Lev Semenovich Vigostki, um dos principais proponentes da Ps...

Lev Semenovich Vygotsky, um importante nome da Psicologia Histórico-Cultural, focou seus estudos na origem cultural do desenvolvimento psíquico. Segundo sua teoria, é CORRETO afirmar que:

• A concepção de que funções psíquicas elementares e superiores são distintas dos seres humanos em relação a outros animais, e que elas se desenvolvem de uma maneira linear e hierarquizada não é algo que Vygotsky defendia. Portanto, essa afirmação não é o que melhor representa seu pensamento.
• A ideia de que as funções psíquicas preexistem nos indivíduos de forma acabada ou em estado embrionário, e que a vida em sociedade apenas as desenvolve ou as degrada, não corresponde à visão de Vygotsky, que via a cultura como constitutiva do psiquismo.
• O desenvolvimento humano não é um processo unidirecional que vai do natural ao cultural. Em vez disso, as linhas do desenvolvimento natural e cultural estão entrelaçadas de maneira contínua e permanente, com as contradições da vida social influenciando a interação entre a herança natural e as exigências culturais. Esta afirmação reflete com precisão o conceito de Vygotsky e, portanto, é a correta.
• A noção de que as funções elementares têm suas raízes na vida social e na apropriação da cultura como elemento de desenvolvimento humano desvia-se da compreensão de Vygotsky sobre o desenvolvimento psíquico, uma vez que ele entendia as funções psicológicas superiores como emergindo da relação entre os indivíduos e o meio cultural.

Assim, conforme Vygotsky, é essencial reconhecer que o desenvolvimento do ser humano é um complexo processo de interação entre o biológico e o cultural, mediado pelas relações sociais e pela internalização dos instrumentos e símbolos culturais. Portanto, a alternativa C é a que melhor representa sua teoria.

O percurso do desenvolvimento humano não ascende do natural ao cultural, mas imbrica essas duas linhas contínua e permanentemente à medida das contradições geradas pela vida social entre o legado da natureza e o requerido pela cultura.

Martins (2016) explica que as funções psíquicas se transformam e requalificam-se num processo de superação da natureza diante da apropriação da cultura. A autora destaca que estas funções não são hierarquizadas, ou seja: “o percurso do desenvolvimento não ascende do natural ao cultural, mas imbrica essas linhas contínua e permanentemente à medida das contradições geradas pela vida social entre o legado da natureza e o requerido pela cultura” (Martins, 2016, p. 50).