No primeiro período do segundo parágrafo do texto CG1A7-I, a...
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Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
CAGEPA - PB
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - CAGEPA - PB - Analista de Sistemas - Sistemas de TI |
Q3006630
Português
Texto associado
Texto CG1A7-I
O Brasil tem a maior rede hidrográfica e a maior reserva
de água doce do planeta. Se levarmos em conta a quantidade de
água de territórios estrangeiros que ingressa no país pelas bacias
amazônica, do Uruguai e do Paraguai, a vazão média de nossos
rios é da ordem de 267 mil metros cúbicos por segundo, ou seja,
pouco mais de 100 piscinas olímpicas por segundo. É um volume
muito grande de água, que tem um papel de grande importância
na vida das pessoas.
No entanto, o país mantém com seus rios uma relação
ambígua: as cidades os abraçam para crescer e se desenvolver,
criando importante laço para o desenvolvimento urbano e
agrícola, mas também os destroem, ao torná-los o principal meio
de escoamento de esgoto. Os rios sofrem com a poluição, o
assoreamento, o desvio de seus cursos e a destruição das matas
ciliares; a beleza da paisagem fica obstruída por mau cheiro,
mudança de coloração da água, incapacidade de uso original de
seus recursos.
Os cursos d’água possuem múltiplos usos: consumo
humano, aproveitamento industrial, irrigação, criação animal,
pesca, aquicultura e piscicultura, turismo, recreação, geração de
energia, lazer, transporte. A arquiteta e paisagista Maria Cecília
Barbieri Gorski, autora do livro Rios e cidades: ruptura e
reconciliação, afirma que, em algumas regiões do Brasil, rios e
córregos estiveram — e ainda estão — associados ao cotidiano
de populações ribeirinhas, fornecendo água para as habitações e
para a ativação de engenhocas como monjolo e roda d’água. O
leito fluvial também é usado para o deslocamento de pessoas e
mercadorias, para lavagem de roupas, para atividades
extrativistas como a pesca e para a mineração de areia, argila e
ouro.
Gercinair Silvério Gandara, historiadora e professora da
Universidade Estadual de Goiás (UEG), analisa as cidades
brasileiras de um ponto de vista da beira, ou seja, da perspectiva
do rio, do mar, do ribeirão, das estradas, da rodovia, da ferrovia.
E, se muitas de nossas cidades são de beira, várias cresceram à
custa de seus rios. Por exemplo, em todas as capitais brasileiras,
incluindo Brasília, rios tiveram papel importante no
desenvolvimento urbano, ainda que muitas vezes eles estejam
poluídos, canalizados ou com suas características físicas
alteradas. Cidades ribeirinhas de médio e pequeno porte, como
Penedo, em Alagoas, Piracicaba, em São Paulo, e Blumenau, em
Santa Catarina, têm nos seus rios um fator de vitalidade e atração
turística.
Gercinair considera os rios um espaço social em constante
transformação. Segundo ela, muitas cidades que nascem voltadas
para os rios acabam virando-lhes as costas: “isto resulta das
próprias dinâmicas históricas das cidades no cruzamento dos
caminhos fluviais e terrestres; assim, as cidades-rios são chaves
para a leitura do mundo e do ambiente”.
Internet: <cienciaecultura.bvs.br> (com adaptações).
No primeiro período do segundo parágrafo do texto CG1A7-I, a
palavra “ambígua” foi empregada como sinônimo de