Questões de Concurso Público METRÔ-SP 2018 para Oficial Logística Almoxarifado I

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Q884724 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

De acordo com o texto,
Alternativas
Q884725 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

A autora, no terceiro parágrafo,
Alternativas
Q884726 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. (1º parágrafo)


Para manter a uniformidade de tratamento do interlocutor, com a regência correta, o pronome sublinhado acima deve ser alterado para:

Alternativas
Q884727 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas? (3o parágrafo)
Considere as afirmações a seguir, a respeito do período acima.
I. A vírgula imediatamente após enfrentar pode ser suprimida sem prejuízo para a correção e o sentido da frase. II. Acrescentando-se uma vírgula imediatamente após público, o período permanece correto, mas o público em questão passa a ter caráter mais abrangente. III. Pode-se acrescentar uma vírgula após dirige, sem prejuízo da correção e do sentido da frase, uma vez que “ou” é conjunção alternativa.
Está correto o que se afirma em
Alternativas
Q884728 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

Considerado o contexto, é correto afirmar:

Alternativas
Q884729 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. (2o parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
Alternativas
Q884730 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

A correta alteração da voz do verbo sublinhado encontra-se entre parênteses em:
Alternativas
Q884731 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. (último parágrafo)
Alterando-se tão somente o tempo, e não o modo, dos verbos da frase acima, está correta a redação que se encontra em:
Alternativas
Q884732 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. (1o parágrafo)
Mantendo a correção e a coerência, as frases acima podem ser articuladas em um único período, com as devidas alterações entre maiúsculas e minúsculas, acrescentando imediatamente após “objetividade” o termo
Alternativas
Q884733 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

Expressa noção de finalidade o termo sublinhado em:
Alternativas
Q884734 Português

A questão abaixo refere-se ao texto seguinte.


    Levante a mão quem nunca teve o azar de ser amado pelas razões erradas. Eis uma experiência capaz de produzir a angústia de quem se depara com um duplo de si mesmo: o espelho do olhar do outro te devolve uma imagem que parece sua, mas na qual você não se reconhece. Claro que ninguém ama com objetividade. O que o amante vê no ser amado é sempre contaminado pela fantasia. Não me refiro, então, à impossibilidade fundamental de complementaridade entre os casais, mas aos encontros que se dão na base do puro mal-entendido. Sentir-se amado por qualidades que o outro imagina, mas não têm nada a ver com você, pode ser muito angustiante. E sedutor. Vale lembrar que a palavra “sedução” indica o ato de desviar alguém de seu caminho: “eis que chega a roda-viva e carrega o destino pra lá”.

  Pensava essas coisas de meu lugar na plateia lotada do Credicard Hall (que nome para um teatro, caramba!), onde fui ver o show de uma de minhas cantoras favoritas no momento: Maria Gadú. Com jeito de moleque, encarapitada no banquinho, de onde não desceu para rebolar nenhuma vez, composições muito pessoais que escapam ao clichê romântico e uma rara sofisticação musical, Maria Gadú parecia não se reconhecer diante do público que – vibrava? Não, vibrar seria compreensível. Delirava? Sim; mas o entusiasmo foi muito além disso. O público ululava desde os primeiros acordes de cada canção, que todos sabiam de cor, mas não conseguiam escutar. A energia com que aplaudiam mais parecia uma fúria, que a timidez da artista só fazia excitar mais e mais. Pareciam todos sedentos por uma experiência musical autêntica, promovida por alguém que não vendesse sensualidade barata, e ao mesmo tempo não se conformavam de não conseguir puxar a cantora para o terreno familiar da vulgaridade e do sex appeal.

   Mas estava espantada com a dimensão do sucesso. Como responderá ao apelo de um público que talvez esteja apaixonado por ela pelas razões erradas? Como não se espelhar na imagem banal de pop star que lhe oferecem? O que é mais difícil de enfrentar, na vida artística: a resistência do público para quem sua obra se dirige ou a fama vertiginosa que alavanca (ops) a carreira de alguns artistas iniciantes para o topo do mercado em algumas semanas?

   Ela diz ter com a música uma aliança impossível de desfazer. Sua intuição musical parece capaz de levá-la muito além da próxima esquina, e a sutil entonação dolorida na voz talvez não permita que ela vire uma espécie de Ivete Sangalo paulistana. O CD de estreia é dedicado à avó Cila. A terceira faixa é uma homenagem fúnebre tocante, uma toada em feitio de oração. Como outro grande compositor negro, Gilberto Gil, Gadú se mostra capaz de reverenciar a força de seus ancestrais. “Se queres partir, ir embora / me olhe de onde estiver”, pede para a avó, contando com a ajuda dos orixás. Quem sabe a forte conexão com sua origem a proteja de se transformar em fast food para a voracidade dos consumidores.

(Adaptado de: KEHL, Maria Rita. 18 crônicas e mais algumas. São Paulo: Boitempo, 2011)

A flexão do verbo em destaque deve-se ao elemento sublinhado em:
Alternativas
Q884735 Português
Quanto à voz de Maria Gadú, pouco adianta dizer que é rouca ou grave. Semelhante ......... experiência olfativa, ......... qual usamos com frequência analogias, aduzir ......... voz uma definição não resolve a imprecisa descrição. Maria Rita Kehl, assim, termina por introduzir uma imagem: “uma lixa muito fina a filtrar o som que passa por ela, vindo do fundo de um poço”.
Preenche respectivamente as lacunas acima o que se encontra em:
Alternativas
Respostas
1: D
2: B
3: E
4: C
5: A
6: B
7: B
8: E
9: A
10: C
11: E
12: C