Questões de Concurso Público Câmara de Fortaleza - CE 2019 para Agente Administrativo

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Q1064696 Português

      Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita paciência, topou.

      Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco.

      O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo diariamente.

      Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação.

      O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação tinha sido grande demais.

      Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.

     (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72) 

Na crônica, o Diabo
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Q1064697 Português

      Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita paciência, topou.

      Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco.

      O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo diariamente.

      Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação.

      O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação tinha sido grande demais.

      Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.

     (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72) 

A hipérbole consiste no exagero da expressão de uma ideia (por exemplo: morrer de medo, estourar de rir etc.). Ocorre hipérbole no seguinte trecho:
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Q1064698 Português

      Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita paciência, topou.

      Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco.

      O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo diariamente.

      Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação.

      O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação tinha sido grande demais.

      Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.

     (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72) 

Em Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco (2° parágrafo), o pronome sublinhado refere-se a
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Q1064699 Português

      Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita paciência, topou.

      Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco.

      O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo diariamente.

      Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação.

      O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação tinha sido grande demais.

      Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.

     (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72) 

Ao ser transposto para o discurso indireto, o trecho Eu não conseguiria dormir, disse [o aposentado] (4o parágrafo) assume a seguinte redação:
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Q1064700 Português

      Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita paciência, topou.

      Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco.

      O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo diariamente.

      Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação.

      O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação tinha sido grande demais.

      Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.

     (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72) 

Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. (4° parágrafo)
O trecho destacado pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido da frase, por: 
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Q1064701 Português

      Desde aquela história de Jó contada no Antigo Testamento, Deus e o Diabo não apostavam sobre os seres humanos, com o que a eternidade já estava ficando meio monótona. O Maligno resolveu, então, provocar o Senhor: que tal uma nova aposta? Deus, na sua infinita paciência, topou.

      Dessa vez, contudo, o Diabo estava decidido a não perder. Para começar, escolheu cuidadosamente o lugar onde procuraria sua vítima: um país chamado Brasil no qual, segundo seus assessores ministeriais, a diferença entre pobres e ricos chegava ao nível da obscenidade. Os mesmos assessores tinham sugerido que se concentrasse em aposentados, pessoas que sabidamente ganham pouco.

      O Diabo pôs-se em ação. Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias, com o qual um aposentado recebeu, de uma só vez, mais de R$ 6 milhões. E aí tanto o céu como o inferno pararam: anjos, santos e demônios, todos queriam ver o que o homem faria com o dinheiro. O Diabo, naturalmente, esperava que ele se entregasse a uma vida de deboches: festas espantosas, passeios em iates luxuosos, rios de champanhe fluindo diariamente.

      Não foi nada disto que aconteceu. Ao constatar a existência do depósito milionário, o aposentado simplesmente devolveu o dinheiro. Eu não conseguiria dormir, disse, à guisa de explicação.

      O Diabo ficou indignado com o que lhe parecia uma extrema burrice. Mas então teve a ideia de verificar o quanto o homem recebia de aposentadoria por mês: menos de R$ 600. Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação tinha sido grande demais.

      Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém, escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre. Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia dos justos tira o sono de qualquer diabo.

     (SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72) 

Em Foi-lhe fácil induzir um erro no sistema de pagamento de aposentadorias (3° parágrafo), a expressão sublinhada exerce a mesma função sintática da expressão sublinhada em:
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Q1064702 Português

                                 Ela canta, pobre ceifeira,

                                 Julgando-se feliz talvez;

                                 Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia

                                 De alegre e anônima viuvez,


                                 Ondula como um canto de ave

                                 No ar limpo como um limiar,

                                 E há curvas no enredo suave

                                 Do som que ela tem a cantar.


                                 Ouvi-la alegra e entristece,

                                 Na sua voz há o campo e a lida,

                                 E canta como se tivesse

                                 Mais razões p’ra cantar que a vida.


                                 Ah, canta, canta sem razão!

                                 O que em mim sente ’stá pensando.

                                 Derrama no meu coração

                                 A tua incerta voz ondeando!


                                 Ah, poder ser tu, sendo eu!

                                Ter a tua alegre inconsciência,

                                 E a consciência disso! Ó céu!

                                 Ó campo! Ó canção! A ciência


                                  Pesa tanto e a vida é tão breve!

                                  Entrai por mim dentro! Tornai

                                  Minha alma a vossa sombra leve!

                                  Depois, levando-me, passai!

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 144

O poeta
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Q1064703 Português

                                 Ela canta, pobre ceifeira,

                                 Julgando-se feliz talvez;

                                 Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia

                                 De alegre e anônima viuvez,


                                 Ondula como um canto de ave

                                 No ar limpo como um limiar,

                                 E há curvas no enredo suave

                                 Do som que ela tem a cantar.


                                 Ouvi-la alegra e entristece,

                                 Na sua voz há o campo e a lida,

                                 E canta como se tivesse

                                 Mais razões p’ra cantar que a vida.


                                 Ah, canta, canta sem razão!

                                 O que em mim sente ’stá pensando.

                                 Derrama no meu coração

                                 A tua incerta voz ondeando!


                                 Ah, poder ser tu, sendo eu!

                                Ter a tua alegre inconsciência,

                                 E a consciência disso! Ó céu!

                                 Ó campo! Ó canção! A ciência


                                  Pesa tanto e a vida é tão breve!

                                  Entrai por mim dentro! Tornai

                                  Minha alma a vossa sombra leve!

                                  Depois, levando-me, passai!

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 144

O poeta recorre a uma formulação paradoxal em:
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Q1064704 Português

                                 Ela canta, pobre ceifeira,

                                 Julgando-se feliz talvez;

                                 Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia

                                 De alegre e anônima viuvez,


                                 Ondula como um canto de ave

                                 No ar limpo como um limiar,

                                 E há curvas no enredo suave

                                 Do som que ela tem a cantar.


                                 Ouvi-la alegra e entristece,

                                 Na sua voz há o campo e a lida,

                                 E canta como se tivesse

                                 Mais razões p’ra cantar que a vida.


                                 Ah, canta, canta sem razão!

                                 O que em mim sente ’stá pensando.

                                 Derrama no meu coração

                                 A tua incerta voz ondeando!


                                 Ah, poder ser tu, sendo eu!

                                Ter a tua alegre inconsciência,

                                 E a consciência disso! Ó céu!

                                 Ó campo! Ó canção! A ciência


                                  Pesa tanto e a vida é tão breve!

                                  Entrai por mim dentro! Tornai

                                  Minha alma a vossa sombra leve!

                                  Depois, levando-me, passai!

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 144

A ordem expressa em Entrai por mim dentro! (6ª estrofe) é dirigida
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Q1064705 Português

                                 Ela canta, pobre ceifeira,

                                 Julgando-se feliz talvez;

                                 Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia

                                 De alegre e anônima viuvez,


                                 Ondula como um canto de ave

                                 No ar limpo como um limiar,

                                 E há curvas no enredo suave

                                 Do som que ela tem a cantar.


                                 Ouvi-la alegra e entristece,

                                 Na sua voz há o campo e a lida,

                                 E canta como se tivesse

                                 Mais razões p’ra cantar que a vida.


                                 Ah, canta, canta sem razão!

                                 O que em mim sente ’stá pensando.

                                 Derrama no meu coração

                                 A tua incerta voz ondeando!


                                 Ah, poder ser tu, sendo eu!

                                Ter a tua alegre inconsciência,

                                 E a consciência disso! Ó céu!

                                 Ó campo! Ó canção! A ciência


                                  Pesa tanto e a vida é tão breve!

                                  Entrai por mim dentro! Tornai

                                  Minha alma a vossa sombra leve!

                                  Depois, levando-me, passai!

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 144

Observa-se a ocorrência de palavras de classes gramaticais diferentes em
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Q1064706 Português

                                 Ela canta, pobre ceifeira,

                                 Julgando-se feliz talvez;

                                 Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia

                                 De alegre e anônima viuvez,


                                 Ondula como um canto de ave

                                 No ar limpo como um limiar,

                                 E há curvas no enredo suave

                                 Do som que ela tem a cantar.


                                 Ouvi-la alegra e entristece,

                                 Na sua voz há o campo e a lida,

                                 E canta como se tivesse

                                 Mais razões p’ra cantar que a vida.


                                 Ah, canta, canta sem razão!

                                 O que em mim sente ’stá pensando.

                                 Derrama no meu coração

                                 A tua incerta voz ondeando!


                                 Ah, poder ser tu, sendo eu!

                                Ter a tua alegre inconsciência,

                                 E a consciência disso! Ó céu!

                                 Ó campo! Ó canção! A ciência


                                  Pesa tanto e a vida é tão breve!

                                  Entrai por mim dentro! Tornai

                                  Minha alma a vossa sombra leve!

                                  Depois, levando-me, passai!

(PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997, p. 144

O pleonasmo é definido como a redundância de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso. Verifica-se a ocorrência de pleonasmo no seguinte verso:
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Q1064707 Português

      Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, especialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas. Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se, assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas relacionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.

      Se resiste ..I.. ilusão de que ..II.. felicidade vem ..III.. reboque dessas transformações, também é fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.

(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”. In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008) 

Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas I, II e III do segundo parágrafo devem ser preenchidas, respectivamente, por:
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Q1064708 Português

      Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, especialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas. Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se, assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas relacionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.

      Se resiste ..I.. ilusão de que ..II.. felicidade vem ..III.. reboque dessas transformações, também é fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.

(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”. In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008) 

Criam-se, assim, diariamente, novas categorias para as coisas (1º parágrafo)


Uma redação alternativa para o trecho acima, sem prejuízo do sentido e da correção gramatical, está em:

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Q1064709 Português

      Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, especialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas. Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se, assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas relacionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.

      Se resiste ..I.. ilusão de que ..II.. felicidade vem ..III.. reboque dessas transformações, também é fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.

(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”. In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008) 

Em Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza. (1° parágrafo), a expressão destacada apresenta valor
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Q1064710 Legislação Estadual
A respeito dos Princípios Fundamentais da Constituição do Estado do Ceará, é correto afirmar que
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Q1064711 Legislação dos Municípios do Estado do Ceará
Nos termos do Estatuto dos Servidores do Município de Fortaleza, é causa de vacância de cargo público
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Q1064712 Legislação dos Municípios do Estado do Ceará
Nos termos da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, compete privativamente à Câmara Municipal
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Q1064713 Regimento Interno
De acordo com o Regimento Interno da Câmara Municipal de Fortaleza, em relação à Mesa Diretora, é correto afirmar que
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Q1064714 Legislação dos Municípios do Estado do Ceará
Nos termos da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, a respeito do processo legislativo, é correto afirmar que
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Q1064715 Filosofia do Direito

Considere os textos abaixo:


I. Há casos em que nos sentimos determinados a agir segundo valores que se põem além do plano de nossa existência, não se proporcionando à dos outros homens, nem tampouco à da totalidade dos homens e à sua história. Tais valores não se referem também à sociedade tomada como um todo distinto de seus elementos componentes ou à síntese das aspirações humanas.

II. Praticamos determinado ato e sentimos que é reflexo ou expressão de nossa personalidade, e que, por conseguinte, o motivo de nosso agir é um motivo que se põe radicalmente em nós. A instância última do agir é o homem na sua subjetividade consciente.

III. [...] não se polariza em um sujeito ou no outro sujeito, mas é transubjetiva. [...] apresenta sempre a característica de unir duas pessoas entre si, em razão de algo que atribui às duas certo comportamento e certas exigibilidades. O enlace objetivo de conduta que constitui e delimita exigibilidades entre dois ou mais sujeitos, ambos integrados por algo que os supera, é o que chamamos de bilateralidade atributiva.

(REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2018, p. 383, 385 e 392)


Os textos transcritos em cada um dos itens correspondem a, respectivamente, condutas de natureza

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Respostas
1: E
2: C
3: E
4: A
5: B
6: D
7: A
8: C
9: E
10: D
11: E
12: C
13: A
14: A
15: D
16: B
17: A
18: B
19: C
20: D