A adoção de estratégia defensiva, resultante da dinâmica fru...
subsequentes.
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Alternativa correta: E - errado
Vamos compreender melhor o que está por trás dessa questão e por que a alternativa correta é "errado".
A questão aborda a dinâmica frustração-regressão no contexto do ambiente de trabalho e como essa dinâmica pode afetar as emoções e sentimentos dos indivíduos. Para entender isso, precisamos considerar alguns pontos-chave da Psicologia Organizacional.
Frustração ocorre quando há um bloqueio na realização de um objetivo, o que gera sentimentos negativos. Em um ambiente de trabalho, isso pode ser causado, por exemplo, por uma tarefa que não pode ser completada devido a falta de recursos ou suporte.
A regressão é um mecanismo de defesa em que o indivíduo retorna a comportamentos mais infantis ou menos sofisticados em resposta à frustração. Essa dinâmica é bem discutida na teoria psicanalítica e pode ser observada em vários contextos, inclusive no ambiente de trabalho.
No entanto, o enunciado da questão sugere que a adoção de uma estratégia defensiva resultante da dinâmica frustração-regressão gera sentimentos de inferioridade e impotência. Aqui está o ponto crucial:
A regressão, enquanto mecanismo de defesa, é uma resposta temporária e não necessariamente leva a sentimentos estáveis de inferioridade e impotência. Esses sentimentos podem surgir, mas não são uma consequência direta e inevitável da regressão. Podem existir outras variáveis mediadoras, como a resiliência do indivíduo, o apoio social disponível, e o contexto organizacional que podem influenciar os sentimentos resultantes dessa dinâmica.
Assim, a afirmação de que essa dinâmica gera automaticamente sentimentos de inferioridade e impotência nos indivíduos é incorreta, pois simplifica um processo complexo e ignora outras influências importantes.
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Estratégias defensivas surgem com o sofrimento e, por meio delas, os trabalhadores conseguem minimizar a percepção que têm das pressões organizacionais. De vítimas passivas, os trabalhadores passam a agentes ativos de um desafio. Os sujeitos, experimentando cada um por si um sofrimento único, seriam capazes de unir esforços para construir uma estratégia defensiva comum. A diferença entre o mecanismo de defesa individual e a estratégia coletiva é que o primeiro está interiorizado, persiste mesmo sem a presença física de outros, enquanto a segunda não se sustenta se não tiver um consenso, depende de fatores externos. A estratégia defensiva torna-se, muitas vezes, preciosa para os trabalhadores. O sofrimento é essencialmente o resultado do enfraquecimento da estratégia defensiva, e não consequência do trabalho. Essas estratégias funcionam também como sistema de seleção psicológica de trabalhadores, eliminando aqueles que se mostram reticentes (Abdoucheli & Jayet, 1994).
Fonte: http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S1678-51772009000400005&script=sci_arttext
Dessa forma, Dejours (1996) faz uma diferenciação entre sofrimento criativo e sofrimento patogênico, em que o primeiro constitui-se da elaboração de estratégias criativas que, em geral, favorecem à saúde do sujeito e à produção. Com isso, o autor argumenta que não se deve negar o sofrimento do sujeito, pois é inevitável, mas o sofrimento criativo possibilita a transformação desse estado em criatividade, contribuindo para a resistência do sujeito à desestabilização. Já aquele considerado patogênico caracteriza o sofrimento que gera alguma solução desfavorável à saúde, no sentido de que o sujeito pode estar em vias de adoecimento ou já estar adoecido.O trabalhador lida com esse sofrimento utilizando-se de alguns recursos chamados de estratégias defensivas, que podem ser tanto individuais quanto coletivas.
Uma divisão ainda mais específica sobre as estratégias defensivas é feita por Dejours (2004), em que ele as classifica em defesas (a) de proteção, (b) de adaptação e (c) de exploração. As defesas de proteção são formas de pensar e agir de modo a proteger-se do sofrimento advindo do trabalho e fazem com que esse sofrimento seja racionalizado ou evitado. Com isso, essas defesas auxiliam o trabalhador a tornar-se alheio às causas do sofrimento, tendo por consequências a intensificação deste ou o adoecimento. Já as defesas de adaptação e de exploração estão relacionadas à submissão aos desejos de produção da organização, em que o trabalhador se sujeita a comportamentos inconscientes que atendam à produção e ao funcionamento, por vezes, perverso da organização do trabalho (Mendes, 2007).
ou seja, não vi em nenhum momento falar sobre gerar inferioridade e impotência...
A adoção de estratégia defensiva, resultante da dinâmica frustração-regressão, em circunstâncias de enfrentamento de situações de inadequação social e baixa produtividade, gera nos indivíduos sentimento de inferioridade e impotência.
ERRADA
As estratégias de enfrentamento ou defensivas para a PSICODINÂMICA DO TRABALHO ou são CRIATIVAS OU PATOGÊNICAS para o trabalhador dar conta do sofrimento/adoecimento.
Dejours, não elaborou a dinâmica "FRUSTRAÇÃO-REGRESSÃO".
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