Questões de Concurso Público Prefeitura de Pitangueiras - SP 2019 para Fiscal Sanitário
Foram encontradas 4 questões
Ano: 2019
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Prova:
Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - Fiscal Sanitário |
Q1790236
Português
Texto associado
A produção de si como mercadoria nas redes sociais
Estudar a história do trabalho, das indústrias e das
corporações nos ajudaria a entender a história do poder
econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas
submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa
sobrevivência.
As formas de organização da produção industrial a que
se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo,
definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser
da vida em geral submetida ao controle pela produção.
Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos
enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos,
certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas
que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram
sistemas bastante frustrantes para pessoas que não
queriam ser tratadas como robôs.
No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma
única atividade no processo produtivo, eram remuneradas
por produtividade e individualmente. A superprodução
levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que
acrescentou a esteira rolante que economizava tempo
dentro da fábrica para incrementar o processo de produção
em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira
disso tudo.
O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês,
tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora
é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única
atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se
evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se
entrega às demandas. Em épocas de crise se produz
conforme o consumo.
Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens
bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua
produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser
substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se
submete a isso quem, em vez de ser operário comandado
por meios de produção, é o dono dos meios de produção.
Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge
todas as instituições.
A produção de coisas, sejam carros ou telefones
celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores
de produção, ora humanos, ora robôs.
Do mesmo modo quando se trata de “meios de
produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da
internet, lotada de produção de material comunicacional
ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio
apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o
que nos faz participar de redes sociais?
Coloco essas questões porque gostaria de pensar no
tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que
as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às
pessoas, então, parece que não estamos trabalhando.
Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento.
E é evidente que elas também se oferecem como meios de
comunicação.
Mas é a dimensão do trabalho que me interessa
entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses
meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver
neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas
nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que
tensões enfrentamos quando deles queremos participar?
Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se
aproveitam dele para jogos de poder? Há pessoas neles
capazes de cometer violência? Para que são usadas as
redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes?
Há pessoas que trabalham para as redes e são
remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas
redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias
midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir
reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando
pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando
virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para
dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender
que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais
fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles
nos movimentam? Dançamos conforme a música nas
redes? [...]
O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que
estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo
da lógica da mercadoria.
Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por
meio da transformação da subjetividade em mercadoria.
Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de
si nas redes, imagens como selfies, imagens como
paisagens, imagens como frases feitas e formulações
instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
Em termos simples, cada um está produzindo e
vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo
dono dos meios de produção de si, cada um se produz a
partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do
aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor
consumido”, para lembrar Vilém Flusser.
(Marcia Tiburi. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoria-
redes-sociais/.Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Em “As formas de organização da produção industrial a que
se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo,
definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser
da vida em geral submetida ao controle pela produção.”
(2º§), o verbo grifado exige o mesmo tipo de complemento
empregado em:
Ano: 2019
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Prova:
Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - Fiscal Sanitário |
Q1790241
Português
Texto associado
A produção de si como mercadoria nas redes sociais
Estudar a história do trabalho, das indústrias e das
corporações nos ajudaria a entender a história do poder
econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas
submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa
sobrevivência.
As formas de organização da produção industrial a que
se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo,
definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser
da vida em geral submetida ao controle pela produção.
Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos
enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos,
certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas
que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram
sistemas bastante frustrantes para pessoas que não
queriam ser tratadas como robôs.
No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma
única atividade no processo produtivo, eram remuneradas
por produtividade e individualmente. A superprodução
levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que
acrescentou a esteira rolante que economizava tempo
dentro da fábrica para incrementar o processo de produção
em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira
disso tudo.
O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês,
tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora
é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única
atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se
evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se
entrega às demandas. Em épocas de crise se produz
conforme o consumo.
Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens
bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua
produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser
substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se
submete a isso quem, em vez de ser operário comandado
por meios de produção, é o dono dos meios de produção.
Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge
todas as instituições.
A produção de coisas, sejam carros ou telefones
celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores
de produção, ora humanos, ora robôs.
Do mesmo modo quando se trata de “meios de
produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da
internet, lotada de produção de material comunicacional
ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio
apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o
que nos faz participar de redes sociais?
Coloco essas questões porque gostaria de pensar no
tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que
as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às
pessoas, então, parece que não estamos trabalhando.
Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento.
E é evidente que elas também se oferecem como meios de
comunicação.
Mas é a dimensão do trabalho que me interessa
entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses
meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver
neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas
nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que
tensões enfrentamos quando deles queremos participar?
Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se
aproveitam dele para jogos de poder? Há pessoas neles
capazes de cometer violência? Para que são usadas as
redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes?
Há pessoas que trabalham para as redes e são
remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas
redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias
midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir
reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando
pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando
virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para
dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender
que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais
fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles
nos movimentam? Dançamos conforme a música nas
redes? [...]
O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que
estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo
da lógica da mercadoria.
Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por
meio da transformação da subjetividade em mercadoria.
Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de
si nas redes, imagens como selfies, imagens como
paisagens, imagens como frases feitas e formulações
instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
Em termos simples, cada um está produzindo e
vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo
dono dos meios de produção de si, cada um se produz a
partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do
aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor
consumido”, para lembrar Vilém Flusser.
(Marcia Tiburi. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoria-
redes-sociais/.Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
No período “Estudar a história do trabalho, das indústrias e
das corporações nos ajudaria a entender a história do poder
econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas
submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa
sobrevivência.” (1º§), o vocábulo “que” desempenha a
mesma função sintática em:
Ano: 2019
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Prova:
Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - Fiscal Sanitário |
Q1790243
Português
Texto associado
A produção de si como mercadoria nas redes sociais
Estudar a história do trabalho, das indústrias e das
corporações nos ajudaria a entender a história do poder
econômico e, por conseguinte, a história de nossas vidas
submetidas àqueles que controlam a possibilidade de nossa
sobrevivência.
As formas de organização da produção industrial a que
se deu o nome de fordismo, taylorismo e toyotismo,
definiram não apenas o modo de fazer, mas o modo de ser
da vida em geral submetida ao controle pela produção.
Aqueles modos de organização sempre visaram baixar custos
enquanto promoviam altos índices de produtividade. Todos,
certamente, sempre se preocuparam pouco com as pessoas
que trabalhavam nas fábricas ou nas empresas. Eram
sistemas bastante frustrantes para pessoas que não
queriam ser tratadas como robôs.
No taylorismo e no fordismo, as pessoas faziam uma
única atividade no processo produtivo, eram remuneradas
por produtividade e individualmente. A superprodução
levava a estoques gigantes e lucros enormes. Foi Ford que
acrescentou a esteira rolante que economizava tempo
dentro da fábrica para incrementar o processo de produção
em grande escala. Tempos modernos de Chaplin fez a sátira
disso tudo.
O toyotismo, que surgiu na fábrica do carro japonês,
tem algumas diferenças: o trabalho antes individual, agora
é em equipe. Uma pessoa não tem mais uma única
atividade repetitiva, ela deve saber fazer tudo. Deve-se
evitar todo tipo de desperdício. Retira-se o estoque e se
entrega às demandas. Em épocas de crise se produz
conforme o consumo.
Em qualquer desses casos, as pessoas sempre são bens
bastante descartáveis. Um produtor vale tanto quanto sua
produtividade. Ou menos do que ela, já que pode ser
substituído. Não há nenhuma novidade nisso. Só não se
submete a isso quem, em vez de ser operário comandado
por meios de produção, é o dono dos meios de produção.
Essa lógica das fábricas é espelho da lógica da vida e atinge
todas as instituições.
A produção de coisas, sejam carros ou telefones
celulares, panelas ou cosméticos, depende de operadores
de produção, ora humanos, ora robôs.
Do mesmo modo quando se trata de “meios de
produção da linguagem”. Pensemos no conteúdo da
internet, lotada de produção de material comunicacional
ou anticomunicacional por pessoas que participam do meio
apenas porque desejam. Mas será que é desejo mesmo o
que nos faz participar de redes sociais?
Coloco essas questões porque gostaria de pensar no
tipo de trabalho que temos nas redes sociais. É inegável que
as redes sociais oferecem algum tipo de diversão às
pessoas, então, parece que não estamos trabalhando.
Trata-se, nesse caso, de uma indústria do entretenimento.
E é evidente que elas também se oferecem como meios de
comunicação.
Mas é a dimensão do trabalho que me interessa
entender. Quanto tempo gastamos diariamente nesses
meios? O que somos obrigados a fazer para sobreviver
neles? Somos submetidos aos parâmetros taylor-fordistas
nas redes sociais? Ou aos toyotistas? Que esforços, que
tensões enfrentamos quando deles queremos participar?
Podemos viver fora deles sem culpa? Há espertos que se
aproveitam dele para jogos de poder? Há pessoas neles
capazes de cometer violência? Para que são usadas as
redes? Qual o papel da comunicação violenta nas redes?
Há pessoas que trabalham para as redes e são
remuneradas por seu trabalho. Há mercado negro nas
redes, há trabalho ilegal e dinheiro sujo, há milícias
midiáticas ocupadas em enganar, mentir, destruir
reputações, há pessoas cometendo crimes, aliciando
pessoas mentalmente precárias, roubando e assaltando
virtualmente. Não estou mencionando esses aspectos para
dizer que as redes são más, não é isso. Temos que entender
que as redes são “medialidades”, são meios sobre os quais
fazemos escolhas. Meios que nós movimentamos? Ou eles
nos movimentam? Dançamos conforme a música nas
redes? [...]
O tempo, a privacidade, a vida íntima, familiar, o que
estiver a mão, é transformado em mercadoria. É o triunfo
da lógica da mercadoria.
