Questões de Pedagogia - Alfabetização e Letramento para Concurso

A literatura infantil contribui para o desenvolvimento da linguagem, da criatividade e da descoberta do mundo imaginário. Sobre a leitura de histórias em voz alta para crianças pequenas, é possível inferir que:

I. Contribui para a formação de um ritmo de leitura mais homogêneo, proporcionando que as crianças possam ir compreendendo as diferenças entre a aprendizagem da escrita e da leitura, já que a aprendizagem da leitura é mais lenta.

II. Interfere no desenvolvimento dos aspectos linguísticos, pois influencia a capacidade da criança em diferenciar os aspectos simbólicos presentes na linguagem escrita e oral.

III. Auxilia a compreensão das funções e da estrutura da linguagem escrita e pode vir a ser uma ponte entre a linguagem oral e a linguagem escrita.

Está(ão) CORRETO(S):

Leia os textos a seguir.

Sala de aula A

A professora conduz a leitura de um texto do universo infantil (poema, música, parlenda, literatura) e realiza diferentes atividades de exploração do texto. Depois convida os alunos para ler com ela (leitura coletiva). A seguir explora palavras do texto (rimas, aliterações, significados) e desperta a atenção para a forma escrita. Os alunos imitam os personagens, dramatizam a história, têm contato direto com o livro para leitura individual; desenham e realizam tentativa de escrita do nome dos personagens da história, sob a mediação da professora.

Sala de aula B

Início da aula: Os alunos são recebidos pela professora, que recolhe a tarefa do dia anterior e organiza a agenda com a tarefa do dia seguinte, enquanto as crianças brincavam e conversavam entre si. Depois a professora canta música infantil. Em seguida, introduz a consoante a ser estudada no dia. Apresenta um cartaz com gravuras cujo nome começa com a letra estudada. As crianças repetem o nome da gravura, o nome e o som (fonema) da letra. Depois as crianças são convidadas a identificar a letra no quadro repetindo seu nome e fazendo o traçado; a seguir elas circulam e copiam a letra no espaço designado.

Albuquerque, E. B. C. e Leite, T. M. R. Exploração das letras na Educação Infantil. In: Brandão, A. C. P e Rosa, E. C. de S. (Orgs.). Ler e escrever na educação infantil: discutindo práticas pedagógicas. 2ª edição. Belo Horizonte. Ed. Autêntica. 2021 (pag.98). [Adaptado].

Qual das práticas pedagógicas acima está coerente com as determinações presentes nas Diretrizes Nacionais de Educação Infantil (2010)?

Leia o texto a seguir.

Ao participar de diferentes práticas sociais de leitura, as crianças têm a oportunidade de conhecer as diferentes funções da escrita, elas criam e inventam situações e imitam os adultos ao manusear os textos. Em contato com material escrito, elas tentam realizar “leituras” diversas, mesmo sem saber ler: inventam textos a partir das imagens, e procuram antecipar o que está escrito em convites, anúncios, embalagens e livros literários.

Na brincadeira de faz-de-conta, sugerir o registro (escrita espontânea) de listas de compras, convite para festa, recados para familiares, dentre outras atividades configuram oportunidades em que a criança vivencia experiências com diferentes tipos de gêneros textuais, finalidade e destinatários.

Brandão, A. C. P. e Leal, T. F. Alfabetizar e letrar na Educação Infantil: o que isso significa? In: Brandão, A. C. P e Rosa, E. C. de S. (Orgs.). Ler e escrever na educação infantil: discutindo práticas pedagógicas. 2ª edição. Belo Horizonte. Ed. Autêntica. 2021, pag.26. [Adaptado].

Inserir a criança em práticas de leituras, como as citadas acima,

Estudos da Psicogênese da Língua Escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), apresentam que, desde bem pequenas, as crianças tentam imitar o ato de escrever; referente aos primeiros registros das crianças, denominados rabiscos e garatujas, há relatos de dois tipos:

- Traços ondulados contínuos do tipo de uma série de “emes”.

- Pequenos círculos ou linhas verticais em sequência.

Os grafismos e sua evolução foram acompanhados pelas autoras delineando importantes revelações sobre como se configura o processo de aquisição da escrita pela criança. As autoras classificam o desenvolvimento e aprendizagem da escrita em Níveis de evolução da escrita. Em relação aos primeiros registros, acima relatados, as autoras apontam que

A alfabetização defendida por Freire (1989) é mais ampla do que apenas o domínio do código escrito. Para o autor, a alfabetização enquanto prática discursiva, possibilita a leitura crítica da realidade e um resgate do cidadão na busca por melhores condições de vida. Ao se defender que, antes mesmo de acessar e decodificar os códigos linguísticos, o sujeito deva ler o seu contexto. Com base nisso, há uma referência ao conceito de: