Questões de Português - Uso do ponto, do ponto de exclamação e do ponto de interrogação para Concurso

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Q519051 Português

      Nos últimos doze anos, o Brasil venceu desafios que antes eram vistos como fatalidades com as quais estávamos condenados a conviver para sempre. Superamos a extrema pobreza e a fome. Por outro lado, tem sido utilizada a imagem de que a vida melhorou significativamente da porta de casa para dentro, enquanto do lado de fora, seja nas ruas ou nos campos, persiste grande precariedade dos serviços e bens públicos ofertados, acarretando enormes dificuldades ao dia a dia da população – principalmente das camadas mais pobres. Se o governo reeleito declara que o Brasil sem Miséria se encerra tendo cumprido sua missão, baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda, não há dúvida sobre a necessidade de continuar avançando, abrindo um novo ciclo de enfrentamento da pobreza e da desigualdade.

      Nesse novo ciclo, os esforços devem se voltar prioritariamente para melhorar a qualidade de vida de grande parte da população. E isso não se faz com megaprojetos ou megaeventos, mas com um modelo de desenvolvimento que priorize a cidadania e o direito ao acesso a serviços públicos de qualidade e a cidades sustentáveis, com foco especial na inclusão daqueles que vivem em situação de pobreza.

      Não se trata de contrapor universalização e focalização. Trata-se de realizar ações afirmativas porque a universalização não se confirma na prática justamente pelas dificuldades de acesso daqueles que são socialmente mais vulneráveis. Apesar dos preconceitos que a prioridade sobre a correção de injustiças pode gerar – vide reações a cotas e ao Bolsa Família –, o reconhecimento de que os mais pobres são aqueles que, tradicionalmente, ficam por último faz que se imponha aqui o preceito da equidade, uma vez que atender igualmente os desiguais poderia resultar na manutenção de desigualdades, pondo em xeque o objetivo maior da universalização de direitos.

      Mesmo com os avanços na última década, o déficit ainda é de grande monta, e a população mais pobre continua a sofrer duramente o alijamento ou o reduzido acesso a serviços essenciais e, quando deles dispõe, na maior parte das vezes a qualidade oferecida é extremamente deficiente. Por exemplo, um trabalhador que more na Baixada Fluminense e trabalhe no centro do Rio de Janeiro pode ter sua jornada para o trabalho acrescida de seis horas, pela precariedade dos transportes. A crise hídrica do estado de São Paulo, por sua vez, está castigando mais severamente os bairros pobres da capital. E os  homicídios em todo o país vitimam majoritariamente jovens negros e pobres.

                                   SIMPSON, M.D. e MENEZES, F. Serviços públicos para redução da pobreza e da desigualdade.

                                                             In: Le Monde Diplomatique Brasil, Edição 90, janeiro de 2015. Disponível em:

                                                            <http;//www.diplomatique.org.br/antigo.php?id=1484>. Acesso em 02/06/2015. 

Considerando a leitura do quarto parágrafo do texto, bem como as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa, analise as assertivas abaixo.


I. A troca de “a população” por “as populações” exigirá a flexão em número de somente mais dois termos da frase, a fim de manter a correção gramatical quanto à concordância.

II. A estrutura “Por exemplo” pode ser deslocada para diferentes lugares da frase, como após os verbos “more” ou “trabalhe”, sem que isso prejudique a organização das ideias do parágrafo.

III. É essencial à organização adequada das ideias do parágrafo o uso do ponto-final antes de “E os homicídios em todo o país [...]”.

IV. Na última frase do parágrafo, a expressão “todo o país” não pode ter o artigo “o” suprimido, pois isso representará prejuízo ao sentido original do fragmento.


É correto o que se afirma em

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Q517365 Português
Qual o limite do humor?

           Fazer rir é uma arte e como em toda arte há bons artistas e maus artistas. Há bons músicos e maus músicos, há bons pintores e maus pintores, há bons humoristas e maus humoristas. O estranho é que, mesmo assim, quando publicam uma música de mau gosto, que transforma a mulher em objeto sexual, por exemplo, não se fala em proibi‐la, retirá‐la de circulação; quando o artista elabora uma pintura obscena, que ofende os bons costumes, às vezes vira vanguardista, transgressor, e faz sucesso. O humorista, por outro lado, é o alvo da vez.
          Talvez porque haja exageros. No pretexto de fazer humor, piadistas chegam a extravasar essa esfera e atingir a dignidade, a reputação e a imagem alheia, causando danos sociais muitas vezes irreparáveis.  
          Há um forte argumento que diz que a piada com base em diferenças físicas, de sexo, de orientação sexual e congêneres reflete o preconceito das elites e das maiorias em desfavor dos oprimidos. Será? Sei que um erro não justifica outro, mas é fato que o humor sempre foi assim e, até pouquíssimo tempo atrás, ninguém processava humoristas por piadas de mau gosto. “Os Trapalhões" era recheado de piadas infames e racistas por meio do Mussum e contra os calvos tendo como alvo Zacarias. E Renato Aragão é, até hoje, embaixador da ONU. O acesso à justiça e a luta por direitos representa um enorme avanço social que o Brasil conseguiu nos últimos anos, mas algo mudou de lá para cá na sociedade em si?
          Instigado o debate, deixo minha contribuição: penso que o limite do humor é a individualidade. Não se pode tolher o humorista de fazer graça com diferenças genéricas, atribuíveis a pessoas indeterminadas. Há abuso a ser coibido, contudo, a partir do momento em que o comediante aponta especificamente o “Fulano de Tal" e, com base em uma característica que lhe é própria, tira sarro, diminui, ridiculariza aquela pessoa determinada. Aí cabe ao Poder Judiciário impor as sanções cabíveis para desincentivar condutas desse jaez. De resto, que se permita o humor para alegrar nossas vidas.

(SUBI, Henrique. Disponível em: http://www.estudeatualidades.com.br/2013/11/qual‐o‐limite‐do‐humor/. Acesso em: 05/12/2014. Adaptado.)
Em “O acesso à justiça e a luta por direitos representa um enorme avanço social que o Brasil conseguiu nos últimos anos, mas algo mudou de lá para cá na sociedade em si?” (3º§), o ponto de interrogação ( ? ) foi utilizado para
Alternativas
Q515175 Português
Uma empresa de bebidas fez um pequeno texto publicitário em que dizia o seguinte:

DÊ,
MAIS,
PAUSAS
NA,
SUA,
VIDA.

A afirmativa correta sobre a composição desse texto publicitário é:
Alternativas
Q515174 Português
Imagem associada para resolução da questão


Na grafia da fala do personagem da charge há a utilização de sinais de pontuação e de sinais gráficos; a afirmativa correta sobre a presença desses sinais é:
Alternativas
Q515070 Português
    O primeiro... problema que as árvores parecem propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. Desejaríamos que falassem, como falam os animais, como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as pedras reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em que todos os seres têm pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um silêncio que não está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma composição social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que está na linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo.
    Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo. Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo até o quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto.
    De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da Árvore. Vemos através desse documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca de Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina todo o quadro, e a confusão de homens, cães e animal acuado constitui um incidente mínimo, decorativo. Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pintor do que o fundo natural em que ela se desenvolve.
    O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escrever: "Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cuidadosamente a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo estudo... Se o fim da pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos, hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente do proporcionado pelo espetáculo das coisas naturais". Renunciamos assim às árvores, ou nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, que elas, polidamente, se permitem ignorar.


                                                (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. "A árvore e o homem", em
                                                                           Passeios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8)

Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do texto.

I. No segmento ...genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título... (3o parágrafo), a vírgula pode ser corretamente suprimida, uma vez que é seguida da conjunção aditiva "e".

II. No segmento ...nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo... (2o parágrafo), o ponto final pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula, feita a alteração entre maiúscula e minúscula.

III. No segmento ...seduz mais o pintor do que o fundo natural... (3o parágrafo), o acréscimo de uma vírgula imediatamente após "pintor" acarretaria a separação equivocada do verbo e seu complemento.

Está correto o que se afirma APENAS em
Alternativas
Respostas
746: A
747: D
748: B
749: D
750: C