Questões de Concurso Comentadas sobre uso das reticências em português

Foram encontradas 158 questões

Q3241235 Português

O texto seguinte servirá de base para responder a questão.


Sobre estar maduro


Quando somos jovens, fazemos de tudo para parecermos maduros.


Entretanto, no menor deslize expomos nossa criança interior.


Quando somos maduros, o que mais queremos é voltar a juventude.


Parece tardio, uma vez que as marcas de uma vida pesada já nos condicionaram a viver sem sorrisos.


E as rugas salientes se confundem com um ar de rabugice.


Sorrir é um ato de dar e receber.


E à medida que ficamos mais velhos, reclamar é mais fácil que sorrir.


Nós não somos assim, somos condicionados a estar assim.


Bem, ser maduro é muito mais que isso...


... tão complicado quanto não ser! Talvez devêssemos ser maduros sem perder o sorriso...


... e quando ninguém estiver olhando: ser uma criança!


Rian Lopes


https://cronicas-curtas.blogspot.com/search?updated-max=2016-02-23 T06:52:00-08:00&max-results=15

No trecho "Bem, ser maduro é muito mais que isso... tão complicado quanto não ser!", o uso de reticências tem a função de: 
Alternativas
Q3188098 Português
Assinale a alternativa com a informação INCORRETA a respeito das regras e uso dos sinais de pontuação.
Alternativas
Q3086876 Português

Os adolescentes, a criatividade, as bolhas e os algoritmos


    País do futebol arte, da bossa nova, do carnaval espetáculo, do cinema novo e de tantas outras formas de arte admiráveis. Essas sempre foram justificativas para que o Brasil fosse visto como um país criativo, que inova em diversas situações. Por isso, qual não foi a surpresa quando o Pisa, a avaliação internacional para estudantes com 15 anos, realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgou os resultados do exame de 2022 no quesito pensamento criativo: estamos no 49º lugar, com 23 pontos.

     Desde o ano 2000, o Pisa avalia os conhecimentos gerais em matemática, ciências e leitura de alunos de escolas públicas e particulares, e essa foi a primeira vez em que a criatividade foi considerada nas respostas. Com o tema “Mentes criativas e escolas criativas”, a proposta era avaliar como os diferentes países integram a criatividade nos currículos escolares, com o objetivo de formar cidadãos capazes de explorar novas perspectivas para solucionar problemas de maneira original e eficaz. Mas por que será que o Brasil apareceu entre os 12 piores resultados?

     Especialistas analisam a questão sob diferentes perspectivas: a escola brasileira precisa ser um ambiente mais propício à criatividade, oferecendo mais espaço para disciplinas e atividades que estimulem os alunos a buscarem alternativas novas para os problemas cotidianos e não apenas focar nas disciplinas obrigatórias; os educadores precisam ser melhor formados para implementar atividades e projetos que desenvolvam diferentes competências e habilidades artísticas e inovadoras nas crianças e jovens; os brasileiros são um dos públicos que mais tempo passa em frente às telas de celulares e tablets e, por fim, há quem chame a atenção para as imensas desigualdades de toda ordem existentes em nosso país, que dificultam o aprendizado de conteúdos básicos como leitura, escrita e cálculo.

     Todas as análises fazem sentido, porém, questões complexas como essa pedem respostas na mesma linha. Há uma crise de criatividade entre as crianças e jovens das novas gerações, e isso é um sinal de que há algo acontecendo nos corações e mentes desse público no mundo inteiro. Como sabemos, a adolescência é a fase de transição entre a infância e a vida adulta, e traz, em seu bojo, a dicotomia entre a saudade dos tempos pueris e o desejo de desbravar o desconhecido, de preferência, por conta e risco. Em tempos em que as conexões digitais têm tomado o espaço precioso das interações reais em que se aprendia a solucionar os problemas por meio da experiência concreta de ter de lidar cara a cara com o diferente e o diverso, assistimos a esses indivíduos aguardando que os algoritmos e sistemas de busca lhes forneçam todas as respostas. E como as máquinas ainda não dão conta da miríade de possibilidades que as relações nos oferecem para a resolução dos problemas, temos meninos e meninas mais acomodados, passivos, entediados. Como exercer a criatividade em uma bolha na qual todos pensam e agem de maneira igual? Como buscar novas visões sobre o que nos rodeia com um algoritmo nos propondo, sem cessar, mais conteúdos sobre o que gostamos e com os quais nos sentimos mais confortáveis?

