Questões de Concurso Público SEE-MG 2012 para Professor de Educação Básica

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Q475963 Português
     A divisão em “etapa da análise" e “etapa da interpretação", que tantas vezes propomos em nome da boa ordem escolar, deve sofrer uma severa crítica. Ela dá margem a um preconceito bastante antiquado, segundo o qual só chegaremos a compreender o todo se o dividirmos em elementos e descrevermos cada um deles. A hipótese do círculo filológico, elaborada por Leo Spitzer, já desfazia o equívoco dessa técnica rudimentar e recomendava um ir e vir do todo às partes e das partes ao todo: uma prática intelectual que solda na mesma operação as tarefas do analista e do intérprete.

                                                                                                                       (Alfredo Bosi. Céu, inferno)

Materializando as ideias desse texto no reconhecimento crítico de um poema coloquial modernista, por exemplo, haveria que se considerar
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Q475964 Português
Atente para estes dois textos, que constam das páginas iniciais de dois grandes romances brasileiros:

I.      Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...)
        Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem, direta ou indireta.


                                                         (Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)

II.      Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.

                                   (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)

Encontra-se, nessas passagens de Graciliano Ramos e Clarice Lispector o elemento comum da
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Q475965 Português
Atente para estes dois textos, que constam das páginas iniciais de dois grandes romances brasileiros:

I.      Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...)
     Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem, direta ou indireta.


                                                           (Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)

II.      Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.

                                            (Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)

Há uma tonalidade irônica em ambos os textos, representada pelas seguintes expressões:
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Q475966 Português
Atente para estes dois textos, que constam das páginas iniciais de dois grandes romances brasileiros:

I.      Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão de trabalho. Dirigi-me a alguns amigos e quase todos consentiram em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. (...) Abandonei a empresa e iniciei a composição de repente, valendo-me de meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem, direta ou indireta.

                                                           (Graciliano Ramos. S. Bernardo. S. Paulo: Martins, 1970, 12. ed.)

II.      Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? (...) A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade.

(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 4. ed., 1978)

S. Bernardo e A hora da estrela – os dois romances a que pertencem esses textos – são exemplos, respectivamente,
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Q475967 Português
                                              Prólogo da terceira edição

     A primeira edição destas Memórias póstumas de Brás Cubas foi feita aos pedaços na Revista Brasileira, pelos anos de 1880. Postas mais tarde em livro, corrigi o texto em vários lugares. Agora que tive de o rever para a terceira edição, emendei alguma coisa e suprimi duas ou três dúzias de linhas.

     O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama de “rabugens de pessimismo". Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir de seus modelos. Não digo mais para não entrar na crítica de um defunto que se pintou a si e aos outros, conforme lhe pareceu melhor e mais certo.

                                                                                                                                      Machado de Assis
                                                                               (Machado de Assis. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986)

Ao assinar com seu nome o prólogo desse romance, Machado de Assis deixa ver que
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31: C
32: D
33: B
34: A
35: C