Questões de Concurso Público Colégio Pedro II 2018 para Professor - Artes Visuais
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Todos nós sabemos que o imaterial é a fonte do patrimônio material. Para nós, é entu, fonte. [...] Se ele não tiver esse conhecimento dentro dele, como é que ele vai poder repassar para os filhos dele? O patrimônio imaterial é o conhecimento que foi repassado para esse rapaz. É o invisível que está dentro, que comanda tudo. O conhecimento que ele tem para fazer os adornos que ele vai tecendo. Isso quer dizer que ele não deixou acabar conhecimento.
TIRIYÓ, João Asiwefo. In: GALLOIS, Dominique Tilkin (Org.). Patrimônio cultural imaterial e povos indígenas: exemplos no Amapá e norte do Pará. São Paulo: Iepé, 2011, p. 8.
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Ritxòkò – Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá – foi inscrita no Livro de registro das formas de expressão em 2012.
Partindo da citação de João Asiwefo Tiriyó, assinale a alternativa que representa a Ritxòkò.
Púlpito e altares laterais da Igreja da Ordem Terceira do Carmo – RJ (detalhe). Disponível em: https://patrimonioespiritual.org. Acesso em: 10 jul. 2018.
Sobre o Rococó religioso, afirma-se que:
I. foi um fenômeno essencialmente internacional;
II. na segunda metade do século XVIII, o desenvolvimento do estilo se fez no âmbito das escolas regionais;
III. assimilou os planos retilíneos e a decoração arquitetônica de tradição borromínica, bem como a estruturação básica dos retábulos e das pinturas perspectivistas dos tetos;
IV. o roccaille francês forneceu um novo repertório formal com o refinamento delicado dos ornatos dourados, evidenciados pelos fundos brancos ou policromia suave.
Estão corretas
Sobre a Lei nº 10.639/03, Nilma Lino Gomes reflete:
Como já era de se esperar, muitos nem procuram compreender o contexto do surgimento dessa nova lei e já a criticam. Há até mesmo aqueles que a chamam de autoritarismo do Estado, e outros, de racismo às avessas. Mas, para além de opiniões precipitadas e preconceituosas sobre o tema, é importante refletir sobre o que essa lei representa no contexto das relações raciais no Brasil e, sobretudo, no momento em que ações afirmativas começam a fazer parte do cenário nacional, extrapolando os fóruns da militância negra e dos pesquisadores interessados pelo tema. Essa reflexão é um caminho interessante para ponderarmos sobre os limites e as possibilidades da lei, suas implicações na formação de professores e na sala de aula.
GOMES, Nilma L. In: MOREIRA, Antônio Flávio; CANDAU, Vera Maria (Org.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 69.
De acordo com Nilma L. Gomes, a implementação da Lei nº 10.639/03 gerou críticas e resistência social. Sobre essa questão, analise os aspectos a seguir:
I. Mito do bom colonizador, segundo o qual os negros trazidos para o Brasil vinham de forma espontânea.
II. Mito da democracia racial, segundo o qual as diferentes raças convivem harmoniosamente no Brasil.
III. Não existe necessidade de criação de uma lei em um país onde há inclusão racial e cultural.
IV. A Lei nº 10.639/03 é uma ação afirmativa do Estado para desconstruir a visão estereotipada da sociedade brasileira com relação à história e cultura dos povos africanos e afro-brasileiros.
V. Democratização do saber levando em consideração a maneira igualitária em que os conteúdos serão divididos.
VI. Valorização da história e das culturas dos povos africanos e afro-brasileiros.
VII. Violência simbólica e explícita contra os afro-brasileiros.
VIII. Mito de que os negros escravizados eram indolentes e selvagens.
IX. Pensamento homogeneizante de uma democracia para todos sem levar em consideração as
diferentes culturas.
Para Vera Maria Candau, em Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas (2008, p. 17), nosso continente é construído em uma base multicultural muito forte. Com uma configuração própria, no Brasil, “a nossa formação histórica está marcada pela eliminação física do ‘outro’ ou por sua escravização, que também é uma forma violenta de negação de sua alteridade. Os processos de negação do ‘outro’ também se dão no plano das representações e no imaginário social”.
Assinale a alternativa em que se encontra uma pintura ilustrativa da citação de Vera Candau.
Em 2018, o Masp realizou uma retrospectiva da obra da pintora paulista Maria Auxiliadora (1935-1974), intitulada Vida cotidiana, pintura e resistência. Autodidata, pela ausência de formação acadêmica e pelo não domínio de conhecimentos tradicionais de pintura, fizeram com que sua obra fosse rotulada como “primitiva”, “popular” ou “naïf”, classificações que colocam muitos artistas na periferia do mercado e da História da Arte. Contudo, o olhar sensível e a técnica única da artista criaram obras com cores marcantes e temas do cotidiano paulista.
Um dos temas presentes na obra da pintora são as práticas e rituais das religiões de matriz africana, como visto na imagem acima.
Ao observar a imagem, identificam-se alguns aspectos formais e conceituais comuns a outras
manifestações culturais afro-brasileiras, tais como