Questões de Concurso
Sobre vocativo e termos acessórios da oração: adjunto adnominal, diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal, adjunto adverbial e aposto em português
Foram encontradas 1.982 questões
I - Em dizia que quem morria passava para outro tempo (L. 01-02), tem a função de sujeito da oração de que faz parte.
II - Em que mesmo quando não é clara (L. 14-15), introduz uma oração com valor explicativo.
III - No trecho ou um sentido que faça sentido (L. 19-20), introduz uma oração com função de aposto.
IV - Em o mesmo que dizia o Becket (L. 47-48), tem a função de objeto direto da oração de que faz parte.
Quais estão corretas?
Em relação às ideias e à estrutura linguística do texto acima, julgue os itens a seguir.
Nas linhas 8 e 9, a expressão “em família e na escola", juntamente com as vírgulas que a intercalam, poderia ser transposta, sem prejuízo da correção gramatical e sem alteração do sentido original, para as seguintes posições dentro do período: ou imediatamente após a palavra “dedicarmos", ou imediatamente após a palavra “ensinar".
Um peixe
Virou a capanga de cabeça para baixo, e os
peixes espalharam-se pela pia. Ele ficou olhando, e
foi então que notou que a traíra ainda estava viva. Era
o maior peixe de todos ali, mas não chegava a ser
grande: pouco mais de um palmo. Ela estava
mexendo, suas guelras mexiam-se devagar, quando
todos os outros peixes já estavam mortos. Como que
ela podia durar tanto tempo assim fora d'água?...
Teve então uma ideia: abrir a torneira, para ver o que acontecia. Tirou para fora os outros peixes: lambaris, chorões, piaus; dentro do tanque deixou só a traíra. E então abriu a torneira: a água espalhou-se e, quando cobriu a traíra, ela deu uma rabanada e disparou, ele levou um susto – ela estava muito mais viva do que ele pensara, muito mais viva. Ele riu, ficou alegre e divertido, olhando a traíra, que agora tinha parado num canto, o rabo oscilando de leve, a água continuando a jorrar da torneira. Quando o tanque se encheu, ele fechou-a.
– E agora? – disse para o peixe. – Quê que eu faço com você?...
Enfiou o dedo na água: a traíra deu uma corrida, assustada, e ele tirou o dedo depressa.
– Você tá com fome?... E as minhocas que você me roubou no rio? Eu sei que era você; devagarzinho, sem a gente sentir... Agora está aí, né?... Tá vendo o resultado?...
O peixe, quieto num canto, parecia escutar.
Podia dar alguma coisa para ele comer. Talvez pão. Foi olhar na lata: havia acabado. Que mais? Se a mãe estivesse em casa, ela teria dado uma ideia – a mãe era boa para dar ideias. Mas ele estava sozinho. Não conseguia lembrar de outra coisa. O jeito era ir comprar um pão na padaria. Mas sujo assim de barro, a roupa molhada, imunda? – Dane-se – disse, e foi.
Era domingo à noite, o quarteirão movimentado, rapazes no footing , bares cheios. Enquanto ele andava, foi pensando no que acontecera. No começo fora só curiosidade; mas depois foi bacana, ficou alegre quando viu a traíra bem viva de novo, correndo pela água, esperta. Mas o que faria com ela agora? Matá-la, não ia; não, não faria isso. Se ela já estivesse morta, seria diferente; mas ela estava viva, e ele não queria matá-la. Mas o que faria com ela? Poderia criá-la; por que não? Havia o tanquinho do quintal, tanquinho que a mãe uma vez mandara fazer para criar patos. Estava entupido de terra, mas ele poderia desentupi-lo, arranjar tudo; ficaria cem por cento. É, é isso o que faria. Deixaria a traíra numa lata d'água até o dia seguinte e, de manhã, logo que se levantasse, iria mexer com isso.
Enquanto era atendido na padaria, ficou olhando para o movimento, os ruídos, o vozerio do bar em frente. E então pensou na traíra, sua trairinha, deslizando silenciosamente no tanque da pia, na casa escura. Era até meio besta como ele estava alegre com aquilo. E logo um peixe feio como traíra, isso é que era o mais engraçado.
Toda manhã – ia pensando, de volta para casa
– ele desceria ao quintal, levando pedacinhos de pão
para ela. Além disso, arrancaria minhocas, e de vez
em quando pegaria alguns insetos. Uma coisa que
podia fazer também era pescar depois outra traíra e
trazer para fazer companhia a ela; um peixe sozinho
num tanque era algo muito solitário.
A empregada já havia chegado e estava no portão, olhando o movimento. – Que peixada bonita você pegou...
– Você viu?
– Uma beleza... Tem até uma trairinha.
– Ela foi difícil de pegar, quase que ela escapole; ela não estava bem fisgada.
– Traíra é duro de morrer, hem?
– Duro de morrer?... Ele parou.
– Uai, essa que você pegou estava vivinha na hora que eu cheguei, e você ainda esqueceu o tanque cheio d'água... Quando eu cheguei, ela estava toda folgada, nadando. Você não está acreditando? Juro. Ela estava toda folgada, nadando.
– E aí?
–Aí? Uai, aí eu escorri a água para ela morrer; mas você pensa que ela morreu? Morreu nada! Traíra é duro de morrer, nunca vi um peixe assim. Eu soquei a ponta da faca naquelas coisas que faz o peixe nadar, sabe? Pois acredita que ela ainda ficou mexendo? Aí eu peguei o cabo da faca e esmaguei a cabeça dele, e foi aí que ele morreu. Mas custou, ô peixinho duro de morrer! Quê que você está me olhando?
– Por nada.
– Você não está acreditando? Juro; pode ir lá na cozinha ver: ela está lá do jeitinho que eu deixei. Ele foi caminhando para dentro.
– Vou ficar aqui mais um pouco
– disse a empregada.
– depois vou arrumar os peixes, viu?
– Sei.
Acendeu a luz da sala. Deixou o pão em cima da mesa e sentou-se. Só então notou como estava cansado.
(VILELA, Luiz. . O violino e outros contos 7ª ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 36-38.)
VOCABULÁRIO:
Capanga: bolsa pequena, de tecido, couro ou plástico, usada a tiracolo.
Footing :passeio a pé, com o objetivo de arrumar namorado(a).
Guelra: estrutura do órgão respiratório da maioria dos animais aquáticos.
Vozerio: som de muitas vozes juntas.
A hipocrisia é uma característica comum dos impérios,
mas alguns exageram. Quando a rainha Vitória se declarou chocada
com os bárbaros chineses em revolta contra os ingleses,
no fim do século XIX, não mencionou que a revolta era uma
reação dos chineses à obrigação de importar o ópio que os
ingleses plantavam na Índia, tendo destruído sua agronomia no
processo.
Os ingleses obrigavam os hindus a abandonarem culturas
tradicionais para produzir o ópio e foram à guerra para
obrigar os chineses a consumi-lo, num momento particularmente
bárbaro de sua história.
Havia sempre bárbaros convenientes nas fronteiras dos
impérios: orientais fanáticos, monstros primitivos, tiranos sanguinários.
Legitimavam a conquista colonial, transformando-a
em missão civilizadora, enobreciam a raça conquistadora pelo
contraste e – em episódios como o da Guerra do Ópio – disfarçavam
a barbaridade maior dos civilizados alegando a truculência
já esperada de raças inferiores.
As razões do mais forte continuam chamando-se razões
históricas. As razões dos mais fracos são “protestos raivosos
desses bárbaros rebeldes”, que teimam em se opor à sua dominação
pelos mais fortes. E como são os vencedores que se
encarregam de contar a História...
(Adaptado de Luís Fernando Veríssimo, O mundo é bárbaro)
Preenchem corretamente as lacunas do enunciado acima, respectivamente:
Preenchem corretamente as lacunas do enunciado acima, respectivamente:
A afirmativa INCORRETA a respeito do segmento acima é:
Com relação às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.
Com base no texto acima, julgue os itens a seguir.
“isso existe às pampas.” (L. 37)
Quais as locuções destacadas que encerram, respectivamente, as mesmas circunstâncias das destacadas nos trechos transcritos acima?
Não haveria prejuízo para os sentidos ou para a correção gramatical do texto caso o advérbio “primordialmente" (l.1) fosse deslocado, com as vírgulas que o isolam, para imediatamente antes da forma verbal “tem" (l.1).
Aos acontecimentos citados no primeiro parágrafo do texto estão relacionadas expressões indicativas de tempo, tais como “um ano mais tarde" e “seis meses depois", que exercem a função de adjuntos adverbiais de tempo.
“O produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo significativo, qualquer que seja sua extensão [...], uma sequência verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Em outras palavras, um texto só é um texto quando pode ser compreendido como unidade significativa global.”
PCN, 2000, p. 21.
Segundo Costa Val (1999), “A coesão é a manifestação linguística da coerência, advém da maneira como os conceitos e relações subjacentes são expressos na superfície textual. Responsável pela unidade formal do texto, a coesão constrói-se através de mecanismos gramaticais (...) e lexicais.”
Em uma turma de 4º ano do Ensino Fundamental, a professora percebeu que os textos produzidos por seus alunos apresentavam problemas de coesão, o que comprometia a compreensão. Decidida a resolver o problema, ela promoveu atividades voltadas para o bom uso de alguns elementos gramaticais de coesão textual, tais como
A respeito do período acima, analise os itens a seguir:
I. A palavra que se classifica como preposição.
II. Há no período três adjuntos adverbiais.
III. O período é simples.
Assinale: