Questões de Concurso Sobre uso das aspas em português

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Q977451 Português

            CIDADE DO MÉXICO, 13 MAR. O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México, ultrapassando o petróleo como produto de exportação que mais gera lucros para o país, de acordo com os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Economia do Estado. No entanto, ecologistas se queixam de que o crescimento na demanda do fruto, abundante em vitamina E, está causando um grande estrago ao meio-ambiente mexicano. A polpa do fruto costuma ser usada como acompanhamento dos principais “snacks” dos norte-americanos em competições esportivas, como o Super Bowl. Durante os intervalos da partida, aliás, grandes companhias e produtoras da fruta difundem anúncios publicitários. No dia 5 de fevereiro, por exemplo, o custo de uma propaganda de apenas 30 segundos no estádio, que foi vista por 130 milhões de espectadores, chegou a US$ 5 milhões. A Associação de Produtores e Empacotadores de Abacate do México (Apeam) é a encarregada de financiar essa mensagem, transmitida pela emissora de televisão Fox, na qual são exaltados os benefícios do abacate mexicano. Estima-se que cerca de 100 mil toneladas do popular molho “guacamole”, que é feito com a fruta, são consumidas apenas durante esse jogo de futebol americano. A maioria do abacate que se consome nos Estados Unidos é produzido nos campos do estado de Michoacán, o que é criticado por ecologistas, que acreditam que o “boom” da produção do fruto no país está causando danos ao meio ambiente, já que muitas terras florestais estão sendo dizimadas para ampliar os campos de abacate, mais rentáveis.

(https://istoe.com.br. Adaptado)

Na oração – O abacate está se convertendo no novo “ouro” do México… –, as aspas estão empregadas para marcar
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Q976149 Português
O Texto 1, a seguir, é referência para as questões 01 a 03 e 05. 

   O dia 1º de outubro foi dedicado ao idoso e o próximo dia 12 é a data das crianças. A proximidade das duas comemorações não foi planejada: o Dia da Criança é comemorado há quase 50 anos e lembra uma promoção de duas empresas que fabricam mercadorias para o público infantil e que criaram, dessa maneira, uma boa circunstância para o aumento de seu lucro. Aliás, é bom dizer que o índice de vendas para esse dia só é menor que o de outras duas datas exploradas comercialmente: o Natal e o Dia das Mães. 
  O Dia do Idoso, por sua vez, é comemorado no dia 1º há pouco tempo, e a data foi escolhida porque lembra a criação do Estatuto do Idoso. Ainda não há exploração, tampouco efeito comercial, mas creio que não demorará para que isso ocorra. 
  Esse fato não planejado, entretanto, nos dá a oportunidade de pensarmos a respeito das duas fases da vida que são extremidades de um percurso. O que há em comum entre elas? 
  Em primeiro lugar, a negação de ambas. A infância, tanto quanto a velhice, tem perdido seu lugar neste mundo. Já nascemos jovens e continuamos assim até o fim de nossa vida. É interessante perceber que adaptamos até a linguagem coloquial de modo a esconder essas condições da vida. Em relação às crianças, passamos a nos referir a elas como “baixinhos”, “pequenos” e seus correlatos, inclusive em textos jornalísticos, que usam e abusam de tais substitutos. Por certo você já ouviu a frase que afirma que a criança não é a miniatura de um adulto, não é? Mas essas palavras, que são usadas para suprimir a outra criança, apenas confirmam a tese negada na frase. 
  Para o velho, reservamos a palavra idoso para situações formais – avisos de atendimento preferencial, por exemplo –, mas elegemos expressões como terceira idade ou melhor idade para ocultar a velhice. Aliás, li um texto escrito por um advogado recentemente que afirmou que ser chamado de velho hoje permite até processo por reparação de dano moral. Isso quer dizer que a palavra velho transformou-se em xingamento grave, veja só! [...] 
  Temos orgulho de crianças que se comportam como jovens e de velhos com “espírito jovem”. Deveríamos é ter empatia e respeito com nossa infância e nossa velhice, isso sim. Por tudo isso, e por tudo aquilo que não coube neste texto dizer, poderíamos transformar as duas datas em uma, apenas: o dia dos excluídos. 

