É um erro gravíssimo afirmar, como faz um livro didático de ...
É um erro gravíssimo afirmar, como faz um livro didático de História para 8ª série, que nos “séculos XVI [sic] e XVII [sic], desenvolveu-se uma forma de pensamento, baseada na razão, denominada iluminismo”. Mas talvez seja apenas sinal de intolerância, má vontade ou mesmo incompreensão do avaliador do livro [...]. (MUNAKATA, Kazumi. Histórias que os livros didáticos contam, depois que acabou a ditadura no Brasil. In. FREITAS, Marcos (Org). Historiografia Brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2000, p. 273).
No trecho acima, Munakata faz citação a uma série de artigos, publicados em abril de 1994, pela Folha de S. Paulo, sobre os trabalhos de uma comissão de professores universitários de todo o país que avaliava os livros didáticos e apontava distorções e erros. Sobre o livro didático de História, é CORRETO afirmar:
Gabarito comentado
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A alternativa correta é a A, que afirma: "Constitui um suporte de conhecimentos escolares propostos pelos currículos educacionais, indicando a presença do estado, mesmo indireta, na elaboração dos conteúdos e nos critérios adotados para sua avaliação."
Para entender por que essa alternativa está correta, precisamos reconhecer o papel do livro didático no contexto educacional. O livro didático é uma ferramenta que reflete os conhecimentos que são valorizados pelos currículos oficiais. Em outras palavras, ele é uma materialização dos saberes que a sociedade, por meio de suas instituições educacionais, considera importantes para serem ensinados e aprendidos nas escolas.
No Brasil, por exemplo, os livros didáticos são frequentemente selecionados por programas governamentais, como o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que estabelece critérios para a avaliação e a escolha dos livros que serão distribuídos nas escolas públicas. Isso significa que, mesmo que os livros sejam produzidos por editoras privadas e escritos por autores individuais ou coletivos, o Estado desempenha um papel na determinação de quais livros são apropriados para uso em sala de aula, evidenciando a sua influência, ainda que indireta, na elaboração dos conteúdos.
A presença do Estado não está apenas na seleção dos livros, mas também nos critérios de avaliação que são utilizados para garantir que os conteúdos estejam alinhados com as diretrizes curriculares nacionais. Esses critérios podem envolver aspectos como a precisão factual da informação, a adequação metodológica para o ensino e a aprendizagem, bem como a inclusão de diferentes perspectivas e abordagens pedagógicas.
Ao rejeitar as demais alternativas e escolher a alternativa A, reconhecemos o papel complexo que o livro didático desempenha como um veículo de transmissão de conhecimento, mediado por processos de seleção e avaliação que envolvem múltiplas partes interessadas, incluindo o Estado, os educadores e os alunos.
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