“Mas vangloriar-se é um vício comum, e uma falha mais especí...
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GABARITO: E.
A) incorreta. Conforme aponta Renato de Oliveira Pereira, na obra “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”: “Diferentemente de suas próprias expectativas – “Ele era um dos mais inteligentes do bando” (ARENDT; MCCARTHY, 1995, p. 100) –, Eichmann lhe pareceu uma pessoa comum, que carecia tanto de traços distintivos quanto de fortes convicções ideológicas; alguém que não se caracterizava nem pela burrice, nem pela inteligência. Suas falas, carregadas pelo jargão oficial e pelos clichês, muitas vezes não faziam nenhum sentido no contexto em que ele as usava, de modo que, como observa Arendt, “apesar de todos os esforços da promotoria, todo mundo percebia que esse homem não era um ‘monstro’, mas era difícil não suspeitar que fosse um palhaço” (ARENDT, 1999, p. 67), p. 48.
B) incorreta. Na obra “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”, há importante relato acerca do tema: “Você se dava conta de que cometia um delito?” (LEVI, 2004, p. 21). Para Levi, as respostas dadas a essas questões são muito parecidas: Expressas com formulações diversas, e com maior ou menor insolência segundo o nível mental e cultural de quem fala, elas terminam por dizer substancialmente a mesma coisa: fiz porque me mandaram; outros (meus superiores) cometeram ações piores que as minhas; dada a educação que recebi e dado o ambiente em que vivi, não podia fazer outra coisa; se não o tivesse feito, outro agiria com maior dureza em meu lugar. Para quem lê estas justificações, o primeiro movimento é de asco: eles mentem, não podem acreditar que se acredite neles, não podem deixar de ver o desequilíbrio entre suas desculpas e a dimensão de dor e morte que provocaram. Mentem sabendo que mentem: estão de má-fé (LEVI, 2004, p. 21-2).
C) incorreta. Na obra denominada “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”, o autor aponta: “Ele se arrependia do que tinha feito? Não. Eichmann se recusava a demonstrar arrependimento. O acusado considerava que os tempos haviam mudado e que as circunstâncias vivenciadas durante o Terceiro Reich eram muito diferentes, de modo que “[...] ele não queria ser um daqueles que agora fingiam que ‘tinham sido sempre contra’ [o regime], quando na verdade estavam muito dispostos a fazer o que lhes ordenavam” (ARENDT, 1999, p. 36)”.
D) incorreta. Na obra denominada “Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt”, o autor afirma que “Para que tais homens, preocupados com a segurança e sobrevivência sua e de sua família, pudesse cooperar com a realização de crimes monstruosos, apenas uma exigência era feita: “[...] ficar totalmente isento da responsabilidade por seus atos” (ARENDT, 2008, p. 157). Isso que era obtido com a justificativa de apenas cumprir ordens, de ser um mero dente de engrenagem e, por isso, um componente não só substituível como facilmente descartável no interior da maquinaria nazista fica claro como, a partir do modelo conceitual do filisteu, Hannah Arendt realiza a sua análise do caso Eichmann (DUARTE, 2000, p. 50)”.
E) correta. De acordo com Arendt, “Eichmann era alguém normal que em tempos normais dificilmente teria chamado a atenção ou se tornado um criminoso: “o problema com Eichmann era exatamente que muitos eram como ele, e muitos não eram nem pervertidos, nem sádicos, mas eram e ainda são terrível e assustadoramente normais. Do ponto de vista de nossas instituições e de nossos padrões morais de julgamento, essa normalidade era muito mais apavorante do que todas as atrocidades juntas” (ARENDT, 1999, p. 299). Fonte: Renato de Oliveira Pereira. Eichmann e a incapacidade de pensar: alienação do mundo e do pensamento em Hannah Arendt.
FONTE: ESTRATÉGIA CONCURSOS.
Quase adequação social
Abraços
Segundo o wikipedia:
"O historiador estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazistas. Eichmann afirmou no final da guerra que "daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação"."
alternativa correta pela banca: Eichmann era um servidor do governo, nem pervertido, nem diabólico, mas normal, que nunca percebeu o que estava fazendo por pura irreflexão, e que cometeu seus crimes em circunstâncias que tornam praticamente impossível para ele saber ou sentir que está agindo de modo errado.
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