Questões de Concurso Sobre uso das aspas em português

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Q631822 Português
Em relação ao emprego dos sinais de pontuação, assinale a alternativa correta.
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Q627081 Português

TEXTO 04

Crônica da cidade do Rio de Janeiro

      No alto da noite do Rio de Janeiro, luminoso, generoso, o Cristo Redentor estende os braços. Debaixo desses braços os netos dos escravos encontram amparo.

      Uma mulher descalça olha o Cristo, lá de baixo, e apontando seu fulgor, diz, muito tristemente:

      - Daqui a pouco não estará mais aí. Ouvi dizer que vão tirar Ele daí.

      - Não se preocupe – tranquiliza uma vizinha. – Não se preocupe: Ele volta.

      A polícia mata muitos, e mais ainda mata a economia. Na cidade violenta soam tiros e também tambores: os atabaques, ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho não basta.

     (GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009.)

Observe as construções “Não se preocupe: Ele volta” e “os atabaques, ansiosos de consolo e de vingança, chamam os deuses africanos. Cristo sozinho não basta.”

Se fosse possível substituir os sinais em destaque por conjunções, quais poderiam ser para que o sentido não se alterasse?

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Q626794 Português

                 Comida “feia” também faz bem para a saúde

      Frequentemente desprezadas por terem um aspecto que não está de acordo com os “padrões de beleza” impostos pela indústria, as frutas e verduras “feias” voltaram a ser um objeto atrativo pelos que lutam contra o desperdício de alimentos.

      O agricultor francês Nicolas Chabanne, fundador do movimento em defesa dos “alimentos feios”, trabalha para posicionar esses produtos no mercado e já tem mil parceiros no mundo todo.

      Sua estratégia é simples. Vender uma maçã com um rótulo cujo logotipo mostra um rosto com um único dente aos produtores que se comprometem a colocá-la entre seus alimentos “feios”, oferecendo-os pelo menor preço. Depois, parte do dinheiro arrecadado é destinada a associações de caridade e de consumidores.

      “Quando você coloca uma maçã feia ao lado de outras muito bonitas, nossos olhos fixam antes nas mais bonitas”, disse Chabanne, que se esforça para mostrar às pessoas que os produtos menos esteticamente atrativos também são de qualidade e, inclusive, mais baratos.

      A iniciativa começou com frutos e legumes, mas, pouco a pouco, está se expandindo. Agora, engloba também outros produtos, como queijos e cereais ingeridos no café da manhã.

      “É um negócio social e rentável porque aproveita a luta contra os resíduos a fim de voltar a vender parte da produção que não é normalmente valorizada”, afirmou Thomas Pocher, proprietário de um supermercado no norte da França.

                                                           (EFE, http://exame.abril.com.br. Adaptado)

As aspas empregadas em Comida “feia” (título), frutas e verduras “feias” (1°parágrafo) e alimentos “feios” (3° parágrafo) têm a função de
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Q623296 Português
      Em 1956, John McCarthy, um cientista da computação do Dartmouth College, então com menos de 30 anos, cunhou a expressão inteligência artificial (IA). De forma simples como os aros pesadões de seus óculos, ele definiu o novo campo de estudos: “A engenharia de fabricar máquinas inteligentes".

      A ambição de criar robôs dotados de esperteza é anterior, remete aos mitos da Grécia antiga, tal qual o de Talo, o gigante de bronze criado pelos deuses. Mas foi só a partir de meados do século passado, com o trabalho de estudiosos como McCarthy, que a chance de produzir androides come- çou a ser levada a sério. Rapidamente brotaram medos exagerados e possibilidades descabidas, refletidas na ficção em obras da literatura. O exemplo mais evidente é o clássico Eu, Robô, de Isaac Asimov – no qual se apresentaram as Três Leis da Robótica, que controlariam a IA e, desrespeitadas, gerariam monstros de ferro e alumínio nas veias. Hoje, sabe- -se que não passa de bobagem a mirabolante visão de um futuro de guerras fratricidas contra nossas crias.

