Questões de Concurso Público Prefeitura de Maricá - RJ 2024 para Docente I – Geografia
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Considere a imagem e os textos sobre o complexo regional amazônico.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/ geografia/complexo-regional-amazonia.htm. Acesso em: 04 abr. 2024.
Texto I
Os conflitos que ocorrem no processo de ocupação da Amazônia são intrínsecos à sociedade brasileira, mas aí assumem especial violência, generalização e transparência. [...] A generalização dos conflitos evidencia que eles não são um dado circunstancial, mas sim estrutural, essencial ao tipo de desenvolvimento capitalista do país, pois ocorrem tanto em períodos ditatoriais como na “transição à democracia”. A ação desigual do Estado, favorecendo grupos empresariais e se omitindo em relação à violência, não elimina os conflitos; pelo contrário, os agrava. No processo de remanejamento e nova apropriação do espaço, agudiza-se a disputa pela terra. [...] A resistência dos camponeses passa a ser preocupação para o governo, que a partir de 1980 tenta solucionar os conflitos com os militares.
BECKER, Bertha. Amazônia. São Paulo: Ática, 1990, p. 38. Adaptado.
Texto II
Registremos que a geografia da violência na Amazônia indica sua maior intensidade exatamente na sub-região que pioneiramente foi povoada e onde mais efetivamente se fizeram presentes as ações do novo modelo de desenvolvimento capitalista, ou seja, ali onde maior foi a extensão de estradas construídas, de hidrelétricas e de grandes empresas de exploração mineral, além de maior número de fazendas pecuaristas e de empresas do setor madeireiro. [...] É que a maior acessibilidade às terras dessa sub-região começou a fechar o cerco para que as famílias camponesas pudessem se reproduzir por meio de migrações sucessivas para áreas mais afastadas. [...] Não é de se estranhar, portanto, que a questão fundiária tenha se tornado particularmente uma questão militar, como o demonstra o Grupo Executivo do Araguaia-Tocantins – GETAT.
PORTO-GONÇALVES, Carlos. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2001, p. 109. Adaptado.
De acordo com os Textos I e II, a violência
estrutural amazônica ocorre com maior
intensidade na seguinte sub-região:
Considere as informações da imagem e do texto abaixo.
Disponível em: https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/ comunidades-quilombolas. Acesso em: 04 abr. 2024. Adaptado.
A população quilombola do país é de 1.327.802 pessoas, ou 0,65% do total de habitantes. Os dados são do Censo 2022, que investigou pela primeira vez esse grupo, integrante dos povos e comunidades tradicionais reconhecidos pela Constituição de 1988. Foram identificados 473.970 domicílios onde residia pelo menos uma pessoa quilombola, espalhados por 1.696 municípios brasileiros. [...] O Censo também mostrou que os Territórios Quilombolas oficialmente delimitados abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas, ou 12,6% do total de quilombolas do país. Destaca-se, ainda, que apenas 4,3% da população quilombola reside em territórios já titulados no processo de regularização fundiária.
Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencianoticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37464-brasil-tem-1-3- milhao-de-quilombolas-em-1-696-municipios. Acesso em: 04 abr. 2024
Com base na imagem e nos dados do Censo
Demográfico de 2022 sobre a situação da
população quilombola no Brasil, conclui-se que:
Em 2050, 76% dos países do mundo devem ficar abaixo da taxa de fecundidade recomendada para repor suas populações e, até o final deste século, esse número deve subir para 97% das nações. A projeção é de um estudo mundial divulgado pelo instituto Global Burden Disease. De acordo com o relatório, as quedas nas taxas ao longo dos próximos anos serão drásticas e devem transformar os padrões populacionais globais. [...] Os autores alertam que os governos precisam fazer um planejamento para esse cenário. O desafio econômico será viver em um mundo onde a maior parte dos países terá dificuldade em fazer crescer a força de trabalho ao mesmo tempo em que suas populações envelhecem e precisam de mais de cuidados.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ equilibrioesaude/2024/03/queda-nas-taxas-de-fecundidadeglobais-deve-transformar-padroes-populacionais-ate2100.shtml. Acesso em: 10 abr. 2024. Adaptado
https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/conceitosdemografia-para-enem.htm. Acesso em: 10 abr. 2024
Na análise do período no gráfico, o/a professor/a deve concluir que a evolução da população brasileira apresenta a seguinte situação:
Texto I
Justiça Territorial: Expressões como justiça espacial ou territorial e justiça ambiental, permitem esclarecer o papel que valores éticos – solidariedade, respeito, cuidado, hospitalidade e responsabilidade, por exemplo –, bem como emoções morais – empatia, indignação, humilhação, amor e nostalgia, entre outras –, desempenham no processo de produção social do espaço. [...] As injustiças sociais têm sempre uma dimensão espacial de modo que as injustiças sociais não podem ser abordadas sem que seja considerada igualmente sua dimensão espacial. [...] Concebemos a justiça territorial como a situação socioespacial na qual os vetores que promovem espaços opressores são, efetivamente, combatidos e eliminados ou, idealmente, não existem. Parece lícito conceber a opressão como a figura central da injustiça, isto é, como um dos seus modos de existência.
LIMA, Ivaldo. Em favor da Justiça Territorial: o encontro entre geografia e ética. Rio de Janeiro: Revista Política e Planejamento Regional / RPPR, Vol. 7, n.2, 2020, p. 130 e 132. Disponível em: https://revistappr.com.br/artigos/publicados/Emfavor-da-Justica-Territorial-o-encontro-entre-geografia-e-etica- .pdf. Acesso em: 10 abr. 2024. Adaptado.
Texto II
Notícia do dia 10 de abril de 2024: Um homem, de 28 anos, foi preso na noite de quarta-feira por suspeita de participação na morte de uma jovem em Volta Redonda (Rio de Janeiro). Segundo a Polícia Civil, testemunhas descreveram que um homem usando uma camisa de time de futebol foi o responsável por chamar a vítima, atraindo sua atenção para a rua em que ocorreu o assassinato. Com a descrição do suspeito, os agentes o localizaram e o prenderam próximo ao local do crime. [...] Ainda de acordo com a Polícia Civil, o suspeito relatou em depoimento que, mesmo sendo morador do bairro, é colaborador de uma facção rival do local. [...] O preso, que já possui sete anotações criminais, foi recolhido ao sistema penitenciário, onde permanecerá acautelado e à disposição da Justiça.
Disponível em: https://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costaverde/noticia/2024/04/11/preso-suspeito-de-envolvimento-emassassinato-de-jovem-em-volta-redonda.ghtml. Acesso em: 10 abr. 2024. Adaptado.
Com base na leitura, conclui-se que o conteúdo do Texto I se aplica conceitualmente à explicação do fato descrito no Texto II, indicando uma injustiça territorial, porque:
O espaço escolar é compreendido como parte integrante da realidade socioespacial da cidade, que compõe relações e é por elas simultaneamente instituído. Se, por definição, a escola é o local da inclusão, da convivência das diferenças, do acesso democrático ao conhecimento, para as travestis ela é, ao invés, local de sofrimento, de violência e ataque cotidiano à sua autoestima, abortando suas possibilidades de conquistas materiais e sociais futuras. O espaço escolar reproduz o texto hegemônico da heteronormatividade já vivenciada na cidade. Contudo, segundo elas, outros espaços da cidade em que são discriminadas elas podem se privar de frequentar. A escola não; é uma obrigação a ser cumprida, imposta pela família e pela sociedade como necessária, tornando-se seu maior calvário. Ainda que ocultas, as travestis vivenciam esses espaços, e a geografia pode dar voz a esses sujeitos silenciados e subverter a ordem instituída, que tanto tem naturalizado as injustiças cotidianas perpetradas pela ordem econômica compulsória da heteronormatividade.
SILVA, Joseli. A cidade dos corpos transgressores da heteronormatividade. In: Silva, J. (Org.). Geografias Subversivas. Ponta Grossa: Todapalavra, 2009, p. 137.
O texto acima se insere na tendência dos estudos de geografia feminista e geografia das sexualidades que contêm o seguinte argumento:
Considere a imagem e o texto sobre a urbanização no Brasil.
Disponível em: https://www.abrainc.org.br/sustentabilidade-eurbanismo/2023/01/04/urbanizacao-no-brasil-areas-comcidades-crescem-19-entre-2015-e-2019. Acesso em: 10 abr. 2024.
