Ao discutir currículo, Tomaz Tadeu da Silva (1999) entende q...

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Q1277362 Pedagogia
Ao discutir currículo, Tomaz Tadeu da Silva (1999) entende que as teorias críticas e pós-críticas
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Alternativa correta: E - articulam a seleção dos saberes e conteúdos com a promoção de certas identidades, que, por sua vez, revelam relações de poder em jogo na sociedade.

Ao discutir o currículo no âmbito das teorias críticas e pós-críticas, Tomaz Tadeu da Silva traz uma perspectiva que envolve entender o currículo não apenas como uma seleção neutra de conhecimentos, mas como um espaço de luta e expressão das dinâmicas de poder na sociedade. Essas teorias percebem a educação e o currículo como instrumentos pelos quais se revelam e se perpetuam as relações de poder, influenciando e moldando identidades.

As teorias críticas têm suas raízes na Escola de Frankfurt e outros pensadores que veem a educação como uma forma de resistência e de crítica social, promovendo a conscientização e o potencial emancipatório dos indivíduos. Já as teorias pós-críticas avançam nessa visão, incorporando perspectivas de pós-estruturalistas como Foucault, para quem os discursos e práticas sociais constituem regimes de verdade que formam sujeitos e identidades. Assim, o currículo é entendido como um meio pelo qual certos saberes e identidades são valorizados, enquanto outros são marginalizados.

A alternativa correta (E) destaca que, segundo Tomaz Tadeu da Silva, o currículo é formulado com base em uma seleção de saberes que promove certas identidades sociais e culturais. Esta seleção não é isenta de valores ou poder, pois os conteúdos escolhidos refletem e perpetuam relações de poder existentes na sociedade, o que as teorias críticas e pós-críticas buscam desvelar e questionar.

Essa compreensão é essencial para a prática pedagógica contemporânea, a qual deve ser reflexiva e crítica quanto à sua própria atuação no que tange à perpetuação ou à desconstrução de desigualdades sociais e culturais, que são mediadas pelo currículo escolar.

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E

articulam a seleção dos saberes e conteúdos com a promoção de certas identidades, que, por sua vez, revelam relações de poder em jogo na sociedade.

GAB: E

Teorias críticas do currículo

As teorias curriculares críticas basearam o seu plano teórico nas concepções marxistas e também nos ideários da chamada Teoria Crítica, vinculada a autores da Escola de Frankfurt, notadamente Max Horkheimer e Theodor Adorno. Outra influência importante foi composta pelos autores da chamada Nova Sociologia da Educação, tais como Pierre Bourdieu e Louis Althusser.

Assim sendo, a função do currículo, mais do que um conjunto coordenado e ordenado de matérias, seria também a de conter uma estrutura crítica que permitisse uma perspectiva libertadora e conceitualmente crítica em favorecimento das massas populares. As práticas curriculares, nesse sentido, eram vistas como um espaço de defesa das lutas no campo cultural e social.

Teorias pós-críticas do currículo

Já as teorias curriculares pós-críticas emergiram a partir das décadas de 1970 e 1980, partindo dos princípios da fenomenologia, do pós-estruturalismo e dos ideais multiculturais. Assim como as teorias críticas, a perspectiva pós-crítica criticou duramente as teorias tradicionais, mas elevaram as suas condições para além da questão das classes sociais, indo direto ao foco principal: o sujeito.

As teorias pós-críticas consideravam que o currículo tradicional atuava como o legitimador dos modus operandi dos preconceitos que se estabelecem pela sociedade. Assim, a sua função era a de se adaptar ao contexto específico dos estudantes para que o aluno compreendesse nos costumes e práticas do outro uma relação de diversidade e respeito. Além do mais, em um viés pós-estruturalista, o currículo passou a considerar a ideia de que não existe um conhecimento único e verdadeiro, sendo esse uma questão de perspectiva histórica, ou seja, que se transforma nos diferentes tempos e lugares.

Ver: SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

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