     Essas são perguntas que também nós, adultos, temos de nos fazer. Não só como educadores dessa nova geração, mas como indivíduos e cidadãos. Sair das bolhas, combater a polarização e tudo o que nos divide e desumaniza é um exercício cotidiano de criatividade. “Consumimos sempre as mesmas coisas nas redes, ignorando o que é diferente. Por isso, é sempre bom dar um nó no algoritmo. Ouvir playlists fora do que estamos acostumados, andar por regiões diferentes, escutar o que os outros pensam, nos relacionar com pessoas que trazem olhares diferentes das coisas”, aconselha a jornalista e especialista em comunicação digital Pollyana Ferrari, autora do livro “Como sair das bolhas”. Olhar para além das redes é, sobretudo, um exercício de manutenção da saúde mental, mas, como tudo o que envolve um certo esforço e nos desacomoda, torna-se um grande desafio. E andamos cansados demais para dar conta desses e de tantos outros que a vida contemporânea tem nos colocado.

     É interessante observar como a aparente facilidade que nos é oferecida pelos algoritmos e bolhas vai diminuindo não apenas a nossa criatividade e criticidade. Eles, ao moldarem nossos gostos e necessidades, resumem as nossas preferências a meia dúzia de coisas que conduzem a uma reprodução automática, gerando tédio e desinteresse pelo que nem sabemos existir. Como afirmou um estudante que entrevistamos para o podcast “curti, e daí?”: “Eu estava no TikTok e apareceu um vídeo para mim. Coisas que eu mais gosto, e aí, todas as coisas que apareceram no vídeo eram as coisas que eu mais gostava de fazer. Eu percebo que a cada dia isso é mais evidente, como se fosse diminuindo tudo que eu gosto mais, sabe? Como se fosse compactando as coisas que eu mais gosto…”.

     Ter consciência do que nos acontece é sempre um bom começo. Porém, é preciso lembrar do porquê de estarmos nas redes: em busca da sensação de pertencimento, algo que é fundamental para o ser humano e mais ainda para aqueles que estão em formação. Estamos sempre à procura de afeto e reconhecimento, e nas redes isso vem de maneira rápida e volumosa, traduzido por cliques e likes. “Desinformação, fake news, tudo é sintoma. Tire-as da reta e o problema continuará ali, igual, de pé. Porque o problema principal é o do alinhamento de identidades e de como é reconfortante estar num grupo homogêneo. Toda conversa, nas redes sociais, se torna um ritual de reafirmação dessa identidade alinhada. Somos atores num palco eternamente demonstrando o quanto somos parecidos com os nossos e distintos daqueles outros”, alerta o jornalista Pedro Dória em seu artigo “A rede social perfeita para as democracias”, publicado no Canal Meio.

    Nesse sentido, cabe-nos perguntar não apenas por que vivemos uma crise de criatividade, mas sobretudo por que não conseguimos nos encontrar nos espaços que promovem o diálogo, a interação corpo a corpo, que estimulam a imaginação nos trazendo novas paisagens (físicas e ficcionais). Precisamos recuperar a nossa capacidade de imaginar para além dos fatos, dados e informações, já que estamos inundados por eles. Um bom começo pode estar no resgate de alguns sonhos e projetos que não estão no nosso feed. Não requer muito esforço, apenas iniciativa, atitude indissociável da criatividade.


(Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2024/07/04/os-adolescentes-a-criatividade-as-bolhas-e-os-algoritmos. Acesso em: setembro de 2024. Adaptado.)

Considerando as prescrições da norma culta escrita, assinale a alternativa que contém justificativa INADEQUADA para o emprego dos sinais de pontuação, conforme as ideias do texto.
Alternativas
Q3074549 Português
Considere a crônica a seguir, escrita por Rubem Braga, para responder à questão.



Boa educação

        Um jornal está fazendo uma campanha a favor das boas maneiras. Eu não sou propriamente o que se convencionou chamar “uma dama”, e até hoje um amigo meu ri muito quando lembra que fui fazer uma reportagem perigosa e difícil confiando em minha simpatia pessoal, quando, em seu entender, o meu tipo é mais daqueles que inspiram a outras pessoas a frase “não sei, mas não vou com a cara daquele sujeito”. No fundo, está visto, sou uma flor. Mas a questão que se levanta não é de fundo, é exatamente de forma.
        O jornal tem razão, o carioca, outrora alegre e gentil, virou grosseiro e irritadiço. Sai de casa pela manhã como se não vivesse entre um povo cristão em uma cidade bonita, sai disposto a enfrentar sua batalha do Rio de Janeiro de todo o dia. Mantém para com o colega de bonde, ônibus ou lotação uma atitude de “neutralidade antipática” e para com o motorista ou cobrador de “beligerância em potencial”. Não cede o lugar a nenhuma senhora e defende a tese de que todas as senhoras e senhoritas vão à cidade apenas comprar um carretel de linha: e quando cede o lugar a uma bonita acha que adquiriu com isso o direito de ser louca e imediatamente amado pela mesma.
        O chofer considera a todo colega um “barbeiro” e todo pedestre um débil mental com propensão ao suicídio. O garçom irrita-se porque o freguês tem a ousadia de lhe pedir alguma coisa e cada freguês acredita ter o privilégio de ser servido em primeiro lugar. Em resumo: o próximo, a quem outrora chamávamos de “cavalheiro”, é hoje “um palhaço”.
        Há muitas explicações para isso; a crise é a principal. Mas essa crise é também uma crise de confiança. Um homem que se disponha a ser delicado acaba suspeito. E um sujeito que “não se impõe”, isto é, não tem importância, podemos tranquilamente tratá-lo com desaforo. Quanto às damas, elas se habituaram a ver em qualquer gesto de cortesia uma tentativa de abordagem.
        Qual é o remédio? Eu proporia uma série de exemplos vindos do alto, isto é, do governo. Não digo que o funcionário atrás do guichê fosse obrigado a nos receber com um sorriso encantador, nem que os rapazes do Socorro Urgente saltassem do carro com saquinhos de jujuba na mão para distribuir pelos transeuntes – mas também não precisavam rosnar nem dar pancadas antes de saber o que há. Esses são os exemplos que nos dá, diariamente, o Poder Executivo; quanto ao Legislativo… Mas sejamos delicados; não falemos dessas coisas.

(“Boa educação”, de Rubem Braga, com adaptações).
Na parte final do texto, ao tratar do “Legislativo”, o autor opta por concluir a oração com o sinal de pontuação denominado reticências. Nesse caso, essa pontuação é empregada para: 
Alternativas
Q3036810 Português

Texto CB1A1


        Um projeto de lei que determina critérios mínimos de qualidade para escolas públicas de educação básica foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, em abril deste ano. Conforme estabelece o projeto de lei, o poder público deverá equipar todas as unidades do ensino básico com bibliotecas, laboratórios de ciências e informática, acesso à Internet, quadras poliesportivas cobertas, instalações com condições adequadas de acessibilidade, energia elétrica, abastecimento de água potável, esgoto sanitário e manejo de resíduos sólidos.


        “As condições listadas não constituem luxo ou privilégio, mas requisitos necessários ao estabelecimento de um padrão mínimo de qualidade nas escolas brasileiras e garantia do exercício digno do direito público subjetivo à educação básica”, justifica o autor da proposta.


        “O que há no projeto é o mínimo para que uma escola funcione, atendendo os estudantes e os profissionais da educação com dignidade. A ausência de laboratórios, de Internet, de bibliotecas e de uma estrutura física adequada é algo que impacta diretamente na qualidade da educação oferecida aos estudantes, uma vez que a educação não é uma transmissão de conhecimento, mas sim a construção deste”, considera a secretária de assuntos educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Guelda Andrade.


        “Um ar-condicionado, por exemplo, em algumas regiões do país, não é questão de luxo. É uma condição que faz parte dessa estrutura mínima e digna para que a educação aconteça... A falta disso traz prejuízos drásticos tanto no aprendizado dos estudantes quanto no cotidiano dos profissionais da educação”, reforça Guelda Andrade.


Internet: <https://cnte.org.br> (com adaptações).



Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto CB1A1, julgue o item a seguir. 


No segundo período do último parágrafo, as reticências indicam a incompletude da ideia expressa. 

Alternativas
Q3023342 Português
Citando-se pontuação, marque a alternativa incorreta.
Alternativas
Q2591867 Português

Impotência


Foi na última chuvarada do ano, e a noite era preta. O homem estava em casa; chegara tarde, exausto e molhado, depois de uma viagem de ônibus mortificante, e comera, sem prazer, uma comida fria. Vestiu o pijama e ligou o rádio, mas o rádio estava ruim, roncando e estalando. “Há dois meses estou querendo mandar consertar este rádio”, pensou com tédio. E pensou ainda que há muitos meses, há muitos anos, estava com muita coisa para consertar desde os dentes até a torneira da cozinha, desde seu horário no serviço até aquele caso sentimental em Botafogo. E quando começou a dormir e ouvia que batiam na porta, acordou assustado achando que era o dentista, o homem do rádio, o caixa da firma, o irmão de Honorina, ou um vago fiscal geral dos problemas da vida que lhe vinha pedir contas.

A princípio não reconheceu a negra velha Joaquina Maria, miúda, molhada, os braços magros luzindo, a cara aflita. Ela dizia coisas que ele não entendia; mandou que entrasse. Há alguns meses a velha lavava-lhe a roupa, e tudo o que sabia a seu respeito é que morava em um barraco, num morro perto da lagoa, e era doente. Sua história foi saindo aos poucos. O temporal derrubara o barraco, e o netinho, de oito anos, estava sob os escombros. Precisava de ajuda imediata, se lembrara dele.

– O menino está... morto?

Ouviu a resposta afirmativa com um suspiro de alívio. O que ela queria é que ele telefonasse para a polícia, chamasse a ambulância ou rabecão, desse um jeito para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada; ou arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de gabardina e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara: os bondes, os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz uma cidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil.


(BRAGA, Rubem. Correio da Manhã. Fundação Casa de Rui Barbosa. Rio de Janeiro. Em: 17/04/1952. Fragmento.)

No trecho “– O menino está... morto?” (3º§), podemos afirmar que as reticências foram empregadas para:

Alternativas
Q2590753 Português

Leia o texto abaixo para responder às questões de 11 a 20.


País Rico


Por Lima Barreto


Não há dúvida alguma que o Brasil é um país muito rico. Nós que nele vivemos; não nos apercebemos bem disso, e até, ao contrário, o supomos muito pobre, pois a toda hora e a todo instante, estamos vendo o governo lamentar-se que não faz isto ou não faz aquilo por falta de verba.

Nas ruas da cidade, nas mais centrais até, andam pequenos vadios, a cursar a perigosa universidade da calariça das sarjetas, aos quais o governo não dá destino, o os mete num asilo, num colégio profissional qualquer, porque não tem verba, não tem dinheiro. É o Brasil rico…

Surgem epidemias pasmosas, a matar e a enfermar milhares de pessoas, que vêm mostrar a falta de hospitais na cidade, a má localização dos existentes. Pede-se à construção de outros bem situados; e o governo responde que não pode fazer, porque não tem verba, não tem dinheiro. E o Brasil é um país rico.

Anualmente cerca de duas mil mocinhas procuram uma escola anormal ou anormalizada, para aprender disciplinas úteis. Todos observam o caso e perguntam:

— Se há tantas moças que desejam estudar, por que o governo não aumenta o número de escolas destinadas a elas?

O governo responde:

— Não aumento porque não tenho verba, não tenho dinheiro.

E o Brasil é um país rico, muito rico…

As notícias que chegam das nossas guarnições fronteiriças são desoladoras. Não há quartéis; os regimentos de cavalaria não têm cavalos, etc.; etc.

— Mas que faz o governo, raciocina Brás Bocó, que não constrói quartéis e não compra cavalhadas?

O doutor Xisto Beldroegas, funcionário respeitável do governo acode logo:

— Não há verba; o governo não tem dinheiro.

— E o Brasil é um país rico; e tão rico é ele, que apesar de não cuidar dessas coisas que vim enumerando, vai dar trezentos contos para alguns latagões irem ao estrangeiro divertir-se com os jogos de bola como se fossem crianças de calças curtas, a brincar nos recreios dos colégios.

O Brasil é um país rico…


Glossário: 1. Calariça: preguiça, ociosidade; 2.Sarjeta: escoadouro de águas das chuvas que ficam à beira do meio-fio das calçadas; 3. Pasmosa: assombrosas, milagrosas, inauditas; 4. Regimento: conjunto de normas, disciplina, regime; 5. Guarnições: conjunto de tropas destinadas para fazer a proteção ou vigília de um determinado local, guarnecimento.


Fonte: Barreto, Lima. País Rico. Disponível em: https://www.culturagenial.com/ Acesso em 02 de abril de 2024. [Adaptado]

Na frase: “É o Brasil rico…”, por que o autor utiliza reticências após a palavra “rico”?

Alternativas
Q2587520 Português

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder às questões de 6 a 10.


A carteira


... De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:

– Olhe, se não dá por ela, perdia-a de uma vez.

– É verdade, concordou Honório envergonhado.


ASSIS, Machado de. A carteira. Disponível em: http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000169.pdf. Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento]

A função do sinal de reticências no texto é

Alternativas
Ano: 2024 Banca: MPE-GO Órgão: MPE-GO Prova: MPE-GO - 2024 - MPE-GO - Oficial de Promotoria |
Q2567659 Português
Não configura hipótese de uso das reticências:
Alternativas
Q2538482 Português
Pantanal