A noção de cidade ou de centro urbano na pesquisa do IBGE (2018) sobre regiões de influência das cidades, utilizada para análise dos dados, é operacionalizada por meio de duas unidades territoriais: os municípios e os arranjos populacionais. Os últimos são constituídos por agrupamentos de municípios muito integrados por possuírem deslocamentos frequentes de populações para trabalho e estudo, segundo os critérios de pesquisa específica.
Desse modo, as cidades brasileiras foram classificadas, hierarquicamente, [...] considerando tanto seu papel de comando em atividades empresariais quanto de gestão pública, e, ainda, em função da sua atratividade para suprir bens e serviços para outras cidades. São os 15 principais centros urbanos, dos quais todas as cidades existentes no País recebem influência direta, seja de uma ou mais metrópoles simultaneamente. A região de influência dessas centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial do País, com áreas de sobreposição em determinados contatos. Nessa classificação, as metrópoles se subdividem em três níveis: metrópole, metrópole nacional e grande metrópole nacional.
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/ index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101728. Acesso em: 10 abr. 2024. Adaptado.
Nesse estudo do IBGE, são classificados,
respectivamente, como metrópole, metrópole
nacional e grande metrópole nacional os
seguintes arranjos populacionais:
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), puxando o crescimento da economia do país, a agropecuária brasileira cresceu 15,1% em 2023, com um total de R$ 677,6 bilhões. O setor teve a maior alta entre as atividades e refletiu diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. “Mais uma vez a agropecuária puxou a atividade econômica brasileira, mesmo com as intempéries climáticas e o achatamento de preço das commodities. O Governo Federal trabalhou muito para adotar medidas de apoio ao setor. Ampliamos linha de crédito, abrimos mercados e geramos empregos”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária. “Teremos mais desafios em 2024, mas continuaremos trabalhando e gerando oportunidades”, completou.
Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/ptbr/assuntos/noticias/crescimento-da-economia-brasileira-eimpulsionado-pela-alta-de-15-da-agropecuaria-em-2023. Acesso em: 10 abr. 2024. Adaptado.
Esse incremento do setor agropecuário decorreu principalmente dos seguintes fatores:
Em setembro de 2023, sons de artilharia e sirenes antiaéreas marcaram o reinício da disputa entre Armênia e Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh. Essa região do Cáucaso – onde a Europa encontra a Ásia – é palco de confrontos há anos. A tensão pelo controle do enclave cresceu nos últimos meses – no local, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, vivem cerca de 120 mil pessoas que se identificam como armênias. Um frágil cessar-fogo foi quebrado quando o Ministério da Defesa do Azerbaijão comunicou o início de operações “antiterroristas” na região e apelou à rendição dos líderes armênios. “Para que as medidas antiterroristas cessem, as formações militares armênias ilegais devem hastear bandeira branca, entregar todas as armas e o regime ilegal deve ser dissolvido”, afirmou o Ministério da Defesa.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4n413kv6groAcesso em: 10 abr. 2024.
Essa tensão geopolítica evidencia as ações geoestratégicas dos armênios de Nagorno-Karabakh compatíveis com o seguinte movimento político-geográfico:
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/10/faixa-de-gazaem-mapas-como-e-a-vida-no-territorio-palestino.shtml. Acesso em: 10 abr. 2024.
Israel alega ter destruído 18 dos 24 batalhões do Hamas em Gaza – e concluído o desmantelamento da estrutura militar do Hamas no norte do território palestino. As Forças de Defesa de Israel afirmam que o Hamas tinha cerca de 30 mil combatentes quando o grupo lançou seu ataque a Israel em outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. [...] O Hamas é visto como um grupo terrorista por alguns países do Ocidente que prega a destruição de Israel, mas como um movimento de resistência em partes do mundo árabe. [...] “Não é apenas um movimento militar nem apenas um movimento político – é uma ideologia”, afirma o pesquisador Hugh Lovatt, especialista em Oriente Médio no Conselho Europeu de Relações Exteriores.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c6p4975xz9no. Acesso em: 10 abr. 2024. Adaptado.
Nesse conflito geopolítico, o/a professor/a deve identificar que, segundo as autoridades israelenses, um dos objetivos dos ataques militares conduzidos por Israel é:
Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/mato-grosso-brasile--400961173065518466/. Acesso em: 04 abr. 2024.
No cartograma, a distância aproximada calculada pelo/a professor/a, em linha reta e na superfície terrestre, entre as cidades de Aripuanã e Alta Floresta, encontra-se no seguinte intervalo: