Questões de Concurso Público TJ-MG 2022 para Analista Judiciário - Analista Judiciário
Foram encontradas 3 questões
Ano: 2022
Banca:
IBFC
Órgão:
TJ-MG
Provas:
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Administrador
|
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Bibliotecário |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Assistente Social |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Contador |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Analista Judiciário |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Psicólogo |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Revisor Judiciário |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Engenheiro Civil |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Enfermeiro |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Médico |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Engenheiro Mecânico |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Engenheiro Eletricista |
Q1994014
Português
Texto associado
Texto I
“Explicar, a mim, como é Alejandra, Bruno ponderou, como é seu rosto, como são as dobras de sua boca.” E pensou que eram justamente essas dobras desdenhosas e um certo brilho tenebroso nos olhos que diferenciavam mais que tudo o rosto de Alejandra do rosto de Georgina, a quem ele amara de verdade. Pois, agora compreendia, a ela é que amara realmente, e quando imaginou estar apaixonado por Alejandra era a mãe de Alejandra que buscava, como esses monges medievais que tentavam decifrar o texto primitivo debaixo das restaurações, debaixo das palavras apagadas e substituídas. E essa insensatez fora a razão de tristes mal-entendidos com Alejandra, tendo às vezes a mesma sensação de quem, após muitíssimos anos de ausência, chega à casa da infância e, ao tentar de noite abrir uma porta, depara com uma parede. Claro que seu rosto era quase o mesmo de Georgina: o mesmo cabelo preto com reflexos avermelhados, os olhos cinza-esverdeados, a boca idêntica e grande, as mesmas faces mongólicas, a mesma pele morena e pálida. Mas o “quase” era atroz, e mais ainda por ser tão sutil e imperceptível, pois assim o equívoco era mais profundo e doloroso. Os ossos e a carne – pensava – não bastam para formar um rosto, e é por isso que ele é infinitamente menos físico do que o corpo: é determinado pelo olhar, pelo ríctus da boca, pelas rugas, por todo esse conjunto de atributos sutis com que a alma se revela por meio da carne. Razão pela qual, no momento exato em que alguém morre, seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente, tão diferente a ponto de se poder dizer “não parece a mesma pessoa”, apesar de ter os mesmos ossos e a mesma matéria de um segundo antes, um segundo antes desse misterioso instante em que a alma se retira do corpo e este fica tão morto como uma casa da qual se retiram para sempre os seres que moram nela, e, sobretudo, que sofreram e se amaram nela.
(SABATO, Ernesto. Sobre heróis e tumbas.
São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.22-23)
Na oração “a quem ele amara de verdade”,
a flexão do verbo é marcada por uma
regularidade que indica tempo e modo. Tal
flexão confere ao verbo o sentido de uma
ação:
Ano: 2022
Banca:
IBFC
Órgão:
TJ-MG
Provas:
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Administrador
|
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Bibliotecário |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Assistente Social |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Contador |
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação |
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IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Engenheiro Eletricista |
Q1994021
Português
Texto associado
Texto I
“Explicar, a mim, como é Alejandra, Bruno ponderou, como é seu rosto, como são as dobras de sua boca.” E pensou que eram justamente essas dobras desdenhosas e um certo brilho tenebroso nos olhos que diferenciavam mais que tudo o rosto de Alejandra do rosto de Georgina, a quem ele amara de verdade. Pois, agora compreendia, a ela é que amara realmente, e quando imaginou estar apaixonado por Alejandra era a mãe de Alejandra que buscava, como esses monges medievais que tentavam decifrar o texto primitivo debaixo das restaurações, debaixo das palavras apagadas e substituídas. E essa insensatez fora a razão de tristes mal-entendidos com Alejandra, tendo às vezes a mesma sensação de quem, após muitíssimos anos de ausência, chega à casa da infância e, ao tentar de noite abrir uma porta, depara com uma parede. Claro que seu rosto era quase o mesmo de Georgina: o mesmo cabelo preto com reflexos avermelhados, os olhos cinza-esverdeados, a boca idêntica e grande, as mesmas faces mongólicas, a mesma pele morena e pálida. Mas o “quase” era atroz, e mais ainda por ser tão sutil e imperceptível, pois assim o equívoco era mais profundo e doloroso. Os ossos e a carne – pensava – não bastam para formar um rosto, e é por isso que ele é infinitamente menos físico do que o corpo: é determinado pelo olhar, pelo ríctus da boca, pelas rugas, por todo esse conjunto de atributos sutis com que a alma se revela por meio da carne. Razão pela qual, no momento exato em que alguém morre, seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente, tão diferente a ponto de se poder dizer “não parece a mesma pessoa”, apesar de ter os mesmos ossos e a mesma matéria de um segundo antes, um segundo antes desse misterioso instante em que a alma se retira do corpo e este fica tão morto como uma casa da qual se retiram para sempre os seres que moram nela, e, sobretudo, que sofreram e se amaram nela.
(SABATO, Ernesto. Sobre heróis e tumbas.
São Paulo: Planeta De Agostini, 2003, p.22-23)
Considere a oração “seu corpo se transforma abruptamente numa coisa diferente”, para responder à questão.
Na passagem em análise, ao fazer uso da voz passiva, obtém-se como efeito:
Na passagem em análise, ao fazer uso da voz passiva, obtém-se como efeito:
Ano: 2022
Banca:
IBFC
Órgão:
TJ-MG
Prova:
IBFC - 2022 - TJ-MG - Analista Judiciário - Analista Judiciário |
Q1995113
Português
Texto associado
Texto II
Tocar instrumento musical na infância deixa a
mente mais afiada na velhice
Pesquisadores da Universidade de
Edimburgo, na Escócia, descobriram uma ligação
entre aprender um instrumento musical na infância
ou adolescência e ter uma mente mais “jovem”
quando a idade já está bem avançada. Quanto
mais extensa em anos a experiência em tocar um
instrumento, mais as habilidades cognitivas
permanecem bem conservadas na velhice.
Esse estudo teve uma peculiaridade
incomum: aproveitou dados de outra pesquisa,
esquecida, feita em 1947. À época, todas as
crianças nascidas na Escócia em 1936 foram
obrigadas a fazer uma bateria de testes de
inteligência. No total, 70.805 crianças
participaram. Esse trabalho foi redescoberto há
alguns anos por um grupo de acadêmicos
escoceses, liderados pelo professor Ian Deary,
diretor do Centro de Envelhecimento Cognitivo e
Epidemiologia Cognitiva da universidade, que
pretendia estudar a mente. E os dados daquela
época vieram a calhar. Os estudiosos do presente
foram atrás dos voluntários do passado para
avaliar sua saúde mental hoje, e que hábitos
influenciaram nos aspectos positivos e negativos.
Para analisar a influência do aprendizado
musical, selecionaram uma amostra de habitantes
das cidades de Edimburgo e Lothians, que tinham
participado dos testes na década de 1940, quando
todos tinham 11 anos de idade. Dos 366
indivíduos analisados, 117 relataram alguma
experiência de tocar um instrumento musical –
principalmente quando ainda eram meninos e
meninas. [...]
(Disponível em: https://super.abril.com.br/saude/tocar-instrumentomusical-na-infancia-deixa-a-mente-mais-afiada-na-velhice/ Acesso em 30/08/2022)
Ao analisar, no título do texto, o emprego
do verbo flexionado no Presente do
Indicativo, percebe-se que ele confere, ao
enunciado: