Caso o escritor tivesse iniciado sua resposta com “Para mim,...
[...]
Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o Brasil?
*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente um escritor – operário da palavra queimando olhos e criando corcunda sobre o papel e a máquina. Pronto o livro, o autor brasileiro não deve fugir à realidade de que é um vendedor, como um vendedor de cebolas ou batatas. Mas com uma diferença, é claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de primeira necessidade, como os cereais. Também por isso, há de se sair a campo e de se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um camelô de sua área: conversa sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o seu parceiro, o leitor. Que jamais se estabeleça um clima formal, doutoral, beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o escritor se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades que é a chamada vida literária, jamais poderá sentir a realidade de seu público.
(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.)
*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado um dos melhores contistas brasileiros do século XX.
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GABARITO: LETRA D
? ?Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve, [...]?
? Temos uma expressão partitiva "maioria dos escritores"; a concordância pode ser feita facultativamente com o termo "maioria" ou com o termo especificado "dos escritores" (=escreve OU escrevem).
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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
A) A concordância é com a TOTALIDADE ou com o TERMO.
B) OCORRE DIFERENÇA SEMÂNTICA ENTRE AS CONCORDÂNCIAS.
C) CONCORDÂNCIA NA TERCEIRA PESSOA DO PLURAL - PRONOME DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO. Caso fosse uma PA, a concordância seria com o sujeito.
Alguns detalhes que não podem passar :
“Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve".
1º Em relação não a questão mas aos pronomes da frase descrita:
Após preposição, utilizam-se sempre os pronomes oblíquos tônicos mim e ti, nunca eu ou tu.
Ex: Este problema é entre você e mim..
Havendo preposição regendo verbo= Utilizamos o eu = Este bolo é para EU comer.
No caso da frase perceba> A maioria dos escritores para mim.
EM RELAÇÃO A QUESTÃO E AO QUE FOI EXIGIDO:
A) Estamos diante de um caso de concordância com expressões partitivas há dupla possibilidade de concordância:
A maioria dos escritores Escreve/ Escrevem.
B) não há diferença semântica entre a escolha de uma ou de outra possibilidade de concordância do verbo, a saber: no singular ou no plural.
Quando eu uso no singular = A maioria. Quando uso no plural = Os escritores.
C) Ao colocar um "SE" Temos uma alteração semântica;
a maioria dos escritores Enquanto se escrevem.
Além disso, a concordância deveria ficar no plural.
Equívocos? Mande msg.
Bons estudos!
Sem entrar em pormenores, a concordância verbal diz respeito à correta flexão do verbo a fim de concordar com o sujeito, ao passo que a nominal se refere à adequada flexão entre substantivo e seus modificadores (pronome, numeral, adjetivo) em matéria de gênero (masculino e feminino) e/ou número (plural e singular).
“Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve, [...]”
Note que o núcleo do sujeito é termo partitivo. Concorda-se, nesse caso, com o núcleo (maioria) ou com o determinante (escritores). Há duas possibilidades de concordância, portanto. A discrepância entre plural e singular é de sentido: quando nos servimos do plural, enfocamos os seres, isto é, os escritores.
a) a concordância não está de acordo com a norma padrão da língua, sendo necessária a substituição de “escreve” por “escrevem”.
Incorreto. Ambas as formas verbais são genuínas;
b) não há diferença semântica entre a escolha de uma ou de outra possibilidade de concordância do verbo, a saber: no singular ou no plural.
Incorreto. Há, sim, conforme foi explanado acima;
c) existe a possibilidade de que seja acrescentado o pronome apassivador “se” ao verbo, mantendo sua concordância na 3ª pessoa do singular.
Incorreto. Passaria o pronome a ser reflexivo recíproco: um escritor escreve ao outro. Há mútua correspondência. A concordância dá-se no plural;
d) a concordância, neste caso, se deu com a expressão partitiva, havendo possibilidade da flexão no plural para o verbo “escrever” concordando com a palavra no plural “escritores”.
Correto. Vide o começo do comentário.
Letra D
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