Questões de Concurso Comentadas sobre uso das aspas em português

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Q2220137 Português
TEXTO 2


BURRICE NATURAL, INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL



PRATA. Antônio. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antonioprata/2023/03/burrice-naturalinteligencia-artificial.shtml>. Acesso em: 02/04/2023 
Observe as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto e a análise proposta. Considerando tais informações, assinale a alternativa INCORRETA:
Alternativas
Q2218568 Português
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Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.
Em relação ao texto acima, assinale a opção incorreta.
Alternativas
Q2217263 Português
PROVA DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
Há marcas que vivem da inclusão, e outras que vivem da exclusão
Contardo Calligaris
    Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento. Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras salas de conversa entre usuários de iPhones vagarosos.
    Era mesmo o processador que estava se tornando exasperadamente lento, ao ponto em que havia um intervalo sensível de tempo entre digitar e a letra aparecer na tela.
    Deixei para resolver quando chegasse a Nova York, onde, aliás, a coisa piorou: era suficiente eu tirar o celular do bolso ou deixá-lo num bolso externo (que não estivesse em contato com o calor do corpo) para que a carga da bateria baixasse, de repente, de 60% a zero.
     Pensei que três anos é mesmo o tempo de vida útil para uma bateria. E lá fui à loja da Apple na Broadway.
    Esperei duas horas para enfim ter acesso a alguém que me explicou que testaria minha bateria. Depois de contemplarmos os gráficos lindos e coloridos deixados no tablet pelo meu telefone, anunciou que minha bateria ainda não justificava uma troca – no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor no peito e a "certeza" de que "você não está enfartando, deve ser só digestão".
    O mesmo jovem propôs uma reinstalação do sistema operacional, – que é uma trivialidade, mas foi anunciada como se fosse um cateterismo das coronárias.
    Passei a noite me recuperando, ou seja, reinstalando aplicativos. Resultado: telefone lento como antes.
    Voltei para a Apple (loja da Quinta Avenida), onde descobri que, como na história do hospital sem leitos, de fato, a Apple não dispunha mais de baterias para substituir a minha: muitos usuários estavam com o mesmo problema. Por coincidência, tudo conjurava para que eu comprasse um telefone novo.
    Nos EUA, a Apple está sendo processada (15 casos coletivos, em diferentes Estados) por piorar propositalmente a experiência dos usuários de iPhone sem lhes oferecer alternativas –salvo, obviamente, a de adquirir um telefone novo.
    A companhia pediu desculpas públicas, mas a humildade não é o forte do treinamento Apple. Basta se lembrar que o atendimento pós-venda da companhia se chama (o ridículo não mata ninguém) "genius bar", o balcão dos gênios.
     Já pensou: você poderia ligar para seu serviço de TV a cabo porque a recepção está péssima e alguém diria: "Sim, senhor, pode marcar consulta com o balcão dos gênios".
     A maioria dos usuários não acham isso cômico e despropositado. Por que será?
    Há marcas que vivem de seu poder de inclusão, do tipo "nós fabricamos o carro que todos podem dirigir". E há marcas que vivem de seu poder de exclusão: tipo, será que você merece o que estou vendendo?
    Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vendedores, envaidecidos pela aura do próprio produto que vendem, olham para você com desprezo, como se você não fosse um consumidor à altura da loja?
    É uma estratégia básica de marketing: primeiro, espera-se que você inveje (e portanto deseje) o mundo do qual se sente excluído.
    Você perguntará: de que adianta, se não poderei adquirir os produtos da marca? Em geral, nesses casos o projeto é vender os acessórios da casa. Pouquíssimos comprarão o casaco de R$ 15 mil, mas milhares comprarão um lencinho (com monograma) para se sentirem, assim, membros do clube.
    A Apple mantém sua presença no mercado pela ideia de sua superioridade tecnológica - e pelo design elegante, claro
    Seriamente, alguém que usa processador de texto não deveria escolher um computador em que não dá para apagar letras da esquerda para a direita. Mas é como os carros ingleses dos anos 1950: havia a glória de viver perigosamente e dirigir sem suspensões posteriores independentes (sem capotar a cada curva).
    Pouco importam as críticas. A Apple conseguiu convencer seus usuários de que eles mesmos, por serem usuários, fazem parte de uma arrojada elite tecnológica. Numa loja da Apple, todos, os usuários e os "gênios" vestem (real ou metaforicamente) a camiseta da marca.
     Quer saber o que aconteceu com meu iPhone? Está ótimo. Fui ao Device Shop, em Times Square, no mesmo prédio do Hard Rock Cafe: atendimento imediato, troca de bateria em dez minutos, conversa agradável. Não havia gênios, só pessoas competentes. E custou menos de dois terços do que pagaria na Apple.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2018/01/1949427- ha-marcas-que-vivem-da-inclusao-e-outras-que-vivem-da-exclusao.shtml Acesso em 20 mar. 2018
Em: "[...] no tom pernóstico de um plantonista que sabe que não tem leitos disponíveis e manda você para casa com aquela dor no peito e a "certeza" de que "você não está enfartando, deve ser só digestão", as aspas em “certeza” foram usadas com a finalidade de
Alternativas
Q2209418 Português
Texto 01

ChatGPT eleva desafio da UE para regular inteligência artificial
Chatbot transformou a forma como tecnologia é vista e usada

O robô conversacional ChatGPT colocou a UE (União Europeia) diante de uma encruzilhada em seu esforço de regular o uso da IA (Inteligência Artificial), já que deve criar uma forma de proteger os usuários de uma tecnologia em constante mudança.

A UE trabalha há mais de um ano em um regulamento que põe ordem no uso da IA e que, ao mesmo tempo, permite proteger os usuários, embora o ChatGPT tenha transformado a forma como esta tecnologia é vista por quem recorre a ela.

Criado pela empresa americana OpenAI, o ChatGPT surgiu em novembro e rapidamente passou a ser utilizado por usuários assombrados com sua capacidade de responder perguntas com clareza, escrever sonetos e fornecer informações sobre temas complicados.

Produtos obtidos com o ChatGPT conseguiram, inclusive, ser aprovados em testes médicos e legais projetados para estudantes humanos, obtendo notas altas.

A tecnologia também traz, no entanto, riscos, uma vez que seu sistema de aprendizado e modelos similares da concorrência já estão integrados aos aplicativos comerciais.

Por esse motivo, a UE teve de voltar à estaca zero em seu esforço de desenvolver um marco regulatório, até encontrar uma maneira de regular a IA de forma efetiva.

A Comissão Europeia, o braço executivo da UE, anunciou em abril de 2021, pela primeira vez, um plano para um conjunto de regras de IA. O Parlamento Europeu espera finalizar um projeto de lei de IA neste mês.

O comissário europeu para a Indústria, Thierry Breton, antecipou que os eurodeputados, a Comissão e os governos do bloco trabalham para "esclarecer mais as regras" sobre a tecnologia ChatGPT, conhecida como IA de uso geral.

DESAFIOS REAIS

Os usuários das redes sociais se divertiram, experimentando o ChatGPT quando foi lançado, mas a tecnologia usada não é um jogo.

Professores temem que os alunos usem o recurso para trapacear, já que o ChatGPT pode "escrever" redações inteiras, enquanto os legisladores temem que seja usado para fins de desinformação. As preocupações sobre os riscos foram reconhecidas por funcionários de alto escalão da UE.

"Como demonstrado pelo ChatGPT, as soluções de IA podem oferecer grandes oportunidades para empresas e cidadãos, mas também podem apresentar riscos. É por isso que precisamos de um marco regulatório sólido para garantir uma IA confiável com base em dados de alta qualidade", disse Breton.

[...] 