(Rosely Sayão, Extremidades da vida, FSP, 08/10/09) 


O Texto 2, a seguir, é referência para a questão 05. 

   O conceito de idoso está velho, de acordo com Ana Amélia Camarano, especialista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em envelhecimento populacional. “Hoje quem tem 70 anos é como quem tinha 50 anos tempos atrás. Uma pessoa de 60 anos, mesmo na classe mais baixa, não é idosa como foram nossos avós”.
   Segundo a pesquisadora, mais do que estabelecer um novo corte, é necessário igualar as idades exigidas nas diversas políticas públicas para os idosos. Ela aponta, ainda, que o Brasil está fora do caminho no que se refere à garantia de boas condições para o envelhecimento. 

(Trecho extraído da matéria “Conceito de idoso ficou velho, diz pesquisadora do Ipea”, FSP, 26/06/18)  

Embora os textos 1 e 2 abordem o tema da velhice e de seu julgamento social, pertencem a gêneros distintos. Em relação às suas características, considere as seguintes afirmativas:
1. O texto 1 é um texto de opinião e traz marcas verbais de 1.ª pessoa. 2. O texto 2 apresenta o tema de forma impessoal. 3. A opinião da especialista citada no texto 2 é apresentada em suas próprias palavras, motivo pelo qual está entre aspas.
Assinale a alternativa correta.

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Q974470 Português

                                 Indevida culpa materna 


      Se eu pudesse aliviar o mundo de um sofrimento, seria o de remover as culpas indevidas que a maioria das mulheres carrega dentro de si, na função de mãe. 

      Para qualquer problema comportamental apresentado por uma criança ou por um adolescente, ou até mesmo por alguns adultos, há uma mãe se responsabilizando por ele. Há, sem dúvida, responsabilidades de que as mães não podem se furtar na educação dos filhos, mas uma boa parte da culpa é devida à cultura da época e do local, e pode ser evitada.

      Hoje a grande culpa indevida é a que a maioria das mães pensa/sente que está “em falta” com os filhos quando trabalha fora. Essa culpa, que sabota a felicidade familiar, deve-se ao pensamento de que ela deveria se dedicar mais aos filhos.

      Algumas mães podem ter a opção de não trabalhar (fora) e permanecer mais tempo com os filhos. Mas estes não precisam delas o tempo todo e, se precisarem, é porque já existe uma dinâmica de comportamentos problemáticos: o sufocado produz e sustenta um folgado. Ou seja: embaixo de um sufocado (mãe) tem sempre um ou vários folgados (filhos e, às vezes, também outros adultos).

      Enquanto a mãe não resolver essa equação, ficará cada vez mais sufocada, e os filhos, cada vez mais folgados, malcriados e tiranos. Essa sufocada mãe vai achar que 24 horas por dia são insuficientes para atender a tantos folgados e… lá vem a culpa indevida!

      A sufocada vai se sufocando porque quer deixar todos os filhos satisfeitos somente quando aprenderem a cuidar de si e dos seus pertences e ajudar os conviventes necessitados. Essa prática entra em conflito com outro pensamento: é obrigação da mãe fazer sempre tudo e mais alguma coisa para os filhos.

      Quem foi que estabeleceu essa lei? Quem ensinou a mãe a ser sufocada? Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”, que todas as mulheres buscavam e buscam ser, cujo resultado final é perpetuar os filhos no folgado e inadequado machismo.

      A boa mãe ensina o filho a fazer o que é capaz e cobra. Cobrança, estabelecimento de limites, responsabilidade que gera liberdade, ética para ser bem tratada, mesmo estando ausente, perde quem não cuida do que tem, prazos existem para serem cumpridos, necessidades têm que ser satisfeitas e vontades, quando puder, são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe tenha prazer e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.
 
TIBA, Içami. Disponível em:https://editoraintegrare.com.br/blogs/educacao/indevida-culpa-materna-por-icami-tiba. Acesso em 30.jan.2019.

Considere os seguintes trechos recortados do texto.


“Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”

“... são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe tenha prazer e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.


As aspas que foram empregadas nas expressões destacadas cumprem a função de

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Q967930 Português

                                 Millennials são iguais aos pais,

                                porém mais pobres, conclui Fed


      A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na análise dos gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião pública americana, os jovens da geração Millennial são assassinos em série — responsabilizados pela morte lenta do queijo processado, do cartão de crédito, do táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio. Poucos setores saíram ilesos da matança cultural promovida pela juventude americana.

      Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais pobre nesta mesma etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à idade adulta durante a crise financeira.

       “Encontramos pouca evidência de que lares de millennials têm gostos e preferências de consumo inferiores aos de gerações passadas, quando se leva em conta idade, renda e uma maior variedade de características demográficas”, escreveram os autores Christopher Kurz, Geng Li e Daniel J. Vine. As conclusões deles se baseiam em uma análise de gastos, renda, endividamento, patrimônio líquido e fatores demográficos de várias gerações.

      A impressão de que os millennials não têm tantas particularidades assim também se revela na análise granular dos gastos deles com automóveis, alimentação e moradia. “São principalmente as diferenças de idade média e então as diferenças de renda média que explicam grande parte da diferença de consumo entre os millennials e outros grupos”, segundo o estudo.

(Jeremy Herron e Luke Kawa. Exame. 01.12.2018.https://exame.abril.com. br. Adaptado)

Atente para as passagens do texto enumeradas a seguir:


1. Um novo estudo do banco central dos EUA (Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa por adorar aplicativos — não é tão diferente dos pais. (2° parágrafo)

2. As conclusões deles se baseiam em uma análise de gastos, renda, endividamento, patrimônio líquido e fatores demográficos de várias gerações. (3° parágrafo)

3. “São principalmente as diferenças de idade média e então as diferenças de renda média que explicam grande parte da diferença de consumo entre os millennials e outros grupos”, segundo o estudo. (4° parágrafo)


Os travessões, em 1, as vírgulas, em 2, e as aspas, em 3, servem, respectivamente, aos propósitos de

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Q966567 Português
No texto Trânsito e meio ambiente, as aspas foram empregadas para
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Q964182 Português

“Agora, Trump saúda a ‘coragem’ do presidente Kim Jung-un, ‘um amigo’. E, durante um encontro republicano, ele até fingiu sentir ‘amor’ por ele!” (linhas 29 a 31)

O emprego das aspas no trecho acima se justifica

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Q963444 Português

A moça em prantos

        O poeta encontrou uma pedra no meio do caminho, nunca esqueceu dessa pedra, que lhe deu assunto para o seu poema mais conhecido. Não sendo poeta, encontrei não uma, mas infinitas pedras no meio do caminho. 

        Mas jamais esqueci a primeira moça que vi chorando. Eu devia ter seis ou sete anos, achava que só as crianças podiam e deviam chorar, tinham motivos bastante para isso, desde as fraldas molhadas nos primeiros meses de existência até a inexpugnável barreira dos “não pode”.

        Mesmo assim fiquei imaginando a causa do seu pranto. Faltara à escola e por isso ficara sem sobremesa? Fora proibida de brincar na calçada? Queria ganhar uma bicicleta e fora convencida a continuar com o insípido velocípede?

        Vi muita gente chorando depois, homens feitos, mulheres maduras. Eu mesmo, quando levo meus trancos, repito o menino que ia para debaixo da mesa de jantar para poder chorar sem passar recibo da minha dor. A moça que chorava não se escondera, chorava de mansinho, na verdade nem parecia estar chorando. Devia apenas estar muito triste porque misturava todos os motivos para a sua tristeza.

