Questões de Concurso
Sobre uso dos conectivos em português
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A Rússia planeja lançar cinco novos navios de pesquisa
polar como parte de um esforço de US$ 975 milhões para
reafirmar a sua presença na Antártida na próxima década.
Segundo o blog Science Insider, da revista Science, um
documento do governo estabelece uma agenda de prioridades
para o continente gelado até 2020. A principal delas é a
reconstrução de cinco estações de pesquisa na Antártida, para
realizar estudos sobre mudanças climáticas, recursos pesqueiros
e navegação por satélite, entre outros. A primeira expedição
da extinta União Soviética à Antártida aconteceu em 1955 e,
nas três décadas seguintes, a potência comunista construiu
sete estações de pesquisa no continente. A Rússia herdou as
estações em 1991, após o colapso da União Soviética, mas
pouco conseguiu investir em pesquisa polar depois disso. O documento
afirma que Moscou deve trabalhar com outras nações
para preservar a "paz e a estabilidade" na Antártida, mas
salienta que o país tem de se posicionar para tirar vantagem
dos recursos naturais caso haja um desmembramento territorial
do continente.
(Pesquisa Fapesp, dezembro de 2010, no 178, p. 23)
O segmento grifado na frase acima tem sentido
Os fragmentos contidos no item seguinte, na ordem em que são apresentados, são trechos sucessivos e adaptados do livro Visão do Paraíso, de Sérgio Buarque de Holanda (São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 315-25). Julgue-o quanto à correção gramatical.
Logo que a notícia chegou aos navios, foi como se uma verdadeira graça dos céus caísse sobre aqueles homens, nem faltou quem se sentisse curado só com ver as frutas.
Os fragmentos contidos nos itens seguintes, na ordem em que são apresentados, são trechos sucessivos e adaptados do livro Visão do Paraíso, de Sérgio Buarque de Holanda (São Paulo: Brasiliense, 2000, p. 315-25). Julgue-os quanto à correção gramatical.
Bons céus, constelações felizes, são atributos, esses, tão inevitáveis quanto os dos bons ares das narrativas elogiosas que os viajantes devotavam às terras ignotas.
O crescimento das cidades
médias, aquelas com mais de 100.000 e menos de 500.000 habitantes, é o grande
fenômeno nacional. Na próxima década, a catarinense Joinville, a gaúcha Caxias
do Sul, Niterói e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e Santos e São José
do Rio Preto, em São Paulo, devem ombrear com Londrina, no Paraná. No sertão
nordestino, a pernambucana Petrolina e a paraibana Campina Grande já se
comportam como metrópoles. Há vários casos de cidades médias que crescem a um
ritmo chinês, como a paulista Hortolândia, a paraense Marabá e Angra dos Reis e
Cabo Frio, estas no Rio de Janeiro. Um estudo da socióloga Diana Motta e
do economista Daniel da Mata, ambos do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, nos últimos dez
anos, elas se converteram no verdadeiro motor do desenvolvimento brasileiro.
Para se ter uma ideia, entre 2002 e 2007 o produto interno bruto cresceu a uma
taxa de 4% ao ano. O das cidades médias contribuiu, em média, 5,4% ao ano -
quase o dobro do crescimento verificado nos municípios grandes. Donas de um parque
industrial e um setor de serviços mais pujantes, elas respondem, agora, por 28%
da economia nacional.
Hoje, um em cada quatro brasileiros vive em
cidades médias. O dinamismo constatado pelos dois pesquisadores é um sinal
inequívoco de progresso. "A
evolução das cidades médias indica que o Brasil está superando uma deficiência
histórica: a concentração da riqueza nos grandes centros situados ao longo do
litoral", diz o economista Danilo Igliori, da Universidade de São Paulo.
No século XVII, frei Vicente do Salvador, considerado o primeiro historiador do
país, condenava o modelo de ocupação do território. "Contentam-se de andar
arranhando (as terras) ao longo do mar como caranguejos", escreveu em sua História do Brazil, publicada em 1630. Somente durante
o milagre econômico dos anos 70 o governo federal percebeu que algumas cidades
médias tinham se tornado polos econômicos regionais, atraíam contingentes de imigrantes
e precisavam adotar políticas específicas para não enfrentar processos de favelização
semelhantes aos vividos por São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto rendeu
frutos. Embora abriguem bolsões de pobreza, esses municípios obtiveram melhores
resultados na preservação de seu tecido urbano.
Em meados dos anos 90, os investidores
depararam com capitais estranguladas e resolveram interiorizar suas operações industriais
e comerciais. Hoje, de cada real produzido nas fábricas brasileiras, 44
centavos são provenientes de unidades instaladas em cidades médias. Um dos
resultados da expansão econômica foi o aumento vertiginoso do setor de
serviços. Tais mudanças conferiram tanta independência às cidades médias que
60% delas não precisam ter maiores vínculos com a região metropolitana da
capital de seu Estado.
(ESPECIAL CIDADES MÉDIAS. Veja, 1 de setembro de 2010, pp. 78-80, com adaptações.)
Com outras palavras, a mesma ideia está expressa com correção e clareza em:
O crescimento das cidades
médias, aquelas com mais de 100.000 e menos de 500.000 habitantes, é o grande
fenômeno nacional. Na próxima década, a catarinense Joinville, a gaúcha Caxias
do Sul, Niterói e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e Santos e São José
do Rio Preto, em São Paulo, devem ombrear com Londrina, no Paraná. No sertão
nordestino, a pernambucana Petrolina e a paraibana Campina Grande já se
comportam como metrópoles. Há vários casos de cidades médias que crescem a um
ritmo chinês, como a paulista Hortolândia, a paraense Marabá e Angra dos Reis e
Cabo Frio, estas no Rio de Janeiro. Um estudo da socióloga Diana Motta e
do economista Daniel da Mata, ambos do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, nos últimos dez
anos, elas se converteram no verdadeiro motor do desenvolvimento brasileiro.
Para se ter uma ideia, entre 2002 e 2007 o produto interno bruto cresceu a uma
taxa de 4% ao ano. O das cidades médias contribuiu, em média, 5,4% ao ano -
quase o dobro do crescimento verificado nos municípios grandes. Donas de um parque
industrial e um setor de serviços mais pujantes, elas respondem, agora, por 28%
da economia nacional.
Hoje, um em cada quatro brasileiros vive em
cidades médias. O dinamismo constatado pelos dois pesquisadores é um sinal
inequívoco de progresso. "A
evolução das cidades médias indica que o Brasil está superando uma deficiência
histórica: a concentração da riqueza nos grandes centros situados ao longo do
litoral", diz o economista Danilo Igliori, da Universidade de São Paulo.
No século XVII, frei Vicente do Salvador, considerado o primeiro historiador do
país, condenava o modelo de ocupação do território. "Contentam-se de andar
arranhando (as terras) ao longo do mar como caranguejos", escreveu em sua História do Brazil, publicada em 1630. Somente durante
o milagre econômico dos anos 70 o governo federal percebeu que algumas cidades
médias tinham se tornado polos econômicos regionais, atraíam contingentes de imigrantes
e precisavam adotar políticas específicas para não enfrentar processos de favelização
semelhantes aos vividos por São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto rendeu
frutos. Embora abriguem bolsões de pobreza, esses municípios obtiveram melhores
resultados na preservação de seu tecido urbano.
Em meados dos anos 90, os investidores
depararam com capitais estranguladas e resolveram interiorizar suas operações industriais
e comerciais. Hoje, de cada real produzido nas fábricas brasileiras, 44
centavos são provenientes de unidades instaladas em cidades médias. Um dos
resultados da expansão econômica foi o aumento vertiginoso do setor de
serviços. Tais mudanças conferiram tanta independência às cidades médias que
60% delas não precisam ter maiores vínculos com a região metropolitana da
capital de seu Estado.
(ESPECIAL CIDADES MÉDIAS. Veja, 1 de setembro de 2010, pp. 78-80, com adaptações.)
A relação sintático-semântica que se estabelece entre as orações do período acima é, respectivamente, de
nas novelas. Para ter público, a novela precisa dispor de personagens
de todas as classes sociais, explicava ela, o que exige
uma trama complexa. Acrescento: a mobilidade social é decisiva
nas novelas e se dá sobretudo pelo amor entre ricos e
pobres. Provavelmente as novelas exibam casos de ascensão
social pelo amor - genuíno ou fingido - em proporção maior que
a vida real .... Mas a novela não é um retrato do Brasil, ou melhor,
é sim, mas como aqueles retratos antigos do avô e da avó,
fotografados em preto e branco, mas, depois, cuidadosamente
retocados e coloridos. O fundo é real. A tela: ideais, sonhos,
fantasias.
Novelas vivem de conflitos. Eles são movidos, quase
todos, pela oposição do bem e do mal. Esse confronto dramático
nos empolga. Talvez por isso a democracia não nos
empolgue tanto, no seu dia a dia: porque, nela, os conflitos são
a norma e não a exceção. Ela é o único regime em que divergir,
sem ter de se explicar e justificar, é legítimo. Quando uma
democracia funciona bem, não escolhemos em razão da honestidade
e competência - que deveriam existir nos dois ou mais
lados em concorrência - mas com base nos valores que preferimos,
por exemplo, liberalismo ou socialismo. Mas nossa
tendência, mesmo nas democracias, é converter as eleições em
lutas do bem contra o mal. É demonizar o adversário, transformá-
lo em inimigo. Creio que isso explica por que a democracia,
uma vez instalada, empolga menos que a novela. De
noite, dá mais prazer reeditar o *ágon milenar do bem e do mal,
do que aceitar que os conflitos fazem parte essencial da vida e,
portanto, as duas partes podem ter alguma razão. Aliás, há
muitos séculos que é encenada essa situação de confronto
irremediável entre dois lados que têm razão: desde os gregos
antigos, tem o nome de tragédia. A democracia é uma tragédia
sem final infeliz - ou, talvez, sem final.
As novelas recompensam, em geral, os bons. Mas eles
são bons só na vida privada. É difícil alguém se empenhar em
melhorar a cidade, a sociedade. As personagens boas são
afetuosas, solidárias, mas não têm vida pública. As personagens
más são menos numerosas, mas são indispensáveis.
Condimentam a trama. Seu destino é mais variado, e assim
deve ser, se quisermos uma boa novela. Não podem ser todas
punidas, nem sair todas impunes.
* ágon - elemento de origem grega: assembleia; local onde se realizam
jogos sacros e lutas; luta.
(Trecho do artigo de Renato Janine Ribeiro. O Estado de S.
Paulo, C2+música, D17, 11 de setembro de 2010, com
adaptações.)
As frases acima, do final do texto, se organizam de modo lógico, claro e correto em um único período, sem alteração do sentido original, em:
Julgue os seguintes itens, a respeito dos sentidos e da organização
do texto acima.
A respeito da organização das estruturas linguísticas e das ideias do
texto, julgue os itens a seguir.
Considerando a organização das ideias e estruturas linguísticas
do texto, julgue os seguintes itens.