A organização científica do trabalho cria entre os trabalhad...

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Q2116335 Psicologia
A organização científica do trabalho cria entre os trabalhadores uma clivagem entre o corpo e o pensamento. Nesse sistema, o corpo fica submetido a diretivas elaboradas por uma vontade exterior ao sujeito. Nas tarefas de manutenção, assim como nas tarefas repetitivas de processamento de informações, o pensamento originado do processo de sublimação só dispõe de um espaço limitado. Os estudos clínicos mostram que não existe um meio simples à disposição do sujeito para deter seu pensamento, e que lhe é necessário recorrer a estratégias defensivas muito particulares, como a repressão pulsional, quando o trabalhador
Alternativas

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Alternativa correta: C

Vamos analisar a questão em detalhes. O enunciado aborda a ideia da organização científica do trabalho e como ela causa uma separação entre o corpo e o pensamento dos trabalhadores. Esse conceito é muito relevante na Psicologia Organizacional, pois trata do impacto que a estrutura das tarefas e a gestão do trabalho têm sobre a saúde mental e o bem-estar dos empregados.

Segundo o enunciado, quando os trabalhadores estão submetidos a tarefas repetitivas ou de manutenção, há um espaço limitado para o pensamento criativo ou para processos de sublimação. Isso leva os trabalhadores a recorrerem a estratégias defensivas para lidar com a situação.

A alternativa C é a correta porque descreve um cenário onde o trabalhador acelera o ritmo de trabalho e ocupa seu campo de consciência com as pressões sensomotoras da atividade. Essa imersão na atividade física intensa serve como uma maneira de paralisar o funcionamento psíquico e evitar lidar com pensamentos desconfortáveis. A fadiga resultante desse esforço atua como uma forma de defesa, ao esgotar a energia mental disponível para a introspecção ou pensamentos negativos.

Vamos agora analisar as alternativas incorretas:

A. A alternativa sugere que o trabalhador subverte seu sofrimento por meio da negação da realidade e busca desafios maiores em um movimento narcísico. Embora a negação possa ser uma estratégia defensiva, a alternativa não menciona a aceleração do ritmo de trabalho ou a ocupação do campo de consciência com pressões sensomotoras, que é o foco do enunciado.

B. Aqui, a alternativa indica que o trabalhador diminui o ritmo de trabalho e se engaja nas relações interpessoais. Essa descrição não se alinha com o enunciado, que fala sobre a ocupação do campo de consciência com atividades sensomotoras e o uso da fadiga como um mecanismo defensivo.

D. A alternativa sugere que o trabalhador manipula o contexto para obter vantagens, mantendo um ritmo que possibilite dar vazão aos pensamentos. Isso não reflete a ideia de paralisar o funcionamento psíquico por meio da aceleração do ritmo de trabalho e do uso da fadiga.

E. A alternativa descreve comportamentos contraditórios de manter um ritmo frenético e, em seguida, paralisar as atividades. Embora possa haver trabalhadores que adotem comportamentos contraditórios, isso não se encaixa com a ideia de acelerar o trabalho para ocupar o campo de consciência e usar a fadiga como defesa.

Portanto, a alternativa C é a mais adequada, pois está alinhada com a descrição do enunciado sobre as estratégias defensivas usadas pelos trabalhadores para lidar com a clivagem entre o corpo e o pensamento.

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Comentários

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C

É aquela coisa: vou trabalhar e trabalhar para não pensar nos meus problemas.

C) acelera o ritmo de trabalho e se engaja freneticamente na aceleração, de maneira a ocupar todo o seu campo de consciência com as pressões sensomotoras de sua atividade, e com a ajuda da fadiga chega a paralisar o seu funcionamento psíquico.

Essa alternativa descreve uma estratégia defensiva em que o trabalhador busca ocupar seu campo de consciência com o ritmo acelerado de trabalho, resultando em uma paralisia do funcionamento psíquico devido à sobrecarga e à fadiga.

Boa questão. A expressão “repressão pulsional” está associada ao trabalho do psiquiatra e psicanalista francês Christophe Dejours.

Ele é conhecido por suas contribuições na área da psicodinâmica do trabalho, que explora as relações entre saúde mental e o ambiente de trabalho.

Dejours argumenta que o sofrimento no trabalho não é apenas resultado de fatores individuais, mas também está profundamente enraizado nas condições sociais e psicológicas de cada pessoa

Ele enfatiza que o sofrimento não é uniforme e depende da construção social e psíquica de cada indivíduo.

Nesse contexto, a “repressão pulsional” se refere à supressão das pulsões ou desejos naturais do indivíduo no ambiente de trabalho. Os trabalhadores muitas vezes reprimem seus sentimentos, agressividade e criatividade para se adaptarem às exigências organizacionais. Essa repressão pode levar a consequências negativas para a saúde mental, como ansiedade, desânimo e frustração e como no caso da questão um travamento psíquico. :(

Em resumo, Dejours nos alerta sobre a importância de considerar não apenas os aspectos biológicos, mas também os fatores psicossociais e emocionais no ambiente de trabalho. A compreensão desses elementos é fundamental para promover a saúde mental dos trabalhadores e criar ambientes mais saudáveis e produtivo.

Bons estudos.

Rm 12:12

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