Racismo é essencialmente um sistema de dominação e desigualdade
social. Na Europa, nas Américas e na Austrália, isso significa que
uma maioria (e, às vezes, uma minoria) “branca” domina minorias
não europeias. A dominação, por sua vez, define-se como o abuso
de poder de um grupo sobre o outro e está representada por dois
sistemas inter-relacionados de práticas sociais e cognitivas diárias:
de um lado, por várias formas de discriminação, marginalização,
exclusão ou problematização; do outro, por várias crenças, atitudes
e ideologias preconceituosas e estereotipadas. Essas últimas podem
ser consideradas, de muitas maneiras, como “razões” ou “motivos”
para explicar e legitimar as primeiras: as pessoas discriminam os outros
porque acreditam que esses são, de alguma forma, inferiores, têm
menos direitos e assim por diante.
VAN DIJK, Teun A. Discurso das elites e racismo institucional. In: LARA, G. P; LIMBERTI,
R.P. (Org.). Discurso e (des)igualdade social. São Paulo: Contexto, 2015. p. 33.