Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a...
O caráter excludente da Primeira República, apontado no texto, expressava-se, entre outros aspectos, no sistema eleitoral vigente, marcado pelo reduzido número de eleitores e pelas fraudes recorrentes, como a adulteração de atas eleitorais, problemas estruturais que a reforma constitucional aprovada no governo Artur Bernardes, com a introdução do voto secreto, não foi capaz de tangenciar.
Houve reforma constitucional em 1926, mas não houve mudança nas leis eleitorais. As reformas foram efetuadas nos preceitos constitucionais referentes ao Estado de Sítio, como corretamente aponta o colega.
Dois fatos históricos importantes de serem lembrados:
- Artur Bernardes governou sob estado de sítio durante praticamente todo o mandato, que ocorreu entre 22-26.
- O voto secreto foi inovação que veio somente após o término da Primeira República, com o surgimento do Código Eleitoral em 32.
Curiosidade: ambos os assuntos citados também estiveram presentes no TPS de 2006.
Mr. Woodrow, há um equívoco na sua avaliação. Formalmente, o voto sempre foi secreto durante a primeira república. Na verdade, foi a partir de 1896, com a lei 426, que instituiu-se a "possibilidade", o que é diferente da obrigatoriedade, do "voto a descoberto", mais conhecido como voto aberto. Em 1917, o governo Venceslau Brás publicou um decreto proibindo a prática do voto a descoberto, o que não foi aplicado na realidade, em que predominava o poder dos coronéis. Todos esses temas estão no artigo de Cláudia Viscardi, , o qual baseou a questão mais difícil da segunda fase de 2019, a de número 3 sobre reformas eleitorais na primeira república.
O voto secreto só surgiu após a Primeira República. As reformas de Artur Bernardes não alcançaram as leis eleitorais.
Gabarito ERRADO
O voto secreto chegou junto a Era Vargas, precisamente, no ano de 1932 com o código eleitoral.
Na Era Vargas, Vargas tornou do voto feminino, que as mulheres podiam votar e instalou o voto secreto, criou a justiça eleitoral que substituiu o método antigo que era comissão verificadora de poderes. Em 1932
Dois fatos históricos importantes de serem lembrados:
- Artur Bernardes governou sob estado de sítio durante praticamente todo o mandato, que ocorreu entre 22-26.
- O voto secreto foi inovação que veio somente após o término da Primeira República, com o surgimento do Código Eleitoral em 32.
(para revisão própria)
TEC
De fato, a vida eleitoral brasileira durante a Primeira República (1889-1930) tinha instituições democráticas extremamente frágeis, o que permitia o sequestro da vida eleitoral pelas oligarquias. Sem contar com uma Justiça Eleitoral, as eleições eram organizadas pelas câmaras legislativas municipais e respondiam ao poder estadual. Ou seja, eram organizadas pelas figuras que eram diretamente interessadas no resultado das urnas, o que transbordava em uma série de fraudes e de condutas arbitrárias para manipular os resultados. Mesmo à época as eleições eram motivo de grandes críticas e muitas ironias por conta do expressivo número de irregularidades, como votos fantasmas e adulteração de atas eleitorais para assegurar resultados convenientes às oligarquias locais.
Além disso, o alistamento eleitoral padecia de gravíssimos problemas. Num país majoritariamente rural e francamente analfabeto, a Constituição de 1891 vedava o voto aos analfabetos e não sistematizava o processo de alistamento e de controle sobre as listas. Além disso, militares de baixa patente também estavam excluídos do alistamento - o que atingia uma parcela importante das camadas mais simples da população alfabetizada. Ou seja, tanto o controle sobre todo o processo não tinha compromisso com a democracia quanto a lógica do sistema brasileiro acabava por excluir sistematicamente grande parte da população.
De fato, o governo Arthur Bernardes promoveu a única reforma constitucional que a Carta de 1891 sofreria, fazendo aprovar a Emenda Constitucional de setembro de 1926. No entanto, não tratava a reforma de aspectos eleitorais, e sim de alterações nas competências dos três poderes da República, principalmente quanto às relações entre Executivo e Legislativo. A vida eleitoral brasileira, infelizmente, seguiria sem um código específico até 1932, quando, entre outras importantes modificações, instituiu-se o voto secreto no país. Até então, as eleições se davam pelo voto aberto dentro das comarcas, o que permitia o controle das oligarquias locais sobre o voto dos indivíduos - o chamado "voto de cabresto". Portanto, item ERRADO.
Ao analisarmos o cenário político da Primeira República no Brasil, é fundamental destacar algumas informações essenciais para compreender o sistema eleitoral da época:
Artur Bernardes, presidente entre 1922 e 1926, governou sob um regime de exceção, com o país em estado de sítio durante quase todo o seu mandato.
Além disso, é importante ressaltar que a implementação do voto secreto não ocorreu durante a Primeira República, mas sim posteriormente, com a instituição do Código Eleitoral de 1932.
Esses dados são relevantes e nos ajudam a perceber que a reforma constitucional no governo de Artur Bernardes não abordou o voto secreto, um avanço democrático que visava combater fraudes eleitorais.
Uma curiosidade interessante: tanto o governo de Artur Bernardes quanto o advento do voto secreto foram temas abordados no Teste de Pré-Seleção (TPS) do ano de 2006.
Portanto, a afirmação de que a reforma constitucional no governo de Artur Bernardes introduziu o voto secreto é incorreta.
Gabarito: E (errado)