Há ainda o aspecto da produção da subjetividade por
meio da transformação da subjetividade em mercadoria.
Um dos pontos altos dessa produção passa pela imagem de
si nas redes, imagens como selfies, imagens como
paisagens, imagens como frases feitas e formulações
instantâneas com alto teor de impacto ou “lacrações”.
Em termos simples, cada um está produzindo e
vendendo a si mesmo. Ao mesmo tempo, em não sendo
dono dos meios de produção de si, cada um se produz a
partir de uma fórmula pronta dada pelo funcionamento do
aparelho. Cada um é uma espécie de “consumidor
consumido”, para lembrar Vilém Flusser.
(Marcia Tiburi. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/producao-de-si-mercadoria-
redes-sociais/.Acesso em: 08/05/2019. Adaptado.)
Considerando ainda o período destacado na questão
anterior, pode-se afirmar que a expressão “por
conseguinte” expressa uma relação, no contexto, EXCETO:
Ano: 2019
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Prova:
Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - Fiscal Sanitário |
Q1790244
Português
Texto associado
O futuro da Web
Ao completar 30 anos, a tecnologia que transformou o
mundo moderno enfrenta desafios para continuar sendo
um território livre, democrático e plural.
A Web tornou-se balzaquiana. Em março deste ano, a
World Wide Web, ou simplesmente www, completou três
décadas de existência. Sua invenção mudou a cara da
internet, massificou seu uso e provocou profundas
transformações na maneira pela qual as pessoas se
relacionam e os negócios acontecem. A ideia brotou da
cabeça do físico britânico Tim Berners-Lee, quando tinha 33
anos e era pesquisador da Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear (Cern), na Suíça. Naquela época, a
internet, uma rede conectada de computadores localizados
em diferentes lugares, já operava havia duas décadas, mas
de forma bem diferente. Com recursos restritos, era usada
principalmente para troca de informações entre pesquisadores da área acadêmica. Não existiam sites, redes sociais nem
ferramentas de busca.
“A www permitiu a fácil interconexão de dados
distribuídos ao redor do globo e transformou-se em um
componente fundamental da internet moderna”, afirma o
cientista da computação Fabio Kon, professor do Instituto
de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo
(IME-USP) e editor-chefe do Journal of Internet Services and
Applications. A ferramenta idealizada pelo cientista britânico, segundo Kon, foi decisiva para a popularização da
internet, que tem hoje 4,4 bilhões de usuários, quase 60%
da população global. “A rede trouxe muitas coisas boas e
praticamente não conseguimos mais viver sem as
comodidades que ela nos proporciona”, opina. “Mas, por
outro lado, ela amplifica alguns fenômenos negativos e
indesejados que já existiam na sociedade.”
A ideia que originou a Web, destaca o cientista da
computação Roberto Marcondes César Júnior, do grupo
Ciência de Dados do IME-USP, tem uma gênese
interessante que revela a importância da pesquisa básica
para consolidação de grandes projetos científicos. “Ao ler a
sugestão de Berners-Lee para criação de um sistema de
compartilhamento de dados de pesquisa, seu superior
imediato no Cern, Mike Sendal, destacou no documento
que a proposta era ‘vaga, mas estimulante’”, conta
Marcondes. “Para ele, a ideia ainda não estava muito clara,
e foi preciso mais alguns anos de pesquisa em laboratório
para que o www se concretizasse e se transformasse na
ferramenta que viria a revolucionar o mundo.”
Outro aspecto apontado pelo pesquisador é a
importância da Web para o avanço das pesquisas em
inteligência artificial (IA). “Alguns dos algoritmos de IA
existentes hoje têm raiz em estudos iniciados muitos anos
atrás. A criação da World Wide Web disponibilizou na rede
uma grande quantidade de informações, permitindo que os
algoritmos trabalhassem numa escala de dados muito
superior, processo essencial para o refinamento deles. Sem a
invenção de Berners-Lee, talvez estivéssemos bem atrasados
em relação à revolução de IA”, destaca Marcondes.
Nas comemorações dos 30 anos da Web, Berners-Lee
expressou preocupação com os rumos que a internet está
tomando e fez um apelo para o estabelecimento de uma
nova ética para lidar com os problemas surgidos a partir dela.
Em entrevista à rede britânica BBC, ele externou o temor de
que ela caminhe para um futuro disfuncional. De acordo com
o cientista, o escândalo envolvendo a consultoria Cambridge
Analytica, do Reino Unido, acusada de usar dados privados
de 87 milhões de usuários do Facebook para finalidades
políticas durante a campanha presidencial dos Estados
Unidos em 2016, revelou quão frágil é a privacidade dos
usuários na rede mundial de computadores.
(Yuri Vasconcelos. Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/06/07/o-futuro-da-web/.
Fragmento.)
Considere o excerto “Ao completar 30 anos, a tecnologia
que transformou o mundo moderno enfrenta desafios
para continuar sendo um território livre, democrático e
plural” e indique a afirmativa correta acerca das relações
linguísticas estabelecidas.