, fariseus e doutores da lei tentam

filtrar os mosquitos, uma fila de camelos é engolida nos rincões fora da rota turística do País.

6 Em outras palavras, as pessoas seguem morrendo, sem que mereçam um franzir de testa de

quem parece disposto a armar uma Intifada1 contra o programa Mais Médicos.

Segundo mapeamento do governo, existem hoje 701 cidades no País sem um único médico a

9 postos. Sabe quantos brasileiros demonstraram, em chamada recente, interesse em trabalhar

nesses municípios? Zero. Nesses lugares, falta o básico do básico, conforme mostrou o

repórter Gabriel Bonis em sua visita a Sítio do Quinto, município do interior baiano onde a

12 população não tem para onde correr em caso de emergência (o caso mais simbólico foi a

morte, testemunhada por uma técnica em enfermagem e um vigia, de um homem que levou

uma facada e não pôde ser atendido porque não havia médico de plantão). Não estamos

15 falando de cirurgia de alta complexidade, mas de carência humana, cuja atuação garantiria o

tratamento mínimo para problemas mínimos como diarreia, gripe ou ferimentos leves, que

neste diapasão de interesses e serviços se transformam em tragédias diárias e

18 desproporcionais.

Tragédias que parecem não comover quem, de antemão, diz se sentir envergonhado pela leva

de navios negreiros a aportar por aqui atolados de médicos dispostos a nivelar por baixo a

21 medicina brasileira. Pois Jean Marie Le-Pen, o líder ultradireitista francês, de xenofobia

desavergonhada, seria capaz de corar ao ver a reação dos médicos brasileiros, de maioria

branca, que hostilizaram, vaiaram e chamaram de “escravos” os colegas cubanos, de maioria

24 negra, durante um curso de preparação em Fortaleza. O protesto, organizado pelo Sindicato

dos Médicos do Ceará, foi talvez o estágio mais alto de uma ofensiva que já teve até

presidente de conselho regional de medicina pregando, como num culto, o boicote aos

27 camaradas estrangeiros. Os manifestantes, que provavelmente se divertem ainda hoje com a

herança colonial supostamente encerrada por uma lei - não coincidentemente - denominada

Áurea, talvez inovassem a rebelião contra o estado das coisas no período anterior a 1888. O

30 método consiste em cuspir no escravo para manifestar uma repulsa fajuta à escravatura.

Parece um método pouco inteligente para quem levou seis anos para retirar o diploma. Não

cola.

33 O episódio mostra que, até mesmo quando se trata de salvar a vida humana, a vida humana é

contagiada pela mais devastadora das doenças: a ignorância d e quem enxerga o mundo entre

o certo e o errado e nada mais entre uma ponta e outra. A ignorância, neste caso, parece

36 desnudar um resquício de desumanidade presente em um dos últimos bolsões de um elitismo

pré-colonial. Um elitismo que tolera o esquecimento e a omissão, mas esperneia ao menor

sinal de desprestígio, este galgado longe, bem longe, dos salões onde mais se precisa de

39 médicos. Onde o jaleco se suja de terra ao fim do expediente.

A opção de ficar nos grandes centros é, de certo modo, compreensível. Não se discute as

fragilidades de um programa de emergência. Seria pouco razoável, por exemplo, negar a

42 ausência de uma estrutura adequada para a atuação de quaisquer médicos pelo interior do

País. Seria pouco razoável também negar a dificuldade para amarrar juridicamente um

contrato de trabalho que prevê a triangulação entre países (um deles, bem pouco afeito à

45 transparência) para remunerar o trabalhador. Não se nega ainda a necessidade de se regular

a atuação desse médico conforme o tamanho de sua responsabilidade. Não se discute a

necessidade de se validar diplomas com base em um critério honesto que não tenha como

48 finalidade a reserva de mercado. Da mesma forma, seria razoável (ou deveria ser) supor que a

urgência para a garantia de atendimento básico preceda os ajustes de rota – estes facilmente

remediados com boa vontade, o que não é o caso de uma vida por um fio.

51 Mas, para boa parte dos ativistas de ocasião, cruzar os braços diante da suposta politicagem,

do suposto populismo, do suposto oportunismo e do suposto navio negreiro é mais nobre do

que atacar o problema real. Parecem a versão remodelada da conferência das aranhas do

54 conto A Sereníssima República, de Machado de Assis. É a mais perfeita alegoria de nossa

incompetência histórica: “Uns entendem que a aranha deve fazer as teias com fios retos, é o

partido retilíneo; outros pensam, ao contrário, que as teias devem ser trabalhadas com fios

57 curvos, - é o partido curvilíneo. Há ainda um terceiro partido, misto e central, com este

postulado: as teias devem ser urdidas de fios retos e fios curvos; é o partido reto-curvilíneo; e

finalmente, uma quarta divisão política, o partido anti-reto-curvilíneo, que fez tábua rasa de

60 todos os princípios litigantes, e propõe o uso de umas teias urdidas de ar, obra transparente e

leve, em que não há linhas de espécie alguma”.

Nessa conferência, a discussão gira em torno dos símbolos atribuídos a uma mesma teia. O

63 imobilismo é o único resultado da gritaria.

Como as aranhas de Machado de Assis, preferimos discutir o sexo dos anjos em vez de atingir

o cerne de uma questão urgente: o abandono de uma parte considerável da população. Seria

66 razoável que elas estivessem no centro do debate. Mas a razoabilidade é um objeto raro

quando a ala (sempre em tese) mais esclarecida do País tem como um cartão de visita a vaia,

a arrogância e a agressão.


http://www.cartacapital.com.br/saude/vergonha-a-brasileira-8881.html. [adaptado]


1. Rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia.

As questões 07 e 08 referem-se ao período a seguir.


Enquanto médicos, fariseus e doutores da lei tentam filtrar os mosquitos, uma fila de camelos é engolida nos rincões fora da rota turística do País.


As expressões em negrito (da lei, de camelos, da rota e do País), presentes no período, correspondem a

Alternativas
Q2875439 Português
Assinale a alternativa correta. Em “...terá deixado à solta um assassino que executou pessoas apenas por discordarem de sua organização terrorista....”, temos, em destaque, respectivamente,
Alternativas
Q2873008 Português

Em uma das alternativas a seguir, o termo destacado da primeira parte do primeiro parágrafo do texto funciona como objeto direto da oração a qual pertence. Assinale-o .

Alternativas
Q2872711 Português

Texto 02 para as questões 11 e 12.

“Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la." (Cícero)

Em relação aos verbos sublinhados no texto 02, é CORRETO afirmar que

Alternativas
Respostas
21: A
22: D
23: A
24: B
25: D