A constante necessidade de reafirmar o valor da arte é o problema peculiar dos professores de arte na escola, que precisam
lutar para manter a presença de sua disciplina no currículo. Como o próprio projeto escolar é sempre direcionado a objetivos
específicos, os defensores geralmente têm que demonstrar como o ensino da arte pode aprimorar esses objetivos, relacionados
ao desempenho acadêmico, ao engajamento cívico ou à coesão social. No entanto, é no contexto social e cultural mais amplo
que as práticas e processos de criatividade simbólica relacionados à arte acontecem, o que a torna complexa e subjetiva, não
podendo garantir um resultado previamente estipulado. Além disso, o foco nos resultados tende a obscurecer as experiências
reais - positivas, negativas ou nenhum dos dois - que evoluem dentro de contextos definidos por práticas e processos de
criatividade simbólica tipicamente associados ao conceito de artes. Dessa maneira, tentar garantir um resultado previamente
estipulado, como exige a lógica positivista presente nas escolas que funcionam como empresas, reduz as possibilidades que se
escondem nas experiências com a arte na educação.
(Adaptado de Gaztambide-Fernández; R.A. (2013). Why the Arts Don’t Do Anything: Toward a New Vision for Cultural Production in
Education. Harvard Educational Review, 83(1), 211-236 – tradução livre)
Esse pensamento do autor é resultado de suas experiências pessoais como músico profissional e professor de música, que
incluíam, como ele confessa ao longo do texto, uma mistura de experiências, muitas vezes, enriquecedoras, mas, às vezes,
indesejáveis.
O que podemos inferir do pensamento do professor de arte e músico canadense?