Carlos Heitor Cony, Folha de São Paulo, 04/05/2003)

Na expressão “não pode”, as aspas foram empregadas para:
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Q962916 Português
Assinale a alternativa corretamente pontuada.
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Q962357 Português

      Solidão Coletiva – uma crônica sobre o vazio de uma cidade grande


      Se pararmos para pensar, a solidão nos persegue. Sempre estamos tão juntos e, ao mesmo tempo, tão sozinhos.

      O simples fato de estarmos rodeados por dezenas, centenas ou milhares de pessoas, não nos garante que pertençamos ao grupo.

      A cidade é um dos maiores exemplos. Trem, metrô, ônibus em horário de pico. Homens ou mulheres. Jovens ou velhos. Gordos ou magros. Trabalho ou estudo. Cada um do seu jeito, indo cuidar da sua própria vida. Não há conversa ou um sorriso amigável. Rostos sérios e cansados sem ao menos se preocupar em lhe desejar um bom dia. Parece que ninguém está tendo um bom dia.

      Na rua, todos têm pressa. Mochila à frente do corpo, senão você é roubado. Olhar no chão para manter o ritmo do passo, ou logo à frente, como quem quer chegar logo sem ser importunado.

      Um braço estendido me tira do devaneio. É alguém sentado no chão, com um cobertor fino, pedindo algumas moedas. Como boa integrante de uma multidão fria e apressada, ignoro e continuo meu caminho. Essa é uma visão tão rotineira que se torna banal e, assim como eu, ninguém ali observou aquele cidadão com olhos sinceros. Não me julgue, eu sei que você faz o mesmo. O calor humano não parece suficiente para aquecer corações.

      É um mar de gente. Mas não me sinto como mais uma onda, que compõe a beleza do oceano. Sinto-me em um pequeno barco à vela, perdida em alto mar. Parada no meio da multidão, sinto sua tensão constante, como se a qualquer momento fosse chegar um tsunami. Sinto-me naufragando.

      Você já pegou a estrada à noite? É ali que percebemos que a cidade nunca dorme por completo. Carros a perder de vista em qualquer horário, com luzes que compõem uma beleza única. Porém, esquecemos que em cada carro não existe somente uma pessoa ou outra, mas sim histórias.

      Para onde cada um está indo é um mistério. Neste momento, percebo que, assim como eu enxergava alguns minutos atrás, ninguém ali me vê como ser humano. Veem-me como mais um carro, mais uma máquina que atrapalha o trânsito de um local tão movimentado. Só eu sei meu próprio caminho e para onde vou. Estou sozinha entre centenas de pessoas.

      Mesmo assim, muitas dizem preferir a cidade ao campo. Morar no interior não é uma opção para a maior parte das multidões – elas dizem que lá não há nada de interessante acontecendo e o silêncio da natureza as faz sentir muito distantes do mundo.

Por Beatriz Gimenez Disponível em: https://falauniversidades.com.br/cronica-solidao-cidade-grande/

Os travessões utilizados pela autora no título e no último parágrafo do texto poderiam ser substituídos, respectivamente, por:
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Q961866 Português
Analisado o uso dos sinais de pontuação no texto, pode-se afirmar que é verdadeira a informação apresentada na alternativa:
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Q957793 Português

Sobre o uso de pontuação no segundo parágrafo do texto, avalie as afirmações que seguem, assinalando V, se verdadeiro, ou F, se falso.


( ) As duas vírgulas da linha 05 separam um aposto.

( ) As aspas (l. 07 e 09) têm a função de marcar uma citação textual.

( ) A vírgula utilizada na linha 09 poderia ser suprimida em virtude da ocorrência das aspas.

( ) Visando a correção gramatical do período, deveria ser inserida uma vírgula imediatamente após o vocábulo ‘operação’ (l. 07) em virtude da ocorrência de uma oração coordenada.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

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Q957061 Português

                   

As aspas nos parágrafos: 1° e 2° foram empregadas para:
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Q950902 Português


Internet: <https://especiais.opovo.com.br> (com adaptações)

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que segue.


Nos trechos ‘Não me deixes’ (l.25) e ‘seca encarrilhada’ (l.27), as aspas foram empregadas com a mesma finalidade.

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Q946700 Português

LEIA o artigo de opinião para responder à questão.


Liberdade de imprensa X proteção à imagem

Por Bernardo Annes Dias, advogado, em 23/10/2017 na edição 963


[P1] Uma questão que há muito é objeto de acalorado debate, em especial quando estamos perante regimes democráticos tal como vivemos na atualidade, é o eterno embate entre a liberdade de imprensa em contraponto aos direitos humanos e fundamentais, tais como o direito à privacidade e o direito à imagem.
[P2] Trata-se de questão ligada ao direito constitucional, uma vez que a nossa constituição apresenta, no seu art. 5º, como direitos fundamentais de um lado o direito à imagem e de outro à liberdade de informação.
[P3] Essa celeuma acirrou-se, ainda mais, após a decisão proferida pelo STF, na ADPF n.º 130, no sentido da não recepção pela ordem jurídica constitucional da Lei n.º 5.250/67 (Lei de imprensa). Isso porque os vetores e limites que devem pautar a atuação da imprensa ficaram sem uma legislação específica para regulamentá-la, de forma minuciosa.
[P4] Assim, com essa lacuna legislativa, a solução para esse choque de direitos fundamentais passou para as mãos, em especial, da jurisprudência e da doutrina. Logo, na atualidade, os Tribunais têm uma função de destaque na fixação de balizas acerca desse tema.
[P5] Outro fator propulsor do número de conflitos envolvendo esses direitos constitucionalmente reconhecidos é a “difusão descontrolada da informação”, em especial por meio da internet e suas redes sociais.
[P6] Na atualidade, a propagação de uma notícia é algo instantâneo, ou seja, em questão de segundos um fato já se torna de domínio público. Essa celeridade na divulgação da notícia, no entanto, contém pontos positivos e negativos.
[P7] Um aspecto nocivo vem sendo vivenciado por todos nós, que é a proliferação das chamadas “fake news”, ou seja, notícias falsas. Nesses casos, no afã de dar a notícia em primeiro lugar, isto é, obter “um furo de reportagem”, alguns veículos de comunicação não apuram, minimamente, a veracidade do fato, levando ao público uma notícia em dissonância com a realidade. O problema é de tal monta que alguns veículos já contam hoje com departamentos de checagem para evitar a reprodução de notícias falsas.
[P8] Mas lidar com este problema da chamada sociedade informacional é um desafio ainda maior. Quando se descobre que a “fake news” foi produzida propositalmente e muitas vezes profissionalmente para “plantar” e “viralizar” uma mentira, com a intenção de manipular a opinião pública e favorecer defensores de determinado ponto de vista em detrimento de seus opositores, a constituição prevê, que comprovada a má-fé da informação inverídica, pode-se pedir uma tutela jurisdicional para a retirada da mesma da internet ou mídia que a tenha divulgado.
[P9] Abusos na difusão de imagens e fatos reais também podem ter efeitos catastróficos à vida e à imagem das pessoas ou empresas envolvidas na notícia. Muitos, inclusive, chamam a imprensa de o “quarto poder do Estado”, tendo em vista sua capacidade de alterar o rumo da História e alavancar ou destruir a imagem de alguém.
[P10] O que se apresenta incontestável é a importância da imprensa em uma sociedade democrática, pois somente com o acesso à informação a população terá conhecimento dos fatos relevantes para seu país e para o mundo, além de aprimorar o seu juízo crítico, permitindo-lhe ter opiniões sobre os mais variados assuntos. Um jornalismo sério e investigativo é fundamental para garantir a transparência, em especial do trato da coisa pública.
[P11] Por outro lado, deve ficar claro que a liberdade de imprensa é uma realidade no Brasil, mas esta “não pode ser confundida com irresponsabilidade de afirmação”. Essa afirmação pode ser uma “fake news”, com repercussão em grande escala, ou se restringir a um abuso do limite entre o que é público e o que é privado.
[P12] Quanto ao direito à tutela da imagem e da honra, ele deve ser visto como uma barreira protetiva à banalização da exposição da intimidade dos indivíduos, tal como ocorre diariamente, quando pessoas “públicas” não conseguem, sequer, caminhar na rua, com suas famílias, sem serem abordadas por fotógrafos. Deve haver um mínimo de proteção à intimidade dessas pessoas!

Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/impasses-na-imprensa/liberdade-de-imprensa-x-protecao-imagem/>. Acesso: 10 fev. 2018 (Adaptado)

Leia o trecho e analise as afirmativas a seguir:


Quando se descobre que a “fake news” foi produzida propositalmente e muitas vezes profissionalmente para “plantar” e “viralizar” uma mentira, com a intenção de manipular a opinião pública e favorecer defensores de determinado ponto de vista em detrimento de seus opositores, a constituição prevê, que comprovada a máfé da informação inverídica, pode-se pedir uma tutela jurisdicional para a retirada da mesma da internet ou mídia que a tenha divulgado. [P8].


I. As aspas em “fake news” foram utilizadas por se tratar de expressão em língua estrangeira.

II. As aspas em “plantar” indicam uso de sentido conotativo da palavra.

III. As aspas em “viralizar” indicam o uso de um estrangeirismo.


O uso das aspas está CORRETO nas afirmativas.

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Q945663 Português
A educação virtual é uma arma importante para detectar informações falsas no noticiário, segundo especialistas. Essa “alfabetização” deve contar com esforços de vários setores da sociedade, para evitar que as chamadas fake news tumultuem o debate público, como ocorreu na corrida eleitoral americana e na votação pela saída do Reino Unido da União Europeia. Evitar ser alvo de informações falsas é ainda mais fundamental em períodos de tomadas de decisão, como em disputas eleitorais.

Disponível em < https://goo.gl/GSpdGe >, Acesso em: 10 set. 2018 (com adaptações). 
As aspas sobre a palavra ‘alfabetização’ têm como principal função:
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Q944098 Português
Em: Essa tendência já ganhou nome: trata-se da “dismorfia do Snapchat” (linha 07), as aspas foram usadas para:
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Q938025 Português

      Há pouco, em belo artigo, anunciou-se num jornal “a morte da voz humana”. Nenhum exagero no título. Um software que “aperfeiçoa” a afinação dos cantores está criando padrões de perfeição inatingíveis para humanos, oferecendo a recompensa sem esforço e tornando dispensáveis a vocação, o talento e o mérito na música popular. “É como se Ronaldinho Gaúcho usasse uma chuteira que acertasse o gol por si. Treinar pra quê?”

      O grito de protesto foi dado por quem tem toda a autoridade para fazê-lo: João Marcello Bôscoli, músico, produtor e diretor de gravadora. Como se não bastasse, é filho de Elis Regina e do compositor Ronaldo Bôscoli, um dos criadores da bossa nova, e enteado do pianista César Camargo Mariano, com quem Elis se casou ao se separar de Bôscoli. Nunca houve gente mais exigente em música.

      Para João Marcello, pior até do que dar afinação a quem não tem, o programa faz com a voz o que outro já fez com a figura humana. Assim como um software de retoque fotográfico “gerou um padrão estético em que poros, rugas de expressão e outras características se tornaram defeitos”, o software de afinação passa o rodo e “corrige” tudo o que considera imperfeito num cantor: afinação, respiração, pausas, volume, alcance − sem se importar se pertencem à sua expressão e emoção.

      Ele vai mais longe: “Hoje em dia, tomamos remédio quando sentimos tristeza, dopamos as crianças quando estão agitadas, passamos horas no computador quando nossa vida nos parece desinteressante” etc. − e “usamos softwares de afinação quando temos um cantor desafinado”.

      O filho da cantora mais afinada do Brasil defende os desafinados no que eles têm de mais precioso: sua falível condição humana, essencial à obra de arte.


(Adaptado de: CASTRO, Ruy. A arte de querer bem: crônicas. Rio de Janeiro: Sextante, 2018. Edição digital) 

Considere as afirmações abaixo.


I. Na opinião do autor do texto, o software de afinação, embora costume ser usado apenas para corrigir falhas, pode ser um aliado da criatividade musical, desde que se saiba aproveitá-lo para esse fim.

II. O produtor musical João Marcello Bôscoli defende o uso natural da voz humana, sendo, assim, contrário à intervenção do software de afinação, na medida em que, para ele, defeitos como a desafinação e as marcas de respiração são atributos naturais da expressão artística.

III. No segmento ...o software de afinação passa o rodo e “corrige” tudo o que considera imperfeito num cantor..., a expressão sublinhada deveria estar entre aspas, uma vez que se trata de linguagem coloquial, inapropriada para o gênero do texto.


Está correto o que se afirma APENAS em

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Q932516 Português

Texto


      O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os postes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.

      Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas. Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impossibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armazenam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]

      Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com a sua presença.

(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São

Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10) 

As aspas, ao longo do texto, foram empregadas, por vezes, com razões distintas. Nesse sentido, assinale a alternativa em que se faz um comentário incorreto a respeito do emprego desse recurso.
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Q931551 Português


A privada espacial é, na verdade, uma mangueira a vácuo que suga os excrementos. Funciona bem como você está pensando: o cara posiciona a mangueira na “zona do agrião” e liga o sistema de sucção. A urina vai para a reciclagem e as fezes só serão mandadas embora na próxima nave que aparecer. Ah, cada astronauta tem sua própria mangueira…
As aspas na expressão “zona do agrião” foram usadas para marcar uma
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Q917993 Português

Texto 1


A Política de Tolerância Zero


Suas vozes frágeis e seus corpos miúdos sugerem que elas não têm mais de 7 anos, mas já conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar fronteiras para sobreviver. O drama dessas crianças tiradas dos braços de seus pais e mães pela “política de tolerância zero” do governo americano tem comovido o mundo e dividido o país do presidente Donald Trump. Os relatos são de solidão e desespero para essas famílias divididas, que, não raro, mal podem se comunicar com o mundo exterior e não conseguem informações sobre o paradeiro de seus parentes após terem cruzado a fronteira do México para os EUA em busca de uma vida menos difícil. Em vez de encontrarem a realização de seu “sonho americano”, elas vêm sendo recebidas por essa prática de hostilidade reforçada na zona fronteiriça, que já separou mais de 2300 crianças de seus pais desde abril.

Época, nº 1043. Adaptado.


Texto 2


“Isso é inacreditável. Autoridades do governo Trump estão enviando bebês e crianças pequenas... desculpem... há pelo menos três...”. Foi o que conseguiu dizer Rachel Maddow, âncora da MSNBC, antes de se render às lágrimas ao tentar noticiar esse drama infantil latino-americano, num vídeo que já viralizou”.

Época, nº 1043, p. 11.

“O drama dessas crianças tiradas dos braços de seus pais e mães pela “política de tolerância zero” do governo americano tem comovido o mundo e dividido o país do presidente Donald Trump." O segmento sublinhado aparece entre aspas para
Alternativas
Respostas
641: D
642: E
643: C
644: E
645: A
646: B
647: C
648: C
649: E
650: C
651: A
652: A
653: E
654: A
655: A
656: E
657: C
658: D
659: B
660: C