Questões de Concurso Público Prefeitura de Vitória - ES 2019 para Professor de Educação Básica III – PEB III – Língua Portuguesa

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Q1650354 Português
Leia o TEXTO 1 para responder à questão.

Estrutura da oração

O estudo da análise sintática é um dos pontos fundamentais na formação de quem se pretende um usuário competente de sua língua. Duas das habilidades principais de pessoa culta repousam nas atividades de ler e de escrever, ações que podem caracterizar não só nossas carreiras profissionais, mas também nossa vida como cidadãos.
Ler ou escrever um texto é muito mais do que apenas compreender ou organizar palavras em frases e parágrafos. É algo que envolve um amplo mecanismo a partir do qual o pensamento e as pretensões comunicativas do autor se apresentam para reflexão e avaliação do leitor. Como se constroem esses textos? Com palavras, sintagmas, termos e orações — elementos que mantêm entre si um relacionamento interno de concordância, de regência, de atribuição.
A análise sintática é a análise das relações. Na estrutura da oração, estudamos as relações que as palavras mantêm entre si na frase. Essas relações são binárias: sujeito & verbo; verbo & complemento; núcleo & adjunto... A tradicional prática de exercícios voltados para o reconhecimento da função sintática de um termo nem sempre garante o real objetivo de sua aplicação. Não se pode dizer qual é a função sintática de um termo se não se encontrar o outro termo com o qual ele se relaciona. Ou seja, não se pode reconhecer que existe um objeto direto sem apresentar a "prova" (o verbo transitivo direto); não se pode afirmar que determinado termo é o agente da passiva sem que seu "parceiro" sintático seja revelado (o verbo na voz passiva). E assim sucessivamente com todos os termos da oração, pois cada um deles só tem a classificação que tem porque possui uma relação com outro termo — e cada uma dessas relações é única, e por isso são dez os termos da oração (onze se contarmos com o vocativo). 
A sintaxe tem duas parceiras especiais. Uma é a semântica, a ciência do significado. Afinal o entendimento de uma frase depende da sua estrutura e das sutilezas que envolvem a construção do sentido. Outra é a estilística (a ciência da expressividade), pois compete ao autor da frase fazer as escolhas sobre como será sua organização, a partir do repertório que a língua oferece.
Entretanto, para o estudo da sintaxe do português, há um pré-requisito. Sintaxe e morfologia são assuntos interligados. Ter um bom conhecimento acerca das classes de palavras é fundamental para entender a estrutura de uma oração e de um período. Lembremo-nos, por exemplo, que estudamos verbos, substantivos, adjetivos e advérbios nos livros e aulas de morfologia — suas flexões, significações, desempenhos — e que, agora, estudaremos o verbo como elemento central da oração; o substantivo como núcleo de um termo; o adjetivo como um elemento periférico ou atributivo de outro; o advérbio como um determinante sobretudo dos verbos. 
Com isso, queremos enfatizar que o conteúdo aprendido nos estudos de morfologia precisa estar sedimentado para o que se coloca diante do estudante de sintaxe. Reiteramos, enfim, a convicção de que é a competência discursiva ou textual que caracteriza o saber expressivo de que fala Eugenio Coseriu.
Um texto deve ter uma adequação gramatical compatível com as pretensões e intuitos de seu autor, que — se assim julgar pertinente — procurará atingir o nível de exigência da linguagem padrão praticada por escrito pela comunidade culta em que se insere.
(HENRIQUES, C. Cezar. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, 2ª reimpressão, p. 15-16.) 
Ainda sobre os verbos, considerando-os agora na construção do discurso, é preciso levar em conta a correlação entre os tempos verbais para que na frase haja coerência.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, dos períodos abaixo, o único com coerência, por ter sido observada a correlação entre os tempos verbais, é:
Alternativas
Q1650355 Português
Leia o TEXTO 1 para responder à questão.

Estrutura da oração

O estudo da análise sintática é um dos pontos fundamentais na formação de quem se pretende um usuário competente de sua língua. Duas das habilidades principais de pessoa culta repousam nas atividades de ler e de escrever, ações que podem caracterizar não só nossas carreiras profissionais, mas também nossa vida como cidadãos.
Ler ou escrever um texto é muito mais do que apenas compreender ou organizar palavras em frases e parágrafos. É algo que envolve um amplo mecanismo a partir do qual o pensamento e as pretensões comunicativas do autor se apresentam para reflexão e avaliação do leitor. Como se constroem esses textos? Com palavras, sintagmas, termos e orações — elementos que mantêm entre si um relacionamento interno de concordância, de regência, de atribuição.
A análise sintática é a análise das relações. Na estrutura da oração, estudamos as relações que as palavras mantêm entre si na frase. Essas relações são binárias: sujeito & verbo; verbo & complemento; núcleo & adjunto... A tradicional prática de exercícios voltados para o reconhecimento da função sintática de um termo nem sempre garante o real objetivo de sua aplicação. Não se pode dizer qual é a função sintática de um termo se não se encontrar o outro termo com o qual ele se relaciona. Ou seja, não se pode reconhecer que existe um objeto direto sem apresentar a "prova" (o verbo transitivo direto); não se pode afirmar que determinado termo é o agente da passiva sem que seu "parceiro" sintático seja revelado (o verbo na voz passiva). E assim sucessivamente com todos os termos da oração, pois cada um deles só tem a classificação que tem porque possui uma relação com outro termo — e cada uma dessas relações é única, e por isso são dez os termos da oração (onze se contarmos com o vocativo). 
A sintaxe tem duas parceiras especiais. Uma é a semântica, a ciência do significado. Afinal o entendimento de uma frase depende da sua estrutura e das sutilezas que envolvem a construção do sentido. Outra é a estilística (a ciência da expressividade), pois compete ao autor da frase fazer as escolhas sobre como será sua organização, a partir do repertório que a língua oferece.
Entretanto, para o estudo da sintaxe do português, há um pré-requisito. Sintaxe e morfologia são assuntos interligados. Ter um bom conhecimento acerca das classes de palavras é fundamental para entender a estrutura de uma oração e de um período. Lembremo-nos, por exemplo, que estudamos verbos, substantivos, adjetivos e advérbios nos livros e aulas de morfologia — suas flexões, significações, desempenhos — e que, agora, estudaremos o verbo como elemento central da oração; o substantivo como núcleo de um termo; o adjetivo como um elemento periférico ou atributivo de outro; o advérbio como um determinante sobretudo dos verbos. 
Com isso, queremos enfatizar que o conteúdo aprendido nos estudos de morfologia precisa estar sedimentado para o que se coloca diante do estudante de sintaxe. Reiteramos, enfim, a convicção de que é a competência discursiva ou textual que caracteriza o saber expressivo de que fala Eugenio Coseriu.
Um texto deve ter uma adequação gramatical compatível com as pretensões e intuitos de seu autor, que — se assim julgar pertinente — procurará atingir o nível de exigência da linguagem padrão praticada por escrito pela comunidade culta em que se insere.
(HENRIQUES, C. Cezar. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, 2ª reimpressão, p. 15-16.) 
Nos textos narrativos em que há diálogos, portanto, discurso indireto e discurso direto, constitui uma atividade interessante de produção textual reescrever textos em discurso direto para o discurso indireto. Observando-se as características de enunciação do discurso indireto e do discurso direto, pode-se afirmar que está INADEQUADA a enunciação do discurso indireto na opção:
Alternativas
Q1650356 Português

Leia o TEXTO 2 para responder a questão.

Estrelas e quimeras 


    A imaginação é razão de viver. Aciona a voracidade e não tem fim. É um tapete que estendo ao longo da escalinata da Piazza di Spagna a pretexto de chegar às portas do Hades
    Espécie de caixa que enfeixa segredos, sacia a fome, cede pedaços da matéria capaz de me salvar. São côdeas de pão, pedaços de vidro, bilhete amarfanhado, tudo que não renega a origem humana.   
    Desde a infância exagero em prol de um mundo nítido, transparente. Apelo para certos exercícios a fim de que a voragem da invenção me dê alento. É um processo sem interrupções. Já ao primeiro gole de café intuo haver uma fórmula que, graças à sua combustão natural, aqueça a imaginação, pague o suor coletivo com as moedas ganhas no jogo de azar.    
    Atraio os tesouros para a casa sempre que refuto as versões oficiais. Pois que, quando me ajusto ao fracasso, corro o risco de atar-me ao penhasco à espera dos pássaros que biquem meu fígado.
    Sou quem depende das franquias alheias para viver, que são as crueldades e as maravilhas inerentes da loucura humana. Claro que tal condição afeta os efeitos da realidade no meu cotidiano. Acato, porém, esse transbordamento que me leva a atravessar a fronteira moral que Dante estabeleceu para punir adversários.
    A qualquer hora, em especial ao cair da noite, sou propensa a identificar a imaginação. Graças a tal exercício é fácil ver os Campos Elíseos, mais belos do que eu supunha, com a mirada emprestada por Virgílio, ou pelo próprio Eneias, em busca do pai, Anquises. Mas logo a própria imaginação desfaz a visão do Hades. Sofro tal golpe, mas consola-me perpetuar na minha memória os seres amados que já partiram. Sobra-me ainda a ilusão de esquivar-me do inferno, que o ilustre florentino concebeu. De olhar a salvo o firmamento povoado de estrelas e quimeras.


(PIÑON, Nélida. Uma furtiva lágrima. Rio de Janeiro: Record, 2019, p. 12-13.)

Nesse belíssimo texto, rico em imagens e com profundas reflexões sobre a arte da criação literária fundamentada no cotidiano da imaginação, Nélida Piñon ultrapassa os limites dos recursos próprios da linguagem em prosa para criar um texto profundamente poético, na linha da literatura pós-modernista. Dentre as características do Pós-modernismo abaixo, a que mais se aplica ao texto é:
Alternativas
Q1650357 Português

Leia o TEXTO 2 para responder a questão.

Estrelas e quimeras 


    A imaginação é razão de viver. Aciona a voracidade e não tem fim. É um tapete que estendo ao longo da escalinata da Piazza di Spagna a pretexto de chegar às portas do Hades
    Espécie de caixa que enfeixa segredos, sacia a fome, cede pedaços da matéria capaz de me salvar. São côdeas de pão, pedaços de vidro, bilhete amarfanhado, tudo que não renega a origem humana.   
    Desde a infância exagero em prol de um mundo nítido, transparente. Apelo para certos exercícios a fim de que a voragem da invenção me dê alento. É um processo sem interrupções. Já ao primeiro gole de café intuo haver uma fórmula que, graças à sua combustão natural, aqueça a imaginação, pague o suor coletivo com as moedas ganhas no jogo de azar.    
    Atraio os tesouros para a casa sempre que refuto as versões oficiais. Pois que, quando me ajusto ao fracasso, corro o risco de atar-me ao penhasco à espera dos pássaros que biquem meu fígado.
    Sou quem depende das franquias alheias para viver, que são as crueldades e as maravilhas inerentes da loucura humana. Claro que tal condição afeta os efeitos da realidade no meu cotidiano. Acato, porém, esse transbordamento que me leva a atravessar a fronteira moral que Dante estabeleceu para punir adversários.
    A qualquer hora, em especial ao cair da noite, sou propensa a identificar a imaginação. Graças a tal exercício é fácil ver os Campos Elíseos, mais belos do que eu supunha, com a mirada emprestada por Virgílio, ou pelo próprio Eneias, em busca do pai, Anquises. Mas logo a própria imaginação desfaz a visão do Hades. Sofro tal golpe, mas consola-me perpetuar na minha memória os seres amados que já partiram. Sobra-me ainda a ilusão de esquivar-me do inferno, que o ilustre florentino concebeu. De olhar a salvo o firmamento povoado de estrelas e quimeras.


(PIÑON, Nélida. Uma furtiva lágrima. Rio de Janeiro: Record, 2019, p. 12-13.)

“É um tapete que estendo ao longo da escalinata da Piazza di Spagna a pretexto de chegar às portas do Hades.” (1º §) No processo de criação, a autora faz referência a espaços urbanos históricos, a autores representativos da antiguidade clássica e medieval, e ainda a seres mitológicos. Para uma compreensão integral do texto, tanto na perspectiva do entendimento objetivo, quanto na interpretação das imagens, das figurações e das conotações, é importante o conhecimento dessas referências.
Está INCORRETA, no sentido atribuído no texto, a informação a respeito da seguinte referência:
Alternativas
Q1650358 Português

Leia o TEXTO 2 para responder a questão.

Estrelas e quimeras 


    A imaginação é razão de viver. Aciona a voracidade e não tem fim. É um tapete que estendo ao longo da escalinata da Piazza di Spagna a pretexto de chegar às portas do Hades
    Espécie de caixa que enfeixa segredos, sacia a fome, cede pedaços da matéria capaz de me salvar. São côdeas de pão, pedaços de vidro, bilhete amarfanhado, tudo que não renega a origem humana.   
    Desde a infância exagero em prol de um mundo nítido, transparente. Apelo para certos exercícios a fim de que a voragem da invenção me dê alento. É um processo sem interrupções. Já ao primeiro gole de café intuo haver uma fórmula que, graças à sua combustão natural, aqueça a imaginação, pague o suor coletivo com as moedas ganhas no jogo de azar.    
    Atraio os tesouros para a casa sempre que refuto as versões oficiais. Pois que, quando me ajusto ao fracasso, corro o risco de atar-me ao penhasco à espera dos pássaros que biquem meu fígado.
    Sou quem depende das franquias alheias para viver, que são as crueldades e as maravilhas inerentes da loucura humana. Claro que tal condição afeta os efeitos da realidade no meu cotidiano. Acato, porém, esse transbordamento que me leva a atravessar a fronteira moral que Dante estabeleceu para punir adversários.
    A qualquer hora, em especial ao cair da noite, sou propensa a identificar a imaginação. Graças a tal exercício é fácil ver os Campos Elíseos, mais belos do que eu supunha, com a mirada emprestada por Virgílio, ou pelo próprio Eneias, em busca do pai, Anquises. Mas logo a própria imaginação desfaz a visão do Hades. Sofro tal golpe, mas consola-me perpetuar na minha memória os seres amados que já partiram. Sobra-me ainda a ilusão de esquivar-me do inferno, que o ilustre florentino concebeu. De olhar a salvo o firmamento povoado de estrelas e quimeras.


(PIÑON, Nélida. Uma furtiva lágrima. Rio de Janeiro: Record, 2019, p. 12-13.)

Para designar a imaginação, a autora vale-se de inúmeras alegorias responsáveis pela estética criativa e pela feição poética do texto. Dos trechos extraídos abaixo, aquele em que NÃO há alegoria para designar a imaginação é:
Alternativas
Respostas
21: B
22: A
23: C
24: B
25: D