      A IA progrediu e, silenciosamente, está perto de superar a capacidade mental humana, principalmente em tarefas padronizadas e exatas, como nos cálculos financeiros ou na promessa de carros sem motorista. Não há o conflito desenhado, a não ser no cinema. É cada um na sua. As máquinas não param de evoluir, mas estritamente como máquinas. Os humanos serão cada vez mais humanos, com fraquezas, inseguranças e imperfeições.

      Pedir a um software capaz de pintar como Van Gogh que cortasse a própria orelha deixaria os algoritmos tontos, perdidos, incapazes de entender o comando suicida.

(Felipe Vilic, Raquel Beer e Rita Loiola, Cada um na sua. Veja, 22.07.2015, p. 78. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a pontuação e o emprego de pronomes e verbos estão de acordo com a norma-padrão.
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Q622581 Português
Sobre as vírgulas e as aspas empregadas no texto é correto afirmar que
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Q622577 Português
Assinale a opção em que a pontuação permanece correta, apesar de ter sido modificada.
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Q622130 Português
Das frases abaixo, qual está devidamente pontuada e traz o emprego correto da crase?
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Q620559 Português
Considerando que cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de reescrita de trecho do texto Reforma eleitoral no Brasil:... — indicado entre aspas —, assinale a opção em que a reescrita, além de veicular informação originalmente apresentada, também preserva a correção gramatical.
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Q620250 Português
Assinale a alternativa corretamente pontuada.
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Q618102 Português
TEXTO 1

                             Roupas de grife ajudam a influenciar as pessoas

Salvador Nogueira

Estudo prova que usar roupas caras realmente mexe com o inconsciente alheio. Mas só se a marca estiver à mostra.

      O mundo trata melhor quem está bem vestido. Um novo estudo comprova que isso é verdade - mas não porque roupas caras sejam bonitas ou estejam na moda. Seu poder está concentrado em um único elemento: o logotipo da grife.

      A pesquisa foi coordenada pelo psicólogo Rob Nelissen, da Universidade de Tilburg, na Holanda. Ele pediu a voluntários que olhassem fotos de um homem de camisa polo - com ou sem o símbolo de uma grife — e também mandou uma assistente ir à rua pedir donativos (usando uma blusa de marca, cujo logotipo foi coberto durante metade do tempo). Quando o logo estava visível, as pessoas demonstravam 20% mais respeito e davam 400% mais atenção e 178% mais donativos para o dono da roupa, que também era considerado merecedor de um salário 9% maior.

      Em outra experiência, cada voluntário recebia 10 euros - e tinha de dar uma parte a outra pessoa (que na verdade era um comparsa dos pesquisadores). Quando essa pessoa estava vestida com uma grife, o voluntário dava mais dinheiro a ela. Em alguns casos, os cientistas diziam que a roupa de grife tinha sido um presente, pois aquela pessoa era pobre. Isso fazia com que os voluntários voltassem a ser muquiranas - anulando o efeito positivo que tinha sido gerado pela roupa de marca.

      Ou seja: se você quer influenciar os outros, não basta se vestir bem. É preciso ostentar um logotipo, deixando claro que a roupa foi cara e que você tem bastante dinheiro. Ou pelo menos fingir. “Os dados sugerem que o consumo de luxo pode ser uma estratégia social lucrativa", diz Nelissen.

                   (Super Interessante, São Paulo, Editora Abril, Edição 292, junho 2011, p. 16.)


TEXTO 2

                        Depoimento sincero de um leitor bem-sucedido

“Precisava levantar as vendas da minha pizzaria. Decidi panfletar em um semáforo e lembrei-me de uma matéria da SUPER (Roupas de Grife Influenciam as Pessoas, junho). Fui com uma polo de marca e não deu outra. Mesmo às 21 h, de noite, as pessoas abaixavam a janela do carro para pegar o panfleto. Depois, usei táticas descritas na matéria A Ciência dos Preços (agosto). Ofereci RS 2 de acréscimo no pedido para incluir borda de catupiry e R$ 10 para incluir um brotinho doce. Aumentei 10% o caixa no fim de semana. Valeu, SUPER!" H. S.

            (Super Interessante, São Paulo, Editora Abril, Edição 296, outubro 2011, p. 12.) 
O emprego das aspas nos dois textos indica: 
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Q612105 Português
Desde o tempo do cabo-de-guerra 
 
   Não apenas os equipamentos, os recordes e as regras mudaram em 112 anos de Olimpíadas. Esportes também foram aceitos ou expulsos .
   Uma avaliação comparativa das Olimpíadas modernas, a partir da primeira, em 1896, permite um passeio pelas mudanças globais ocorridas nesse período, da tecnologia à cultura. Na estréia, não havia atletas femininas. Em 1900, a primeira tenista jogou de vestidão e botina. O atleta do salto com vara disputava com uma pesadíssima e frágil vara de bambu. Devido à falta de monitoramento confiável, os juízes deram o ouro da maratona de 1904 a um americano que fizera parte do trajeto de automóvel. Descoberta a trapaça, a medalha passou ao segundo colocado, que, por sua vez, revelou ter turbinado o desempenho com doses de estricnina e conhaque. Os exames antidoping só começaram a ser feitos em 1968, no México.
   Um dos aspectos mais surpreendentes é o entra-e-sai de modalidades. Catorze esportes entraram e depois saíram da lista de categorias olímpicas. Até 1920, provas de cabo-de-guerra, croquet, pelota basca, nado subaquático e golfe já haviam sido disputadas em pelo menos um dos Jogos. Para ser aceito nas Olimpíadas (ou nelas permanecer), um esporte precisa atender a uma regra básica: ser praticado em 75 países de quatro continentes. Entre as categorias femininas, a exigência é de quarenta países em três continentes. Cumprido esse critério, a incorporação da modalidade depende ainda de sua popularidade ou da força política de sua federação internacional. “O pentatlo moderno, com poucos fãs, é disputado até hoje apenas por uma razão política", diz Nelson Todt, membro da Academia Olímpica Brasileira. A modalidade foi criada com base na versão praticada na Antiguidade pelo barão Pierre de Coubertin, o idealizador dos Jogos Olímpicos modernos.
   O bicicross foi aceito depois de oito anos de negociações com o Comitê Olímpico Internacional. Trata-se de uma tentativa dos organizadores de atrair um público mais jovem e de atribuir uma imagem mais atual às Olimpíadas. Outras atividades radicais, como o skate e o BMX Freestyle, poderão entrar na Olimpíada de Londres, em 2012. Na lista dos que se candidataram sem sucesso estão o surfe, o rúgbi, o boliche e a brasileiríssima capoeira.
(Veja, 11 jun. 2008, p. 114.)
O segmento “O pentatlo moderno, com poucos fãs, é disputado até hoje apenas por uma razão política” está entre aspas porque:
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Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: BANESE Prova: FCC - 2012 - BANESE - Técnico Bancário |
Q611201 Português
Atenção:  A questão refere-se ao texto abaixo.

As dificuldades para conciliar desenvolvimento econômico e proteção ambiental travam as grandes obras de infraestrutura. Casos emblemáticos são a usina hidrelétrica de Belo Monte, o projeto de exploração do pré-sal e portos em São Paulo, Rio e Bahia, além do Rodoanel. Muitos dos projetos sofreram modificações por causa das pressões para atender às exigências ambientais. Ainda assim, ONGs e o Ministério Público questionam as obras por causa de seus grandes impactos.
Na avaliação do economista Sergio Besserman Vianna, ex-diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a visão que opõe desenvolvimento e questões ambientais é atrasada. "Esse anacronismo não corresponde mais à realidade. Quem continuar apostando nisso vai errar, pois a economia global está iniciando a maior transição tecnológica desde a Revolução Industrial." Segundo ele, a economia ancorada no desenvolvimento a qualquer custo e nos combustíveis fósseis está no começo de seu declínio, e será substituída por uma economia de baixo carbono e baseada na manutenção dos recursos naturais. "É certo que essa transição ocorrerá e sairão na frente os países que eliminarem essa visão obsoleta de que ambiente e desenvolvimento não podem conviver."

(Afra Balazina e Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo, Vida, A24, 20 de fevereiro de 2011, com adaptações)
"É certo que essa transição ocorrerá e sairão na frente os países que eliminarem essa visão obsoleta de que ambiente e desenvolvimento não podem conviver."
O emprego das aspas que isolam a afirmativa final do texto denota
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Q608912 Português
                                           Uma velhinha

     Quem me dera um pouco de poesia, esta manhã, de simplicidade, ao menos para descrever a velhinha do Westfália! É uma velhinha dos seus setenta anos, que chega todos os dias ao Westfália (dez e meia, onze horas), e tudo daquele momento em diante começa a girar em torno dela. Tudo é para ela. Quem nunca antes a viu, chama o garçom e pergunta quem ela é. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor", professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos".

      Não é preciso perguntar de que espécie de casos, porque, um minuto depois, já a velhinha abre sua mala de James Bond, de onde retira, para começar, um copo de prata, em seguida, um guardanapo, com o qual começa a limpar o copo de prata, meticulosamente, por dentro e por fora. Volta à mala e sai lá de dentro com uma faca, um garfo e uma colher, também de prata. Por último o prato, a única peça que não é de prata. Enquanto asseia as “armas" com que vai comer, chama o garçom e manda que leve os talheres e a louça da casa. Um gesto soberbo de repulsa.

      O garçom (brasileiro) tenta dizer alguma coisa amável, mas ela repele, por considerar (tinha razão) a pronúncia defeituosa. E diz, em francês, que é uma pena aquele homem tentar dizer todo dia a mesma coisa e nunca acertar. Olha-nos e sorri, absolutamente certa de que seu espetáculo está agradando. Pede um filet e recomenda que seja mais bem do que malpassado. Recomenda pressa, enquanto bebe dois copos de água mineral. Vem o filet e ela, num resmungo, manda voltar, porque está cru. Vai o filet, volta o filet e ela o devolve mais uma vez alegando que está assado demais. Vem um novo filet e ela resolve aceitar, mas, antes, faz com os ombros um protesto de resignação.

      Pela descrição, vocês irão supor que essa velhinha é insuportável. Uma chata. Mas não. É um encanto. Podia ser avó da Grace Kelly. Uma mulher que luta o tempo inteiro pelos seus gostos. Não negocia sua comodidade, seu conforto. Não confia nas louças e nos talheres daquele restaurante de aparência limpíssima. Paciência, traz de sua casa, lavados por ela, a louça, os talheres e o copo de prata. Um dia o garçom lhe dirá um palavrão? Não acredito. A velhinha tão bela e frágil por fora, magrinha como ela é, se a gente abrir, vai ver tem um homem dentro. Um homem solitário, que sabe o que quer e não cede “isso" de sua magnífica solidão.

(MARIA, Antônio. “Com Vocês, Antônio Maria". Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1964, p. 262.) 
Considere o emprego das aspas nos fragmentos transcritos a seguir.

I. Saberá, então, que se trata de uma velhinha “de muito valor", professora de inglês, francês e alemão, mas “uma grande criadora de casos". ( § 1)

II. Enquanto asseia as “armas" com que vai comer... ( § 2)

Explicam-se as aspas empregadas nos dois fragmentos, respectivamente, por: 
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Q606141 Português
Autoestima
"Eu me amo, eu me amo, não posso mais viver sem mim" (Ultraje a rigor).
Segundo Castelo, "ter consideração por si mesmo é vital, a consideração por aquilo e por quem somos de fato. Em geral, as pessoas ficam infelizes e incapazes de contar consigo mesmas, porque agem de acordo com aquilo que pensam que são ou com aquilo que gostariam de ser, ou com o que o grupo de que fazem parte considera que deveriam ser, ou de acordo com as expectativas religiosas que têm (muitas vezes inconscientes), que não correspondem ao que de fato são. A verdadeira autoestima, é o respeito que sentimos por aquilo que somos de fato, pelo que a natureza nos deu e se impõe às nossas existências, tal como a cor da pele, do cabelo, dos olhos, a genética que portamos, bem como as nossas personalidades. Percebendo o que somos, ou o mais próximo do que isso venha a ser, podemos fazer um casamento mais proveitoso conosco para tirarmos proveito dessa condição e desenvolver os recursos de que de fato dispomos".
(Revista Grandes temas do conhecimento - Psicologia, Nº 2 - Autoestima - p.14-17).
Na escrita do texto, foram usadas aspas em dois momentos: na frase subtítulo e no corpo do texto, logo após o seu início. Nos dois casos, as aspas foram usadas para:
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Q605696 Português
                                           Agrotóxicos sem veneno

No bê-á-bá da Agronomia se aprende que um inseto somente pode ser considerado uma praga se causar danos econômicos às plantações. Isso porque, na natureza bruta, folhas e grãos são normalmente mastigados pelos bichinhos, que se reproduzem no limite estabelecido por seus predadores naturais. Quando, por qualquer motivo, se rompe o equilíbrio do ecossistema, altera-se a dinâmica das populações envolvidas naquela cadeia alimentar. Advêm problemas ecológicos.

[...]

Pois bem, nem o aumento dos humanos, que já ultrapassaram 7 bilhões de habitantes, nem a expansão rural, que já ocupa 37% da superfície da Terra, cessaram. Embora a tecnologia tenha conseguido notáveis sucessos, o vetor básico continua atuando: novas bocas para alimentar exigem mais alimentos, que pressionam o desmatamento, que aumenta o desequilíbrio dos ecossistemas, que favorece o surgimento de pragas e doenças. Trajetória da civilização.

A safra brasileira tem batido recordes, ampliando o uso de defensivos agrícolas. Além do mais, nos trópicos o calor e a umidade favorecem o surgimento de pragas e doenças nas lavouras. Graças, porém, ao desenvolvimento tecnológico, nos últimos 40 anos se observou forte redução, ao redor de 90%, nas doses médias dos inseticidas e fungicidas aplicados na roça. Quer dizer, se antes um agricultor despejava dez litros de um produto por hectare, hoje ele aplica apenas um litro. Menos mal.

Fórmulas menos tóxicas, uso do controle biológico e integrado, métodos de cultivo eficientes, inseticidas derivados de plantas, vários elementos fundamentam um caminho no rumo da sustentabilidade. Os agroquímicos são mais certeiros, menos agressivos ao meio ambiente e trazem menores riscos de aplicação aos trabalhadores rurais. Nada, felizmente, piorou nessa agenda.

Surge agora, nos laboratórios, uma geração de moléculas que atuam exclusivamente sobre o metabolismo dos insetos-praga, bloqueando sinais vitais. Funcionam de forma seletiva, combatendo-os sem aniquilar os predadores naturais, nem afetar insetos benéficos ou animais mamíferos. No sentido ambiental, configuram-se como pesticidas não venenosos, deixando de ser “agrotóxicos". Sensacional.

Existe, ainda, contaminação de alimentos por agrotóxicos tradicionais. O problema, contudo, difere do de outrora, quando resíduos cancerígenos dominavam as amostras coletadas. Hoje a grande desconformidade recai sobre o uso de produtos químicos não autorizados para aquela lavoura pesquisada, embora permitidos em outras. Raramente se apontam resíduos químicos acima dos limites mínimos de tolerância.

Isso ocorre por dois motivos. Primeiro, o governo tem sido extremamente lerdo no registro de novos defensivos agrícolas. Segundo, mostra-se muito onerosa, para as empresas, cada autorização de uso para lavouras distintas.

Resultado: inexistindo produto “oficial" para o canteiro de pimentão, por exemplo, o horticultor utiliza aquele outro vendido para tomate. O problema, como se percebe, é mais agronômico, menos de saúde.

Muita gente critica os defensivos químicos, considera agrotóxico um palavrão. Mesmo na agricultura orgânica, imaginada como solução milagrosa, todavia, se permite utilizar caldas químicas elaboradas com sulfato de cobre, hidróxido de cálcio e enxofre.

Resumo da história: na escala requerida pela população, as lavouras sempre exigirão pesticidas contra organismos que as atacam. Importa o alimento ser saudável.

GRAZIANO, Xico. Agrotóxicos sem veneno. Opinião. Estadão, São Paulo, 5 mar. 2013. Disponível em: <http://zipnet.met/bxR9nQ>  Acesso em: 7 out. 2015 (adaptado).
A função das aspas utilizadas nos parágrafos 5 e 8 (“agrotóxicos" e “oficial") é de:
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Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: SAP-SP Prova: VUNESP - 2014 - SAP-SP - Executivo Público |
Q605099 Português
Leia o texto para responder à questão.

A classe média vai ao inferno 

    Era uma vez o sonho de morar na grande cidade. O paraíso das oportunidades, do emprego bem remunerado, do hospital equipado e do acesso mais amplo aos serviços públicos. O centro do lazer cultural e do bem-estar. A promessa da mobilidade social e funcional.
    A metrópole virou megalópole e, hoje, São Paulo e Rio de Janeiro se tornaram ambientes hostis ao cidadão de qualquer classe social que precise se deslocar da casa para o trabalho. As “viagens” diárias dificultam conciliar família e profissão.
    Hoje, mais da metade da população (54%) tem algum carro. O Brasil privilegiou a indústria automobilística, facilitou a compra de veículos, e a classe média aumentou em tamanho e poder de consumo. Todos acreditaram que chegariam ao paraíso. Ficaram presos no congestionamento.
    Quem mais fica engarrafada nas ruas é a classe média, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A pesquisa, com base em dados de 2012, revela que os muito pobres e os muito ricos gastam menos tempo no deslocamento casa-trabalho do que a classe média. Os ricos, porque podem morar perto do trabalho – sem contar os milionários, que andam de helicóptero. Os muito pobres, sem dinheiro para a passagem, tendem a se restringir a trabalhar bem perto de onde moram ou acordam às 4 horas da manhã para evitar congestionamento. Como não se investiu em trem e metrô – muito menos em sistemas inteligentes de transporte –, estouramos os limites da civilidade. E que se lixem os impactos ambientais, a poluição e a rinite.
(Época, 28.10.2013. Adaptado)
No enunciado – As “viagens” diárias dificultam conciliar família e profissão. –, usam-se as aspas para
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Ano: 2013 Banca: AOCP Órgão: INES Prova: AOCP - 2013 - INES - Assistente de Alunos |
Q600069 Português

                                            Monteiro Lobato?

                                     Não com o nosso dinheiro

                                                                                                        Leando Narloch

    1.§    O movimento negro me odeia. Desde que mostrei, com o livro Guia do Politicamente Incorreto da História do Brasil, que Zumbi mantinha escravos no Quilombo de Palmares, os ativistas das cotas não estão contentes comigo. Do lado de cá, eu também me irrito com boa parte do que eles defendem. Mas, existe um ponto em que eu preciso concordar com eles: a polêmica dos livros do Monteiro Lobato.

    2.§    Se você acaba de despertar de um coma, o que aconteceu foi que, em 2010, o Conselho Nacional de Educação decidiu impedir a distribuição do livro Caçadas de Pedrinho em bibliotecas públicas. Disseram que esse clássico da literatura infantil era racista por causa de frases como “Tia Anastácia trepou que nem uma macaca de carvão” ou “Não vai escapar ninguém, nem Tia Anastácia, que tem carne preta”. Muita gente esperneou contra a decisão, afirmando que se tratava de um exagero, uma patrulha ideológica e um ato de censura contra um dos maiores autores brasileiros.

    3.§    É verdade que é preciso entender a época de Monteiro Lobato, quando o racismo era regra não só entre brancos, mas mesmo entre africanos. Até Gandhi, o líder mundial do bom-mocismo, escreveu e repetiu frases igualmente racistas nos 20 e poucos anos que viveu na África do Sul.

    4.§    A questão, porém, é outra: o governo deve investir em obras que parecem preconceituosas a parte da população? O Conselho Nacional de Educação não defendeu a proibição dos livros de Monteiro Lobato: foi contra apenas a distribuição bancada pelo governo. Pois bem: o Ministério da Educação deve gastar seu disputado dinheiro com esses livros? Eu acredito que não.

    5.§    Os negros que pagam impostos e os outros contribuintes que consideram Monteiro Lobato racista não devem ser obrigados a bancar edições do escritor. É mais ou menos essa a posição do economista Walter Williams, um dos principais intelectuais libertários dos EUA. Defensor da ideia de que o Estado deve se meter o mínimo possível na vida, nas escolhas e no bolso das pessoas, esse economista negro prega a liberdade de se fazer o que quiser desde que isso não implique violência a terceiros. Se um grupo quiser, por exemplo, criar um clube de tênis só para brancos, ou só para negros, tudo bem – desde que não use verba pública e não tente proibir manifestações de repúdio. Se tiver verba pública, não pode discriminar.

    6.§    Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar ou praticar violência contra indivíduos pacíficos. Não é correto ameaçar um indivíduo de prisão por sonegação fiscal se ele não topar contribuir com essa ou aquela prática do governo. Um grupo de políticos que defende uma guerra com o Iraque não deve obrigar os cidadãos a contribuir para essa guerra. Do mesmo modo, se uma turma acredita ter uma boa ideia ao criar uma universidade, um estádio de futebol ou um festival de curtas-metragens, essa ideia deixa de ser boa quando implica a ameaça contra aqueles que não querem contribuir.

    7.§    Nada impede, é claro, que os autores dessas ideias tentem convencer as pessoas de que seus projetos merecem contribuições. É o que fazem há séculos as melhores universidades americanas, as instituições de caridade, alguns tipos de fundos de investimento e, há poucos anos, os sites de crowdfunding, o “financiamento coletivo”. Nada impede, também, que os admiradores de Monteiro Lobato se organizem, reúnam doações e publiquem quantas edições quiserem das ótimas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

                         Revista Superinteressante, edição 312, de dezembro de 2012.

Assinale o que for INCORRETO quanto ao que se afirma acerca do emprego dos sinais de pontuação.
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Q599890 Português
Texto 2

Democracia refém (José Roberto de Toledo)

Desde 2008, o ibope pergunta à população em idade de votar quão satisfeita ela está com o funcionamento da democracia no Brasil. Os resultados nunca foram brilhantes ainda menos se comparados com países latino-americanos como Uruguai e Argentina, mas jamais haviam sido tão chocantes quanto agora. Só 15% dos brasileiros se dizem “satisfeitos" (14%) ou “muito satisfeitos" (1%) com o jeito que o regime democrático funciona no país. (Estado de São Paulo, 04/09/2015)
Os termos “satisfeitos" e “muito satisfeitos" aparecem entre aspas porque:
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Q599665 Português
O texto a seguir é referência para a questão.

    Pequenas mudanças nos hábitos diários e no uso dos aparelhos eletrodomésticos podem reduzir a sua conta de luz no final do mês. A importância de controlar o consumo está não apenas em economizar dinheiro, mas também em evitar o desperdício. “Daqui a 300 anos, a vida será diferente. Nossos descendentes vão reclamar da nossa geração, que foi a primeira a conhecer o problema das mudanças climáticas e do uso da energia e ainda não deu sinais definitivos de que vai resolver o problema”, afirma Agenor Gomes Pinto Garcia, consultor em eficiência energética e autor do livro Leilão de Eficiência Energética no Brasil. Para esclarecer alguns mitos e verdades enviados pelos leitores, ((O)) Eco conversou com o professor Garcia e também com o especialista em economia de energia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professor Gilberto Jannuzzi.

a. É mito ou não que os aparelhos que mantemos plugados na tomada, mesmo quando desligados, continuam gastando energia?
    É verdade! O professor Jannuzzi ressalta que “a melhor opção de economia é desconectar os aparelhos da tomada, pois mesmo os melhores equipamentos, nessa situação, consomem 1 watt/hora. Cada aparelho conectado consome durante o ano todo 8,7 quilowatts. Como pagamos cerca de 40 centavos por quilowatt/hora (preço no Rio de Janeiro), isso representa um gasto próximo de 4 reais/ano por aparelho”.
    Garcia lembra que o apelido desse desperdício é “energia vampira”, e que ela já preocupa os responsáveis pelas políticas energéticas. “Cada um gasta um pouquinho, porém, como hoje em dia há muitos aparelhos, a energia gasta no total acaba sendo significativa”. Uma dica para aparelhos relacionados como, por exemplo, TV, DVD, modem de TV a cabo ou satélite, é ligá-los todos a uma só régua de tomadas. Basta desligar a régua ao fim do dia para economizar.

b. Quando chamar o elevador, faz diferença chamar apenas um deles ou quantos houver no andar? Elevadores, afinal, gastam muita energia?
    Os especialistas garantem que faz diferença no consumo de energia chamar mais de um elevador ao mesmo tempo, e que esse gasto, por estar diluído nas contas de condomínio, passa despercebido.
    Uma boa prática é deixar só um elevador ligado durante a noite ou ter equipamentos que fazem com que só um elevador se desloque a cada chamada. Por seu lado, o usuário deve sempre evitar chamar vários elevadores ao mesmo tempo. Outra boa alternativa é usar as escadas sempre que possível, pois além de poupar energia elétrica, diminui-se o sedentarismo.
(Flávia Morais, 28/07/11. Disponível em: 
 <http://www.oeco.com.br/reportagens/25211-economia-de-energia-eletrica-mitos-e-verdades>. Acesso em 03 mar. 2013). 
Com base no texto, identifique as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) As aspas usadas no texto cumprem a função de demarcar a voz de alguém diferente do redator.
( ) A estrutura pergunta-resposta é composta a partir de práticas e dúvidas comuns dos usuários de energia elétrica.
( ) A palavra afinal (destacada na formulação da questão b) reforça a ideia de dúvida comum em torno da questão posta.
( ) A maioria das formas verbais do texto reportam à ideia de possibilidade/hipótese.

Assinale alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
Alternativas
Q598789 Português

                                          Você sabe com quem está falando?

      Não nos parece uma tarefa fácil conciliar desejos (que geralmente são ilimitados e odeiam controles) e a questão fundamental de cumprir regras, seguir leis e construir espaços públicos seguros e igualitários, válidos para todos, numa sociedade que também tem o seu lado claramente aristocrático e hierárquico. Um sistema que ama a democracia, mas também gosta de usar o “Você sabe com quem está falando?”. O nosso amor simultâneo pela igualdade e, a seu lado, o nosso afeto pelo familismo e pelo partidarismo governados pela ética de condescendência tão nossa conhecida, que diz: nós somos diferentes e temos biografia; para os amigos tudo, aos inimigos (e estranhos, os que não conhecemos) a lei!

      O resultado dessa tomada de posição, básica numa democracia, é simples, mas muitas vezes ignorado entre nós: a minha liberdade teoricamente ilimitada tem de se ajustar à sua, e as duas acabam promovendo uma conformidade voluntária com limites, com fronteiras cívicas que não podem ser ultrapassadas, como a de furar a fila ou a de dar uma carteirada.

      Na sua simplicidade, a fila é um dos melhores, se não for o melhor, exemplos de como operam os limites numa democracia. Seus princípios são simples e reveladores: quem chega primeiro é atendido em primeiro lugar. Numa fila, portanto, não vale o oculto. Ou temos uma clara linha de pessoas, umas atrás das outras, ou a vaca vai para o brejo. Quando eu era menino, lembro-me bem de como era impossível ter uma fila no Brasil.As velhas senhoras e as pessoas importantes (sobretudo os políticos) não se conformavam com suas regras e traziam como argumento para serem atendidos, passando na frente dos outros, ou a idade, ou o cargo, ou conhecimento com quem estava atendendo, ou algum laço de família. Hoje, sabemos que idosos e deficientes não entram em fila. Mas estamos igualmente alertas para o fato de que um cargo ou um laço de amizade não faz de alguém um supercidadão com poderes ilimitados junto aos que estão penando numa fila por algumas horas.

      Do mesmo modo e pela mesma lógica, ninguém pode ser sempre o primeiro da fila (e nem o último), como ninguém pode ser campeão para sempre. Se isso acontece, ou seja, se um time campeão mudar as regras para ser campeão para sempre, então o futebol vai pros quintos dos infernos. Ele simplesmente acaba com o jogo como uma disputa. Na disputa, o adversário não é um inimigo; numa fila, quem está na frente não é um superior. O poder ilimitado e congelado ou fixo em pessoas ou partidos, como ocorre nas ditaduras, liquida a democracia justamente porque ele usurpa os limites nos quais se baseia a fila.

                                                                                                                               DA MATTA, Roberto

                                                                                                      (Adaptado de revistatrip.uol.com.br.)

Em “a questão fundamental de cumprir regras, seguir leis e construir espaços públicos seguros e igualitários, válidos para todos" ocorre uma enumeração marcada por um núcleo substantivo, seguido por termos que cumprem, respectivamente, papel de:
Alternativas
Respostas
781: E
782: D
783: C
784: E
785: D
786: A
787: B
788: C
789: E
790: A
791: E
792: A
793: A
794: B
795: C
796: D
797: A
798: C
799: A
800: C