Usando o que é conhecido como um "modelo de linguagem extenso", o ChatGPT é um exemplo de IA generativa que, operando sem orientação, pode criar conteúdo original mediante análise de dados prévios.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/tec/2023/03/chatgpt-eleva-desafio-da-uepara-regular-inteligencia-artificial.shtml. Adaptado. Acesso em 31/03/2023
No 10º parágrafo do texto, o verbo “escrever” está grafado entre aspas. Nesse contexto de uso, o emprego desse sinal de pontuação indica:
Alternativas
Q2206682 Português
Texto: A traição das elegantes

“As fotos estão sensacionais, mas algumas das elegantes não souberam posar” – confessou Ibrahim Sued a respeito da reportagem em cores sobre as “Mais Elegantes de 1967” publicada em Manchete.
A verdade é mais grave, e todos a sentem: as “Mais Elegantes” estão às vezes francamente ridículas, às vezes com um ar de boboca e jeca, às vezes simplesmente banais. A culpa não será de Ibrahim, nem do fotógrafo, nem da revista, nem das senhoras; o que aconteceu é misterioso, desagradável, mas completamente indisfarçável: alguém ou, digamos, Algo, Algo com maiúscula, fez uma brincadeira de mau gosto, ou talvez, o que é pior, uma coisa séria e não uma brincadeira; como se fossem as três palavras de advertência que certa mão traçou na parede do salão de festim de Baltazar; apenas não escreveu nas paredes, mas nas próprias figuras humanas, em seus olhos e semblantes, em suas mãos e seus corpos: “Deus contou o dia de teus reinos e lhes marcou o fim; pesado foste na balança, e te faltava peso; dividido será teu reino”.
Oh, não, eu não quero ser o profeta Daniel da Rua do Riachuelo; mas aconteceu alguma coisa, e essas damas que eram para ser como símbolos supremos de elegância e distinção, mitos e sonhos da plebe, Algo as carimbou na testa com o “Manê, Tekel, Farés” da vulgaridade pomposa e fora de tempo. Oh, digamos que escapou apenas uma e que há uma outra que não está assim tão mal. Mas as doze restantes (pois desta vez são catorze) que aura envenenada lhes tirou o encanto, e as deixou ali tão enfeitadas e tão banais, tão pateticamente sem graça, expostas naquelas páginas coloridas como risíveis manequins em uma vitrina de subúrbio?
Que aconteceu? Ninguém pode duvidar da elegância dessas damas, mesmo porque muitas não fazem outra coisa a não ser isto: ser elegantes. Elas são parte do patrimônio emocional e estético da Nação, são respeitadas, admiradas, invejadas, adoradas desde os tempos de “Sombra”; vivem em nichos de altares invisíveis, movem-se em passarelas de supremo prestigio mundano – e subitamente, oh! ai! ui! um misterioso Satanás as precipita no inferno imóvel da paspalhice e do tédio, e as prende ali, com seus sorrisos parados, seus olhos fixos a fitar o nada, estupidamente o nada – quase todas, meu Deus, tão “Shangai”, tão “Shangai” que nos inspiram uma certa vergonha – o Itamarati devia proibir a exportação desse número da revista para que não se riam demasiado de nós lá fora!
Não sou místico; custa-me acreditar que algum Espírito Vingador tenha feito esse milagre contrário. A culpa será talvez da “Revolução”, que tornou os ricos tão seguros de si mesmos, tão insensatos e vitoriosos e ostentadores e fátuos que suas mulheres perderam o desconfiômetro, e elas envolvem os corpos em qualquer pano berrante que melífluos costureiros desenham e dizem – “a moda é isto” – e se postam ali, diante da população cada vez mais pobre, neste país em que mínguam o pão e o remédio, e se suprimem as liberdades – coloridas e funéreas, ajaezadas, e ocas, vazias e duras, sem espírito e sem graça nenhuma.
Há poucos meses, ao aceno de uma revista americana, disputaram-se algumas delas a honra de serem escolhidas, como mocinhas de subúrbio querendo ser “misses”, e no fim apareceram numas fotos de publicidade comercial, prosaicamente usadas como joguetes de gringos espertos. Desta vez é pior: não anunciaram nada a não ser a inanidade de si mesmas tragicamente despojadas de seus feitiços.
Direi que a derrota das “Mais Elegantes” não importa… Importa! As moças pobres e remediadas, a normalista, a filha do coronel do Exército que mora no Grajaú, a funcionária da coletoria estadual de Miracema, a noiva do eletricista – todas aprenderam a se mirar nessas deusas, a suspirar invejando-as, mas admirando-as; era o charme dessas senhoras, suas festas, suas viagens, suas legendas douradas de luxo que romantizavam a riqueza e o desnível social; eram aves de luxo que enobreciam com sua graça a injustiça fundamental da sociedade burguesa.
Elas tinham o dever de continuar maravilhosas, imarcescíveis, magníficas. É possível que pessoalmente assim continuem; mas houve aquele momento em que um vento escarninho as desfigurou em plebéias enfeitadas, em caricaturas de si mesmas, espaventosas e frias.
Quero frisar que dessas senhoras são poucas as que conheço pessoalmente, e lhes dedico a maior admiração e o mais cuidadoso respeito. Não há, neste caso, nenhuma implicação pessoal. Estou apenas ecoando um sentimento coletivo de pena e desgosto, de embaraço e desilusão: nossas deusas apareceram de súbito a uma luz galhofeira, ingrata e cruel; sentimo-nos traídos, desapontados, constrangidos, desamparados e sem fé.
É duro confessar isto, mas é preciso forrar o coração de dureza, porque não sabemos se tudo isso é o fim de uma era ou o começo de uma nova era mais desolada e difícil de suportar.

Rubem Braga
Leia o seguinte fragmento: “Há poucos meses, ao aceno de uma revista americana, disputaram-se algumas delas a honra de serem escolhidas, como mocinhas de subúrbio querendo ser “misses”, e no fim apareceram numas fotos de publicidade comercial, prosaicamente usadas como joguetes de gringos espertos.” A CORRETA a utilização da pontuação aspas (“) justifica-se, quando se:
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Q2199571 Português

QUANDO OS MORTOS FALAM: A HISTÓRIA DA AUTÓPSIA



            A indagação da causa da morte sempre esteve presente em nossos pensamentos, seja você médico ou não. A palavra autópsia significa "ver por si próprio" e vem do grego clássico αυτοψία, sendo composta por αυτος (autós, "si mesmo") e όψις (ópsis, "visão"). Outro termo grego equivalente e de uso mais recente é νεκροψία (necropsia), composta de νεκρός (nekrós, "morto") e  όψις (ópsis, "visão"), isto é, a dissecação do cadáver para determinar, por meio da observação, a causa de morte ou a natureza da doença.


        As origens da autópsia (ou necrópsia) se confundem com a da própria medicina. Seus primeiros registros na antiguidade são, das dissecações com Herófilo e Erasístrato, no século II a. C. Considerado uma das principais figuras da medicina, o grego Galeno de Pérgamo (129 - 201) já recorria a esse recurso, realizando dissecações em animais como porcos, macacos, cavalos e cães, apontando as semelhanças anatômicas entre os órgãos que cumpriam a mesma função em espécies diferentes.


         No Século IX, o estudo do corpo humano após a morte voltou a crescer, principalmente graças à escola de medicina de Salermo, na Itália, e à obra de Constantino, que traduziu do árabe para o latim numerosos textos médicos gregos. Logo depois. Guglielmo de Saliceto, Rolando de Parma e outros médicos medievais enfatizaram a afirmação de Galeno, segundo a qual o conhecimento anatômico era importante para o exercício da cirurgia.


        Passando pelo período do Renascimento, a anatomia humana teve uma grande contribuição com artistas que buscavam nesta ciência as bases para retratarem de maneira mais precisa a figura humana. O mais famoso deles, Leonardo da Vinci, dissecou mais de trinta corpos de homens e mulheres de todas as idades. Dentre seus diversos trabalhos, ele ainda é reconhecido por seus esboços e obras baseados na arte da dissecação.


        Então chegamos ao  momento em que a Patologia passa a despontas como especialidade em si, separada do restante da medicina. A principal figura dessa guinada é Antonio Benivieni (1443 - 1502), médico florentino que foi o primeiro a colher sistematicamente dados de autópsias realizadas em seus pacientes. Em seguida, em 1543, o médico Andreas Vesalius lançaria o primeiro livro de anatomia humana: " De Humani Corporis Fabrica". Resultado de seus trabalhos como professor da Universidade de Pádua, onde realizou dissecações de cadáveres, a obra instituiu categoricamente o método correto de dissecação anatômica. Entre todos os nomes, porém, um dos que mais se destaca é o de Rudolf Ludwig Karl Virchow (1804 - 1878). Considerado a maior figura na história da patologia, ele foi um dos primeiros a utilizar o microscópio, um dos principais avanços da óptica em seu tempo, para analisar tecidos.


        Durante todo esse processo histórico, sistematizações e padronizações foram constantes e necessárias para tornar possível a evolução dos procedimentos da autópsia. De um princípio baseado na dissecação de órgãos, essa ciência passou para um método avançado de estudo que investiga a causa da morte de um paciente, permitindo desenvolver o conhecimento geral sobre a doença que o acometeu.


Adaptado de: https://www.sbp.org.br/quando-os-mortos-falam-a-historia-da -autopsia/. Acesso em: 15 mar.2023.

Sobre a pontuação empregada no texto, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Q2197167 Português
Os dentes dos pobres

por Olivier Cyran

        Em 1970, um jovem dentista de Autun, bafejado pelos ventos do Maio de 68, se lançou em um projeto audacioso: abrir, em Saône-et-Loire, um consultório destinado aos pobres. Bernard Jeault conseguiu obter um empréstimo bancário e aliciar para a aventura quatro colegas, prontos como ele a trair o evangelho de sua profissão: a prática liberal e o sucesso material. Trabalhariam juntos, com o mesmo equipamento e por um valor modesto. Adeus vida de figurões convidados para os saraus do subprefeito: socialização dos cuidados e bons dentes para todos!

        No entanto, a Ordem Nacional dos Cirurgiões-dentistas velava por seus interesses. Hostis à ideia de um atendimento com vocação social e temendo que essa subversão do modelo sacrossanto do pequeno empresário dentista abrisse uma brecha capaz de abalar todo o sistema, os sabichões travaram contra Jeault uma longa e implacável guerra. Arruinado, depois proibido de exercer a profissão em represália a uma obra em que relatava seus desenganos com os “arrancadores de dentes”, o “dentista dos pobres” amargou o desemprego, a assistência social e uma velhice com dificuldades, antes de morrer, em julho de 2019.

        Cinquenta anos após seu torpedeado projeto, as desigualdades de acesso aos serviços que ele esperava proporcionar continuam abissais. Os estragos podem ser observados desde a mais tenra idade. Segundo levantamentos de saúde escolar em cursos pré-primários da França, um quarto dos filhos de operários tem cáries não cuidadas, contra apenas 4% dos filhos de executivos, disparidade que aumenta na idade adulta. Estima-se que mais de um quarto dos casais de baixa renda não vai ao dentista por falta de meios. Como reconhecia o ministro da Saúde em 2011, “as desigualdades constatadas se traduzem, de um lado, por uma exposição desigual ao risco: os hábitos favoráveis à saúde bucodentária (escovação diária, exposição aos fluoretos, alimentação variada) são mais disseminados entre a população beneficiada por um melhor nível de educação e renda; de outro, um recurso também desigual aos tratamentos: os executivos consultam mais frequentemente o cirurgião-dentista que as categorias sociais pouco qualificadas”.

        Fraco consolo para os desfavorecidos do sistema francês, condenados a dores atrozes, a dificuldades de mastigação ou a um sorriso murcho que sabota sua vida amorosa, social e profissional: o fardo que carregam é largamente partilhado no mundo inteiro.

        Embora afetem milhões de pessoas e gerem sofrimentos consideráveis, essas desigualdades são muitas vezes negadas ou minimizadas. Os próprios dentistas repisam de bom grado o refrão, ventilado nas campanhas preventivas, segundo o qual a saúde dentária é essencialmente um problema de responsabilidade individual. Para ter uma dentição sadia, cabe a cada um respeitar as regras de higiene preconizadas desde o berço, seguir um regime alimentar equilibrado, evitar os doces, o álcool, o fumo e as drogas, não se expor ao cassetete do policial nem ao punho do marido violento – levar, em suma, uma existência virtuosa e protegida. Do contrário, a culpa será sua se seus dentes se estragarem.

        O sistema francês de cuidados dentários repousa em dois princípios: por um lado, a primazia do modelo liberal, que exige do profissional tirar o máximo de seu investimento; por outro, a organização de uma oferta de serviços de duas vias, na qual as intervenções reembolsadas a preço de “assistência social”, disponíveis para os pacientes modestos, rivalizam com as intervenções sem limite de preços, infinitamente mais lucrativas, como os implantes e as próteses. Entre o juramento que ele faz no primeiro dia de sua carreira – “Cuidarei do indigente e de quem quer que procure meus serviços” – e a tentação de privilegiar os clientes de alto valor agregado, o dentista se vê diante de um dilema que está pouco interessado em deslindar no interesse da saúde pública.

        Sem dúvida, a atração do ganho tem aí seu papel. Não é por acaso que, no jargão dos especialistas europeus em evasão fiscal, “o investidor privado que cruza a fronteira com seu dinheiro escuso para aplicá-lo em um ambiente fiscal mais favorável é conhecido como dentista belga” – uma homenagem à profissão, não à bandeira. A sede de euros acentua a repugnância por aqueles que não os têm. No fim de 2018, o Defensor dos Direitos (uma autoridade independente francesa de defesa dos direitos dos cidadãos) conclamou as plataformas de marcação de consultas on-line, como a Doctolib, a bloquear em seus sites menções abertamente discriminatórias feitas por numerosos dentistas, como “os beneficiários da CMU (Cobertura Médica Universal) não serão aceitos no consultório”. A recusa de cuidados – aos beneficiários da CMU, mas também aos pobres em geral, crianças, idosos e deficientes – é moeda corrente na profissão, ainda que em geral disfarçada.

        Mas, embora os dentistas endossem o primeiro papel nesse sistema de triagem, nem por isso foram seus criadores. É a nomenclatura dos pagamentos editada pelos poderes públicos que, pondo em concorrência serviços gratuitos e serviços lucrativos, incita-os a negligenciar os primeiros para melhor se consagrar aos segundos. “Se você me pede um orçamento bucodentário, serão 23 euros, isto é, uma ninharia”, explica-nos um profissional aborrecido com sua profissão. “Assim, posso resolver o caso em quinze minutos ou decidir trabalhar a sério e gastar 45. Se fizer isso várias vezes ao dia, vou acabar na miséria.” Acabrunhado de trabalho e consciente de sua missão, ele próprio mal consegue pagar suas contas e ganhar a vida. Ao contrário, um colega menos escrupuloso, que despacha uma limpeza de dentes em dez minutos cronometrados – quando seriam necessários trinta, no mínimo – ganha confortavelmente a sua. Como resume nosso interlocutor, “os que cuidam de você de qualquer jeito ou inventam um pretexto para não cuidar são os mais bem-sucedidos”.

        A esse respeito, a reforma chamada de “o resto a custo zero”, em vigor desde janeiro de 2020, não mudou fundamentalmente o sistema. Se ela permite que o plano de saúde pague integralmente algumas próteses de baixo custo (e os planos de saúde se aproveitaram disso para aumentar seus preços), deixa intacta a lógica de negligência e rentabilidade que rege o dispositivo. Sim, existem profissionais heroicos que não medem esforços para cuidar da melhor maneira possível de quem os procura, com risco de burn-out, mas não é certo que sejam os mais numerosos entre os 42 mil dentistas instalados na França – dos quais 35 mil são particulares.

        Reconhecer o direito de cada um de ter dentes que mordam, tornar público o serviço, pagar aos dentistas salários que lhes permitam exercer sua arte sem se preocupar com o ganho ou com o financiamento da piscina de bolinhas em sua segunda residência: o projeto imaginado por Bernard Jeault há meio século merece sem dúvida uma segunda oportunidade. Por enquanto, a única utopia que parece capaz de abalar o sacrossanto modelo liberal se mostra ainda mais mercantil que este último. Com efeito, nos termos de uma lei de desregulamentação adotada em 2009 sob a égide de Roselyne Bachelot, então ministra da Saúde, clínicas odontológicas de baixo custo foram surgindo às centenas. Dentego, Dentimad, Dentifree, Dentalvie, Dentymed, Dentasmile. Apesar dos nomes, que evocam um concurso de onomástica publicitária, seriam “associações sem fins lucrativos”, que não deveriam render nada. Mas as liberalidades proporcionadas pela lei lhes permitem superar isso.


Disponível em: <https://diplomatique.org.br/os-dentes-dos-pobres/> Acesso em: mar. 2023 [Adaptado]
No segundo parágrafo, as aspas são utilizadas na expressão
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FUNCERN Órgão: Prefeitura de Junco do Seridó - PB Provas: FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Pedagogo | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor – Educação Infantil | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor – Ensino Fundamental | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor De Educação Física | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Professor Para Sala De Recursos Multifuncionais (SRM) | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Nutricionista Escolar | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Psicólogo Escolar | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Assistente Social Educacional | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Biomédico | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Fisioterapeuta | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Médico PSF | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Médico Plantonista | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Médico Veterinário | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Nutricionista | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Psicólogo | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Terapeuta ocupacional | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Educador Físico | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Enfermeiro | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Assistente Social | FUNCERN - 2023 - Prefeitura de Junco do Seridó - PB - Psicólogo CRAS e CREAS |
Q2195769 Português
A questão referem-se ao texto abaixo.

TEXTO 01
“Eles não são mais índios...” 
A possibilidade de uma vida indígena foi cada vez mais dificultada, dado o avanço da 'civilização' sobre suas terras

Por Maria Luiza Santos Soares,
jornalista e mestre em comunicação.

“Eles não são mais índios… eles perderam a sua cultura”. Esta frase recorrente no seio da sociedade brasileira faz parte de uma herança, cuja origem remonta à descoberta do Novo Mundo pelos navegadores portugueses e espanhóis. Desde então, a ideia acerca dos povos indígenas vem sendo construída através de um olhar nostálgico, reservando-lhes um lugar que não cabe no espaço contemporâneo. Este estranhamento, no entanto, foi construído historicamente, desde os primeiros relatos dos colonizadores, passando pelos escritos iluministas de Russeau, Rotherdan e Morus, pela literatura romântica brasileira do século XIX, aos dias de hoje.
Por isso ainda é comum a ironia diante de um indígena utilizando um automóvel do ano, um celular, ou um computador. Esta visão também bebeu na fonte de textos bíblicos, como se os povos ameríndios fossem os verdadeiros habitantes do Éden, mantendo fora da história tudo que estivesse relacionado com eles. Não é por nada que demarcação das terras indígenas atiça setores da elite com o mesmo discurso “muita terra para pouco índio”.
Que índio é este, vestido com roupas de branco?” É o que dizem muitas pessoas ao encontrarem famílias Kaingang e Guarani vendendo seu artesanato no Brique da Redenção aos domingos em Porto Alegre. De todos os absurdos que podem ser atribuídos a eles, este certamente é o mais cruel. Não são mais índios por quê? Por que perderam sua cultura? Por que não passeiam em trajes típicos neste paraíso tão almejado pelos conquistadores lá nos mil e quinhentos?
E o que significa ser indígena? Ao consideramos que, originariamente, os povos que aqui se desenvolveram estavam intimamente ligados ao meio ambiente, a crueldade aumenta ainda mais. No Rio Grande do Sul, cada etnia vivia em um determinado ecossistema. Enquanto alguns grupos habitavam os campos, Charruas e os Minuanos, os Guarani viviam na Mata Atlântica e os Kaingang, no Planalto Meridional – cada qual dispondo dos recursos naturais à sua volta. Mais de que um bioma em si, não se tratava apenas de uma questão de sustentabilidade material. Existia uma raiz cultural na relação com o espaço que ocupavam. Eles desconheciam a terra como propriedade privada. Seu valor não era o do mercado. Para os povos originários, a terra tem um caráter místico e cosmológico, por isso nenhum lugar é igual a outro. Pela mesma razão, estão reunidos hoje em Brasília no Acampamento Terra Livre. Querem suas terras ancestrais e o direito de continuarem sendo indígenas, preconizado pela Constituição brasileira – Aliás, direito ainda hoje questionado pelas elites conservadoras e seu governo despótico, interessados no que há acima e abaixo das terras indígenas.
A dita “perda da cultura”, portanto, está ligada à invasão de suas terras. Como realizar todos os rituais das diferentes etnias sem os elementos da natureza que deram origem às suas crenças e costumes? Por isso fica difícil entender por que, no Rio Grande do Sul, estado onde prevalecem culturas estrangeiras preservadas até hoje, não se respeita a cultura originária. Talvez, no fundo, seja mesmo uma profunda dificuldade de uns se colocarem no lugar de outros.
O antropólogo Claude Lévi-Strauss revelou às Nações Unidas, por meio de um discurso proferido em 1959, que “a diversidade deve ser salva”, sugerindo que não se pode mais enxergar o indígena com os olhos dos conquistadores. Ao valorizar somente seu passado, repete-se o mesmo equívoco: o de estacionar nosso imaginário naquele tempo passado, fixado na ideia de preservação de uma cultura, como se ela fosse inexorável. Tudo muda e tudo flui, como bem nos ensinou Heráclito.
Darcy Ribeiro em “O índio e a civilização” (1970) mostrou que a interação dos indígenas com a sociedade brasileira os levou de uma condição de índios-tribais à de índios genéricos. Portanto, não é por nada que o preconceito persiste – há 308 etnias no Brasil atual, sendo que, no Rio Grande do Sul, além dos Guarani e dos Kaingang, ainda estão os remanescentes dos Xoklen e dos Charrua. Segundo ele, o avanço sobre os territórios indígenas era quase impossível frente à discriminação racial e os interesses que estavam em jogo: culturas indígenas diante do desenvolvimento econômico do país.
 A possibilidade de uma vida indígena foi cada vez mais dificultada, dado o avanço da “civilização” sobre suas terras. Foi por ela que os povos indígenas foram usurpados de seu modo de vida tradicional. Foi por ela que tiveram sua população reduzida por várias décadas, e foi por ela que jamais deixaram de lutar. No entanto, o “eles não são mais índios” persiste no imaginário.
Sedimentada numa gama de saberes que se reproduziram na ação daqueles encarregados de regrar as normas para a colônia, as populações indígenas enfrentaram desde então as diferentes ações de linhagem imperialista: desde as feitorias, passando pelas missões religiosas, aldeamentos, até a tutela, que só deixou de existir, pelo menos na forma da lei, com a Constituição de 1988.
Em 1680, a coroa Portuguesa concede às missões religiosas, principalmente aos jesuítas, a administração dos indígenas, através do Regimento das Missões, onde estava explícito que transformar os índios em cristãos era o mesmo que torná-los vassalos do Rei de Portugal. Embora não constasse no Regimento, o extermínio de grandes populações indígenas foi enorme, bem como sua escravização. Os aldeamentos iniciaram-se com as missões jesuíticas, através da transferência de etnias inteiras sob o pretexto de novas almas para a Igreja.
Em 1755, o Diretório Pombalino, muitas vezes ainda saudado por promover a liberdade dos índios, deu aos povos indígenas o direito de escolherem a quem serviriam. Pombal na verdade estava preocupado com o avanço do poder dos jesuítas sobre as populações nativas, e pretendia ocupar o território. Assim, as aldeias transformaram-se em vilas. Os indígenas não seriam mais convertidos à religião, mas à civilização, à cultura e ao comércio dos brancos.
O Diretório Pombalino previa a miscigenação, através do casamento de homens brancos com mulheres indígenas, proibia a língua geral nas escolas indígenas e incentivava o trabalho e o comércio entre eles. Desta forma, inaugurava-se a retórica da civilização, que vai perdurar até início do século XIX. O termo civilizado vem servindo de desculpa para suas mais perversas ações contra os povos indígenas, e acabou virando sinônimo, inclusive para os indígenas, de homem branco.
Os tempos que sucedem o fim da II Guerra Mundial vão refletir nas ciências sociais buscando respostas contra as atrocidades. Novos horizontes iluminaram a Antropologia Social. Neste contexto, trabalhos dos etnólogos ligados ao Serviço de Proteção ao Índio passarão a ser orientados por estes ares, que em termos mundiais, são determinados pela Convenção 169 da Organização Mundial do Trabalho, da ONU, em 1948. Ela vai pregar a autodeterminação dos povos indígenas, ao decretar que as terras ocupadas por eles devem suprir-lhes o sustento de acordo com sua cultura, formando, ainda que de forma embrionária, uma resistência à fúria desenvolvimentista que invadia as terras novas do Brasil.
As práticas do Serviço de Proteção ao Índio, e mais tarde da Funai que viria a substituí-lo em 1967, porém, não acompanhariam oficialmente a emancipação das comunidades indígenas, tutelando-as legalmente, até a Constituição de 88. Além disso, o Estado brasileiro teve muita dificuldade de implementar políticas públicas fundadas na riqueza cultural destes povos, para se contrapor à ideia desenvolvimentista que não acolhe a diversidade. E o mais cruel ainda é perceber que muitas vezes os setores que negam a indianidade de nossos povos originários são os mesmo que querem plantar soja ou minerar em suas terras. Então, cara pálida, quem não é mais índio?
Adaptado de https://www.brasildefators.com.br/2022/04/18/artigo-eles-nao-sao-mais-indios Acesso em: 01 abr. 2023.
O uso das aspas no título do texto indica:
Alternativas
Q2187333 Português
No trecho “Tudo estava tão ruim que furar o pneu foi uma ‘ótima’ maneira de iniciar o final de semana.”, as aspas simples ‘ ’ foram utilizadas para indicar: 
Alternativas
Q2175814 Português
TEXTO 01 

Brasileiros planejam mudar nome em cartório após lei que dispensou autorização judicial

Nova regra permite alteração para maiores de 18 anos sem necessidade de justificativa; em SP, serviço custa cerca de R$ 166
Bruno Lucca

Maria Gomes de Souza, 57, nasceu na região do Cariri, interior do Ceará, e na infância não sabia seu verdadeiro nome. Chamada de Maria Vaneide desde o nascimento, a mulher só descobriu que seu até então segundo nome não pertencia a ela quando começou a frequentar a escola.

Ao registrá-la, seu pai esquecera de incluir o Vaneide, que ele mesmo havia escolhido. Além disso, Inácio - "em um ato de rebeldia ou arbitrariedade", diz Maria - escolheu não dar à filha o sobrenome da família, Freire. Os familiares de Maria Vaneide nunca deixaram de chamá-la pelo nome perdido.

Hoje moradora de Osasco, na Grande São Paulo, ela nunca tentou incluir a alcunha em seus documentos, apesar do desejo. Para ela, o processo seria longo e cansativo. Até o mês passado, uma decisão judicial era necessária para realizar a alteração.

Aprovada no fim de junho, a lei federal 14.382, conhecida como Lei de Registros Públicos, permite que qualquer cidadão maior de 18 anos modifique seu nome diretamente em cartório de registro civil. Salvo em casos de suspeita de fraude, falsidade e má-fé - análise que deve ser feita pelo oficial de registro-, os solicitantes não têm a necessidade de explicar sua motivação.

Anteriormente, a lei permitia a alteração somente no primeiro ano da maioridade, isto é, entre 18 e 19 anos. Além disso, o pedido deveria ser analisado judicialmente e com a apresentação de um motivo considerado suficiente para alteração. Dessa forma, o processo poderia ser longo e desencorajador para interessados, como Maria.

[...]

Quanto a sobrenomes, a nova lei permite a inclusão e exclusão - esta em caso de sobrenome de cônjuge ou ex-cônjuge-, que também podem ser feitas diretamente em cartório. É possível adotar o sobrenome dos pais, do cônjuge, dos avós, padrastos ou madrastas.

O estudante João Vitor Nogueira da Silva,21, morador de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, ficou animado com a facilitação. Ele pretende incorporar o sobrenome da mãe, a cabeleireira Nilde de Oliveira.

Antes Nilde da Silva - em razão do casamento com o pai de João, Antônio Nogueira da Silva -, ela se divorciou em 2018 e desistiu do sobrenome adquirido.

[...]

A alteração de nome pode ser feita apenas uma vez e não há limite para a de sobrenome. Os valores, segundo a Arpen-SP, são tabelados por estado. Em São Paulo, paga-se em torno de R$166.

Para realizar a mudança, o interessado deve comparecer a um cartório de registro civil com seus documentos pessoais (RG e CPF). Após a alteração, o cartório deve notificar os órgãos expedidores dos documentos de identidade e do passaporte, bem como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Caso o solicitante queira desistir da mudança, deverá entrar com uma ação.

A lei 14.382 também permite a mudança de nome de recém-nascidos em até 15 dias após o registro, quando houver consenso entre os pais. Se não, o caso deve ser encaminhado à Justiça.


Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/07/brasileiros-planejam-mudar-nom
e-em-cartorio-apos-lei-que-dispensou-autorizacao-judicial.shtml>. Acesso em: 20
jul 2022. (Adaptado)
"Além disso, Inácio - "em um ato de rebeldia ou arbitrariedade", diz Maria - escolheu não dar à filha o sobrenome da família, Freire". No trecho retirado do texto, as aspas foram usadas para destacar: 
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Q2175309 Português
Por que você não consegue acordar cedo?

Entenda como funciona o ciclo circadiano e por que ele influencia na sua capacidade de acordar cedo.

O ciclo circadiano é o que chamamos de "relógio biológico". Cada um tem o seu e esse mecanismo serve para regular as funções do organismo entre o dia e a noite. Ele é  controlado   pelo  nível   de  luz solar, nos deixando mais despertos de dia e mais cansados de noite.


ADAPTADO, Dr. Dráuzio Varella. Disponível
em:
<https://drauziovarella.uol.com.br/videos/coluna
/por-que-voce-nao-consegue-acordar-cedo/>.
Acesso em: 30/03/2023. 

No excerto, "O ciclo circadiano é o que chamamos de "relógio biológico"", observamos o emprego de aspas. Dentre suas funções, as aspas são usadas para: 
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Q2174279 Português
Por que devemos tratar a solidão como uma questão de saúde pública?

