Considere que o paciente tenha piorado clinicamente, após a ...
Texto para as questões 42 e 43
Um paciente com trinta e cinco anos de idade, 70 kg, 1,70 m, foi internado em unidade de terapia intensiva, devido a politrauma. O paciente apresentou insuficiência respiratória e foi colocado em ventilação mecânica. No 5.º dia de internação, o paciente foi levado ao centro cirúrgico e submetido à laparotomia exploradora, que, contudo, não apresentou achados significativos. No 6.º dia de internação, o paciente estava em íleo paralítico e completava jejum de seis dias. O paciente estava sob uso de noradrenalina em desmame. Ao exame físico, foi detectado abdome distendido. Havia sonda nasogástrica (SNG) aberta e produtiva, 1.500 mL nas últimas 24 horas. Os exames laboratoriais do paciente mostravam glicemia = 220 mg/dL, ureia = 100 mg/dL, creatinina de 1,5 mg/dL, sódio sérico = 149 mEq/L, potássio sérico = 2,8 mEq/L e osmolalidade sérica de 350 mOsm/kg, além de acidose metabólica discreta.Considere que o paciente tenha piorado clinicamente, após a realização de tomografia de abdome e que tenha sido levado para relaparotomia exploradora, na qual se verificou lesão em alça de delgado. Considere ainda que o paciente tenha persistido enfermo, com distensão abdominal e SNG produtiva, o que configura trato gastrintestinal não funcionante. Suponha que, nessa fase, os exames laboratoriais do paciente tenham evidenciado equilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico e normalidade da função renal. Diante dessa situação, foi iniciada NPT, central, sistema fechado, 3/1. Assim sendo, assinale a opção em que é apresentada a oferta calórica e proteica preconizada para o caso clínico descrito.
Gabarito comentado
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A alternativa correta é a A.
O tema central desta questão é a nutrição parenteral total (NPT) em um paciente crítico, que não possui um trato gastrointestinal funcional. Para resolver esta questão, é necessário entender os princípios de prescrição de macronutrientes (glicídeos, proteínas e lipídeos) em NPT, ajustados às necessidades de um paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Vamos detalhar o porquê a alternativa A é correta:
Alternativa A: glicídeo 2,9 mg/kg/min; proteínas 1,5 g/kg/dia e lipídeo 1,0 g/kg/dia.
Esta alternativa é a correta porque fornece uma oferta calórica e proteica ajustada para um paciente em estado crítico. Os valores estão dentro das recomendações para NPT: glicídeos entre 2 a 4 mg/kg/min, proteínas de 1,2 a 2,0 g/kg/dia (para suporte anabólico e recuperação), e lipídeos geralmente não ultrapassando 1,0 g/kg/dia, para evitar sobrecarga lipídica.
Alternativa B: glicídeo 6,1 mg/kg/min; proteínas 3,5 g/kg/dia e lipídeo 3,0 g/kg/dia.
Esta alternativa está incorreta porque os valores sugeridos são muito altos. O excesso de glicídeos pode causar hiperglicemia e sobrecarga metabólica. A proteína em 3,5 g/kg/dia excede o que é recomendado, aumentando o risco de complicações renais. Lipídeos em 3,0 g/kg/dia também são excessivos e podem causar dislipidemia e complicações hepáticas.
Alternativa C: glicídeo 0,9 mg/kg/min e proteínas 0,6 g/kg/dia.
Esta opção é inadequada porque os valores são insuficientes para atender às necessidades energéticas e proteicas de um paciente crítico, potencialmente prejudicando o processo de recuperação.
Alternativa D: glicídeo 1,1 mg/kg/min; proteínas 0,6 g/kg/dia e lipídeo 0,8 g/kg/dia.
Similares às falhas da Alternativa C, os valores são demasiado baixos para um suporte nutricional adequado em um paciente crítico, especialmente no que tange à proteína.
Alternativa E: glicídeo 2,0 mg/kg/min; proteínas 0,8 g/kg/dia e lipídeo 1,0 g/kg/dia.
Aqui, apesar do valor de glicídeos estar mais próximo do recomendado, o valor de proteínas ainda é insuficiente para atender a demanda catabólica de um paciente em estado crítico.
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A alternativa correta é a A.
O tema central desta questão é a nutrição parenteral total (NPT) em um paciente crítico, que não possui um trato gastrointestinal funcional. Para resolver esta questão, é necessário entender os princípios de prescrição de macronutrientes (glicídeos, proteínas e lipídeos) em NPT, ajustados às necessidades de um paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Vamos detalhar o porquê a alternativa A é correta:
Alternativa A: glicídeo 2,9 mg/kg/min; proteínas 1,5 g/kg/dia e lipídeo 1,0 g/kg/dia.
Esta alternativa é a correta porque fornece uma oferta calórica e proteica ajustada para um paciente em estado crítico. Os valores estão dentro das recomendações para NPT: glicídeos entre 2 a 4 mg/kg/min, proteínas de 1,2 a 2,0 g/kg/dia (para suporte anabólico e recuperação), e lipídeos geralmente não ultrapassando 1,0 g/kg/dia, para evitar sobrecarga lipídica.
Alternativa B: glicídeo 6,1 mg/kg/min; proteínas 3,5 g/kg/dia e lipídeo 3,0 g/kg/dia.
Esta alternativa está incorreta porque os valores sugeridos são muito altos. O excesso de glicídeos pode causar hiperglicemia e sobrecarga metabólica. A proteína em 3,5 g/kg/dia excede o que é recomendado, aumentando o risco de complicações renais. Lipídeos em 3,0 g/kg/dia também são excessivos e podem causar dislipidemia e complicações hepáticas.
Alternativa C: glicídeo 0,9 mg/kg/min e proteínas 0,6 g/kg/dia.
Esta opção é inadequada porque os valores são insuficientes para atender às necessidades energéticas e proteicas de um paciente crítico, potencialmente prejudicando o processo de recuperação.
Alternativa D: glicídeo 1,1 mg/kg/min; proteínas 0,6 g/kg/dia e lipídeo 0,8 g/kg/dia.
Similares às falhas da Alternativa C, os valores são demasiado baixos para um suporte nutricional adequado em um paciente crítico, especialmente no que tange à proteína.
Alternativa E: glicídeo 2,0 mg/kg/min; proteínas 0,8 g/kg/dia e lipídeo 1,0 g/kg/dia.
Aqui, apesar do valor de glicídeos estar mais próximo do recomendado, o valor de proteínas ainda é insuficiente para atender a demanda catabólica de um paciente em estado crítico.
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