A educação especial perpassa todos os níveis, etapas e dema...

A alternativa correta é a B - a educação deve garantir o direito à diferença e não à diversidade, pois assegurar o direito à diversidade é seguir reafirmando o idêntico.

O tema da questão é a educação inclusiva, um princípio que orienta a garantia do acesso à educação para todos os estudantes, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, linguísticas ou outras. A educação inclusiva pressupõe a reestruturação das políticas, culturas e práticas escolares para que respondam à diversidade de alunos e atendam às suas necessidades pedagógicas.

Para resolver essa questão, é necessário entender a crítica que está sendo feita às concepções que promovem a segregação ou categorização dos alunos em "normais" e "especiais". Os conhecimentos necessários envolvem o reconhecimento de que a diversidade é uma característica inerente a todos os ambientes humanos, incluindo a escola, e que a educação deve promover o respeito e a valorização dessa diversidade.

Ao justificar a alternativa correta, Ropoli (2010) argumenta que o direito à diferença é fundamental, pois reconhece a singularidade de cada indivíduo, ao passo que o direito à "diversidade", no sentido criticado pelo autor, pode levar à padronização e à busca de um "idêntico" que todos devam alcançar. Isso se alinha com o pensamento contemporâneo sobre inclusão, que defende a individualização do ensino e o reconhecimento das particularidades de cada estudante, ao invés de tentar encaixar todos em um mesmo padrão de "normalidade".

As demais alternativas são incorretas porque:

• A alternativa A é incorreta por sugerir uma oposição entre alunos normais e especiais, o que vai contra os princípios de inclusão.
• A alternativa C incorre em erro ao considerar a identidade como algo natural e estável, o que não contempla a complexidade e a fluidez da identidade humana.
• A alternativa D é equivocada ao propor escolas segregadas para "os diferentes", o que vai contra a ideia de ensino inclusivo.
• Por fim, a alternativa E erra ao sugerir que o ensino para alunos com deficiência deve ser sempre individualizado e separado, sem considerar a inclusão no contexto regular de ensino.

Portanto, a alternativa B é a correta, pois reflete uma visão da educação que valoriza a individualidade e a diferença como parte do processo educacional, sem buscar um padrão único de ensino ou aprendizado.

A educação inclusiva questiona a artificialidade das identidades normais e entende as diferenças como resultantes da multiplicidade, e não da diversidade, como comumente se proclama. Trata-se de uma educação que garante o direito à diferença e não à diversidade, pois assegurar o direito à diversidade é continuar na mesma, ou seja, é seguir reafirmando o idêntico.

A diferença (vem) do múltiplo e não do diverso. Tal como ocorre na aritmética, o múltiplo é sempre um processo, uma operação, uma ação. A diversidade é estática, é um estado, é estéril. A multiplicidade é ativa, é fluxo, é produtiva. A multiplicidade é uma máquina de produzir diferenças - diferenças que são irredutíveis à identidade. A diversidade limita-se ao existente. A multiplicidade estende e multiplica, prolifera, dissemina. A diversidade é um dado - da natureza ou da cultura. A multiplicidade é um movimento. A diversidade reafirma o idêntico. A multiplicidade estimula a diferença que se recusa a se fundir com o idêntico (SILVA, 2000, p.100-101).

fonte: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7103-fasciculo-1-pdf&Itemid=30192

ITEM B.