Estudos mostram aumento de mortalidade ou de riscos à saúde entre pessoas afetadas por este sentimento

Claudio Lottenberg
2 de março de 2023

    Você, leitor, talvez já tenha passado por um dia “daqueles”: reuniões em série, demandas urgentes e inconciliáveis, telefone tocando sem parar, múltiplas mensagens em diversos aplicativos, e-mails a responder, aulas, compromissos familiares e sabe-se lá mais quanta coisa a requerer sua atenção. Num dia assim, é bem fácil que já tenha recorrido àquela fantasia, à primeira vista tranquilizadora, de estar numa praia deserta. Desconectado do mundo, sem ninguém por perto. Curtindo um estado do que pareceria a mais plena solidão.
    Essa fantasia romântica da solidão só parece positiva porque a imaginamos como um estado que nos ajudará a ter sossego, que poderá estimular nossa criatividade, ou coisas assim. E isso até tem validade – mas é só uma face da moeda. A outra, nem sempre presente naqueles momentos em que ela parece ser tudo que queremos, é o seu sentido mais real: um sentimento de mal-estar ou angústia atribuído à falta de relacionamento com outras pessoas com quem trocar impressões e fazer coisas, na definição sugerida pelo psicólogo holandês René Diekstra, em artigo no site da Organização Mundial de Saúde.
    Pesquisas mostram inclusive que, mesmo sendo um estado subjetivo, a solidão ganhou proporções de crise de saúde pública – muito na esteira do que a pandemia, com o isolamento social necessário para conter a transmissão da Covid-19, provocou. Um relatório da OMS de 2021 mostrou que a solidão afeta entre 20% e 34% dos idosos de China, Europa, América Latina e Estados Unidos. O documento ainda registrou uma associação entre a solidão sentida por pacientes recém-operados e um risco mais de óbito nos 30 dias subsequentes (o estudo foi feito com mais de 4 mil idosos, e foi publicado no Jama Surgery (Diário da Associação Médica Americana)).
    A associação Americana do Coração, por sua vez, ainda verificou num estudo uma associação entre solidão, isolamento social e aumento (de 30%) nos riscos de AVC (acidente vascular cerebral) e ataques cardíacos. Jovens são igualmente vítimas da solidão – outro estudo mostrou uma associação desse estado com índices mais altos de tabagismo (e nem é preciso descer a detalhes sobre os efeitos do tabaco na saúde).
    Impressiona que, em uma sociedade em que a conexão de todos com todos seja cada vez mais abrangente, a sensação de isolamento se faça sentir cada vez mais. O sociólogo Zygmunt Bauman (1925-2017) disse em entrevista ao “El País” em 2016 que “a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas”. Segundo ele, muita gente usa as redes sociais para se fechar em zonas de conforto, nas quais ouvem apenas as próprias vozes – e não para dialogar, criar conexões de qualidade com as pessoas. Podem oferecer uma sensação de pertencimento a alguma comunidade, mas, diz ele, “são uma armadilha”.     A romantização da ideia de solidão está presente no pensamento de inúmeros pensadores, escritores, poetas. O escritor francês Paul Valéry teria dito que solidão e silêncio podem ser meios de liberdade; Jean-Jacques Rousseau a via como uma vantagem, de estar sempre na companhia de alguém que sabe pensar; Arthur Schopenhauer a encarava como uma sorte de espíritos excepcionais. Tais noções dificultam a compreensão do fenômeno da solidão e a busca por formas de conviver com ela – e de ajudar aqueles que a vivem como uma patologia.
    Na “Política”, uma de suas muitas obras, o filósofo grego Aristóteles define o ser humano como um “animal político” – ou seja, como aquele que vive na pólis, na cidade. É, portanto, um ser gregário, social, não existe para viver sozinho. Numa caracterização mais contemporânea – mas basicamente sinônima –, o neurocientista argentino Facundo Manes disse que o sentimento da solidão é como um alarme que nos recorda de que somos seres sociais (como o sábio grego já havia entendido há cerca de 2.500 anos), da mesma forma que a fome nos lembra de que temos que nos alimentar. O ditado popular diz que o remédio se diferencia do veneno pela dose; com a solidão talvez seja a mesma coisa.

Claudio Lottenberg é mestre e doutor em oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e do Instituto Coalizão Saúde.

LOTTENBERG, Claudio. Por que devemos tratar a solidão como uma questão de saúde pública? Forbes Brasil, 02 de março de 2023. Saúde. Disponível em: https://forbes.com.br/forbessaude/2023/03/claudio-lottenberg-por-que-devemostratar-a-solidao-como-uma-questao-de-saude-publica/. Acesso em: 10 mar. 2023
As aspas duplas foram empregadas no texto para indicar uma palavra utilizada fora de seu contexto usual em
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Q2174218 Português
O mundo coabita com muitos mundos

O desenvolvimento tecnológico tem evitado a fome global, mas não conseguiu evitar que uma parcela considerável da humanidade passe fome

Nelson Wilians
4 de março de 2023


    Confesso que pensei em fazer uma lista de previsões para 2023. Mas logo parei na estimativa de que a China deixará de ser o país mais populoso do mundo no próximo ano. Será ultrapassada pela Índia. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), a projeção é que, lá pela metade de abril, o país atinja a marca de 1.425.775.850 de habitantes.
    A tomada do bastão populacional pela Índia significa uma mudança apenas simbólica, porque a China continuará sendo a maior potência econômica do mundo.
   Falar contra a reprodução humana sempre foi polêmico. No final do século 19, o economista inglês Thomas Malthus alertou crua e abjetamente que “se os humanos continuassem a se reproduzir incontrolavelmente, logo ficariam sem comida”.
    Logo: um tempo indefinido.
   O desenvolvimento tecnológico tem evitado até aqui a fome global, mas não conseguiu evitar que uma parcela considerável da humanidade passe fome, por uma série de razões, entre elas, a distribuição desigual de recursos e renda. Desigualdades extremas desestabilizam as economias globais e empurram mais pessoas para a pobreza.
    Recentemente, a população mundial ultrapassou a marca de 8 bilhões, reafirmando a história de que os países ricos ficam mais ricos e os pobres mais populosos: cerca de 70% do crescimento de 7 para 8 bilhões veio de países de renda baixa e média baixa, de acordo com a ONU.
    O mundo é um só que coabita com vários mundos. É como em um elefante: uma parte representa a cabeça; a outra, a tromba, a barriga, o rabo; e outra, as patas. Quando o elefante avança, todas as partes avançam. Quando fica parado, as patas aguentam todo o peso.
    De acordo com a ONU, o crescimento populacional está se estabilizando. Foram necessários 12 anos para a população mundial passar de 7 para 8 bilhões; o próximo bilhão deve levar cerca de 14,5 anos. A desaceleração do crescimento global está sendo provocada, principalmente, pela queda na fecundidade da população de 61 países, que deverá diminuir 1% ou mais, entre 2022 e 2050.
    Hans Rosling, um médico e acadêmico sueco, explica que o “código PIN” atual do mundo é 1114, o que significa que há cerca de 1 bilhão de pessoas nas Américas, Europa e África e 4 bilhões na Ásia. Em 2050, o código será 1145, sendo 4 bilhões na África e 5 bilhões na Ásia.
   Ainda que a ideologia dominante não favoreça a igualdade, para agravar, cada país tem sua própria dinâmica geradora de desigualdades.
     A distribuição desigual no crescimento populacional certamente tornará a balança ainda mais injusta. Não à toa, a ONU alerta para que o mundo redobre seus esforços para implementar a Agenda 2030, um passo para a erradicação da pobreza em todas as formas e dimensões e “garantir que todos os seres humanos possam realizar seu potencial com dignidade e igualdade e em um ambiente saudável”.
    2023 é uma boa oportunidade para desejar que os líderes globais mostrem por que são chamados de líderes globais.
    O elefante parado morre de inanição.

Nelson Wilians é CEO da Nelson Wilians Advogados.