    Se, quando pensa em Pantanal, o que vem à sua mente são cenas de peões montados a cavalo, rebanhos enormes, descampados alagados e fazendas a perder de vista, não está totalmente errado. É possível, sim, encontrar cenas como as mostradas na novela transmitida em rede nacional na década de 90. Mas a região pantaneira não se resume a apenas isso.
    Com 210 mil km², o bioma ocupa um espaço equivalente à soma das áreas de Bélgica, Suíça, Portugal e Holanda. A graça da região é justamente o efeito surpresa. O cenário muda a todo tempo e o que você vai encontrar depende do momento em que chegar lá. A região mistura um pouquinho de Amazônia, de Cerrado, de Mata Atlântica, de Chaco paraguaio… Mas quem manda mesmo na paisagem é o sobe e desce dos rios.
    A partir de novembro chove mais e o nível das águas vai subindo, subindo e subindo, até encharcar o solo, alagar as regiões mais planas e cobrir a vegetação. É só depois de março que as águas começam a baixar de novo e os animais voltam a dar as caras, zanzando sem muita preocupação nas margens dos rios e nas estradas.
    O espetáculo da natureza se revela com jacarés, capivaras, lobinhos, tucanos, veados e tuiuiús, entre outras mais de 900 espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. O Pantanal não apenas encanta pelos cenários em constante transformação, mas também pela riqueza da sua biodiversidade, proporcionando uma experiência única e fascinante para aqueles que têm o privilégio de explorar essa imensidão.

Revista Azul, nº 101. Adaptado
Em “A região mistura um pouquinho de Amazônia, de Cerrado, de Mata Atlântica, de Chaco paraguaio…”, o uso de reticências (os três pontinhos) no final da frase, expressa:
Alternativas
Q2523977 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

A carteira

... De repente, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e que, sem o conhecer, lhe disse rindo:

– Olhe, se não dá por ela, perdia-a de uma vez.

– É verdade, concordou Honório envergonhado.

ASSIS, Machado de. A carteira. Disponível em: http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000169.pdf.
Acesso em: 3 maio 2024. [Fragmento]
A função do sinal de reticências no texto é
Alternativas
Q2483541 Português
Por que algumas pessoas gaguejam?


A dificuldade de completar as palavras e a repetição das sílabas pode ser explicada pela genética.

Priscilla Oliveira Silva Bomfim | 29/02/24



         Imagine a seguinte situação: você chega na escola depois das férias, um novo colega vem se apresentar e, assim que ele pronuncia as primeiras palavras, você percebe que ele gagueja. Será que ele está nervoso, com medo, tímido ou envergonhado? Afinal de contas, é o primeiro dia em uma nova escola, e qualquer pessoa pode se sentir um pouco insegura e ansiosa, não é mesmo? MAS/MAIS os dias vão passando e esse colega continua gaguejando. HORA/ORA, se já fez novos amigos e a ansiedade do primeiro dia de aula não existe mais, por que a gagueira não acabou?


        A gagueira é um distúrbio da fluência da fala. A pessoa gaga não completa com facilidade uma palavra ou tem tendência a repeti-la enquanto fala, demonstrando dificuldade para se expressar. Isso pode ser explicado por questões psicológicas e até mesmo por traumas que as pessoas que gaguejam sofreram. MAS/MAIS existem pessoas que gaguejam desde muito pequenas, e, nesses casos, a explicação pode ser genética!


       Diversos cientistas estudam como a fala é produzida e tentam entender por que algumas pessoas não conseguem falar com facilidade. Já se sabe, por exemplo, que a gagueira afeta mais os meninos do que as meninas. Outra descoberta interessante é que o MAL/MAU funcionamento de uma estrutura que temos no cérebro chamada gânglios da base – que, entre outras funções, é responsável pelo movimento dos músculos que produzem a nossa fala – pode contribuir para o fato de gaguejar.


       É muito importante que quem não sofre de gagueira contenha o impulso de completar as palavras ou frases da pessoa que gagueja. Isso gera mais estresse e insegurança, pode também causar constrangimento e fazer com que a pessoa evite falar ou fazer amizade.


      Muitas vezes, as pessoas que gaguejam desenvolvem comportamentos associados, impulsos que não conseguem controlar, como piscar, estalar a língua, desviar o olhar, fazer movimentos com a cabeça… Isso acontece quando a pessoa sente que está perdendo o controle por não estar conseguindo falar sem gaguejar.

 
        Por isso, é muito importante ser paciente com a dificuldade do outro. Afinal, todos somos diferentes e igualmente especiais! Se cooperamos uns com os outros, tudo fica mais fácil! 



BOMFIM, Priscilla Oliveira Silva. Por que algumas pessoas gaguejam?
Ciência Hoje das Crianças, 29 de fevereiro de 2024. Disponível em:
https://www.chc.org.br/artigo/por-que-algumas-pessoas-gaguejam/.
Acesso em: 30 mar. 2024. Adaptado.

As reticências foram empregadas no penúltimo parágrafo do texto para:
Alternativas
Q2464013 Português
Texto 03 para a questão.

Garantir a segurança escolar é um dos grandes desafios das instituições de ensino de todo o planeta. Infelizmente, todos os anos, a sociedade é impactada por notícias de ataques a colégios, entre outras questões delicadas. Diante de tantos fatos, o receio deixa pais, alunos, professores e demais profissionais da educação em estado de alerta.
O bem-estar de crianças e adolescentes em sala de aula depende da segurança no ambiente escolar. A adoção de medidas preventivas nas mais variadas esferas também deixa os pais e responsáveis bastante tranquilos. Enfim, todas essas iniciativas são essenciais para assegurar o êxito da relação ensino e aprendizagem.
Vale a pena lembrar que a segurança escolar vai muito além de evitar a violência e o acesso de pessoas estranhas ao local de ensino. Ela deve ser vista como sinônimo de acolhimento e de liberdade nesse espaço com o objetivo de permitir um desenvolvimento saudável a todos os estudantes.
A escola é peça-chave na formação de meninos e meninas. Trata-se do local em que passam a maior parte do dia em diferentes fases da vida, tornando-se também o ambiente em que ocorrem as primeiras experiências de socialização de muitos deles.

https://www.google.com/search?q=textos+sobre+seguran%C3%A7a+nas+escolas&sca_esv= Acesso em 19 de janeiro de 2024.
Sobre Pontuação, analise os itens abaixo:

I. “Infelizmente, todos os anos, a sociedade é impactada por notícias de ataques.”
II. “Enfim, todas essas iniciativas são essenciais...”
III. “...o receio deixa pais, alunos, professores e demais profissionais da educação em estado de alerta.”

Assinale a alternativa que indica a justificativa CORRETA sobre o emprego das vírgulas nos textos acima.
Alternativas
Ano: 2024 Banca: IBFC Órgão: IMBEL Provas: IBFC - 2024 - IMBEL - Advogado Empresarial | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista Contábil | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Recursos Humanos | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Orçamento | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Custos | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista Administrativo | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Analista de Sistemas | IBFC - 2024 - IMBEL - Analista Especializado - Comprador Técnico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Controle de Qualidade | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Materiais | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Produção | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro de Segurança do Trabalho | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Elétrico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Mecatrônica | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Meio Ambiente | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Metalurgia | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro em Telecomunicações | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Mecânico | IBFC - 2024 - IMBEL - Engenheiro - Engenheiro Químico | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista - Administrador | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista -Auditor | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista - Contador | IBFC - 2024 - IMBEL - Médico do Trabalho | IBFC - 2024 - IMBEL - Especialista -Tecnologia da Informação |
Q2393094 Português

Texto



Como as redes sociais alteram a nossa percepção de tempo (por Daniel Vila Nova)


(Texto adaptado exclusivamente para este concurso.O texto original está disponível em https://gamarevista.uol.com.br/sociedade/como-as-redessociais-alteram-a-nossa-percepcao-de-tempo/ ; 28 de Setembro de 2021 @GAMAREVISTACOMPORTAMENTOREDES SOCIAISSOCIEDADETEMPO)



   Da revolução industrial à digital, o tempo sempre foi modulado pela tecnologia. Entenda como a internet está moldando nossa relação com o relógio


   Do Facebook ao Instagram, do Twitter ao Tiktok, a presença dos aplicativos em nossas vidas é tamanha que vem alterando a maneira como entendemos e nos relacionamos com o tempo. Se antes as pessoas lidavam com o que estava ao alcance físico, hoje, com a possibilidade de uma rede que nos conecta instantaneamente a qualquer lugar ou informação do mundo, temos que lidar com diversos “agoras” — a conversa entre amigos no chat de celular, o e-mail do trabalho e/ou o feed da rede social, somado ao que acontece no espaço físico em que a pessoa está. (I. __________  À medida que – Na medida que) a nossa noção de tempo é (II. __________ fragmentado – fragmentada), a maneira com que percebemos e reagimos ao que ocorre ao nosso redor é (III.  __________ alterado – alterada).


   Para a socióloga britânica Rebecca Coleman, da Goldsmiths Universidade de Londres, as redes sociais e o mundo digital passaram a produzir “agoras” diferentes e não um único “agora” uniforme e coeso. Em suas pesquisas, ela se dedica a entender como esses diferentes presentes são moldados por meio de diversas plataformas e práticas. Rebecca indica que, com o advento do digital, passamos a lidar com ao menos três “agoras” diferentes — o agora em tempo real, o agora alongado e o agora eliminado.


   O mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem 


   Sabe-se que o agora em tempo real é exemplificado por notificações de mensagens e menções em redes sociais, como uma atividade digital que acontece de imediato e que costuma exigir uma resposta, independentemente do horário. Já o agora alongado, exemplificado por quando mexemos nas redes sociais e a atualizamos em busca de conteúdo, é uma ação constante, que nunca é finalizada. Por fim, o agora eliminado, exemplificado por quando buscamos o digital para passar o tempo, é um movimento que busca eliminar o tempo o mais rápido possível, geralmente quando estamos esperando algo acontecer no mundo físico. De acordo com a socióloga britânica, as definições por vezes se entrelaçam, mas ela entende que o mundo digital transformou o “agora” em um elemento com limites elásticos que se alongam e contraem, se expandem e condensam.


   Em um período em que tudo parece acontecer ao mesmo tempo, é natural a forma com que a humanidade encara o tempo e suas alterações. “A possibilidade de ter uma comunicação instantânea e constante aliada à disponibilidade de informações de maneira veloz afetam a nossa organização e percepção de tempo”, afirma André Cravo, professor da UFABC, psicólogo e pesquisador na área de neurofisiologia e cognição.


   Assim como em outras revoluções tecnológicas ao longo da história, a revolução digital alterou a maneira com que nossa sociedade lida com o conceito de tempo. Enquanto todos tentam se readaptar e entender qual é a nova estrutura temporal a ser seguida, as redes sociais parecem já ter sentido que atenção e tempo não só andam juntos, como também são extremamente lucrativos. (...)


   Estratégias para sequestrar sua atenção 


   As ferramentas utilizadas pelas redes sociais para manter o usuário no aplicativo são das mais variadas — feed infinito, tempo limitado em que postagens ficam disponíveis, timelines não cronológicas. Nada disso é por acaso, alerta Cravo. Na timeline cronológica, você consegue saber até onde consumiu o conteúdo e em que ponto pode encerrar sua visita no aplicativo. Ao quebrar essa ordem cronológica, perde-se a noção de quanto falta para ele ser finalizado. Quando estamos vendo um streaming, é só acabar um episódio que outro começa imediatamente. Da mesma forma, quando uma série ou um filme acabam, outros começam.


   A ideia, segundo o psicólogo, é criar a sensação de que aquela tarefa nunca se completa. Já em conteúdos que têm uma data de expiração, como os Stories do Instagram ou o Snapchat, há uma cobrança para que o usuário consuma aquele conteúdo o quanto antes. Aqui, o artifício é o de obrigar o usuário a prestar atenção ao tempo, fazendo com que se visite o aplicativo ao menos uma vez por dia. “Raramente é uma informação completamente imperdível, mas as redes já criam essa sensação de que estamos perdendo algo. Quando isso é potencializado com algo que pode ser perdido, é natural que isso nos afete.” De acordo com Cravo, qualquer tipo de manipulação que afete a relação temporal de alguém vai afetar também a percepção e a organização temporal. 

Em relação à pontuação, analise as afirmativas abaixo. Observe a sentença: “(...) temos que lidar com diversos ‘agoras’ — a conversa entre amigos no chat de celular, o e-mail do trabalho e/ou o feed da rede social”.

I. As reticências são usadas para suprimir um pensamento, uma ideia ou um fragmento do texto. 
II. As aspas são comumente utilizadas no início e no final de citações textuais. 
III. As vírgulas isolam o aposto “agoras”.

Estão corretas as afirmativas: 
Alternativas
Q2371970 Português
A última crônica 


   A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. 
     Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
    Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
    A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
    São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca- Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: “Parabéns pra você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido – vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
   Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.


(SABINO, Fernando. A companheira de viagem, Editora do Autor. Rio de Janeiro, 1965, pág. 174.)
O uso das reticências empregadas no 5º§ do texto visa 
Alternativas
Q2348376 Português
No diálogo abaixo, as reticências foram utilizadas para expressar:


— Eu queria te falar algo, mas...
— Mas o quê? Você parece nervoso.
— É que... bem... não sei como dizer.
Alternativas
Q2344115 Português
Sobre cartas e crateras


O que você salvaria se sua casa fosse desabar? Em situações emergenciais as pessoas geralmente tentam salvar documentos, dinheiro, joias, roupas e fotos. A vida é sempre o valor maior, e sua manutenção, motivo de alívio. Diz Andreza de Souza, 23, moradora da rua Capri, em São Paulo: “Eu queria pegar umas calcinhas, mas fiquei com vergonha do funcionário da Defesa Civil que me acompanhava. Ele me deu somente dois minutos, e só tinha tempo para levar minha escova de dentes, um edredom, duas calças jeans e uma blusa”.

— O que é que você levaria, se tivesse de abandonar sua casa às pressas? — perguntou o rapaz à namorada, depois de ler-lhe a notícia publicada na Folha.

Ela pensou um pouco.

