Um filósofo, ao analisar a reprodução das condições de prod...

A alternativa correta é a D - Althusser.

O filósofo Louis Althusser é conhecido por sua teoria dos Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE), na qual argumenta que o Estado consiste em uma série de aparelhos desenvolvidos para perpetuar as condições e relações de produção de uma sociedade capitalista. Importante frisar que para Althusser, a ideologia não é apenas um conjunto de ideias, mas práticas e rituais incorporados nas instituições, conferindo-lhes uma existência material.

Althusser diferenciou entre o que chamou de Aparelho Repressivo do Estado (ARE), que inclui o governo, a administração, o exército, a polícia, os tribunais, as prisões, etc., e os Aparelhos Ideológicos de Estado (AIE), que são entidades privadas ou públicas como escolas, igrejas, família, mídia, partidos políticos, etc. Os AIE são responsáveis por disseminar a ideologia dominante e manter as relações de produção existentes, por meio de práticas e rituais que são reforçados e naturalizados dia após dia.

O conceito de Aparelhos Ideológicos de Estado é crucial para entender como a ideologia é implantada e perpetuada na sociedade, e Althusser foi pioneiro em tratar a ideologia como algo que tem uma existência palpável e concreta, fundamentada nas atividades diárias e práticas institucionais.

A compreensão de Althusser sobre a ideologia e os Aparelhos Ideológicos do Estado é fundamental para várias áreas da ciência social e humanas, incluindo a pedagogia, onde educadores devem estar cientes de como a educação pode funcionar como um AIE.

Portanto, a resposta correta é a D - Althusser, que é o filósofo responsável por desenvolver a teoria de que os Aparelhos Ideológicos do Estado têm um papel central na reprodução das condições de produção numa sociedade, e que a ideologia tem, sim, uma existência material.

Em outras palavras, é mais do que razoável admitir em Althusser o seguinte

paralelismo: a ideologia funciona para a sociedade do mesmo modo que o inconsciente

para o indivíduo, embora esse modo de colocar as coisas seja, de certo modo, velado pelo

autor ao, simplesmente, “deixá-lo de lado”.

Prosseguindo na caracterização da constituição dos indivíduos concretos em “sujeitos”,

o autor situa um ritual característico do aparelho ideológico, o reconhecimento,

cuja existência poderia ser percebida num simples cumprimento cotidiano, onde “você e

eu já somos sempre sujeitos e que, enquanto tais, praticamos ininterruptamente os rituais do reconhecimento ideológico, que nos garantem que somos de fato sujeitos concretos,

individuais, inconfundíveis e (obviamente) insubstituíveis”.

Gabarito D

De onde surgiu essa alma, meu Deus?