Questões de Concurso Público Prefeitura de Fortaleza - CE 2016 para Assistente Social (Edital nº 97)

Rigoroso tratamento teórico, histórico e metodológico da realidade social e do Serviço Social que possibilitem a compreensão dos problemas e dos desafios com os quais o profissional se defronta no universo da produção e da reprodução da vida social; adoção de uma teoria social crítica que possibilite a apreensão da totalidade social em suas dimensões de universalidade, de particularidade e de singularidade; debate entre tendências teóricas presentes nas ciências humanas e sociais.

O resgate da historicidade da profissão; a crítica teóricometodológica tanto do conservadorismo quanto da vulgarização marxista; a ênfase na política social pública, no campo das relações entre o Estado e a sociedade civil; o debate teórico e político sobre a questão social: interpretações e expressões no país; o debate sobre a ética e o projeto profissional, o debate sobre a reestruturação produtiva e a centralidade do trabalho nas alterações no mercado de trabalho, nas formas de consumo da força de trabalho e no perfil dos trabalhadores, considerando suas incidências no trabalho do assistente social; o debate sobre o exercício profissional: trabalho, ideologia ou práxis.

A indissociável articulação entre conhecimento e história, entre teoria e realidade; dimensões teórico-sistemáticas, particularidades históricas (continentais, nacionais, regionais e/ou locais), que determinam o trabalho profissional e nele se condensam, enquanto dimensões indispensáveis à sua análise.

História, Teoria e Metodologia do Serviço Social; integração entre as dimensões de formação e de investigação, a interdisciplinaridade e a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; ética como princípio transversal à formação e à estreita articulação entre supervisão acadêmica e profissional na atividade de estágio.

O Serviço Social ver-se confrontado com o conjunto de transformações societárias no qual é desafiado a compreender e a intervir nas novas configurações e manifestações da questão social, que expressam a precarização do trabalho e a penalização dos trabalhadores na sociedade capitalista.

O Serviço Social apropria-se do pensamento de Antônio Gramsci, pois do ponto de vista das referências teóricometodológicas se coloca para a profissão o confronto com a denominada crise dos modelos analíticos, explicativos das ciências sociais. Acresce a hegemonia das teorizações de Agnes Heller sobre o cotidiano, Georg Lukács sobre a ontologia do ser social e E. P. Thompson com sua concepção das experiências humanas.

A teoria social de Marx inicia sua efetiva interlocução com a profissão, tornando-se hegemônica no Serviço Social no país a abordagem da profissão como componente da organização da sociedade inserida na dinâmica das relações sociais participando do processo de reprodução dessas relações.

A profissão enfrentou o desafio de decifrar algumas lógicas do capitalismo contemporâneo particularmente em relação às mudanças no mundo do trabalho e sobre os processos desestruturadores dos sistemas de proteção social e da política social em geral.

Para Sara Granemann, o trabalho tem o poder de transformar a natureza e, todo ato de trabalho é sempre um ato social, pois transforma a natureza nos bens necessários. Com isso, defende que o Serviço Social não é trabalho. Coloca que o Serviço Social se insere na organização humana e não no trabalho em si. Ou seja, atua nas relações puramente sociais, nas relações entre os homens.

De acordo com Sérgio Lessa, o Serviço Social não é trabalho porque o Serviço Social não realiza a transformação da natureza nos bens materiais necessários à reprodução social. Cumpre a função entre os homens e a natureza, atuando nas relações puramente sociais, nas relações entre os homens.

Segundo Marilda Iamamoto, o ato de trabalho não se reduz a relação homem x natureza na relação capital x trabalho há a materialização das relações sociais e a personificação das coisas. Diante da intensificação da exploração do trabalho torna invisível a centralidade do trabalho.

Marilda Iamamoto afirma ser a condição de trabalhador assalariado a única semelhança existente entre o trabalho do assistente social e o trabalho operário – aquele que transforma a natureza em meios de subsistência e de produção, ou mesmo quando opera sobre uma matéria-prima.

Defende que a industrialização impulsionada e planejada pelo Estado em comunhão com o grande capital nacional é capaz de romper com a inserção subordinada do Brasil na divisão internacional do trabalho ao desenvolver nossas forças produtivas, gerar emprego e distribuir renda e riqueza com ganhos para capitalistas e trabalhadores.

Tentativa das classes dominantes e seus ideólogos orgânicos de traçarem uma terceira via de desenvolvimento, criticando tanto o neoliberalismo do Consenso de Washington quanto o socialismo do século XXI. Contudo, o neoliberalismo vive uma crise mundial e não manteve a sua supremacia no Brasil.

Criaram uma falsa disputa entre burguesia produtiva e burguesia rentista, Estado e mercado, nacional e estrangeiro, intervencionistas e privatistas, e foram pautados política e ideologicamente pelos antigos neoliberais.

No plano político, mobilizou, de fato, amplas camadas populares, com setores organizados da classe trabalhadora e camponesa voltados para profundas reformas de base. Permanecem no poder, por conta de ausência de alternativas concretas tanto pela direita quanto pela esquerda.

Na política econômica, a responsabilidade fiscal, o superávit primário, as metas inflacionárias, câmbio flutuante e tributação progressiva, com intervenções ampliadas no câmbio e nos juros.

Incentivos fiscais, tributários e subsídios para conglomerados do capital monopolista diminuir suas taxas de lucro, para ampliar uma política industrial e de inovação tecnológica, a chamada política de campeãs nacionais.

Aumento da massa salarial e do crédito para ampliação do consumo do mercado externo e interno.

Atuação nas expressões mais agudas da “questão social”, através da política social de transferência de renda de larga abrangência e focalizada nas camadas mais miseráveis da nossa sociedade.