WILIANS, Nelson. O mundo coabita com muitos mundos. Forbes Brasil, 04 de março de 2023 (ed. 104 dez./2022). Colunas. Disponível em: https://forbes.com.br/forbes-money/2023/03/nelson-wilians-o-mundo-coabita-commuitos-mundos/. Acesso em: 10 mar. 2023. 
No 12º parágrafo, as aspas duplas foram utilizadas para
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Q2169185 Português
Analise o texto abaixo e assinale a alternativa que não apresenta erro de pontuação.
    "A Finlândia deve solicitar a adesão à Otan sem demora Esperamos que as medidas nacionais ainda necessárias para essa decisão sejam tomadas rapidamente dentro dos próximos dias" disseram o presidente do país Sauli Niinisto e a premiê Sanna Marin numa declaração conjunta hoje "Ser membro da Otan fortaleceria a segurança da Finlândia....”
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimasnoticias/2022/05/12/russia-otan-ucraniaguerra.htm?cmpid=copiaecola- acesso em 12/05/2022
Alternativas
Q2166540 Português
Três anos de pandemia de covid-19

         No dia 11 de março de 2020, o biólogo etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), fez um discurso que entraria para a história.
         Num momento em que haviam sido registrados 118 mil casos e 4,2 mil mortes por covid-19 em 114 países, ele anunciou que estávamos, de fato, em uma pandemia.
          “Essa é a primeira pandemia causada por um coronavírus. [...] Nós estamos soando o alarme em alto e bom som”, declarou.
        Três anos, 676,5 milhões de casos e 6,8 milhões de mortes depois, o mundo se encontra num momento completamente distinto da crise sanitária.
        Com o desenvolvimento de vacinas, testes e remédios em tempo recorde, o coronavírus deixou de representar uma ameaça mortal para a maioria das pessoas — apesar de ainda ser um problema grave e preocupante para os grupos mais vulneráveis, como idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
        E o próprio Brasil é um exemplo dessa mudança de cenário: a taxa de mortalidade, que chegou a 201 por 100 mil habitantes em 2021, caiu para 36 no ano passado e, no primeiro trimestre de 2023, encontra-se em três, segundo o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).


(Fonte: BBC – adaptado.)
No terceiro parágrafo do texto, há um trecho entre aspas com a função de:
Alternativas
Q2166227 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Uma língua de ‘étes’ e ‘êtes’

Outro dia, na televisão, alguém falou de uma pancadaria envolvendo pessoas munidas de cassetete. [...] O apresentador pronunciou-o “cassetête”, com o “e” fechado. Embatuquei: não se diz “cassetete”, com o “e” aberto? Fui ao Aurélio e li: “Cassetete [téte]. Cacete curto, de madeira ou de borracha, usado pela polícia”. Como oAurélio não falha, temos então que é “cassetéte”, não “cassetête”. Mas, se você quiser aproveitar o dicionário para conferir a pronúncia de “cacete”, lá está: “Cacete [ê]. Pedaço de pau com uma ponta mais grossa do que a outra”. [...]

Toda língua comporta essas discrepâncias, que se explicam pela origem ou índole de certas palavras. Certa vez, um amigo meu, o jornalista Fernando Pessoa Ferreira, disse que precisava passar na farmácia para comprar cotonete — que ele pronunciou “cotonete”. Corrigi-o: “É ‘cotonéte’, Fernando”. Mas ele não deixou a bola cair: “E você também fala ‘sabonéte’?”.

Se dois falantes da mesma língua se confundem com a pronúncia de certas palavras, como fica um pobre estrangeiro aprendendo a falar português? Como explicar-lhe que tapete se pronuncia “tapête”, mas topete é “topéte”? E que canivete é “canivéte”, mas estilete é “estilête”? E que sorvete é “sorvête”, mas chiclete é “chicléte”?

É frete, mas é “bilhête”, “pivéte” e “foguête”, “vedéte” e “lembrête”, “dezesséte” e “gabinête”, “giléte” e “macête”, “enquéte” e “balancête”, “patinéte” e “alfinête”, “trompéte” e “tamborête”, “boféte” e “rabanête”. E são “banquête”, “paquête” e “joanête”, não “banquéte”, “paquéte” e “joanéte”. Mas vá dizer isso ao gringo. [...]

CASTRO, Ruy. Uma língua de ‘étes’ e ‘êtes’. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2023/01/umalingua-de-etes-e-etes.shtml. Acesso em: 25 jan.2023.
Leia este trecho.
Certa vez, um amigo meu, o jornalista Fernando Pessoa Ferreira, disse que precisava passar na farmácia para comprar cotonete — que ele pronunciou “cotonête”. Corrigi-o: “É ‘cotonéte’, Fernando”. Mas ele não deixou a bola cair: “E você também fala ‘sabonéte’?”.
Em relação à pontuação, é correto afirmar que, nesse trecho, se emprega(m)
Alternativas
Q2164497 Português

A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão.


As vantagens da preferência pela arquitetura sustentável

Por Alessandra Barassi


(Disponível em: https://www.wwf.org.br/?56242/Artigo---Arquitetura-sustentavel-o-que-e-para-que-serve-ecomo-fazer – texto adaptado especialmente para esta prova).

Os parênteses em destaque na linha 27 podem ser substituídos, sem haver prejuízo para a compreensão da mensagem original, por:
I. Asteriscos. II. Aspas. III. Travessões.

Quais estão corretas?
Alternativas
Q2154329 Português
TEXTO I
UTILIDADES DEMAIS

Flanando outro dia pela avenida Rio Branco, vi-me sem querer numa galeria formada por camelôs na cidade do Rio de Janeiro. E, como estava ali, caí na tentação de procurar um objeto: uma lanterninha, daquelas micro, de plástico, a pilha. O camelô me mostrou uma pequena peça, que acoplou a seu celular, e produziu um jatinho de luz. Agradeci e respondi que não me servia – “Não uso celular”, expliquei.

O camelô se escandalizou: “Não usa celular???”, perguntou, com vários pontos de interrogação e num volume que o fez ser ouvido por todo mundo em volta. A frase se espalhou pelos demais camelôs e, em segundos, à medida que eu passava pelo corredor humano, podia sentir os dedos apontados para mim e a frase: “Não usa celular!!!”. Para eles, eu devia equivaler a alguém que ainda não tinha aderido ao banho quente ou à luz elétrica. Acho até que um camelô me fotografou, talvez para mostrar a algum amigo incrédulo – como pode haver, em 2017, quem não use celular?

Consciente de ser um anacronismo ambulante, confesso-me esta pessoa e me atrevo a dizer que o celular nunca me fez falta – e continua não fazendo. Para me comunicar, vivo hoje mais ou menos como em 1990, quando o treco ainda não existia e nem se pensava no assunto. 

Ninguém deixa de falar comigo por falta de telefone. Se estou em casa, atendo àquele aparelho que hoje chamam, com desprezo, de “fixo”. Se tiver de sair, faço as ligações de que preciso e vou alegremente para a rua. Se eu estiver fora e alguém me telefonar, paciência – se for importante, ligará de novo.

Por que não uso celular? Porque, com suas 1001 utilidades, tipo Bombril, ele é capaz de me escravizar. O único jeito é manter-me à distância – até o dia em que, com ou sem ele, provavelmente ficarei inviável de vez.

CASTRO, Ruy. Folha de São Paulo. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/ colunas/ruycastro/2017/07/1905766-utilidades-demais.shtml. Acesso em 03/01/2022. Adaptado.
No quarto parágrafo, considerando o contexto do texto, a palavra FIXO está entre aspas, por se tratar de 
Alternativas
Ano: 2023 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Sete Lagoas - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Inspetor Escolar | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Analista de Suporte Computacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Técnico Superior de Ensino Administrativo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Técnico Superior de Ensino Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Ensino Religioso | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Língua Inglesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Ciências | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2023 - Prefeitura de Sete Lagoas - MG - Professor de Educação Básica - Anos Iniciais |
Q2135248 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir, para responder à questão.


TEXTO I

    Obesidade infantil dispara na geração TikTok

Taxa de crianças obesas ou acima do peso cresce 70% no Brasil e convive com a fome persistente entre a população mais vulnerável do país, revela levantamento inédito

Na porta de um pequeno mercado localizado entre dois terrenos baldios, em uma rua poeirenta do interior do Maranhão, pacotes de salgadinho brilham sob o implacável sol das 10 horas da manhã. A temperatura passa dos 30° C em Trizidela do Vale, região central do estado, quando um menino de 11 anos, descalço e vestindo apenas uma bermuda azul, entra na loja para comprar um adoçante a pedido da mãe. Antes de pagar, agarra um dos pacotes brilhantes: um salgadinho de milho sabor calabresa acebolada – que de calabresa só tem o aroma artificial –, vendido a 50 centavos. Uma banana custa 75 centavos, mas o garoto nem chega perto das frutas guardadas no refrigerador no corredor mais distante da porta. As prateleiras de destaque destinam-se aos salgadinhos de pacote. “É para chamar as crianças”, explica o atendente.

O salgadinho de pacote é ingrediente central do cardápio de má nutrição das crianças brasileiras. Mas não é o único vilão. A fome persistente convive com a crescente epidemia de obesidade, e os dois fenômenos atingem a população mais vulnerável. Dados compilados pela Piauí e pela agência de dados públicos Fiquem Sabendo, com base no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, mostram que a proporção de crianças de 5 a 10 anos acima do peso explodiu nos últimos treze anos. A taxa de crianças com obesidade subiu 70% de 2008 a 2021. Praticamente uma em cada cinco crianças atendidas pelo sistema público de saúde está obesa.

Crianças obesas têm mais chance de se tornarem adultos obesos – e podem adquirir ao longo da vida uma série de doenças relacionadas ao excesso de peso, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares. Enquanto a obesidade infantil traz uma nova carga de vulnerabilidade aos mais pobres, o Brasil caminha para ter uma população doente. “A consequência disso é a mortalidade prematura”, explica a nutricionista Daniela Neri, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP.

Do outro lado da balança, a taxa de crianças abaixo do peso adequado para a idade parou de cair em 2021, interrompendo a tendência de queda registrada desde 2008. Em nove estados, a taxa de crianças de 5 a 10 anos em situação de magreza ou magreza acentuada aumentou nos últimos dois anos. No caso do Distrito Federal, o salto na proporção de crianças abaixo do peso adequado foi de 23% – e o índice voltou a um patamar semelhante ao de 13 anos atrás.

O Sisvan registra peso e altura de crianças que chegam à rede de atenção primária do sistema público de saúde, a maioria atendida por programas sociais. Como os dados se referem prioritariamente a crianças em situação de vulnerabilidade social, o sistema serve de guia para todas as estratégias e ações do Ministério da Saúde na área de alimentação e nutrição.


No país onde 125 milhões de pessoas não sabem se vão conseguir se alimentar adequadamente todo dia – e das quais 33 milhões passam fome, segundo pesquisa da rede Penssan –, a obesidade está conectada à pobreza. Especialistas ouvidos pela Piauí concordam que o aumento da obesidade infantil também é produto do empobrecimentoedainsegurançaalimentar.“Aobesidade está se tornando uma marca da população mais pobre”, diz a endocrinologista Maria Edna de Melo, professora da Universidade de São Paulo. Hoje quem tem dinheiro pode escolher com mais folga o tipo de alimento que vai comer e optar por pratos mais saudáveis e diversos. Quem não tem, come o mais barato – que quase sempre é também o mais calórico ou de qualidade nutricional inferior.

Relatório publicado pelo Unicef no final de 2021 revelou um alto consumo de ultraprocessados entre crianças integrantes do programa Bolsa Família (substituído em novembro passado pelo Auxílio Brasil). Esses produtos são basicamente uma mistura de sal, açúcar, gordura e conservantes e sequer são considerados comida de verdade. Recebem uma série de aditivos industriais para alterar seu gosto e prazo de validade, o que os torna mais palatáveis, baratos, práticos e acessíveis – apesar de não terem valor nutricional. “As pessoas sentem uma falsa sensação de saciedade porque na verdade não estão se alimentando quando comem esses produtos”, diz a endocrinologista Zuleika Halpern, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Em metade dos domicílios pesquisados pelo Unicef, as crianças com menos de 6 anos consomem salgadinho de pacote, macarrão instantâneo e refrigerante de uma a três vezes por semana. O estudo concluiu que a vulnerabilidade socioeconômica das famílias é um fator que influencia no consumo de ultraprocessados, e a maior dificuldade para melhorar os hábitos alimentares foi o alto custo dos alimentos saudáveis. “O preço de uma salsicha pouco aumentou, enquanto o da cenoura disparou. As pessoas mais pobres estão comendo comida de baixa qualidade porque é mais barato”, diz o economista Arnoldo de Campos, ex-secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Um levantamento feito por ele mostra que, das 20 maiores altas de preços acumuladas este ano até o mês de abril, 19 foram de alimentos in natura.

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Disponível em: https://bit.ly/3DjM2BJ. Acesso em: 25 out. 2022 (adaptado).

Releia o trecho a seguir.
“As pessoas sentem uma falsa sensação de saciedade porque na verdade não estão se alimentando quando comem esses produtos”
O uso das aspas nesse trecho se deve ao fato de indicar uma
Alternativas
Q2132149 Português
Brasil faz campanha perfeita e se torna bicampeão
mundial de Futsal Down

Com uma campanha impecável, a Seleção Brasileira conquistou o bicampeonato mundial de Futsal Down, cuja final ocorreu no último domingo (10/04) em Lima, no Peru.
O Brasil conquistou o torneio de forma invicta, tendo derrotado a Argentina na grande final por sonoros 5 a 1, com 4 gols de Júlio e um do capitão da equipe, Renato Gregório, eleito o melhor jogador da competição.
Essa é a segunda final consecutiva entre a nossa seleção e os argentinos, que também ficaram com o vice-campeonato em 2019. 

Campanha impecável no Futsal Down

A Seleção Brasileira, comandada pelo técnico Cleiton Monteiro, conquistou o bi com 5 vitórias em 5 jogos, contra Uruguai, Chile e Turquia (fase de grupos), além de Portugal e Argentina na fase final.
Além disso, fechou o Torneio de Futsal Down com o melhor ataque (51 gols, média de 10,2 por partida), melhor defesa (4 gols sofridos) e artilheiro da competição, Júlio Silva, que sozinho fez 21 gols! 
“Estou bastante contente, trabalhamos muito para conquistar os dois Mundiais”, disse o técnico brasileiro.
Esta é a terceira edição do Campeonato Mundial de Futsal para atletas com Síndrome de Down.
A primeira, sediada em Portugal em 2018, consagrou a Itália como grande campeã. Do ano seguinte pra cá, o Brasil passou a reinar no torneio. 
Vencemos a edição seguinte, de forma invicta, em Ribeirão Preto (SP), e agora a que acabou neste domingo, em Lima.
No próximo ano ocorrerá a Copa América, no Brasil, que será classificatória para o Mundial de 2024 na Turquia. Rumo ao tri! 

Disponível em: https://bityli.com/DCNYFP.
Acesso em: 18 abr. 2022 (adaptado).
Releia este trecho.
“Estou bastante contente, trabalhamos muito para conquistar os dois Mundiais”, disse o técnico brasileiro.”
As aspas utilizadas no texto têm a função de 
Alternativas
Respostas
101: A
102: A
103: A
104: D
105: B
106: D
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110: C
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