“Assim que algo se apresenta ameaçador, há uma
reação. Essa reação inicialmente é orgânica, no sistema
cardiovascular, hormonal, permitindo uma reação
imediata, para, em seguida, apresentar a reação
psicológica. Inicialmente, há descarga de adrenalina, via
sistema simpático, e de cortisol, via sistema hipotálamo-
-pituitária-adrenal. Qualquer indivíduo saudável, ao passar
por situação de estresse intenso, com risco de sua
integridade ou de alguém próximo a ele, desenvolve, assim,
reação ao estresse, caracterizada por choro, raiva, medo ou
insônia.
Em cerca de 30 dias esses comportamentos vão cedendo,
sendo que a maioria das pessoas deixa de apresentar esses
sintomas de forma mais intensa, passado esse período. A
vivência traumática vai sendo elaborada e ficando apenas
uma memória, também chamada declarativa, que se pode
contar a respeito. É um processo fisiológico esperado.
Alguns indivíduos, mesmo nesse período inicial, podem
apresentar sintomas mais intensos e disfuncionais,
apresentando sintomas dissociativos, com alterações
qualitativas da consciência, muitas vezes não sabendo
onde está ou até quem se é, com queixas como se sentir
distante, frio, ainda com imagens repetidas do trauma
vindo à sua mente, contrárias à sua vontade. Apresentam
medo de serem novamente vítimas, se esquivando de
várias situações, devido ao mesmo. O profissional deve
avaliar primeiramente se o indivíduo está apresentando
sintomas de um transtorno, ou se está em fase de
elaboração normal da vivência traumática. Nesses casos,
deve ser providenciado suporte, conforto, orientação e
educação. Alguns indivíduos apresentam sintomas após 30
dias, algumas vezes até um ano da data do evento
traumático, desde que esse tenha levado ao risco de vida,
sua integridade física, ou de alguém próximo.” SERAFIM,
Paula M. e MELLO, Marcelo F. - De transtornos de estresse
agudo e pós-traumático. (In: Smad, Revista Eletrônica
Saúde Mental Alcool Drog. (ed. Port.) 2010 nov; 6
(especial): 460‐70.
Esse contexto nos permite elaborar um diagnóstico inicial
de: