Questões de Concurso Sobre termos integrantes da oração: objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva em português

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Q633463 Português
No texto, o termo
Alternativas
Q633417 Português

      Texto: Patíbulos virtuais


      Ainda não tinha doze anos quando assisti a um linchamento. Vi um rapaz a fugir de bicicleta. Um homem começou a persegui-lo, a pé, e de repente já eram cinco, dez, uma turba exaltada, correndo, gritando, jogando pedras. Lembro-me de estar inteiro, de coração, numa angústia enorme, com o rapaz que fugia. Não havia nada que pudesse fazer para o ajudar. Minutos antes eu lia, ao sol, numa varanda. Logo a seguir o rapaz pedalava para salvar a vida, lá embaixo, entre uma estradinha de terra vermelha e um vasto descampado coberto de capim.

      Desde então estou sempre do lado de quem, sozinho, se vê perseguido por uma multidão. Pouco me importa o que fez o rapaz que corre; o homem que ergue a mão para se proteger da pancada; a mulher que enfrenta, chorando, os insultos de um bando de predadores cobardes.

      O surgimento das redes sociais marcou a emergência de um novo patíbulo para os linchadores. Bem sei que a comparação será sempre abusiva. Palavras, por muito aguçadas, por muito duras e pesadas, não racham cabeças. Palavras, por muito venenosas, não são capazes de matar. Em contrapartida, este novo palco tem o poder de juntar em poucos minutos largos milhares de pessoas, todas aos gritos. A estupidez das multidões virtuais é tão concreta quanto a das multidões reais.

      Praticamente todas as semanas há alguma figura pública a sofrer perseguição nas redes sociais. [...]

      Há alguns anos, em Luanda, afirmei, durante uma entrevista, não entender por que o governo insistia em promover a poesia de Agostinho Neto, primeiro presidente angolano, que a mim sempre me pareceu bastante medíocre. Um conhecido jurista e comentador político, João Pinto, deputado do partido no poder, assinou um artigo defendendo a minha prisão. Foi além: defendeu o restabelecimento da pena de morte e o meu fuzilamento. Segundo ele, eu ofendera não apenas um antigo presidente e herói nacional mas também uma divindade, visto que Agostinho Neto seria um quilamba — ou seja, um intérprete de sereias. Nas semanas seguintes foram publicados muitos outros textos de ódio. Recebi telefonemas com ameaças. Contaram-me que havia pessoas queimando os meus livros. Na altura foi bastante assustador. Hoje olho para trás e rio-me. Recordo o quanto era difícil explicar a jornalistas europeus a acusação de que teria ofendido um intérprete de sereias. Naturalmente, acabei transformando o episódio em literatura.Os europeus e norte-americanos leem aquilo e chamam-lhe realismo mágico.

      Os queimadores de livros têm receio não das ideias que os mesmos defendem, mas da sua própria incapacidade para lhes dar resposta. Aqueles que se juntam a multidões virtuais para ameaçar ou troçar de alguém são quase tão perigosos quanto os que correm pelas ruas, jogando pedras — e ainda mais cobardes.

      Fecho os olhos e volto a ver o rapaz na bicicleta. Uma pedra atingiu-o na cabeça e ele caiu. A multidão mergulhou sobre ele. Naquele dia deixei de ser criança.

               

  •   José Eduardo Agualusa. O Globo, Segundo Caderno, 07/03/2016.
  • Disponível em http://oglobo.globo.com/cultura/patibulos-virtuais-18817824#ixzz43ah8BwFY 
“Segundo ele, eu ofendera não apenas um antigo presidente e herói nacional mas também uma divindade... “ (quinto parágrafo). Nesse segmento de frase, a relação semântica existente entre os complementos do verbo ofender é:
Alternativas
Q633118 Português

Em:

“Ele deixava que lhe roubassem tudo... “ Os termos destacados exercem, na oração, a função sintática, respectivamente, de

Alternativas
Q631567 Português
Indique, dentre as orações abaixo, aquela em que os termos em destaque classificam-se a um objeto direto.
Alternativas
Q631214 Português

                   Texto II- Hino de Duque de Caxias


                                Todo o arvoredo

                           é uma festa de pardais

                              acordando a cidade.

                                  Toda a cidade

                         é uma orquestra de metais

                           em inesperada atividade.


                                            (...)


                            Quando mal adormeces

                                já estás levantada:

                                   és do trabalho

                                    a namorada.

                                   Tuas fábricas

                           se contam às centenas.


                                Um grande povo

                              o teu nome enaltece;

                               construindo riqueza,

                                 inspirando beleza

                                     que ao Brasil

                                          oferece.


                                     Nesta baixada,

                                 onde Caxias nasceu,

                                o progresso é o lema

                               que o trabalho escolheu.


                                  De plagas distantes

                               deste e de outros países

                                são os teus povoadores.

                                      Toda essa gente

                                        no esforço viril

                                   de fazer do teu nome

                                   um pendão do Brasil.


Barboza Leite &Clóvis Ferreira Lima. Disponível em: http://www.vagalume.com.br/hinos/duque-de-caxiasrj.html. Acesso em: 03 jul. 2015, fragmento.

Acerca das questões morfossintáticas que envolvem a 4ª estrofe, assinale a alternativa correta.
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Q630167 Português

TEXTO 11

Entre as funções do técnico do IBGE, aparece a de “Executar de acordo com instruções e/ou orientações, as rotinas administrativas necessárias à manutenção da Unidade de Trabalho, desde o recebimento, a organização, a guarda e o encaminhamento de documentos institucionais e de interessados, utilizando os recursos de informática disponibilizados pela Instituição e os sistemas corporativos e federais”.


Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151113_resultados_pnad_jc_ab 


A afirmativa correta sobre os componentes do trecho do texto 11 “...desde o recebimento, a organização, a guarda e o encaminhamento de documentos institucionais e de interessados”, é: 

Alternativas
Q629832 Português

      Os Beatles eram um mecanismo de criação. A força propulsora desse mecanismo era a interação dialética de John Lennon e Paul McCartney. Dialética é diálogo, embate, discussão. Mas também jogo permanente. Adição e contradição. Movimento e síntese. Dois compositores igualmente geniais, mas com inclinações distintas. Dois líderes cheios de ideias e talento. Um levando o outro a permanentemente se superar.

      As narrativas mais comuns da trajetória dos Beatles levam a crer que a parceria Lennon e McCartney aconteceu apenas na fase inicial do conjunto. Trata-se de um engano. Mesmo quando escreviam separados, John e Paul o faziam um para o outro. Pensavam, sentiam e criavam obcecados com a presença (ou ausência) do parceiro e rival.

      Lennon era um purista musical, apegado a suas raízes. Quem embarcou na vanguarda musical dos anos 60 foi Paul McCartney, um perfeccionista dado a experimentos e delírios orquestrais. Em contrapartida, sem o olhar crítico de Lennon, sem sua verve, os mais conhecidos padrões de McCartney teriam sofrido perdas poéticas. Lennon sabia reprimir o banal e fomentar o sublime.

      Como a dialética é uma via de mão dupla, também o lado suave de Lennon se nutria da presença benfazeja de Paul. Gemas preciosas como Julia têm as impressões digitais do parceiro, embora escritas na mais monástica solidão.

      Nietzsche atribui caráter dionisíaco aos impulsos rebeldes, subjetivos, irracionais; forças do transe, que questionam e subvertem a ordem vigente. Em contrapartida, designa como apolíneas as tendências ordenadoras, objetivas, racionais, solares; forças do sonho e da profecia, que promovem e aprimoram o ordenamento do mundo. Ao se unirem, tais forças teriam criado, a seu ver, a mais nobre forma de arte que jamais existiu.

      Como criadores, tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à perfeição a dualidade proposta por Nietzsche. Lennon punha o mundo abaixo; McCartney construía novos monumentos. Lennon abria mentes; McCartney aquecia corações. Lennon trazia vigor e energia; McCartney impunha senso estético e coesão.

Quando os Beatles se separaram, essa magia se rompeu. John e Paul se tornaram compositores com altos e baixos. Fizeram coisas boas. Mas raramente se aproximaram da perfeição alcançada pelo quarteto. Sem a presença instigante de Lennon, Paul começou a patinar em letras anódinas. Não se tornou um compositor ruim. Mas os Beatles faziam melhor. Ironicamente, o grande disco dos ex-Beatles acabou sendo o álbum triplo em que George Harrison deglutiu os antigos companheiros de banda, abrindo as comportas de sua produção represada durante uma década à sombra de John e Paul. E foi assim, por estranhos caminhos antropofágicos, que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela última vez.

(Adaptado de: DANTAS, Marcelo O. Revista Piauí. Disponível em: http://revistapiaui.estadao.com.br/materia/beatles. Acesso em: 20/02/16) 

... tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à perfeição a dualidade... (6° parágrafo)

O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento que o da frase acima está empregado em:

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Q628763 Português
Assinale a alternativa que apresenta um elemento que desempenha a função sintática de predicativo do objeto.
Alternativas
Q627966 Português

                                         Cultura


      Ele disse: “O teu sorriso é como o primeiro suave susto de Julieta quando, das sombras perfumadas do jardim sob a janela insone, Romeu deu voz ao sublime Bardo e a própria noite aguçou seus ouvidos”.

       E ela disse: “Corta essa.”

       E ele disse: “A tua modéstia é como o rubor que assoma à face de rústicas campônias acossadas num quadro de Bruegel, pai, enaltecendo seu rubicundo encanto e derrotando o próprio simular de recato que a natureza, ao     deflagrá‐lo, quis.”

       E ela disse: “Cumé que é?”

       E ele:“Eu te amo como jamais um homem amou, como o Amor mesmo, em seu autoamor, jamais se considerou capaz de amar.”

       E ela: “Tô sabendo…”

       “Tu és a chuva e eu sou a terra; tu és ar e eu sou fogo; tu és estrume, eu sou raiz.”

       “Pô!”

       “Desculpe. Esquece este último símile. Minha amada, minha vida. A inspiração é tanta que transborda e me foge, eu estou bêbado de paixão, o estilo tropeça no meio‐fio, as frases caem do bolso…”

       “Sei…

       “Os teus olhos são dois poços de águas claras onde brinca a luz da manhã, minha amada. A tua fronte é como o muro de alabastro do templo de Zamaz‐al‐Kaad, onde os sábios iam roçar o nariz e pensar na Eternidade.

        A tua boca é uma tâmara partida… Não, a tua boca é como um… um… Pera só um pouquinho…”

        “Tô só te cuidando.”

        “A tua boca, a tua boca, a tua boca… (Uma imagem, meu Deus!)”

        “Que qui tem a minha boca?”

        “A tua boca, a tua boca… Bom, vamos pular a boca. O teu pescoço é como o pescoço de Greta Garbo na famosa cena da nuca em Madame Walewska, com Charles Boyer,dirigido por Clawrence Brown, iluminado por…

        “Escuta aqui…”

        “Eu tremo! Eu desfaleço! Ela quer que eu a escute! Como se todo o meu ser não fosse uma membrana que espera a sua voz para reverberar de amor, como se o céu não fosse a campana e o Sol o badalo desta sinfonia especial: uma palavra dela…”

        “Tá ficando tarde”.

        “Sim, envelhecemos. O Tempo, soturno cocheiro deste carro fúnebre que é a Vida. Como disse Eliot, aliás, Yeats – ou foi Lampedusa? –, o Tempo, esse surdo‐mudo que nos leva às costas…”

        “Vamos logo que hoje eu não posso ficar toda a noite.”

        “Vamos! Para o Congresso Carnal. O monstro de duas costas do Bardo, acima citado. Que nossos espíritos entrelaçados alcem voo e fujam, e os sentidos libertos ergam o timão e insuflem as velas para a tormentosa viagem ao vórtice da existência humana, onde, que, a, e, o, um, como, quando, por que, sei lá…”

        “Vem logo.”

        “Palavras, palavras…”

        “Depressa!”

        “Já vou. Ah, se com estas roupas eu pudesse despir tudo, civilização, educação, passado, história, nome, CPF, derme, epiderme… Uma união visceral, pâncreas e pâncreas, os dois corações se beijando através das grades das caixas torácicas como Glenn Ford e Diana Lynn em…”

         “Vem. Assim. Isso. Acho que hoje vamos conseguir. Agora fica quieto e…”

         “Já sei!”

         “O quê? Volta aqui, pô”…”

         “Como um punhado de amoras na neve das estepes. A tua boca é como um punhado de amoras na neve das estepes!

                           

   (VERÍSSIMO, Luiz Fernando. Cultura. In: As mentiras que os homens contam. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.)

Em “Romeu deu voz ao sublime Bardo e a própria noite aguçou seus ouvidos.” (1º§) é correto afirmar em relação aos termos destacados, que
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Q625991 Português

Qual o profissional que o mercado de trabalho atual procura?

      O mercado de trabalho está exigente e busca, cada vez mais, profissionais qualificados e diferenciados com extenso conhecimento técnico. Nesse cenário, faltam candidatos preparados para ocupar as vagas disponíveis, mesmo sobrando pessoas à procura de emprego.

      A taxa de desemprego total da população economicamente ativa da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) ficou em 6,5%, em março. No período, estima-se que 124 mil pessoas estivessem nessa situação. O resultado da baixa taxa é um menor número de trabalhadores qualificados disponíveis no mercado. “Pessoas com conhecimento técnico e prontas para assumir as vagas em aberto são a maior carência do mercado de trabalho atual”, observa a diretora de Desenvolvimento Humano da ABRH-RS, Maria da Graça Costi.

      Ela completa que o mercado exige que o profissional esteja aberto ao aprendizado, seja rápido e se adapte facilmente ao ambiente onde vai trabalhar. “É preciso também ter visão sistêmica, uma amplitude perceptiva. Saber enxergar os problemas do ambiente, mesmo estando dentro dele”, destaca.

      Outro fator que está aumentando o déficit é a relação desigual entre a chamada Geração Y e o mercado de trabalho. Os jovens são muito ágeis e aprendem tudo rapidamente. Porém, algumas empresas acabam perdendo esses funcionários por não oferecerem material para trabalho no ritmo em que eles procuram. Os jovens desejam ser constantemente desafiados e querem novidades a todo instante.

      Ainda, há mudanças no método de seleção. Apesar de o modo convencional ser o mais utilizado, as redes sociais funcionam como complemento na hora de contratar um funcionário. Os perfis pessoais na internet trazem informações adicionais e mostram mais a personalidade do candidato, levando o contratante a melhor estudar o perfil do profissional e avaliar se ele se encaixa nos requisitos exigidos pelo cargo. 

                                                                            Informações do site PQN 

Marque a opção em que há a correlação correta entre o termo destacado e a função sintática exercida:
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Q625151 Português

Texto

                            Os porquês da diversidade

      Das coisas mais marcantes da adolescência, minha memória traz os tempos de estudo e dúvidas sobre o futuro. De forma contrária às principais críticas que se ouve hoje, meus anos de Ensino Médio foram, sim, muito significativos para uma formação dita cidadã, e não só voltada aos vestibulares. Hoje trabalhando com educação, tenho plena consciência de que um ensino inovador pode surgir a partir de práticas consideradas tradicionais e que uma roda de conversa na escola pode ser tão ou mais revolucionária quanto qualquer aplicativo educacional. Percebo que o que torna o aluno socialmente engajado é a reflexão constante, a troca de experiências, a diversidade de conhecimentos e opiniões que ele aplica e vê aplicarem a um objeto de estudo, de forma digital ou analógica. [....]

      É disso que trata a educação: formar indivíduos engajados uns com os outros, socialmente e que saibam conviver. Está aí também a grande diferença da educação familiar, quando convivemos apenas com nossos pares. A escola nos permite entrar em contato de forma sistemática com outros mundos, outros olhares, outros saberes, opiniões diferentes das nossas, culturas até então desconhecidas. É o convívio com professores e colegas que nos dá suporte para refletir sobre nossas posições, sermos questionados sobre opiniões divergentes e, assim, pensarmos num projeto de vida de forma plena.

                                      (Ivan Aguirra, Educatrix, Moderna, ano 5, nº 9 2015.) 

Assinale a opção que indica a frase que se encontra na ordem direta.
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Q624864 Português
Acerca da estrutura de orações do texto, assinale a alternativa que apresenta o verbo e o respectivo complemento, nessa ordem.
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Q624649 Português
Considere o parágrafo a seguir (linhas 16 a 19) para responder à pergunta.

Nesse contexto, o grau de complexidade de condutas perpetradas por esses grupos, estruturados e voltados à prática de crimes que ocorrem de forma velada, sob o manto e a aparência de uma pretensa legalidade e que, normalmente, contam com a participação de agentes públicos e políticos, impõe a utilização de técnicas especiais de investigação.

O termo “impõe" concorda com
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Q623779 Português
Texto II

                    A mensagem dos assassinos impunes

      O Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos foi criado em 2004 e a política nacional para a área em 2007. Passos importantes, mas insuficientes. Segundo o governo federal, o Programa de Proteção foi implementado em apenas oito estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

      A falta de recursos, infraestrutura e coordenação entre autoridades federais e estaduais é problema importante que o impede de alcançar seu objetivo. Cerca de 300 pessoas estão sob proteção do Programa e, mesmo assim, muitas delas seguem o mesmo caminho que Alexandre Anderson, líder de pescadores artesanais na Baía de Guanabara, que protesta contra os impactos ambientais das empresas petroquímicas que se instalam na área, e teve que sair do Rio de Janeiro por conta de ameaças de milícias. O afastamento faz com que se enfraqueçam os vínculos com suas comunidades e fragiliza a continuidade de suas lutas.

                                                 (Adaptado. Átila Roque, O Globo, 20/12/2012)
Todas as frases a seguir – retiradas do texto orginal completo – estão na voz passiva. A frase em que o agente da ação verbal sublinhada está identificado é:
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Q623769 Português
Texto I

                            Rápida e acessível

      A justiça imaginada pelos antigos era representada por uma estátua fria, embora endeusada. Os egípcios viam‐na com uma espada nas mãos, que significava obrigatoriedade de cumprimento de suas decisões. Era a deusa Maat, de cujo nome se originou o vocábulo magistrado. A mitologia grega nos legou a figura de Themis, deusa do Olimpo, casada com Júpiter, de cuja união foram gerados a Equidade, a Lei e a Paz. Tinha em sua mão direita a balança, simbolizando o equilíbrio e a ponderação. Os romanos acresceram a Themis e a Maat a venda nos olhos, simbolizando a imparcialidade. Era a figura da Iustitia.

      A Justiça ainda carece de todos esses atributos. Suas decisões devem ter a força da obrigatoriedade, gerar equidade e paz, de acordo com a lei, e ser imparciais. Mas só isso não basta. Em uma linguagem mitológica, talvez devêssemos acrescentar a tais figuras o atributo de Hermes, o Deus da Velocidade. A Justiça de hoje tem de ser de fácil acesso e célere.

      Em nosso sistema constitucional integram o Poder Judiciário o Ministério Público e a advocacia, que, ao lado da magistratura, são os alicerces que lhe dão suporte.

      Como passageiros de um só barco, devemos remar na mesma direção, impedindo que nos desviemos da rota a que está obrigada a percorrer a nave para proporcionar à sociedade uma Justiça rápida, eficaz, transparente e acessível. Para tanto, é imprescindível que todos respeitem os direitos, os atributos e as prerrogativas dos demais.

   (Carmen Fontenele foi vice‐presidente da OAB‐RJ. O Globo. 14/12/2012)
“Em nosso sistema constitucional integram o Poder Judiciário o Ministério Público e a advocacia, que, ao lado da magistratura, são os alicerces que lhe dão suporte".

Nesse terceiro parágrafo do texto, o pronome lhe se refere a
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Q623524 Português
Considerando o contexto acima, está INCORRETO o que se afirma em: 
Alternativas
Q623520 Português
Leia o texto I e responda às questões de 01 a 05

INFELIZ É QUEM ESPERA PELA FELICIDADE 

   Falar de felicidade é talvez trazer um tema polêmico e até contraditório. Todo mundo quer ser feliz, mas poucos acreditam numa vida feliz. Felicidade tornou-se um assunto desgastado. Há muito esse assunto fincou pé nos discursos religioso, científico e midiático e em nenhuma dessas alternativas se encontrou o caminho para alcançá-la. Então a felicidade passou a ser encarada como um ideal a ser atingido, mas como ideal também se diz que ela é impossível e, assim, resta a frustração. Como se pode desejar tanto uma coisa e ao mesmo tempo se descrer da possibilidade de ela tornar-se real? 

     As religiões – de modo mais específico, o cristianismo – compreendem a felicidade como uma dádiva. E exemplifica: é possível ser feliz dentro de uma igreja em partilha com outros crentes, fazendo a caridade aos necessitados, vítimas do destino (?) ou da exploração social. Há quem diga que sua maior felicidade seria ver uma criança pobre feliz ou um indigente satisfeito por ter, naquela manhã, ganho uma cesta de café. Mas quanto durará a sua felicidade, quanto durará o sorriso da criança, a satisfação orgânica do indigente? De quantos desgraçados precisará para se fazer feliz? 

   Talvez seja mais alentador abandonar a possibilidade de se ser feliz aqui na terra e transferi-la para a eternidade celestial. Aqui – dizem alguns religiosos – a existência é um percurso de sofrimento, de infortúnios porque não há como resolver todas as desgraças da humanidade. Além disso, o ser humano é existencialmente desamparado. Não há como evitar a falsidade, a ingratidão e o conflito com os outros. Se os outros tanto incomodam, só buscando um lugar em que todos estejam apaziguados por um ideal comum. No céu, diz-se, só há felicidade.

     A ciência nunca prometeu a felicidade para após a morte. Na verdade, esse não é o seu campo. Ao contrário, muito da promessa científica está exatamente em evitar a morte como se esta fosse a maior razão da infelicidade humana. Sim, saber da morte entristece; ver outros morrerem, especialmente os mais próximos, deixa no ar uma tristeza profunda. Às vezes a perda parece até irreparável. Entretanto, a maioria das pessoas não pensa na morte todos os dias nem se perde um parente ou amigo todos os dias, então, isso não justifica a infelicidade. O estado de tristeza advém também da dor, da insatisfação por não ter realizado alguns desejos, por não ter concretizado o planejamento feito no projeto de ano ou por não ter conseguido simplesmente concluir a agenda diária. 

   Existe hoje, mais do que nunca, uma pressão para ser o profissional do mês, o aluno brilhante, a mulher "perfeita" pessoal e profissionalmente, o homem supergenial com visão de mercado e saudáveis relações afetivas. Enfim, se quer um ser humano que, mesmo não sendo feliz, transpareça felicidade. Para isso, os anabolizantes, as pílulas de combate ao envelhecimento, de redução de estresse; as pílulas que turbinam o cérebro e o pênis, modafinil e viagra, respectivamente, acendem a ideia de que é possível ser plenamente feliz. Supondo que a adesão à farmacologia seja maciça, haveria a plenitude da felicidade? Ainda não, porque a felicidade a que tanto se almeja não é facilitada por coisas ou por ilusões de mercado.

    Aliás, a mídia vende ilusões e por meio delas penhora a felicidade. O discurso midiático, na maioria das vezes, coloca a felicidade ao alcance de quem a procura sem delongas e sem efeitos colaterais e adversos. Compre esse apartamento e seu lar será maravilhoso, use o tênis tal e seus pés voarão. Abolir esforços é o marketing fabuloso dos "espertos" para se ir da infelicidade à felicidade sem escalas ou conexões. É rápido, e mesmo para quem não tiver dinheiro existem os créditos bancários, financiamentos etc. Enfim, a felicidade está aí, à disposição. Porém, a corrida para as compras não pode parar.

   Não se pode negar que esses discursos continuarão convincentes para boa parte das pessoas. Eles convencem pela exaustão, mas falham porque a felicidade não é uma dádiva nem uma oferta de terceiros; não se pode empacotá-la como presente nem o projeto para ser feliz pode ser construído por outra pessoa ou empresa.

      A felicidade só pode ser encontrada na verdade de cada um. Daí que ser feliz tem a ver com orientar-se por valores íntimos e humanos que promovem a própria realização pessoal. A felicidade deve ser procurada aí. Ficar esperando por ela em promessas alheias ou artifícios fabricados é perda de tempo. 

     Alguns costumam dizer que a felicidade como tal não existe. O que há são momentos de felicidade. Pois bem, se a felicidade são instantes, a infelicidade também. Entre um instante e outro há o quê? Considerando que não se está em guerra, que não se está gravemente enfermo, por que não se pode dizer que se está feliz? Não dá para ser feliz restringindo esse estado aos dias em que se pensa serem os mais especiais, como o dia em que se comemora o aniversário, ou se realiza a formatura, o casamento ou nasce um filho. A vida não se constrói de instantes célebres. A vida é diária. É a labuta do cotidiano. 

    A felicidade não deve, pois, ser tomada como momentos extraordinários. Isso é a felicidade fácil dos imaturos. Viver feliz é viver na coerência dos valores humanos tanto nos relacionamentos, quanto no trabalho, em casa ou no lazer. A felicidade pode não ser um sonho ou um instante. Viver com dignidade é já razão suficiente para a felicidade.

(Profª. Drª. Elza Ferreira Santos. Infeliz é quem espera pela felicidade. In.: Sociedade no Divã, Jornal da Cidade, B-6 ARACAJU, 17 e 18 de janeiro de 2016)
Identifique a alternativa CORRETA no que diz respeito à função das palavras na frase.
Alternativas
Q623354 Português
 O respeito à diversidade e suas implicações nos direitos humanos
     
A diversidade é um dos temas mais atuais da sociedade, e ao se

pensar na escola, é um tema que ganha extrema relevância. Pois é na

escola, onde a criança e o jovem desenvolve grande parte de suas

relações sociais, que é necessário se desenvolver e ampliar a cultura do

respeito ao que é diferente.

      Quando se trata de inclusão/exclusão, é oportuno compreender mais amplamente esses processos abordando-os de forma dialética.

      Na abordagem da dialética inclusão/exclusão, realça-se o entendimento de que, para compreensão desses processos e o enfrentamento da exclusão, é necessário percebê-los de modo mais abrangente, em seu alcance e ocorrências, e não apenas com referência a um único grupo social.

      O princípio de que, para enfrentar a exclusão, é preciso compreendê-la como processo que ocorre em várias circunstâncias, é também adotado neste texto, acrescentando-se que a percepção no contexto mais abrangente em que se situam: o da diversidade. O enfrentamento da exclusão necessita do empenho acadêmico, social e político em decisões e movimentos pela inclusão, justiça e autonomia dos sujeitos, respeitando-se suas diferenças socioculturais e identitárias.

      Contudo, ressalva-se que não se entende ou propõe o acolhimento à diversidade como subalternização do outro, do diferente, como forma de colonização, mas sim garantindo-se seus direitos à vida cidadã e, nesse sentido, a sua efetiva participação nas decisões políticas e a sua afirmação como sujeitos sociais. É nesse sentido que se assume, como premissa e perspectiva deste estudo, a reivindicação do respeito à diversidade, em seus vários contornos. [...]

      A qualidade e a dignidade da vida humana são valores inestimáveis, devendo ser princípios e propostas de superação de preconceitos e estigmas baseados em equívocos geradores de comportamentos que destoam de parâmetros essenciais à sociedade plural, em que se privilegiam e mantêm as garantias dos direitos humanos e o princípio constitucional da igualdade.

      (Mary Rangel. Língua Portuguesa, nº 57, ed. Escala. Fragmento.)
Dentre os termos destacados, identifique o que NÃO possui a mesma classificação sintática dos demais. 
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Q622128 Português

“Se cada segundo de nossa vida deve se repetir um número infinito de vezes, estamos pregados na eternidade como Cristo na cruz. Que ideia atroz!

No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza. Isso é o que fazia com que Nietzsche dissesse que a ideia do eterno retorno é o mais pesado dos fardos (das schwerste Gewicht).

Se o eterno retorno é o mais pesado dos fardos, nossas vidas, sobre esse pano de fundo podem aparecer em toda a sua esplêndida leveza.

Mas, na verdade, será atroz o peso e bela a leveza? O mais pesado dos fardos nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo a imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.

Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semirreal, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.

Então, o que escolher? O peso ou a leveza?

Foi a pergunta que Parmênides fez a si mesmo no século VI antes de Cristo. Segundo ele, o universo está dividido em duplas de contrários: a luz e a obscuridade, o grosso e o fino, o quente e o frio, o ser e o não ser. Ele considerava que um dos polos da contradição é positivo (o claro, o quente, o fino, o ser), o outro, negativo. Essa divisão em polos positivo e negativo pode nos parecer de uma facilidade pueril. Menos em um dos casos: o que é positivo, o peso ou a leveza?

Parmênides respondia: O leve é positivo, o pesado é negativo. Teria ou não razão? Essa é questão. Uma coisa é certa. A contradição pesado-leve é a mais misteriosa a mais ambígua de todas as contradições. ”

                                                                          “A Insustentável Leveza do Ser”

                                                                                          Milan Kundera, 1983 

“Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semirreal, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.”.

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