Uma jovem cuidou da mãe, viúva e deprimida, desde os 8 anos...

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Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2022 - TJ-SP - Psicólogo Judiciário |
Q1911809 Psicologia
Uma jovem cuidou da mãe, viúva e deprimida, desde os 8 anos de idade. A mãe, por sua vez, aceitava de bom grado os cuidados da filha e a pressionava a cuidar também dos três irmãos mais novos. Na visão de John Bowlby, possivelmente a jovem desenvolveu, como comportamento de ligação, a 
Alternativas

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Alternativa correta: A - solicitude compulsiva.

A questão aborda o tema dos comportamentos de ligação na teoria de John Bowlby. Para responder adequadamente, é necessário entender os conceitos de vínculo afetivo e os diferentes tipos de apego que podem ser desenvolvidos nas relações interpessoais, especialmente em situações de dependência emocional e cuidados intensivos.

Justificativa da alternativa correta:

Solicitude compulsiva: John Bowlby identificou a solicitude compulsiva como um comportamento em que o indivíduo assume um papel de cuidador de maneira excessiva e compulsiva, muitas vezes desde uma idade precoce. No caso apresentado, a jovem cuidou da mãe viúva e deprimida desde os 8 anos e foi pressionada a cuidar também dos irmãos mais novos. Esse padrão de comportamento é consistente com a solicitude compulsiva, onde a jovem se sente compelida a cuidar dos outros de forma intensa e contínua.

Justificativa das alternativas incorretas:

Ligação ansiosa: Esse tipo de apego é caracterizado pela insegurança e pela necessidade constante de reafirmação do vínculo com a figura de apego. Embora a jovem possa apresentar ansiedade em relação à mãe, o comportamento descrito no enunciado está mais relacionado à compulsão pelo cuidado do que à ansiedade sobre o vínculo.

Indiferença emocional: A indiferença emocional sugere um afastamento ou falta de envolvimento afetivo. No caso da jovem, seu comportamento demonstra um forte envolvimento emocional e uma necessidade de cuidar, o que é o oposto da indiferença.

Ligação ressentida: Este termo implicaria que a jovem cuida dos outros com sentimentos de ressentimento ou mágoa. No enunciado, não há menção explícita de ressentimento; o foco está na obrigação de cuidar, o que é mais compatível com a solicitude compulsiva.

Autoconfiança compulsiva: Este conceito não se aplica diretamente ao contexto da questão. A autoconfiança compulsiva implicaria um excesso de confiança em si mesmo, o que não é o caso. A jovem demonstra um comportamento de cuidar compulsivo, não de autoconfiança.

Espero que essa explicação tenha clarificado o raciocínio por trás da questão e a identificação da alternativa correta. Se precisar de mais detalhes ou tiver outras dúvidas, estou à disposição!

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Comentários

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Você não sabia dessa? Nem eu. Pois toma ai:

Mas no caso da solicitude compulsiva, a pessoa esforça-se também por cuidar de quem não procura nem agradece tal ajuda. A experiencia típica da infância de tais pessoas é terem tido uma mãe que, devido à depressão ou algum impedimento, não pôde cuidar da criança mas, em vez disso, aceitou de bom grado ser cuidada, e talvez tenha exigido também ajuda para cuidar de irmãos mais novos. Assim, desde o começo da infância, a pessoa que se desenvolve desse modo descobre que o único vínculo afetivo de que dispõe é um vínculo em que é sempre ela que deve ser solicitada para com os outros e que a única atenção que poderá receber é a atenção que dá a si mesma (as crianças que cresceram em instituições também se desenvolvem, por vezes, deste modo). 

John Bowlby Formação e rompimento dos laços afetivos Martins Fontes

Para relembrar os tipo de apego:

Apego Seguro: pessoas que possuem opiniões positivas sobre si mesmas e o parceiro. Esta dinâmica resulta em um relacionamento harmonioso, pois a pessoa sente-se confortável com a intimidade e com a independência. A separação não é encarada como negativa, mas como natural. 

Apego Evitante: pessoas com este estilo de apego sentem que não necessitam de relações sociais mais íntimas. Elas se veem como altamente independentes e recusam qualquer indício de aprofundamento de vínculos. 

Apego Ambivalente: esse padrão corresponde ao desejo de altos níveis de intimidade, o que resulta na dependência extrema do parceiro. São pessoas inseguras que questionam o seu próprio valor. 

Apego Desorganizado: dificuldade de estabelecer laços profundos, embora exista o desejo de fazê-lo. A intimidade emocional é simultaneamente intimidadora e almejada. Pessoas deste padrão não acreditam nas intenções do parceiro, mesmo quando são boas. 

A

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