Questões de Português - Uso das aspas para Concurso
Foram encontradas 550 questões
Julgue o item a seguir.
As aspas são usadas, geralmente, para indicar o início e o
fim do discurso alheio, mas também podem ser usadas
para: enfatizar um termo, uma palavra ou uma expressão
dentro da estrutura oracional; salientar palavras de outras
línguas (estrangeirismos) usadas dentro de um período;
isolar o discurso de um personagem em textos
narrativos; salientar gírias, arcaísmos e formas populares
que fogem do nível da fala usada pelo autor do texto;
indicar – algumas vezes de forma irônica – o emprego de
palavras em sentido diverso do que lhe é habitual.
INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 e, a seguir, responda às questões que a ele se referem. Texto 01
Desenvolva as suas competências
[ ... ] É o seu jeito de fazer as coisas que qualifica aquilo que você faz e que pode ser usado com mais consciência não só para reforçar a sua marca pessoal, mas para tornar o processo de aprendizado - e de mudança - menos amedrontador.
...........Como diz Jon Acuff, no livro "Reinicie: resgate a segunda-feira, reinvente seu trabalho e nunca fique na mesma': tudo o que você faz no trabalho é uma competência. O autor segue dizendo: "não apenas as competências que se destacam em relatórios que avaliam o seu progresso. Não apenas as ações para as quais você recebe um aceno de cabeça em sinal de aprovação de um chefe numa reunião importante".
...........E dá exemplos: o modo gentil como você fala com as pessoas durante uma pausa no trabalho; sua habilidade de lidar com o atolamento de
papel na impressora; a forma como mantém a caixa de e-mail sob controle etc., tudo isso é competência. O que você tem a dizer sobre a sua forma de funcionar?
...........As pequenas coisas que você faz facilmente podem não parecer glamurosas e talvez nem sejam tão especiais, mas elas se repetem e permitem que você se expresse com autenticidade. Jon Acuff chama de "competências invisíveis", um pacote de recursos altamente valiosos porque intrinsicamente seus! É para observar, reconhecer, se apropriar e usar sem moderação esse seu jeito bom de fazer as coisas se sentindo bem.
Disponível em: https://vidasimples.com. Acesso em: 18 abr. 2023. Adaptado.
O termo "competências invisíveis" foi usado entre aspas para
Leia o texto e responda o que se pede no comando das questões.
Vou embora deste planeta sem medo
Primeira a denunciar o ex-médico Roger Abdelmassih, Vana Lopes, com câncer, diz que completou sua missão.
Quando procurei o ex-médico Roger Abdelmassih, em 1993, há exatos trinta anos, obviamente não vi nele um criminoso. Na época, era um especialista em reprodução humana assistida bem conhecido no país. Meu ex-marido e eu desejávamos muito ter um filho e já havíamos procurado outros médicos até que chegamos a sua clínica, em São Paulo. Nunca me esquecerei dele, vestido de jaleco branco e com muita lábia, me garantindo que eu engravidaria. Na primeira consulta, Abdelmassih me perguntou se tínhamos reserva financeira. Respondi que havíamos guardado um dinheirinho porque planejávamos comprar um apartamento na praia para ver o mar. Ele falou: "Você prefere ver o mar todo dia ou o sorriso do seu filho?" Aquilo me desmoronou. Na sequência, fomos ao banco e tiramos o dinheiro. Naquele momento, deveria ter percebido que se tratava de um charlatão. Até hoje, digo que superei alguns traumas, mas outros, não. Sinto-me uma idiota por não ter visto que ele não era um médico, mas um mercenário e estuprador.
Fui violentada por ele dentro do seu consultório. Na terceira tentativa de inseminação artificial (o sêmen é injetado na cavidade uterina no período fértil da mulher), acordei do procedimento com Abdelmassih ejaculando sobre meu corpo. Dali em diante, minha vida virou um inferno. A solidão de uma vítima é a pior coisa que existe. Você acha que é a única, que nunca ocorreu com outra pessoa e foi a azarada. Acha que foi violentada por acaso, estava na hora errada, no lugar errado, com a roupa errada, durante anos, me senti assim. Junto à solidão, sentia uma tristeza profunda. Perdi a alegria de viver. Era estilista. Irradiava alegria e procurava fazer peças que deixassem as mulheres mais bonitas. Infelizmente, depois de tudo, me amputei, meu dom foi completamente anulado.
Separei-me do meu marido e cheguei a tentar o suicídio. Depois de muita dor, decidi denunciá-lo. Fui a primeira a fazer isso e ajudei a polícia a encontrá-lo no Paraguai, para onde fugiu depois que a justiça determinou sua prisão. Mas vi que precisava ampliar minha ação e fundei o grupo Vítimas Unidas. Minha intenção era e ainda é encorajar outras vítimas a não se calarem e lutar para que as leis sejam aplicadas aos criminosos. A minha ideia é fazer do estupro um crime contra a humanidade porque o nosso primeiro território é o nosso corpo. Você diz que é brasileira, portuguesa, americana, mas apenas nasceu em um lugar. O seu corpo é a sua nacionalidade.
Acabei reconstruindo minha vida. Casei-me novamente e moro em Portugal com meu novo marido. Tenho 62 anos, uma filha adotiva de 37, uma neta de 18 e uma bisneta que vai fazer 1 ano. Não sou mãe de sangue, mas elas são filhas do ventre da minha alma. O amor não é consanguíneo. O amor é a memória. Para mim, é isso que importa. Não é o sangue, mas a história que minha filha, neta e bisneta vão contar, não por vaidade, mas por lembranças. Plantei amor e estou colhendo amor.
Há dois anos, fui diagnosticada com câncer de mama. A doença se espalhou e chegou aos ossos. Por isso, a tendência é que eu tenha uma vida curta a partir de agora. Mas não pareço doente porque tento ser otimista e tenho planos. Tenho ideias para juristas, médicos e a rede de especialistas que contribui com o grupo Vítimas Unidas, que trabalha para a prevenção da violência sexual. Lutamos para que as pessoas sejam atendidas com respeito porque seus corpos já sofreram muito. O meu legado não será a prisão de Abdelmassih, na cadeia desde 2014. Ele não tem essa importância. Estou indo embora deste planeta sem medo. Não tenho temor de morrer porque minha missão foi cumprida.
Depoimento dado a Paula Félix. REVISTA VEJA, n. 2825, 25/01/23.
Leia o trecho seguinte: "Ele falou: 'Você prefere ver o mar todo dia ou o sorriso do seu filho?"'. Todas as alternativas são corretas, exceto: