Questões de Concurso Público IF-SP 2019 para Letras: Português e Inglês
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Ainda sei da fala e sei da lavra
e sei das pedras nas palavras áspedras.
E sei que o leito da linguagem leixa
pedregulhos na letra.
É como o logro
da poeira na louça ou como o lixo
nos baldios do livro.
Ainda sei da língua e sei da linha
do luxo e suas luvas, amaciando
os calos e os dedais.
E sei da fala
E do ato de lavrá-la na falavra.
(TELES, Gilberto Mendonça. Poemas reunidos. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979).
Ao estudar a estilística morfológica, Martins (2000) defende que os aspectos morfológicos da língua são importantes para a linguagem expressiva. Segundo ela, a ideia de que vocábulos que não se incorporam na língua não têm interesse estilístico é bem discutível, já que, por um lado, não se pode antever o seu destino e, por outro lado, eles evidenciam as potencialidades dos processos de renovação do léxico e dos elementos formadores (lexemas e morfemas).
Entre os diversos processos estudados por Martins, essenciais aos recursos expressivos estilístico-lexicais, o poeta Gilberto Mendonça Teles serviu-se da
Marcuschi assume que, de acordo com as diferentes posições existentes, pode-se ver a língua:
i) como forma ou estrutura – um sistema de regras que defende a autonomia do sistema diante das condições de produção;
ii) como instrumento – transmissor de informações, sistema de codificação;
iii) como atividade cognitiva – ato de criação e expressão do pensamento típica da espécie humana;
iv) como atividade sociointerativa situada – a perspectiva sociointeracionista relaciona os aspectos históricos e discursivos.
(adaptado de: MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Cortez, 2008).
Considerando as diferentes correntes apresentadas por Marcuschi, assinale aquela que representa a concepção de língua como atividade sociointerativa:
No poemeto “I-Juca Pirama”, a crítica unânime tem admirado a ductibilidade dos ritmos que vão recortando os vários momentos da narração. Amplo e distendido nos cenários (...). Ondeante nos episódios em que se movem grupos humanos (...). Martelado nas tiradas de coragem, até o emprego do anepesto nas apóstrofes célebres da maldição.
(BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. 35. ed. São Paulo: Cultrix, 1994).
Trecho 1
Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros,
Seres presa de via Aimorés.
Trecho 2
Não vil, não ignavo,
Mas forte, mas bravo,
Serei vosso escravo:
Aqui virei ter.
Guerreiros, não coro
Do pranto que choro:
Se a vida deploro,
Também sei morrer.
(...)
(DIAS, G. Gonçalves Dias: poesias e prosa completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008).
Alfredo Bosi, em sua leitura do poema indianista
I-Juca Pirama, ressalta as qualidades rítmicas dos
versos de Gonçalves Dias. Considerando os trechos extraídos do poema, podemos afirmar, com
base nas observações de Bosi, que:
“Ler, escrever e refletir sobre a língua. Essas três tarefas – que no fundo são uma só: desenvolver o letramento – constituem toda a missão da escola no que diz respeito à educação em língua materna. Não há tempo a perder com outras práticas que já se comprovaram absolutamente irrelevantes e inúteis para se cumprir essa missão”
(BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2013).
De acordo com o excerto acima, há práticas pedagógicas que se mostraram ineficazes para a educação em língua materna, ou seja, que não levam a desenvolver a leitura, escrita e reflexão sobre a língua. Assinale a alternativa que apresenta atividades dessa natureza.
“Se, para tentar e intimidar, o destinador oferece valores que ele acredita desejados ou temidos pelo destinatário, para seduzir e provocar, o destinador apresenta imagens positivas ou negativas do destinatário, de sua competência. Nesses casos, para manter ou para evitar a imagem que o outro faz dele, o destinatário realizará o que lhe é proposto (...)”.
(BARROS, D. L. P. Estudos do discurso. In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística II: princípios de análise. 4. ed. 2a reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008).
A partir do trecho citado e considerando a noção
de manipulação no âmbito dos estudos de semiótica, indique a frase em que a estratégia utilizada
é a sedução.
«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»
«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»
«Muita coisa mais do que isso,
Fala-me de muitas outras coisas.
De memórias e de saudades
E de coisas que nunca foram.»
«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»
(PESSOA, F. O eu profundo e outros eus: antologia poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980).
“Com efeito, os heterônimos são, pode dizer-se, uma invenção nova na história da poesia europeia, embora no desenvolvimento de uma tendência antiga. Podemos talvez compreendê-la supondo que cada heterônimo corresponde a um ciclo de atitudes como que experimentais. O heterônimo Alberto Caeiro reage em verso prosaicamente livre contra o transcendentalismo saudosista, mostrando que ’o único sentido oculto das coisas / é elas não terem sentido oculto nenhum‘, e contra o farisaísmo, então concorrentemente jacobino e devoto, da poesia compassiva sentimental”.
(SARAIVA, A. J.; LOPES, Ó. História da literatura portuguesa. 26. ed. Porto: Porto Editora, 1996).
O poema de Fernando Pessoa, excerto de O guardador de rebanhos, vincula-se ao heterônimo Alberto Caeiro e estrutura-se em forma de diálogo entre dois sujeitos com percepções distintas sobre o vento. Considerando o trecho citado de Saraiva e Lopes em História da literatura portuguesa, a oposição entre as vozes que realizam o diálogo no texto de Pessoa-Caeiro relaciona-se:
“Language techniques are designed to engage learners in the pragmatic, authentic, functional use of language for meaningful purposes. Organizational language forms are not the central focus, but rather aspects of language that enable the learner to accomplish these purposes.” (BROWN, 2007).
The previous statement is a reference to:
Read the excerpt from TOMLINSON (2011) “Ideally language learners should have strong and consistent motivation and they should also have positive feelings towards the target language, their teachers, their fellow learners and the materials they are using. But, of course, ideal learners do not exist and even if they did exist one day, they would no longer be ideal learners the next day. Each class of learners using the same materials will differ from each other in terms of long- and short-term motivation and of feelings and attitudes about the language, their teachers, their fellow learners and their learning materials, and of attitudes towards the language, the teacher and the materials. Obviously no materials developer can cater for all these affective variables, but it is important for anybody who is writing learning materials to be aware of the inevitable attitudinal differences of the users of the materials.”
What can be concluded from the text about
materials to teach languages is that their developers
should take into account that:
Almeida Filho (2005) illustrates in figure 1:
Regarding to questioning strategies for interactive learning, there are many ways to classify what kind of questions are effective in the classroom, beginning with display questions to highly referential ones. Asking a lot of questions in classroom does not guarantee stimulation of interaction, for that reason, knowing how to apply the appropriate question in order to achieve a previous fixed objective is of great importance (BROWN, 2007).
Considering the statement above, choose the alternative that properly presents: (1) a question category (2) its explanation and (3) a correct example of it.
[this domain] deals with the way in which utterences are interpreted in context, and the ways in which the utterences of a particular sentence in a certain context may convey a message that is not actually expressed in the sentence and in other contexts might not have been conveyed. (HUDDLESTON and PULLUM, 2002).
The previous passage is a definition of:
The aim of this particular model is to provide a coherent framework for the integration of the various aspects of learning, while at the same time allowing enough room for creativity and variety to florish. The model consists of four elements: input, content focus, language focus, task (HUTCHINSON and WATERS,1987).
Hutchinson and Waters (1987) present a material design model based on four elements: input, content, language and task. According to the authors, the primary focus of the unit is:
Given that communicative competence is the goal of a language classroom, instruction needs to point toward all its components: organizational, pragmatic, strategic, and psychomotor. Communicative goals are best achieved by giving due attention to language use and not just usage, to fluency and not just accuracy, to authentic language and contexts, and to students’ eventual need to apply classroom learning to previously unrehearsed contexts in the real world (BROWN, 2007).
Considering Communicative Competence as a reference, it is correct to state that:
Read the excerpt from Anthony (1963) apud Richards and Rodgers (2001):
“…An approach is a set of correlative assumptions dealing with the nature of language teaching and learning. An approach is axiomatic. It describes the nature of the subject matter to be taught… …
... Method is an overall plan for the orderly presentation of language material, no part of which contradicts, and all of which is based upon, the selected approach. An approach is axiomatic, a method is procedural.
Within one approach, there can be many methods…”
Considering the excerpt and the nature of approaches and methods in English teaching, it is correct to say that:
According to Anthony’s model, approach is the level at which assumptions and beliefs about language and language learning are specified; method is the level at which theory is put into practice and at which choices are made about the particular skills to be taught, the content to be taught, and the order in which the content will be presented; technique is the level at which classroom procedures are described (RICHARDS and RODGERS, 2001).
Richards and Rodgers (2001) criticism concerning Anthony’s (1963) definition of approach, method and technique which resulted in the authors new model resides in:
According to BROWN (2007):
“As students work together in pairs and groups, they share information and come to each others’ aid. They are a ‘team’ whose players must work together in order to achieve goals successfully.”
Taking into consideration the above passage it is possible to state that the authors refer to
Read the excert from HUTCHINSON & WATERS (1987) about the ESP origin:
“As with most developments in human activity, ESP was not a planned and coherent movement, but rather a phenomenon that grew out of a number of converging trends. These trends have operated in a variety of ways around the world, but we can identify three main reasons common to the emerge of all ESP.”
Taking into consideration HUTCHINSON & WATERS assumptions, what are the three main reasons for ESP emergence?
Em síntese: existe uma linguagem verbal, linguagem de sons que veiculam conceitos e que se articulam no aparelho fonador, sons estes que, no Ocidente, receberam uma tradução visual alfabética (linguagem escrita), mas existe simultaneamente uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem em sistemas sociais e históricos de representação do mundo. Portanto, quando dizemos linguagem, queremos nos referir a uma gama incrivelmente intrincada de formas sociais de comunicação e de significação.
(SANTAELLA, L. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1993. Coleção Primeiros Passos.)
No trecho citado, a semioticista Lucia Santaella procura mostrar que o conceito de linguagem abrange outros elementos além daqueles pertinentes à linguagem verbal. Para a autora, a definição do objeto de estudo da Semiótica enquanto ciência articula-se com essa concepção de linguagem porque: