Questões de Concurso Público Instituto Rio Branco 2017 para Diplomata - Prova 2
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Virtualmente, todos os grandes países estabeleceram um banco central como “emprestador de última instância” para reduzir a probabilidade de que uma falta de liquidez se torne uma crise de solvência. A prática levou à questão do papel de um “emprestador internacional de última instância” que pudesse auxiliar os países a estabilizar o valor das suas moedas e reduzir a probabilidade de sua forte desvalorização em consequência da falta de liquidez, que, por sua vez, poderia causar um grande número de falências.
Charles Kindleberger. Manias, pânicos e crises. 6.ª ed. São Paulo: Saraiva.
Tendo como referência inicial esse fragmento de texto, julgue (C ou E) o item a seguir, pertinentes às funções e competências de um banco central.
As funções do Federal Reserve System (FED) dos Estados Unidos da América incluem a de emprestador de última instância, utilizada para enfrentar danos causados por crises financeiras severas. Exercida pelo FED no enfrentamento da crise de 1929, essa função não foi adotada no trato da crise financeira de 2008, que, por isso, teve sua dimensão sistêmica ampliada.
Na década de 30, durante a Grande Depressão, a teoria econômica debatia, entre outros temas, as causas do persistente desemprego, que assolava grandes contingentes populacionais. Uma das publicações que ganhou maior destaque nesse debate foi a Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936), de John Maynard Keynes. Nessa obra, Keynes marcou os princípios teóricos que revolucionaram o pensamento econômico e até hoje é referência nas discussões sobre os determinantes do emprego, da renda e da produção agregados. Acerca das contribuições de Keynes à teoria macroeconômica e das deliberações produzidas durante a Conferência de Bretton Woods (1944), da qual Keynes participou ativamente, julgue (C ou E) o item seguinte.
Na Conferência de Bretton Woods, Keynes, como
representante do Reino Unido, teve papel ativo e central na
construção de uma governança financeira global. Nessa
conferência, Keynes sugeriu um regime de taxas de câmbio
flutuantes como forma de apoiar o crescimento do comércio
internacional, que foi fundamental para a recuperação
econômica do pós-guerra.
Considerando as mudanças na arquitetura financeira internacional e a atuação do G20 como principal foro de cooperação financeira global, julgue (C ou E) o item que se segue.
O Arranjo Contingente de Reservas (CRA) e o Novo Banco de
Desenvolvimento constituem passos importantes na criação de
uma arquitetura financeira conjunta do BRICS. Com função
similar à do Fundo Monetário Internacional, o CRA pretende
complementar a rede global de proteção financeira, ajudando
a prevenir pressões de curto prazo, reais ou potenciais, sobre
o balanço de pagamentos dos países do grupo. Para isso, cada
país contribuirá, inicialmente, com um quinto do total de
recursos (US$ 100 bilhões) comprometidos.
Considerando as mudanças na arquitetura financeira internacional e a atuação do G20 como principal foro de cooperação financeira global, julgue (C ou E) o item que se segue.
A criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e do
Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB)
liderado pela China circunscreve-se a contexto no qual o papel
dos bancos de desenvolvimento voltou ao debate, seja por sua
atuação anticíclica em momentos de crise, seja pela função que
exercem como canalizadores de recursos (públicos e privados)
para financiamento de projetos de longo prazo. Nessa direção,
os mandatos do NDB e do AIIB vão ao encontro dos
compromissos assumidos pelo G20 em 2016 com a Agenda
2030 do Desenvolvimento Sustentável.
Considerando as mudanças na arquitetura financeira internacional e a atuação do G20 como principal foro de cooperação financeira global, julgue (C ou E) o item que se segue.
Em meio às turbulências da crise financeira global eclodida em
2008, a Cúpula do G20 emitiu declaração em 2009, na qual
seus líderes se comprometeram com reformas na governança
do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
No primeiro, por meio de mudança na quota de participação
no FMI de, no mínimo, 5% em favor dos mercados emergentes
e países em desenvolvimento; no segundo, pela adoção de
uma fórmula que refletisse o peso econômico dos países
em desenvolvimento e que acarretasse o aumento de seu
poder de voto em pelo menos 3%, neles incluídos os países
em transição.