“Mas vangloriar-se é um vício comum, e uma falha mais especí...
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Alternativa Correta: E
Explicação do Tema Central:
O tema central da questão é a análise de Hannah Arendt sobre Adolf Eichmann, apresentada em sua obra "Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal". Arendt observou o julgamento de Eichmann e concluiu que ele não era um monstro, mas sim uma pessoa comum que cometeu atrocidades sem refletir sobre suas ações, exemplificando a "banalidade do mal". Este conceito é crucial para entender como pessoas comuns podem cometer atos horríveis sob certas circunstâncias.
Justificativa da Alternativa Correta (E):
A alternativa E descreve corretamente a visão de Arendt sobre Eichmann: ele não era excepcionalmente malvado ou sádico, mas sim alguém que agiu sem reflexão crítica, seguindo ordens burocráticas. Arendt argumenta que Eichmann era uma pessoa normal que, devido à falta de reflexão sobre suas ações e o contexto em que estava inserido, cometeu crimes terríveis. Esta ideia ilustra como estruturas sociais e burocráticas podem desumanizar as ações individuais.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - A afirmação de que Eichmann tinha convicções pessoais e um objetivo próprio de extermínio não se alinha com a interpretação de Arendt. Ela argumentava que Eichmann não agia por ódio pessoal, mas sim por conformidade com as normas sociais e burocráticas da época.
B - Esta alternativa sugere que não se pode exigir discernimento moral de réus que cometem crimes "legais", mas Arendt não exime Eichmann de responsabilidade. Ela critica precisamente a incapacidade de reflexão moral individual diante das normas sociais.
C - Arendt não descreve Eichmann como alguém que sentiu culpa ou arrependimento durante o julgamento. Pelo contrário, ela observa sua falta de reflexão e incapacidade de se ver como responsável por seus atos.
D - A corte não concedeu que os criminosos não devem ser responsabilizados. Arendt destacou como a estrutura burocrática permitia tais atos, mas isso não isenta os indivíduos de sua responsabilidade moral e legal.
Estratégias de Interpretação:
Para resolver questões como esta, é importante identificar o conceito central da análise de Arendt - a "banalidade do mal". Focar em palavras-chave no enunciado, como "irreflexão" e "pessoa normal", ajuda a identificar a alternativa que melhor representa a visão de Arendt.
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GABARITO: E.
A) incorreta. Conforme aponta Renato de Oliveira Pereira, na obra “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”: “Diferentemente de suas próprias expectativas – “Ele era um dos mais inteligentes do bando” (ARENDT; MCCARTHY, 1995, p. 100) –, Eichmann lhe pareceu uma pessoa comum, que carecia tanto de traços distintivos quanto de fortes convicções ideológicas; alguém que não se caracterizava nem pela burrice, nem pela inteligência. Suas falas, carregadas pelo jargão oficial e pelos clichês, muitas vezes não faziam nenhum sentido no contexto em que ele as usava, de modo que, como observa Arendt, “apesar de todos os esforços da promotoria, todo mundo percebia que esse homem não era um ‘monstro’, mas era difícil não suspeitar que fosse um palhaço” (ARENDT, 1999, p. 67), p. 48.
B) incorreta. Na obra “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”, há importante relato acerca do tema: “Você se dava conta de que cometia um delito?” (LEVI, 2004, p. 21). Para Levi, as respostas dadas a essas questões são muito parecidas: Expressas com formulações diversas, e com maior ou menor insolência segundo o nível mental e cultural de quem fala, elas terminam por dizer substancialmente a mesma coisa: fiz porque me mandaram; outros (meus superiores) cometeram ações piores que as minhas; dada a educação que recebi e dado o ambiente em que vivi, não podia fazer outra coisa; se não o tivesse feito, outro agiria com maior dureza em meu lugar. Para quem lê estas justificações, o primeiro movimento é de asco: eles mentem, não podem acreditar que se acredite neles, não podem deixar de ver o desequilíbrio entre suas desculpas e a dimensão de dor e morte que provocaram. Mentem sabendo que mentem: estão de má-fé (LEVI, 2004, p. 21-2).
C) incorreta. Na obra denominada “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”, o autor aponta: “Ele se arrependia do que tinha feito? Não. Eichmann se recusava a demonstrar arrependimento. O acusado considerava que os tempos haviam mudado e que as circunstâncias vivenciadas durante o Terceiro Reich eram muito diferentes, de modo que “[...] ele não queria ser um daqueles que agora fingiam que ‘tinham sido sempre contra’ [o regime], quando na verdade estavam muito dispostos a fazer o que lhes ordenavam” (ARENDT, 1999, p. 36)”.
D) incorreta. Na obra denominada “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”, o autor afirma que “Para que tais homens, preocupados com a segurança e sobrevivência sua e de sua família, pudesse cooperar com a realização de crimes monstruosos, apenas uma exigência era feita: “[...] ficar totalmente isento da responsabilidade por seus atos” (ARENDT, 2008, p. 157). Isso que era obtido com a justificativa de apenas cumprir ordens, de ser um mero dente de engrenagem e, por isso, um componente não só substituível como facilmente descartável no interior da maquinaria nazista fica claro como, a partir do modelo conceitual do filisteu, Hannah Arendt realiza a sua análise do caso Eichmann (DUARTE, 2000, p. 50)”.
E) correta. De acordo com Arendt, “Eichmann era alguém normal que em tempos normais dificilmente teria chamado a atenção ou se tornado um criminoso: “o problema com Eichmann era exatamente que muitos eram como ele, e muitos não eram nem pervertidos, nem sádicos, mas eram e ainda são terrível e assustadoramente normais. Do ponto de vista de nossas instituições e de nossos padrões morais de julgamento, essa normalidade era muito mais apavorante do que todas as atrocidades juntas” (ARENDT, 1999, p. 299). Fonte: Renato de Oliveira Pereira. Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt.
FONTE: ESTRATÉGIA CONCURSOS.
Quase adequação social
Abraços
Segundo o wikipedia:
"O historiador estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazistas. Eichmann afirmou no final da guerra que "daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação"."
alternativa correta pela banca: Eichmann era um servidor do governo, nem pervertido, nem diabólico, mas normal, que nunca percebeu o que estava fazendo por pura irreflexão, e que cometeu seus crimes em circunstâncias que tornam praticamente impossível para ele saber ou sentir que está agindo de modo errado.
eita fui no chute estilo lúcio weber
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