— Acho que levaria a mesma coisa que essa moça: escova de dentes, edredom, calças jeans, blusa... E calcinha: eu não teria vergonha do funcionário. Prefiro ficar sem a vergonha do que sem as calcinhas.

— Só isso? — disse ele. — Só isso, você levaria?

Ela pensou um pouco:

— Não. Você tem razão, essas coisas são importantes, mas não suficientes. Eu pegaria meus documentos: a identidade, a carteira de trabalho... pegaria também a única joia que tenho, aquele colar que mamãe me deixou. Seria o caso de apanhar alguma grana, claro, mas dinheiro você sabe que eu não tenho, mesmo porque estou desempregada.

Ele ficou algum tempo em silêncio, e aí voltou à carga. E desta vez sua voz soava estranha, hostil mesmo:

— É isso, então? É isso que você levaria, se a sua casa estivesse a ponto de desabar?

Ela se deu conta de que alguma coisa estava incomodando o namorado, alguma coisa séria. Já pressentindo um bate-boca, perguntou em que, afinal, ele estava pensando. O que ela deveria ter mencionado, que não mencionara? O que havia esquecido?

— As cartas — disse ele, e a irritação agora transparecia em seu tom de voz. As cartas de amor que lhe escrevi.

Ela deu-se conta do erro que cometera: de fato, as cartas eram muito importantes para ele, sempre falava nelas. Mas também ela agora estava irritada, e disposta a partir para o confronto.

— Verdade, esqueci as cartas. Mas tenho de lhe dizer uma coisa: não sei onde estão essas cartas, simplesmente não sei. Você me conhece, sabe que sou desorganizada. Em dois minutos, não encontraria carta alguma. Provavelmente a casa desabaria, e eu morreria procurando. Você não havia de querer isso, certo? Você não quereria que eu morresse procurando essas suas cartas.

Ele agora estava pálido, pálido de ódio.

— Vou lhe dizer uma coisa — falou, por fim. — Se você não encontra minhas cartas, a razão é muito simples: você não me ama mais. E se você não me ama, a mim pouco importa o que iria lhe acontecer.

Levantou-se, e foi embora. Ela ficou pensando: há muitas crateras na vida, mas poucas são tão profundas quanto aquela em que o amor cai, quando desaba. Era isso que ela precisava dizer ao namorado. E decidiu que, naquele dia mesmo, lhe escreveria uma carta dizendo que, apesar das tragédias, a vida continua, e que, mesmo no fundo das crateras da vida, sempre resta uma esperança.


SCLIAR, Moacyr. Sobre cartas e crateras. Folha de S. Paulo. Disponível: https://www1.folha.uol.com.br/ fsp/cotidian/ff2201200707.htm. Acesso em: 7 ago. 2023. [Fragmento adaptado]
Em relação à construção do texto, é correto afirmar que
Alternativas
Q2314590 Português
A outra noite


       Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
          Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim:
            – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
           Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda.
            – Mas, que coisa...
        Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
          – Ora, sim senhor...
     E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.


(BRAGA, Rubem. In: Para gostar de ler – Volume II. São Paulo: Ática, 1992.)
Considerando o significado contextual e as regras de pontuação, analise as afirmativas a seguir.

I. O travessão usado antes de “pura, perfeita e linda.” (4º§) pode ser substituído por dois-pontos.
II. No segmento, “Depois que o meu amigo desceu do carro, [...]” (2º§), a expressão “o meu amigo” poderia estar entre vírgulas de acordo com a norma padrão da língua.
III. No trecho: “[...] como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.” (8º§), caso fosse acrescentado “ou seja algo maravilhoso”, a expressão “ou seja” deveria estar entre vírgulas.

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas
Q2288988 Português

Segundo Bechara, a respeito de pontuação, analise as assertivas abaixo: 


I. Pode-se entender pontuação de duas maneiras: a primeira abarca não só os sinais de pontuação propriamente ditos, mas o realce e a valorização do texto: título, rubricas, margens, escolha de espaços e de caracteres, entre outros. Na segunda, uma concepção mais restrita, a pontuação é constituída por uns tantos sinais gráficos.

II. Os parênteses ou colchetes denotam interrupção ou incompletude do pensamento (porque se quer deixar em suspenso, porque os fatos se dão com breve espaço de tempo intervalar ou porque o nosso interlocutor nos toma a palavra) ou hesitação em enunciá-lo.

III. O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pausa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as reticências. É empregado ainda, sem ter relação com a pausa oracional, para acompanhar muitas palavras abreviadas. 


Quais estão corretas? 

Alternativas
Respostas
1: A
2: C
3: A
4: C
5: E
6: C
7: A
8: A
9: A
10: B
11: B
12: A
13: C
14: C
15: D
16: C
17: B
18: A
19: C
20: D