Questões de Concurso
Sobre teorias e práticas para o ensino de história em pedagogia
Foram encontradas 623 questões
( ) A flexibilidade nas estratégias de ensino, de acordo com os PCN, é essencial para atender à diversidade de aprendizagem dos alunos.
( ) Os PCN preconizam que a abordagem de temas transversais é dispensável para o desenvolvimento integral dos estudantes.
( ) A interdisciplinaridade, conforme orientação dos PCN, é desencorajada na condução das aulas das diferentes disciplinas.
( ) A valorização da cultura local e regional é essencial para o ensino de História e Geografia, de acordo com as diretrizes dos PCN.
( ) As orientações dos PCN para Educação Física incluem apenas atividades esportivas, excluindo outras manifestações corporais e expressivas.
Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, considerando as afirmativas de cima para baixo.
Texto II
No início do século XXI, o Haiti, pioneiro nas lutas pela abolição, pela independência e pela república, comemorou duzentos anos de autonomia política, porém sob intervenção militar estrangeira. Nesses dois séculos, a pátria de Louverture foi devastada por catástrofes naturais e políticas. Furacões, ocupação estrangeira, secas, ditaduras sanguinárias, massacres e corrupção marcaram a história do país. Entre 1950 e 2005, os indicadores sociais e econômicos haitianos permaneceram muito negativos e o país tornou-se o mais pauperizado da América Latina.
PESCHANSKI, João Alexandre. Haiti. USP: Portal contemporâneo da América Latina e Caribe, São Paulo, 15/06/2017. Disponível em: https://sites.usp.br/portalatinoamericano/espanol-haiti. Acesso em: 18 jul. 2024.
A partir das discussões destacadas nos textos e o ensino de História, analise as afirmativas:
I. O Currículo do Ensino Fundamental II de Pernambuco sugere uma abordagem interdisciplinar da Revolução Haitiana, abordando aspectos históricos e culturais, por exemplo.
II. A pintura, por incorporar elementos inerentes à Revolução Haitiana, como o protagonismo da população negra e escravizada, é entendida como um instrumento pedagógico.
III. No período colonial, o Haiti era denominado São Domingo, e seu processo de independência esteve intimamente ligado à Revolução Francesa, dado que o território era uma colônia francesa.
IV. A caracterização do Haiti apresentada no texto II é elucidada pelos elementos visuais do texto I, pois o exército libertador haitiano, além de recorrer à violência, instaurou um regime ditatorial no país.
Quais são as afirmativas corretas?
A teoria não é intrinsicamente curativa, libertadora e revolucionária. Só cumpre essa função quando lhe pedimos que o faça e dirigimos nossa teorização para esse fim.
BELL, Hooks. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.
Como um(a) professor(a) de História pode utilizar a análise feita pela autora no processo de ensino-aprendizagem?
No período de descolonização apelam para a razão dos colonizados. Propõem a eles valores seguros [...] que é preciso apoiar-se em valores [...] bem avaliados. Ocorre porém que, quando um colonizado ouve um discurso sobre a cultura ocidental, ele saca o seu facão ou pelo menos se certifica de que o tem em seu alcance. A violência com a qual a supremacia dos valores brancos se afirmou [...], faz com que, por meio de uma justa inversão das coisas, o colonizado ria com escárnio quando esses valores são evocados diante dele.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.
Texto II
Duvido muito que a não violência possa ser um princípio, se entendemos por princípio uma regra consistente, passível de ser aplicada com a mesma confiança e da mesma maneira a toda e qualquer situação. [...] A pergunta pertinente, portanto, se torna: em que condições somos receptivos a essa reinvindicação, o que torna possível aceitar a reinvindicação quando ela surge, ou melhor dizendo, o que possibilita o surgimento da reivindicação.
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto?. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2017.
No ensino de história, o(a) professor(a), ao abordar temáticas relativas ao conceito discutido pelos textos, deve levar em consideração a
Texto II
O historiador da arte terá de aferir o que julga ser o significado intrínseco da obra ou grupo de obras a que devota sua atenção, com base no que pensa ser o significado intrínseco de tantos outros documentos da civilização historicamente relacionados a esta obra ou grupo de obras quantos conseguir: de documentos que testemunhem as tendências políticas, poéticas, religiosas, filosóficas e sociais da personalidade do período ou país sob investigação. Nem é preciso dizer que, de modo inverso, o historiador da vida política [...] e de situações sociais deveria fazer uso análogo das obras de arte.
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2017.
No Ensino de História, a compreensão de imagens, como a apresentada no Texto I, pelos estudantes é possível quando o(a) professor(a)
Quando, em 6 de março de 1817, estoura a Revolução em Recife, não à toa, no mês seguinte, em abril de 1817, o rastilho de pólvora é levado até o Ceará pelo filho caçula de Bárbara [...]. A influência da mãe na região seria fundamental para irradiar a revolução. Pela primeira vez, um movimento anticolonial ultrapassava a fase conspiratória e chegava ao poder. Os revolucionários haviam proclamado a República.
PELLEGRINO, Antonia. Bárbara de Alencar e as raízes brasileiras da violência política de gênero. Sesc São Paulo: Revista do Centro de Pesquisa e Formação, nº 15, 2022. Disponível em: https://www.sescsp.org.br/barbara-de-alencar-e-as-raizesbrasileiras-da-violencia-politica-de-genero/. Acesso em: 17 jul. 2024.
No Ensino de História, abordar a temática descrita pelo texto, a partir da análise feita pela autora, se justifica pela necessidade de
Resumindo as características formais do jogo, poderíamos considerá-lo uma atividade livre, conscientemente tomada como “não-séria” e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2019
Texto II
A utilização de jogos em sala de aula para o ensino de História tem sido compreendida cada vez mais como um método pedagógico profícuo na medida em que alia o lúdico às tarefas escolares e, dessa forma, consegue promover uma adesão mais entusiasmada dos alunos às práticas de ensino-aprendizagem.
SILVA, Andréa Maria da. A utilização de jogos no ensino de história: uma didática possível. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 49, n. 1, p. 246–260, 2024. Disponível em: https://revistas.ufg.br/interacao/article/view/76510. Acesso em: 17 jul. 2024.
Qual é a vantagem oferecida pela estratégica metodológica discuta pelos textos para o ensino de História?
HORTA, Maria Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia Básico Da Educação Patrimonial. Museu Imperial: IPHAN – MINC, 1999. Disponível em: portal.iphan.gov.br/uploads/temp/guia_educacao _patrimonial.pdf.pdf. Acesso em: 15 jul. 2024.
Ao abordar a temática curricular descrita, propor as questões explicitadas é importante para a prática docente porque
A quem se dispõe ao contato com o lúdico para prática de atividades em educação, portanto, recomenda-se que faça o inventário de suas origens, de seu registro cultural, de sua ancestralidade.
PATO, Ana; ALCANTARA, Aureli Alves de. Educar, contar e brincar para resistir: a ditadura militar e o direito da criança à memória e à verdade. Caderno de Experiências Memorial Da Resistência de São Paulo, 2021. Disponível em: https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2022/06/caderno-deexperiencia-educar-contar-e-brincar-para-resistir.pdf. Acesso em: 15 jul. 2024.
Considerando o texto apresentado, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
I. A prática do ensino de história deve levar em consideração a diversidade cultural e individual, admitindo que todos os sujeitos presentes em sala de aula, inclusive o próprio professor ou professora, são agentes ativos no processo de ensino-aprendizagem do ambiente escolar.
PORQUE
II. As fontes históricas, materiais e imateriais, são ótimos recursos didáticos, e, se utilizadas corretamente, podem diminuir preconceitos e estereótipos sobre o que não é conhecido ou experienciado no cotidiano.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
[...] a imaginação adquire uma função muito importante no comportamento e no desenvolvimento humanos. Ela transforma-se em meio de ampliação da experiência de um indivíduo porque, tendo por base a narração ou a descrição de outrem, ele pode imaginar o que não viu, o que não vivenciou diretamente em sua experiência pessoal.
VIGOTSKI, Lev Semionovitch. Imaginação e criação na infância. São Paulo: Ática, 2009.
O uso, pelo(a) professor(a) de História, da ferramenta metodológica analisada pelo texto
(Vasconcelos, 2012, p. 110.)
Em relação às questões metodológicas ligadas especificamente ao processo de ensino-aprendizagem da história, falar e atuar em jogos ou mesmo em gamificação:
Tendo como marco temporal a segunda metade do século passado, podemos perceber o papel que a televisão desempenhou frente à sociedade brasileira “na reprodução de representações que perpetuam diversos matizes de desigualdade e discriminação.” (Hamburguer, Esther. Diluindo fronteiras: a televisão e as novelas no cotidiano. In: Novais, Fernando. A.; Schwarcz, Lilia Moritz. Organizadora. História da Vida Privada no Brasil Volume 4. SP. Companhia da Letras. 1998. p. 441).
Considerando que este meio de comunicação, como outros presentes no século XXI, podem se tornar recursos didáticos – pedagógicos no fazer historiográfico do professor de História, analise as proposições a seguir.
I- A super-representação de brancos em relação a negros e mulatos consiste em um exemplo forte da maneira como os mais diversos programas televisivos contribuíram para a reprodução da discriminação racial principalmente no século passado.
II- As novelas difundem, por todo o país, o que os emissores imaginam como o universo glamouroso das classes médias urbanas, com suas inquietações subjetivas, sua ânsia de modernização, sua identidade construída em torno de uma atualidade sempre renovada e exibida por meio de consumo dos últimos lançamentos eletrônicos, de decoração e vestuário.
III- A partir de 1964, com o advento do regime militar, a televisão sofre em sua capacidade de expansão. Os militares não investiram nas telecomunicações e não houve ampliação no sistema televisivo por falta de investimento na infraestrutura. Era uma forma de combater a liberdade de imprensa durante a primeira década do regime militar.
IV- As relações entre o Estado e as emissoras de televisão se modificam na década de 90, quando investimentos públicos se retraem, a censura é suspensa, o mercado de televisão se segmenta com a introdução da TV a cabo e o acirramento da competição entre as redes de TV aberta leva as emissoras a uma postura crescentemente independente de governos e partidos políticos.
É CORRETO o que se afirma em:
Considerando o decorrer do século XX, houve uma renovação da produção historiográfica que impulsionou a pesquisa e influenciou o ensino de História, avalie as proposições a seguir.
I- A Escola dos Annales, inaugurada por Marc Bloc e Lucien Febvre, centrou-se na produção da história-problema para fornecer respostas às demandas surgidas no tempo presente. Esse grupo de historiadores insurgiu-se contra a história política, centrada em ações individuais e no poder bélico como motor da história.
II- Os movimentos sociais, tais como os feministas, os ambientalistas, os étnicos e os religiosos, seus confrontos e lutas por direitos trabalhistas, situaram a História Social no centro das problemáticas das pesquisas históricas.
III- No decorrer dos anos 80 do século passado, muitos historiadores aproximaram-se dos sujeitos e objetos de investigação da Sociologia. O encontro da História com a Sociologia foi significativo para a compreensão da própria noção de História. Era o advento da Nova História.
É CORRETO o que se afirma em:
Ao elaborar um plano de aula de História para as séries finais do ensino fundamental, o professor parte do princípio que “não há intencionalidade na ação estudada, nem na ação do historiador.” (Horn, Geraldo Balduíno, Germinari, Geyso Dongley. O ensino de História e seu currículo: teoria e método. 3ª Edição. Petrópolis. Vozes, 2010. p. 99).
Tendo como premissa este pressuposto, podemos afirmar que o professor vê o conhecimento histórico como:
“Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.”
(BNCC – http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/historia.)
É uma das competências específicas de História para o ensino fundamental que o estudante deve desenvolver ao mobilizar as habilidades que se relacionam aos conteúdos e objetos de conhecimento propostos pela:
A diversidade étnico-cultural nos mostra que os sujeitos sociais, sendo históricos, são, também, culturais. Essa constatação indica que é necessário repensar a nossa escola e os processos de formação docente, rompendo com as práticas seletivas, fragmentadas, corporativistas, sexistas e racistas ainda existentes.
(GOMES e SILVA, 2006, p. 25.)
A formação continuada deveria ser uma premissa em qualquer profissão. Mas quando se trata do caso específico de um professor, que se prepara do ponto de vista teórico e pedagógico para o ingresso no mundo educacional, essa questão é premente. Em relação às questões ligadas à diversidade étnico-cultural, em se tratando especificamente do professor da área de história: